sexta-feira, fevereiro 27, 2009

O protagonismo oratório evidenciado nos debates pela lista A

A candidatura ao Conselho Geral trouxe ao de cima o melhor e o lado menos bom da natureza humana, em particular nas listas A e C.
O melhor foi, a meu ver, o voluntarismo de todos os que se empenharam neste processo eleitoral sacrificando muito do seu tempo a bem de todos. O pior, a meu ver, terá sido a procura do protagonismo
Na nossa lista, a B, sempre nos pautámos por não haver líderes mas sim uma espécie de troika que uma vez no Conselho Geral actuaria em grupo para defender o seu ideário.
Assim quando fomos a debate, não nos incomodou particularmente o facto da nossa cabeça-de-lista estar ausente, nos Açores, e por isso não poder participar no debate. De acordo com esta nossa postura, foi solicitado que fossemos representados por três elementos das posições cimeiras da lista. Tal não foi aceite, mas havendo quase um consenso na aceitação de dois elementos por parte de duas listas, a lista A continuou a insistir em ser representada por um só elemento na mesa, o cabeça de lista Prof. Licinio Lima.
Para uma lista que se diz representante da cidadania dentro da Universidade, da democracia plena, da participação de todos nos destinos da UM, é estranho esta procura de protagonismo e, sendo aceite pelos outros membros da lista, que ela se transforme numa espécie de culto da personalidade por parte dos outros membros da lista.
O Professor Licinio Lima, como tivemos ocasião de verificar, é um óptimo orador. Mas será o debate para o Conselho Geral uma questão de oratória ou antes uma forma de tentar entender as questões dos outros intervenientes e da assistência e tentar dar resposta ás perguntas que hoje mais preocupam os professores e investigadores, com informação útil? O que se verificou foi mais um "discurso tipo comício" em que numa atitude professoral e de postura antagónica mais do que colaborante em relação ao interlocutor, se atiravam chavões em vez de respostas directas.
Ora o que o Professor e Investigador quer não são chavões, mas respostas!
A única proposta concreta que se ouviu no debate por parte da lista A, foi para se alargar a plateia para o orador, desta vez no Conselho Geral, ao sugerir que as reuniões fossem abertas a todos os que quisessem assistir!

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Mais 100 decidiram apoiar a lista C

Como membro da lista B, concorrente da C, não posso senão ficar impressionado com tamanha adesão! Mas também fico intrigado com a forma como foi anunciada: "decidiram apoiar", significando exactamente o quê? E de que forma teria ocorrido tal adesão? Será que tomaram a iniciativa de contactar o cabeça de lista ou o mandatário, por e-mail, por telefone, telemóvel, correio interno, pessoalmente, como?
Imagine-se um destes colegas no seu percurso de demonstração de apoio: pensa no assunto, talvez por ter lido os textos entretanto publicados pela lista, pega no telefone e liga para o cabeça de lista ou mandatário. Que diz? Olhe, eu li este ou aquele texto e sinto uma grande sintonia com a vossa maneira de pensar e de ser. Gostaria que adicionassem o meu nome aos demais subscritores e fizessem dessa minha adesão o uso que entenderem melhor.
Ou então seria um e-mail espontâneo, e portanto do género: Sentindo-me muito enquadrado pelo vosso lema "Uma Universidade das pessoas", sendo eu uma dessas pessoas, gostaria que me incluissem na lista das pessoas. Cumprimentos...uma pessoa!
Ou então pelo correio interno: Exmos Srs, venho por este meio demonstrar a mimha disponibilidade para integrar a Vossa Lista como subscritor (uma vez que já não posso ser suplente). Pede deferimento...Um vosso servo.
Ou então pessoalmente: Você aqui? Que coincidência: ia mesmo agora contactá-lo para apoiar a vossa lista. Porquê? Não sei, talvez por pensar que isto é o destino, nós nos encontrarmos assim, sem contar...
Ou então pelo telemóvel: Estou? Olhe sou eu, o tal a quem você uma vez dirigiu a palavra: Ora bem decidi apoiar-vos pela simpatia que demonstraram para comigo. Como? aparecendo numa lista de apoiantes, claro. Não venha o diabo tecê-las.
Bem podiam rematar:Todos decidimos por espontânea vontade "and most sincerely". Decidimos o quê? Já nos esquecemos mas você vai nos lembrar publicando o nosso nome na net. Todos terminariam da seguinte forma: Um abraço
um dos 100 apoiantes tardios mas seguros e orgulhosos do que espontanemaente fizemos.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

