sexta-feira, junho 13, 2008

Os novos Estatutos e o futuro que se adivinha para a UM, a não ser...

Os Estatutos da UM aí estão. Enviados pelo gabinete do reitor. Com actas a acompanhar em que todos se elogiam pelo trabalho feito. Pergunto-me: será um trabalho desinteressado para tanto se auto-elogiarem? O reitor também mereceu um elogio pelo seu empenho...por parte dum membro co-optado. Tudo em sintonia portanto.
E nós, aqueles que não participaram na Assembleia Estatutária, que nenhuma influência tivemos na elaboração destes eatatutos, que fomos supostamente ouvidos através dum orgão que nos representa, o Senado, mas que a julgar pelas actas também não teve qualquer influência...Nós, pois temos que acreditar na boa fé e na boa vontade de quem elaborou os estatutos. Em boa verdade, já o fizemos no passado quando a Assembleia e o Senado eram formados por elementos eleitos por um sistema em que só votavam os que estavam mobilizados e os outros confiavam. Assim foi eleito o reitor actual e o anterior a este, ambos protagonistas na elaboração destes estatutos.
Por aqui se pode prever, mesmo sem ler os estatutos (que suponho que foi o que muitos fizeram quando receberam o e-mail, isto é, arqivaram-no para uma leitura posterior que nunca surgirá..)que teremos mais do mesmo. Mas leiam os estatutos nem que seja para verem as diferenças em relação aos anteriores estatutos. Pela minha parte ainda não vi diferenças fundamentais, mas fico a aguardar que outros as descubram. Há alguma diferenças no pormenor,por força do RJIES, como o número de membros de cada orgão, a eleição do reitor envolver elementos externos à Universidade. Mas será que estas diferenças por exemplo farão alguma diferença? Afinal consta que os elementos externos participam muito pouco nas votações e nesse caso o reitor será eleito principalmente pelos docentes como já o era, os membros exteriores eventalmente votarão de acordo com aqueles docentes qe os co-optaram...
Os orgãos, à parte o Conselho Geral que só se pronuncia uma ou duas vezes por ano, para aprovação de contas e da estratégia, são essencialmente os mesmos: Há um para a Gestão (antigo Conselho Administrativo), Um Conselho Científico, e acrescentou-se um Senado com comissões pedagógicas (antigo Conselho Académico). Onde estão as diferenças? Talvez a perda de representatividade dos não-docentes, e o aumento de poder dos estudantes, que penso que até estão no Conselho de Gestão (deve ser para garantir que recebam subsídios generosos para o enterro da gata e a semana do caloiro..). Os estudantes estão representados pela Associação e não por eleição directa como acontece com os outros representantes nos orgãos, nomeadamente os docentes. Porque será? Mistério..
Penso que daqui para a frente se continuarmos a entregar a política aos políticos, teremos aquilo que merecemos. A pouca actividade dos docentes nestas "coisas" da política universitária entrega nas mãos dos profissionais da política (universitária) o destino de todos nós. A julgar pelos protestos dos últimos anos, não é esta política e este reitor e a sua equipa que a maioria quer. Mas é o que vão ter, por força da lei nos próximos dois anos, até o reitor cumprir o mandato, e posteriormente, através de uma actuação concertada no Conselho Geral, será a evolução na continuidade.
A não ser...
A não ser que se mobilizem duma vez por todas, e elejam um Conselho Geral alternatvo ao que apoia o reitor. Penso que o reitor não ficaria sequer para cumprir o mandato até ao fim se tivesse um Conselho Geral que lhe fizesse frente. Para já o seu plano para os seus dois anos de mandato poderia ser chumbado e teríamos um impasse..
Já chega de anos de prepotência com um reitor virado para dentro, sem contacto com os membros da "sua" Universidade, que retira verbas aos projectos sem consultar os responsáveis desses projectos, que nomeia um administrador da SAS que por sua vez directa ou indirectamente aterroriza os funcionários através do sistema introduzido por si de "picar o ponto" e controlou a UM-net através de moderadores que cortavam a torto e a direito muito ao jeito daquilo que muitos não conheceram (a censura do Estado Novo), que permite a promoção de funcionários sem currículum, alguns a chefes de secção, outros a assessores, e deixa outros apodrecerem através da aplicação desvirtuada das regras dos 5% de excelentes introduzida pelo iluminado Ministro Mariano Gago, que acaba com único jornal democrático da UM destituindo todos os seus membros e acarinha pasquins do género do UMDicas que ataca sem pudor o seu opositor nas últimas eleições, que..enfim haverá muito mais a dizer que podemos repescar dos últimos anos da sua governação e que outros sentiram mais na pele. Eu por mim não me queixo, uma vez que não posso dizer que me tenha afectado pessoalmente qualquer medida tomada por este reitor. Muitos dirão o mesmo. Aliás já aqui disse que o reitor está lá longe, como se fosse um general e é com os sargentos que quase todos lidam no dia a dia. Mas não trabalhamos para o bem comum? Ou é só o nosso sossego pessoal que interessa?
Houve com certeza muitas coisas que se fizeram, mau era, nomeadamente nas edificações imponentes que se construiram e que estão aí para todos verem.
Também no País se construíram muitas auto-estradas e em Braga muitos túneis, torres de apartamentos e centros comerciais. E o progresso visível. Mas e o invisível à primeira vista? O incentivo à colaboração com o exterior (já referi o desfalque nas verbas dos projectos..), um ambiente universitário de paz e tranquilidade, a motivação dos docentes e funcionários, de uma forma geral, um ambiente do qual nos orgulhemos e nos sintamos bem?
Ainda em relação a exerior, esperar-se-ia uma dinâmica diferente frente à fúria construtora da Câmara. Já que herdou a capitulação de anteriores reitores perante os interesses da Câmara e dos empreiteiros em relação ao espaço em frente ao Campus de Gualtar, a Quinta dos Peões, poderia ter insistido com a Câmara alternativas de espaços verdes para o campus. Em vez disso ensaiou uma liderança de Câmaras para a criação duma região do conhecimento, experiência megalómana da sua parte que falhou rotundamente.
Poderia ter dinamizado a discussão da ligação ferroviária entre as duas cidades onde se encontram os dois campi da UM, o de Braga e Guimarães, agora ainda mais relevante com o aumento do preço do petróleo, uma vez que, mérito seu, conseguiu sentar á mesma mesa os dois Presidentes das duas cidades, conhecidas pelo seu bairrismo...
Enfim, poderia mas não pôde..
É por tudo isto que a UM precisa da mobilização de todos os seus membros nos momentos decisivos que se aproximam para que a Universidade e até a cidade, passe a ter alguma esperança.

sábado, junho 07, 2008

O Conselho Geral e o início da campanha pré-eleitoral

Longe do dia a dia da UM, numa conferência noutro continente, sou transportado de novo para a realidade dos estatutos, através duma nota publicada por um grupo de membros da Assembleia Estatutária, penso que conotados com a lista candidata A.
O que surpreende nesta nota, confusa e sem muito nexo, é o facto de não dizer nada!
Assim vai a UM...Esperemos que não dizendo nada os subscritores também não recebam nada. Esperemos então pelas eleições....para o Conselho Geral, que será o objectivo. Será este o pontapé de saída para as eleições? Aguardemos novos desenvolvimentos para confirmar(ou não)as nossas suspeitas.