No período de férias, eis que surge mais uma noticia de cortes por parte da tutela, desta vez 1,5%. Muitas instituições não conseguirão compensar estes cortes gerando receitas que há uns anos propagandeavam que faziam através e projetos europeus e receitas próprias em projetos de I&D.
O melhor seria não declarar as receitas próprias para desse modo ir buscar mais financiamento? Nesse caso foi um erro a UM inflacionar as receitas próprias com orgulho há um par de anos atrás, reclamando que constituiriam mais de 50% do total daas receitas, incluindo por exemplo receitas de projetos europeus que provêm da cobrança de custos indiretos, como receitas próprias. É como um senhorio receber rendas e ser considerado produtiva essa receita.
Noutra componente dos cortes, estão os seus professores e funcionários que voltarão a ter cortes, e os cortes nas bolsas e nos centros de investigação.
O Ensino Superior nunca foi tão atacado como agora. Terá que se defender, e se reinventar. Não basta fazer o mesmo que sempre tem feito, ensino e investigação. Tem que se ligar ao exterior, com aas empresas, e deixar que esta ligação não seja só um slogan mas uma realidade.
quarta-feira, agosto 20, 2014
segunda-feira, julho 28, 2014
Avaliação dos centros de I&D
Agora que se aproximam as férias, não se esperam grandes novidades. Acaba o ano com a polémica causada pelos centros que não passaram à segunda fase. O centro de física da UM e o centro de química apareceram na imprensa a reclamar a sua não passagem à segunda fase, pelo que foram secundados por vários comentadores que depressa passaram ao pedido de impugnação de todo o processo de avaliação. Independentemente da justeza ou não destas reclamações, há algumas questões que se nos ocorrem. Tendo sido a avaliação pela primeira vez feita totalmente por avaliadores estrangeiros, seria de esperar que num país pequeno como Portugal, onde quase todos os cientistas do mesmo ramo se conhecem, esta teria sido um boa medida para evitar compadrios, que têm assolado o nosso meio científico durante décadas. Pelos visto já não basta só o número de "papers" e citações para se ser considerado um centro de excelência. É talvez um ponto de viragem que se impunha há algum tempo, não havendo qualquer benefício para o tecido empresarial português ou mesmo para o Estado Social o aumento exponencial que se tem verificado de produção científica. Houve nos últimos anos uma proliferação de publicações para inflacionar o ego dos responsáveis dos institutos de I&D e de alguns responsáveis de equipas e I&D que são autenticas fábricas de produção de "papel". Também não ajuda a comunicação social contabilizar a excelência científica a metro, contabilizando o número de papers e citações sem olhar às causas de tais resultados. Uma delas é a globalização da I&D e a proliferação de "journals" na última década, um negócio das editoras como a Elsevier entre outras. Temos pois que enveredar por uma autoanálise do que tem sido o financiamento da I&D em Portugal e só depois criticar as novas orientações, que não são este governo, mas são da Europa, que financia a I&D e exige mudanças, no sentido de ligar mais a I&D ao tecido empresarial e industrial regional, que diga-se de passagem, não é má ideia.
quarta-feira, julho 23, 2014
Avaliação dos professores 2014
Assistiu-se mais uma vez ao espetáculo dos professores do ensino secundário a resistirem a serem avaliados em provas escritas efetuadas em escolas. No local onde é suposto eles manterem a ordem entre os alunos, comportam-se pior que muitos alunos, comprometendo a autoridade e a própria dignidade da classe. Embora as provas fossem muito fáceis e mais adequadas ao 9ºano, segundo alguns que fizeram a prova, foi a primeira vez que os professores foram avaliados, o que significa que é possível avaliá-los. Já é um começo. Foi a segunda prova que se fez por terem faltado muitos professores à primeira devido a ações do sindicato que desde os governos anteriores tem feito um boicote sistemático à avaliação. Como é que é possível aqueles que pautam o resultado do seu trabalho pela avaliação de outros, os alunos, não sintam que é essencial que eles próprios sejam avaliados, sob pena do seu trabalho estar à partida inquinado, sendo o resultado, alunos mal preparados para prosseguirem os seus estudos e eventualmente se candidatarem ao ensino superior? Em consciência eles sabem que é assim. Os alunos que chegam ao ensino superior, está na sua grande parte mal preparados, o que lhes dificulta o seu percurso, muitos desistindo nos primeiros anos, com tudo o que isso implica para eles e para as suas famílias. O abandono escolar, seja no ensino secundário ou no universitário, tem muito a ver com uma deficiente formação e motivação dos alunos, durante o ensino básico e secundário, fruto em grande parte de professores mal preparados para lhes transmitirem essas duas vertentes essenciais do seu percurso académico. O país perde muito com índices tão elevados de abandono escolar, por serem jovens que poderiam contribuir mais para a evolução do país e para o seu progresso, ao qual está tudo ligado, desde o PIB (engenheiros, gestores, etc) ao Estado Social (médicos e enfermeiros, professores, assistentes sociais, etc).
