terça-feira, agosto 14, 2012

Considerações de Pré-temporada

Com o aprofundamento da crise e o governo a tentar arranjar receitas e cortar nas despesas a todo o custo, surgem situações no mínimo desajustadas. Foi anunciado como uma vitória terem sido recuperados alguns 200 milhões de euros de dinheiro que tinha sido colocado em paraísos fiscais e contas na Suíça, por ter o governo taxado a 7,5 % esse dinheiro aos que tinham declarado voluntariamente terem fugido ao fisco desta forma. Pois é, quem trabalha e leva para case o que ganhou a trabalhar paga em média alguns 15 a 25% de IRS e aqueles que angariam dinheiro sabe-se lá como, até porque a origem deste dinheiro não foi investigado, paga 7,5%. Para além de não serem acusados, constituindo portanto este ato do governo uma amnistia, o governo ainda por cima concede uma taxa extremamente generosa. Para a classe média, professores incluídos, é o que se vè: além de lhe terem tirado os subsídios de férias e de natal, em cima dos cortes no salário que vinham do anterior governo e que não foi reposta, há ainda o que foi acrescentado à conta mensal: IMI mais alto, taxas moderadoras mais altas, IVA na alimentação mais elevado, propinas dos filhos na Universidade mais altas, etc. Querem acabar com a classe média? Passamos a ser a típica república das bananas, com os ricos cada vez mais ricos e em pequeno número, a classe média quase não existe e engrossa a classe dos pobres. Os pobres por sua vez são cada vez mais pobres e desamparados. Com a poupança no rendimente minimo, o encurtar do período do subsídio de desemprego, o corte nas pensões, as taxas moderadorea ainda para muitos que não têm isenção, como sobrevivem? Mas o que é mais grave é que o futuro que está nos jovens não nos dá esperança uma vez que os nossos jovens estão todos a emigrar e aqueles que serão os mais qualificados, mais de 60%, afirmam em sondagem recente que pretendem emigrar. Se continuarmos assim, senhor Passos, teremos um país de reformados e ninguém para produzir riqueza. Nessa altura já a Europa da sra. Merckle e do sr. Hollande, recebeu a mão de obra portuguesa que permitirá que continue a produzir riqueza que fica lá, e que se vier virá como esmola e não como pagamento. Há quem diga que a austeridade é fruto do sr. Passos Coelho ser um bom aluno da sr Merckle. Penso que será mais uma atitude de sobreserviência ou de falta de ideias para fazer algo de diferente do que aquela que aprendeu na cartilha da austeridade. Esta semana é a rentrée do PSD e curiosamente do futebol. Será que o PM e o Sá Pinto não podem combinar a estratégia para o País e para o futebol da mesma forma? Defender sim mas é preciso atacar também, para marcar golos. Eu gostaria que assim fosse, como português e como sportinguista.