sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Porquê na quinta dos peões?

Num artigo de opinião no Diário do Minho foi sugerido que o futuro centro de congressos fosse para a zona de S. João da Ponte em vez da quinta dos peões. O argumento era de que seria uma forma de trazer vida para uma zona que a Câmara estará também a pensar revitalizar. Este processo em si tem tido a oposição da igreja, nomeadamente da arquidiocese de Braga, que reivindica para si a titularidade do terreno envolvendo a capela de S. João. Uma vez resolvido este diferendo, faz de facto todo o sentido ter lá um edifício deste tipo, leia-se, de elevada volumetria, uma vez que há bastante espaço e tem bons acessos. Este tipo de edifício na quinta dos peões também vai aumentar o movimento numa zona já de si com problemas de fluxo, devido à proximidade das entradas par o campus de Gualtar e ao Macdonalds e hotel Meliá. Estes dois edifícios já foram construídos na área original da quinta dos Peões embora a variante do Fojo os separe. Tanto quanto se sabe o Mcdonald’s não teve o parecer positivo da UM nem foi a discussão pública o que é grave dado o impacto que tem sobre os acessos, nomeadamente às horas das refeições. Uma vez que não houve qualquer objecção à sua instalação, quem propõe este prédio sabe que pode contar com a passividade da Academia mais uma vez, principalmente quando se trata de um edifício com objectivos "nobres", como um centro de congressos. Enganem-se aqueles que acham que o centro de congressos será um anfiteatro e pouco mais. Vão aproveitar e juntar andares com cafés, mais restaurantes, eventualmente lojas, e outros negócios. Será um mini-centro comercial. E será volumoso. Em vez de um espaço aberto que permite ao campus respirar, teremos a tapá-lo um edifício de betão e vidro com vários andares, que servirá de negócio para alguns mas não servirá para a UM. Nem dá para ir almoçar ao restaurante do campus.
Depois há a Associação Académica. Para lá dos argumentos sobre o edifício que será também algo de "encher o olho", servirá para os alunos fazerem as suas festas e praxes, pois terá com certeza um bar digno duma Associação que lucra com a cerveja mais do que com fotocópias. Basta imaginar quanta cerveja se vende no enterro da gata!
Oxalá me engane, mas o assunto é importante demais para que fique no segredo dos gabinetes ou num edital escondido num jornal local. Todos temos o direito de saber em pormenor o que se planeia de facto para este espaço.