No ensino superior, embora só de tantos em tantos anos, os professores são avaliados quando são submetidos a provas que permitam subir na carreira. Os juízes e médicos são avaliados também para progressão na carreira. Todos os funcionários públicos são avaliados de 3 em 3 anos, bem ou mal, para progredirem na carreira. A exceção são os professores do ensino básico e secundário.
Desta vez até podem ter alguns argumentos para não se terem submetido à prova ou por considerar que a prova não é séria, por ser demasiado fácil ou por ter sido marcada muito em cima. Mas noutras ocasiões com os anteriores governos arranjavam sempre argumentos para não serem avaliados. De que têm medo? Por que se deixam ser manipulados? Qual a razão? Pura e simplesmente insegurança em relação aos seus próprios conhecimentos. Só pode ser.
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sábado, julho 12, 2014
A ciência sem consequência
Têm vindo a ser frequentes as críticas ao financiamento por parte de institutos de I&D dos cortes de financiamento para a investigação fundamental. São de facto lamentáveis os cortes cegos nas bolsas que a FCT fez sem qualquer estratégia alternativa que concedesse financiamento alternativo à ciência, a não ser a promessa dos centros que passaram à segunda fase da avaliação serem financiados.
Mas quem mais se queixa?
É quem mais recebeu nos últimos anos. Não é quem tem recebido pouco ou nada, que tem sido preterido ano após no financiamento, mas são aqueles que se pode dizer estava mal habituados. Muitos foram beneficiados através de programas especiais de financiamento "por atacado" a laboratórios associados e a institutos de I&D. O Centro de I&D que não estivesse integrado em laboratórios associados, não teria a garantia dos 10 anos de financiamento, mas teria 3 anos.
Claro que os centros de I&D tinham que estar sempre a candidatar-se a financiamento enquanto que os laboratórios associados não precisassem, sendo os seus orçamentos renovados quase automaticamente, não se conhecendo um laboratório associado que não tivesse o seu orçamento aprovado. Claro que nem todos os laboratórios associados eram de I&D fundamental e por não o serem não se queixam porque têm projetos com empresas como alternativa. Os outros, de I&D fundamental, sem outros recursos agora gemem. A questão é se um país como Portugal pode-se dar ao luxo de ter laboratórios de I&D fundamental, sejam institutos ou centros de I&D, totalmente ou quase totalmente financiados pelo Estado, na situação em que o País se encontra. Por muito que custe a estes “opinion makers” da ciência, constantemente convidados para programas sobre ciência, o que fazem pode ser muito interessante, mas o que o país agora precisa não é de “papers”, mas sim de ideias e de quem as ponha em prática. Biólogos às centenas a fazer I&D não vai resolver os problemas do país, por muito interessante que a genética seja. Desde que o genoma humano foi descoberto que não têm parado os cursos "bio" de se multiplicarem, ou de aumentarem s numeros cláusus, Depois vêm os doutoramentos nas áreas "bio" que tornaram o país num oásis para os "cocabichinhos". Não se esqueçam do que os rodeia, que é um país real com necessidades reais e muito mais básicas! Portugal não é um país com capacidade de absorver as suas experiência, como os países das multinacionais, EUA, Suíça Alemanha, Reino Unido e França. Não, é um país pequeno e sem essa capacidade como é o nosso.