De como uma campanha se pode distanciar da realidade

Foi difundida na UM net a mensagem de interpelação às listas candidatas ao Conselho Geral com o título "De como uma campanha se pode distanciar da realidade...".
Gostaria de comentar a título pessoal as questões nesta mensagem colocadas ás listas.
1ºFinanciamento da Universidade
Este assunto por muito que nos preocupe, não tem uma solução fácil e á vista. Se por um lado temos tido o nosso reitor muito activo a reclamar justiça na distribuição de verbas por parte do Ministério, e com actuações esporádicas e a meu ver desastrosas para tapar o o buraco financeiro, tal como a acção de em 2007 ir buscar aos projectos de ensino e de I&D verbas sem sequer discutir o assunto com os responsáveis pelos respectivos Centros de Custos (ver texto), temos de facto um silêncio ensurdecedor por parte das listas candidatas. No entanto há umas mais silenciosas que outras. A lista em que me integro, a lista B, já se pronunciou sobre este assunto procurando trazê-lo a debate, tanto na conferência de imprensa como no site e no blogue. È certo que não apontou soluções, mas também é certo que com a continuação do Reitor na UM também não será fácil ao Conselho Geral apresentar soluções inovadoras,uma vez que é o Reitor que define a estratégia. Embora a estratégia seja sancionada pelo Conselho geral, não se vislumbra um volte-face nas relações entre o Ministério e o actual Reitor. Por estas e outra razões derivadas do legado do actual reitor, a lista B pede um Novo Ciclo a partir do dia em que o Conselho Geral entre em funções, com a saída do actual Reitor e a entrada de um novo Reitor que traga uma nova visão mais fresca e mais em consonância com a estratégia do que virá a ser o Novo Conselho Geral.
Nas relações entre a Universidade e a tutela, a diplomacia é muito importante. Os responsáveis das outras Universidades têm sabido usá-la, mas ainda ontem se viu no dia da Universidade que esse não é o caminho escolhido pelo nosso Reitor, mas sim a política e o confronto, na continuação de outras acções como o ter aproveitado a presença da líder da oposição em Braga para fazer as suas queixas. A meu ver, a política não é para aqui chamada, só complica!

2º Como colmatar a deficiente máquina administrativa instalada na Academia?
Partilho esta sua opinião, aliás expressa num pequeno texto no site da lista B
O problema é sempre o mesmo: será que mantendo-se o actual Reitor em funções por mais ano e meio, vai mudar alguma coisa durante esse período? Já duas listas pelo menos se referiram à Descentralização: a lista B e a lista C. No entanto a lista B quer mudanças já! Será que a outra também as quer já?

3ºComo implementar a "coesão" quando dentro da mesma academia co-existem diferentes exigências de qualidade e desempenho, geralmente em prejuízo daqueles a quem se impõem os maiores padrões de referência ?

Bom, de facto não tenho argumentos para responder a esta questão. Penso que quando algumas listas falam em coesão, não devem estar a pensar particularmente nesta questão. Aliás pode ser contraditório referir "descentralização" e "coesão" no mesmo texto, mas isso já nos leva a outro tipo de discussão. A meu ver este problema não tem solução fácil, porque em áreas diferentes os padrões de produção científica são necessariamente diferentes. Talvez esta questão e a outra que seque:

4º E como lidar com a tradição perniciosamente instalada na academia de desresponsabilizar ou mesmo desobrigar de exigência de qualidade e desempenho quem está no topo da carreira , mas, em contrapartida, demandar elevados níveis de resposta a quem está na base da carreira ou mesmo no início da profissão ?

..terão a mesma resposta.
A resposta estará no próximo ECDU, Estatuto da Carreira Docente Universitária.

Há elementos na lista B que participam activamente no acompanhamento dos esforços dos Sindicatos em defender um ECDU justo, através da sensibilização dos colegas (blogues, e-mails, etc) que é o meu caso, ou mesmo através da sua posição no sindicato. E mais não se pode fazer, julgo eu.

5º E como responder de forma concertada e eficaz a uma massa estudantil cada vez menos preparada para o raciocínio, para o estudo, imbuída de uma cultura de facilitismo, mas a quem, apesar de tudo, compete à universidade formar e preparar para o mercado de trabalho ?

Não sendo a pessoa mais entendida neste assunto, remeto para textos de colegas meus da lista B, do IEC/IEP que referem as mesmas preocupações e colocam algumas propostas, por exemplo:
A Construção da Autonomia da Aprendizagem no Ensino Superior

Para finalizar, felicito-o pela sua iniciativa e espero que sirva de exemplo para um debate frutuoso a ter lugar nos dias de campanha que se aproximam.

