segunda-feira, outubro 22, 2018

Investigar, a nobre atividade agora domesticada

Há uma nova onda de interesse na I&D em Portugal. São as notícias regulares sobre investigadores e os seus sucessos nos laboratórios. Compreende-se que assim seja. No entanto também há quem se aproveite desta onda, para promover a sua imagem, e quantas vezes para outros vantagens em concursos de angariação de fundos. Há, e ainda bem, uma maioria de investigadores abnegados, que gostam de investigar. O investigador e Professor Carlos Fiolhais, numa entrevista sobre o seu novo livre, chamou-lhe paixão e que os investigadores estão apaixonados pela sua profissão. Os sintomas são muitas vezes o de uma pessoa apaixonada, segundo Fiolhais, com atitudes semelhantes como uma atitude alheia ao que o rodeia e um pensamento constante no seu projeto e caminhos para o resolver. Normalmente não desiste e está anos com o mesmo projeto, tornando-se muitas vezes obsessivo em relação a ele. Também acredito que este é o investigador no seu estado mais puro. Não se deve confundir este tipo com outro tipo de investigador, mais prático, normalmente oriundo das engenharias, que procuram obter resultados finais par determinados fins práticos, que sirvam os setores das empresas em que a sua área de investigação se insere. São ambos digna da sua atividade, ou da sua profissão. Acredito que tanto uns como outros seriam bem integrados na carreira que está neste momento a tomar forma, com a integração de precários e bolseiros, os primeiros porque eventualmente poderão acabar como excelentes professores universitários ou mesmo contribuir para a descoberata de novos fármacos ou mesmo a cura de doenças, e os “engenheiros” em novos produtos processos que trazem mais produtividade, nascimento de novas empresas start-up, sustentabilidade, tão necessários ao país e no caso da sustentabilidade, ao planeta. No entanto, há outros que sem paixão, caso do primeiro caso, nem objetivos que acreditam e lutam por eles, no caso do segundo caso, para os quais um salário fixo para o resto da sua carreira será um emprego mal empregue para eles, e um desperdício de recursos do estado, que seria melhor aplicado noutras causas, como a saúde, a educação e as infraestruturas (hospitais, ferrovia, estradas) e principalmente em causas socias.