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domingo, julho 06, 2014
Cursos sem alunos
Entre as notícias de crianças de famílias que perderam o rendimento mínimo, e que tudo indica permanecerão na pobreza extrema durante anos, a baixa taxa de natalidade e a imigração de famílias jovens que levam os seus filhos com eles para engrossar a juventude de países como Inglaterra, a França e Suiça…fala-se do fecho de cursos com menos de 10 alunos. Estima-se que serão pouco mais de uma dezena nas Universidades. Mas como será daqui a uns anos quando estes jovens, alguns não-nascidos outros sem meios para entrarem na Universidade por estarem na pobreza máxima, e outros que terão a sua vida outros países para onde imigraram, entrariam para a Universidade e que nunca lá chegarão? Não serão só uma dezena de cursos a desaparecer, serão centenas de cursos que desaparecerão.
O governo que não pense que as suas políticas de cortes não tem consequências na baixa do número de jovens em Portugal e que por sua vez um país com menos jovens terá necessariamente consequências não só no PIB mas na produção do saber, nas Universidades e Politécnicos.
Por sua vez, cursos que formam engenheiros para a indústria exportadora, como é o caso de engenharia têxtil, não podem fechar, e é uma posição corajosa sem dúvida, manter o curso a funcionar. O reitor já anunciou que é um curso estratégico para a região norte e para o país. O problema é que um curso com menos de 10 alunos torna-se um curso difícil de atingir os objetivos a que se propõe por não ter massa crítica. O intercâmbio entre os alunos, principalmente agora com Bolonha em que os projetos integrados são uma componente muito relevante do curso. Os alunos que entram para o curso de engenharia têxtil por exemplo vêm dos cursos CET, o que implica que com a alteração que o governo fez no ensino profissional é muito provável que o curso desça para números muito abaixo dos 10 tornando o ensino ainda mais problemático. Por isso a decisão de manter o curso aberto é sem dúvida corajosa.
quinta-feira, junho 19, 2014
A insustentável alienação dos académicos
Ás vezes temos a sensação de que estamos mal onde estamos. Se vivêssemos noutra cidade estaríamos melhor; se vivêssemos noutro país melhor ainda. Se estivéssemos noutro emprego, e no nosso emprego mas noutra entidade, no meu caso universidade, se estivéssemos noutro tempo...
Dizem que é próprio do ser humano estar insatisfeito. Há no entanto uma boa percentagem que está bem onde está. Vem isto a propósito do último "post" que fiz sobre a permanência em certos lugares de topo da instituição de alguns colegas nossos, que perpetuam o seu lugar como se realmente estivessem no sítio certo e não encontrariam outro melhor, fosse noutra condição ou mesmo fora de todo o que fizeram até à data. Penso que lhes fazia bem, a eles e à instituição. Uma ótima experiência que aconselho, longe das burocracias e das guerras intestinas dos académicos é o empreendedorismo. Cruzamo-nos com gente de outras proveniências, empresários, quadros e técnicos de empresas, diretores e empregados de organismos públicos, e outros. Os académicos, têm a tendência de viver para dentro, enquanto os empresários e os que trabalham para/com eles vivem para fora, procuram clientes e colaboradores. Cruzam-se com todo o tipo de profissões, vivências e projetos que lhes dão uma visão mais real da vida. Essa é que é a realidade. Os académicos vivem do que observam à sua volta, no meio académico, e do que leem nas revistas da especialidade, nunca saindo muito daquele mundo restrito das conferências e papers. Mais parece um mundo dentro de outro mundo.
O que faz falta, é tirar-lhes o tapete, para bem deles. Obriguem-nos a vir cá para fora, nem que seja uma vez por ano, passar um ano numa empresa, e aposto que vai haver uma lufada de ar fresco no ensino superior e que os que se agarram aos lugares vão querer largá-los ao perceber a insignificância desses lugares no mundo exterior.