domingo, fevereiro 15, 2009

As árvores da Quinta dos Peões e as eleições para o Conselho Geral

Quem passar agora na estrada entre o campus de Gualtar e a Quinta dos Peões, que era conhecida por lá se fazerem os concertos do "enterro da gata", depara com um cenário desolador de ausência das árvores que ladeavam a estrada do lado da Quinta dos Peões. A Quinta já tinha sido uma quinta experimental do Ministério da Agricultura, tendo sido negociada entre a Camara, a Universidade e um empreiteiro, não me recorda qual mas sem dúvida um dos muito badalados em Braga como tendo beneficiado do crescimento anárquico que a cidade sofreu com o consentimento e até o encorajamento da Camara. O acordo sofreu várias alterações e se me lembro a última era de que parte seria para a Universidade, a parte central, e a lateral seria para "equipamentos", salvo erro as instalações da GNR ou coisa parecida. O que é certo é que o derrube das árvores foi feito à socapa da Academia e daqueles que passam por ali todos ou quase todos os dias e daqueles que agora têm a vista desoladora que se observa das salas de aulas e dos gabinetes virados para a frente do edifício principal. Esta insensibilidade da reitoria em relação ás árvores já aconteceu quando deitaram abaixo uns sobreiros, sem autorização do Ministério do Ambiente, quando das obras para as instalações do edifício para os SASUM, salvo erro.
Uma reitoria insensível a árvores será uma reitoria sensível a pessoas? Ou será uma reitoria ávida de obras de fachada tal como a Camara de Braga?
Outra questão é se tal como em política, em vésperas de eleição para o Conselho Geral, será que um "governo de gestão", neste caso por analogia, a reitoria, devia sancionar obras (negativamente) relevantes para a Academia? Ou o negócio com a Camara e com o empreiteiro devia ser divulgado, referendado e analisado posteriormente pelo Conselho Geral, que é o orgão que já a partir de 2 de Março sanciona a estratégia do reitor para a UM? Qual a pressa para o inicio da obra na Quinta dos Peões, começando pelo abate das árvores? Será a causa as eleições para o Conselho Geral de 2 de Março? Ficam as perguntas no ar ou vamos fazê-las na campanha para ao Conselho Geral? Veremos nas próximas semanas.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

O investimento em I&D na indústria

Não tenho muita paciência para estatísticas sobre o Ensino Superior, mas recomendo para quem esteja anteressado que visite http://polike.blogspot.com/ Aqui podem-se ver estatisticas e comentários sobre essas estatísticas, sobre a I&D e o Ensino Superior. Uma estatística em particular surpreendeu-me: a afirmação por parte do MCES que o investimento das empresas em I&D foi superior ao investimento por parte do Estado. Foi razão suficiente para subirmos no ranking mundial de inovação de 22º para 17º.
Quem acredita nestas estatísticas? Só quem não conhece as outras estatísticas: o nº de patentes registadas por empresas portuguesas ou os novos produtos portugueses no mercado. Ainda há outra questão, se as estatisticas incluem empresas transnacionais: o grau e a complexidade de incorporação nacional nos produtos de elevado conteúdo tecnológico fabricados em Portugal. Depois de analisarem estes dados, digam-me: acreditam nestas estatísticas?

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Morreu John Updike

Para quem não conhece, recomendo a leitura do livro mais famoso de John Updike, que só ficou agora conhecido da muitos de vós por ter morrido e isso ter sido noticiado, da trilogia Rabbit (Coelho), e ficam a conhecer através duma vida do sr Rabbit como a vida nos EUA era no período desde o pós-guerra até aos anos 80 para o comum dos mortais. E porque é que isto tem algum interesse para nós portugueses? A não ser que nos interessemos por livros bem escritos duma forma despretenciosa, que é o meu caso, ou nos interessemos pela vida do outro lado do Atlântico, que poucos se interessam a não ser que seja a dos actores de Hollywood, não tem de facto qualquer interesse. Agora, se pensarmos um bocadinho que este foi um dos escritores mais considerados das últimas décadas, naquela que é a maior potencia editorial do Mundo mas que afinal de contas não teve um Fernando Pessoa, e nós aqui no nosso cantinho, neste país com tanta rodagem literária, não temos escritores que retratem o País duma forma tão eficiente e aliciante, e só temos escritores de ficção e um nóbel (gosto muito do Saramago mas quem sou eu para dizer que também fazia falta um não-nobel que retratasse o País real mas com vírgulas?)ou potenciais nóbeis que com palavrões pensam dar mais autenticidade aos romances (A.L.A.), ou no outro extremo os jornalistas-escritores que estão muito na moda (mas que a meu ver faziam melhor se ficassem pelos telejornais e deixarem-se de brincar aos escritores), então já começamos a pensar que também podiamos ter uns Johns Updikes que espelhassem melhor a vida em Portugal.

O Comboio Braga-Guimarães e o TGV

Todos sabemos que a auto-estrada Braga-Guimarães foi construida com uma ajudazinha do Euro 2004. Era necessário que os adeptos rapidamente chegassem a um e outro estádio, nas duas cidades, sem atrasos e mais importante, era a imagem do País que estava em jogo! Vejam a força que o futebol tem, que conseguiu ser decisivo naquilo que era mais evidente e que vinha a ser adiado durante anos!
Ora agora há uma outra mega-obra que vem a caminho, o TGV, e já se fala que havendo uma paragem em Braga, os Vimaranenses devem ter um acesso por ferrovia ao termibnal TGV em Braga. Assim, repete-se o processo: só com uma grande obra se satisfazem os anseios de décadas na ligação entre as duas cidades. E eu digo: antes assim que nunca!