sábado, março 16, 2013

As contradições do sistema eleitoral das Universidades


As eleições para o Conselho Geral já foram e ficou tudo como dantes. A Universidade não se renova, continua. Não porque a maioria esteja satisfeita com a equipa atual, mas talvez porque não há alternativas que tivessem sido reconhecidas como tal. Há que reconhecê-lo. Um empate técnico no corpo dos professores e investigadores é disso um sintoma. Tanto assim é que nenhuma das listas alternativas tinha um nome para reitor. Embora não tenha sido esse o objetivo das eleições, será esse o corolário principal do resultado das eleições, ou não fosse o reitor com a maioria do CG do seu lado, o absoluto senhor das suas decisões. Uma minoria no Conselho Geral não será impedimento de qualquer decisão por parte do reitor, será mais uma voz, só isso. Penso que isso é claro para todos. O mais caricato é que a maioria é decidida pelos estudantes. Devia haver no regulamento uma norma que impedisse isso de acontecer. Afinal não são os Professores e os Investigadores aqueles que decidem sobre o ensino e a investigação, os pilares da instituição universitária? Os alunos, devem ter um dizer nestes assuntos mas não deviam ser o fiel da balança como estão de novo a ser (já o foram nas últimas eleições). Para além do facto de a votação ter tido mais de 90% de abstenção entre os estudantes, não sendo por isso representativa desse corpo, á ainda a questão da própria Associação estar por detrás da lista vencedora. Pode-se dizer que houve uma intenção concertada por parte da Associação em ter uma posição importante no CG e daí tirar dividendos. Por outro lado teremos os cooptados também com um peso importante nas decisões, talvez demasiado importante para quem tem outras prioridades na sua vida profissional.

Mas o pior não será esta situação de continuidade no topo. O pior é a continuidade nas Escolas e nas sub-unidades orgânicas, Centros e Departamentos, duma política de imobilidade, e isso não se resolve com eleições, uma vez que os protagonistas estão demasiado próximo de eleitores, havendo um jogo de interesses contínuo entre eleitores e eleitos.