Dizem que é próprio do ser humano estar insatisfeito. Há no entanto uma boa percentagem que está bem onde está. Vem isto a propósito do último "post" que fiz sobre a permanência em certos lugares de topo da instituição de alguns colegas nossos, que perpetuam o seu lugar como se realmente estivessem no sítio certo e não encontrariam outro melhor, fosse noutra condição ou mesmo fora de todo o que fizeram até à data. Penso que lhes fazia bem, a eles e à instituição. Uma ótima experiência que aconselho, longe das burocracias e das guerras intestinas dos académicos é o empreendedorismo. Cruzamo-nos com gente de outras proveniências, empresários, quadros e técnicos de empresas, diretores e empregados de organismos públicos, e outros. Os académicos, têm a tendência de viver para dentro, enquanto os empresários e os que trabalham para/com eles vivem para fora, procuram clientes e colaboradores. Cruzam-se com todo o tipo de profissões, vivências e projetos que lhes dão uma visão mais real da vida. Essa é que é a realidade. Os académicos vivem do que observam à sua volta, no meio académico, e do que leem nas revistas da especialidade, nunca saindo muito daquele mundo restrito das conferências e papers. Mais parece um mundo dentro de outro mundo.
O que faz falta, é tirar-lhes o tapete, para bem deles. Obriguem-nos a vir cá para fora, nem que seja uma vez por ano, passar um ano numa empresa, e aposto que vai haver uma lufada de ar fresco no ensino superior e que os que se agarram aos lugares vão querer largá-los ao perceber a insignificância desses lugares no mundo exterior.
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sábado, maio 31, 2014
A renovação e a rotatividade em risco na política e nas sub-unidades da UM
Há pessoas que realmente estão agarradas ao poder ! Tanto na política como até nas Universidades. Até fazem ou alteram estatutos para se perpetuarem no poder. Neste momento está a acontecer no PS com a entrada em cena de António Costa. Hoje saber-se-á que manobra o presente secretário geral tomará para evitar a eleição de António Costa. Já se sabe que não vai convocar um congresso extraordinário que seria arriscado para ele. Felizmente a lei geral que incide sobre as autarquias veio limitar a eternidade dos mandatos dos presidentes de câmara.
Nas Universidades, a mesma ideia, não podendo os reitores e os Presidentes de Escola ter mais de dois mandatos. Mas quando descemos na hierarquia dos órgãos, vemos que alguns departamentos e centros de I&D não têm essa restrição, nomeadamente as sub-unidades da Escola de Engenharia, sendo um desses exemplos o Conselho Pedagógico dos cursos de Engenharia e o Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil, este último que conheço bem e que não impõe qualquer limite ao exercício do cargo de Diretor. Estes estatutos do Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil foram propostos pelo atual Diretor e, tudo indica, candidato à eleições das próxima semana. Não se entende tais discrepâncias, sendo a rotatividade essencial em todos os órgãos, sejam eles Unidades ou sub-unidades. Por interesses pessoais ou por descuido na uniformização dos estatutos entre Unidades e subunidades por parte dos dirigentes das Unidades, existem estas discrepâncias entre sub-unidades, prejudicando a rotatividade e eventualmente a renovação das políticas, tão necessário nos tempos que correm em que o mérito não pode ficar para segundo plano, refém de estatutos inquinados.
Também o congelamento das admissões na função pública torna a renovação muito difícil. Nas Universidades, não deve já haver professores de carreira com menos de 35 anos! É urgente o descongelamento das admissões sob pena de não haver Universidades, tal como as conhecemos, dentro de 20 anos!
Nas Universidades, a mesma ideia, não podendo os reitores e os Presidentes de Escola ter mais de dois mandatos. Mas quando descemos na hierarquia dos órgãos, vemos que alguns departamentos e centros de I&D não têm essa restrição, nomeadamente as sub-unidades da Escola de Engenharia, sendo um desses exemplos o Conselho Pedagógico dos cursos de Engenharia e o Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil, este último que conheço bem e que não impõe qualquer limite ao exercício do cargo de Diretor. Estes estatutos do Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil foram propostos pelo atual Diretor e, tudo indica, candidato à eleições das próxima semana. Não se entende tais discrepâncias, sendo a rotatividade essencial em todos os órgãos, sejam eles Unidades ou sub-unidades. Por interesses pessoais ou por descuido na uniformização dos estatutos entre Unidades e subunidades por parte dos dirigentes das Unidades, existem estas discrepâncias entre sub-unidades, prejudicando a rotatividade e eventualmente a renovação das políticas, tão necessário nos tempos que correm em que o mérito não pode ficar para segundo plano, refém de estatutos inquinados.
Também o congelamento das admissões na função pública torna a renovação muito difícil. Nas Universidades, não deve já haver professores de carreira com menos de 35 anos! É urgente o descongelamento das admissões sob pena de não haver Universidades, tal como as conhecemos, dentro de 20 anos!
domingo, maio 25, 2014
Eleições hoje e amanhã
Mais uma eleição europeia em que a abstenção foi quem ganhou e em que os partidos tiraram as ilações que lhes convinha. A Aliança PSD/CDS não obteve sequer 30%, mas fala mais da expressão menor do que se esperava para o PS. O PS por sua vez fica satisfeito com os resultados que se situam abaixo dos 40% . Infelizmente para o País ninguém tira as ilações que devia. O governo saíu derrotado e o PS dececionou. O que seria de esperar era que o governo do PSD/CDS se demitisse e o PS mudasse de líder, isto sem qualquer animosidade em relação a José Seguro. Mas isto seria o que se esperaria e o que afirmarão amanhã ou nos dias seguintes os comentadores mais esclarecidos.
Amanhã serão as eleições "europeias" da UM, ou seja as eleições para o Senado. A abstenção será tão grande ou maior que nas eleições europeias; o Senado tal como o Parlamento Europeu é um órgão sem poder, um órgão consultivo. Esperemos que no fim os vencedores e vencidos não tirem as ilações que lhes convém, tal como as eleições europeias, mas que tirem as ilações mais lógicas e consequentes.
Há uma diferença, é que os candidatos nestas eleições para o Senado, não vão ter um emprego bem pago e com viagens em primeira classe. Terão, isso sim, um período da sua vida académica, em que fazem menos investigação ou outras atividades que teriam interesse para o se currículo, um período de discussões estéreis, frustrações (aqueles que levam o cargo a sério), e porventura até afetará as suas vidas privadas. Oxalá me engane.
Amanhã serão as eleições "europeias" da UM, ou seja as eleições para o Senado. A abstenção será tão grande ou maior que nas eleições europeias; o Senado tal como o Parlamento Europeu é um órgão sem poder, um órgão consultivo. Esperemos que no fim os vencedores e vencidos não tirem as ilações que lhes convém, tal como as eleições europeias, mas que tirem as ilações mais lógicas e consequentes.
Há uma diferença, é que os candidatos nestas eleições para o Senado, não vão ter um emprego bem pago e com viagens em primeira classe. Terão, isso sim, um período da sua vida académica, em que fazem menos investigação ou outras atividades que teriam interesse para o se currículo, um período de discussões estéreis, frustrações (aqueles que levam o cargo a sério), e porventura até afetará as suas vidas privadas. Oxalá me engane.
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domingo, maio 11, 2014
Assim vai o reino da..Cratogracia
O estatuto da UM, derivado do RJIES. prevê um órgão consultivo, O Senado, que não se sabe ao certo quais as competências reais. No entanto há umas almas que se candidatam com as melhores das intenções, uma vez que pensam fazer a diferença. Boa sorte é o que lhes desejo, embora desconfio que vão acabar frustrados pelo tempo perdido. Oxalá me engane, já que se esforçaram tanto e tantas expetativas criaram. Em vez do ministro andar a tentar cortar mais com a fusão de cursos de Universidades consideradas próximas geograficamente, faria melhor em reformular o RJIES e dar mais força ao Senado ou a um Conselho Académico que tratasse das questões pedagógicas, que tanta falta faz...
Para já, podia por o ECDU a funcionar, já que foi reformulado mas não foi posto a funcionar naquilo que seria o mais relevante para a tão propalada ligação Universidade-empresa: a possibilidade dos professores passarem um tempo nas empresas sem por essa razão serem penalizados na progressão da carreira.
Este ministro será que tem um plano ou estratégia? Ou estará preso pelas suas próprias contradições? É um rol de falsos arranques, tanto no secundário, com o inglês no primeiro ciclo e os exames aos professores, como no superior com os milhões que cortou e que diz que serão repostos e não o são. Agora diz que se vai avaliar os cursos segundo noções vagas de orientação, preferindo os cursos "técnicos" aos outros. Não se sabe bem o que quer mas não há um documento que guie as universidades neste ou naquele caminho. Ou se há, deve estar bem escondido.
Entretanto, nas Universidades reina a confusão, com o novo ano letivo já à porta.
Típico deste ministério e deste governo. Navegação à vista, como um comentador político definiu a sua atuação no outro dia numa análise pós anúncio da reforma do setor público, leia-se: dos cortes e impostos que vamos sofrer no setor público, desde o IRS à ADSE.
Para já, podia por o ECDU a funcionar, já que foi reformulado mas não foi posto a funcionar naquilo que seria o mais relevante para a tão propalada ligação Universidade-empresa: a possibilidade dos professores passarem um tempo nas empresas sem por essa razão serem penalizados na progressão da carreira.
Este ministro será que tem um plano ou estratégia? Ou estará preso pelas suas próprias contradições? É um rol de falsos arranques, tanto no secundário, com o inglês no primeiro ciclo e os exames aos professores, como no superior com os milhões que cortou e que diz que serão repostos e não o são. Agora diz que se vai avaliar os cursos segundo noções vagas de orientação, preferindo os cursos "técnicos" aos outros. Não se sabe bem o que quer mas não há um documento que guie as universidades neste ou naquele caminho. Ou se há, deve estar bem escondido.
Entretanto, nas Universidades reina a confusão, com o novo ano letivo já à porta.
Típico deste ministério e deste governo. Navegação à vista, como um comentador político definiu a sua atuação no outro dia numa análise pós anúncio da reforma do setor público, leia-se: dos cortes e impostos que vamos sofrer no setor público, desde o IRS à ADSE.
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sábado, maio 03, 2014
O legado de Veiga Simão na UM
Morreu Veiga Simão o visionário Professor que fundou as Universidades novas, incluindo a Universidade do Minho. Na altura, eram politécnicos e institutos superiores, uma vez que os cursos eram de 3 anos e considerados bacharelatos. A ideia era de que preparassem engenheiros e especialistas em áreas onde não existiam, como a Engenharia Têxtil, que apoiaria a indústria principal do Minho, a Engenharia Metalomecânica, importante na região de Braga e a Engenharia de Polímeros, que foi fundada de seguida, já fora do seu local de implantação, por não haver Universidade em Leiria. Foi ainda fundada a Engenharia Informática, curso de onde provieram muitos empreendedores que formavam as primeiras empresas de informática, numa altura em que os computadores estavam a invadir as empresas e não havia técnicos para os manipular ou programar. É assim que eu interpreto as escolhas do então ministro da Educação, Veiga Simão. A Universidade rapidamente passou dos cursos de bacharelato para cursos de 5 anos, licenciatura, num espaço de 3 anos, sendo que muitos alunos que já estavam na indústria voltaram para acabar a licenciatura. Isto foi tudo há mais de 30 anos trás. Alguns desses alunos estarão já reformados ou próximo da reforma! Muitos transformaram as empresas assumindo posições de relevo, tais como diretores de produção, modernizando o tecido industrial numa altura em que as pequenas e médias empresas estavam entregues a empresários que não tinham a formação adequada e técnicos que aplicavam ainda métodos empíricos passados de pais para filhos. A Engenharia de Produção e Sistemas, fundada mais tarde por seguidores de Veiga Simão, como Barbosa Romero, membro da comissão instaladora e grande impulsionador destes novos cursos que vieram colmatar muitas deficiências na gestão das empresas, através dos seus licenciados. Foi a época áurea da engenharia, embora houvesse outros cursos únicos também fundados logo no início da Universidade do Minho, como a licenciatura em Relações Internacionais, que se espalharam pelo mundo, espalhando também o nome da UM esta forma. A fundação de cursos específicos, continuou com o curso de Administração Pública, que se esperava vir a modificar uma administração muito envelhecida. Foram tempos de mudança no tecido empresarial e na administração pública, que foram vividos com entusiasmo pelos seus protagonistas. Devemos muito desta revolução silenciosa a Veiga Simão, um homem que soube adaptar-se aos tempos modernos de então e não se ficar pelo saudosismo do passado, como infelizmente muitos se ficaram.
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