domingo, junho 09, 2013

Vêm aí os despedimentos no Ensino Superior

Vêm aí os despedimentos no Ensino Superior.  Já foi dito pelo Secretário de Estado da tutela e a sua anunciação está na proposta de lei nº154/XII/2 a ser apresentado à Assembleia da República dia 12 deste mês, daqui a dois dias. Não houve sequer negociação, embora a SNEsup dê a atender que foi fruto da pressão negocial deles que foi introduzida a cláusula de salvaguarda no nº 4 do artº 4 da "especificidade em relação ao respetivo corpo docente e investigador", o que quer que isso signifique (o que é específico se não quase tudo?).
Esta proposta de lei também "especifica" quem serão os primeiros a ser enviados para a mobilidade, leia-se desemprego: os Assistentes e Professores Convidados. Mas não ficam a salvo aqueles Professores Auxiliares que não têm ainda os 5 anos. Não se sabe como se vai mobilizar o pessoal docente daqueles departamentos que já não têm ninguém nestas condições. E é que são muitos, na Engenharia pelo menos. Parece que quem vai decidir são as chefias intermédias, que no caso dos Professores serão os chefes de departamento. Como se exige dois, o outro será o diretor do Centro? São duvidas que em breve serão dissipadas. Quanto aos critérios, há aquilo que se chama a Avaliação do desempenho que no caso dos funcionários será o SIADAP e no caso dos Professores o RAD? É que nem todos os Professores foram avaliados pelo RAD. A outra possibilidade será a "avaliação da competência profissional", o que basicamente será a adequabilidade às suas funções. Pode ser arbitrário uma vez que o que se pode dizer de um professor em relação a isto? Para um técnico será mais fácil se por exemplo não tiver capacidade de utilizar um determinado programa informático, mas em relação a um professor? Pois se ele foi contratado para lecionar uma determinada área como decidir que não tem "competência profissional"?
São todas estas questões que fazem com que todo este processo vá ser polémico e eu não quero estar onde isso acontecer. Não quero ver os mais vulneráveis mais uma vez a serem despedidos (já foram os leitores e convidados). Não quero ver os protegidos das chefias a serem poupados, aqueles que até foram beneficiados no passado, com promoções, prémios e outras benesses. Já chega de ouvir e sentir também na pele, os funcionários públicos a serem privados de parte dos seus salários, para agora estar no meio de um processo de despedimento que nos vai tocar de muito perto. E é para começar ainda este ano, ao contrário dos outros professores do básico e secundário, que podem esperar para o ano, vá-se lá saber porquê, ou por outra, sabemos que é por serem os que têm mais força negocial. E não foram avaliados, o que dificulta o critério de base, ou seja,  a avaliação do desempenho. Eles lá sabiam porque não queriam a avaliação....

sábado, maio 25, 2013

Fim de ciclo de um curso e uma ideia alternativa

Na Universidade do Minho em Guimarães no Departamento de Engenharia Textil há 30 anos atrás, 1983, os professores eram jovens e os alunos também. Agora, os professores não são novos e os alunos também o não são, se considerarmos a média normal de idades dos alunos universitários. Que situação! Os professores, muitos a caminho da reforma, e nenhuns com menos de 45 anos, os alunos são do curso pós-laboral já com as suas vidas organizadas durante  dia, com pouco entusiamo para ouvirem a teoria da que se ensina no curso, ansiosos por aprenderem coisas práticas e novas. Portanto que conclusão tiramos do curso? É um fim de ciclo. O que os professores têm, ou pelo menos alguns, é experiência e neste ramo não há muitos que tenham essa experiência combinada de tecnologia e ciência.
A partir de agora, o ensino terá que ser de outra forma, mais personalizado, com os professores a transmitirem os seus conhecimentos com base na sua experiência, não através de um curso já esgotado, mas tem que ser de uma forma diferente. O reduzido número de alunos presta-se a isso. Se cada professor tomasse nas suas mãos o ensino e orientação pedagógica e científica de 5 alunos, cobrir-se-ia dessa forma todos os alunos de engenharia textil. O aluno podia ter os dois primeiros anos de ensino geral, e a partir daí ficaria a estudar só com um professor. Os professores deviam ser escolhidos entre os mais experientes em termos de projetos de I&DT e de PSECS, e estabelecer o ranking. Ao esgotar os alunos os restantes professores ficariam sem alunos mas com outras tarefas, e com a obrigatoriedade de estabelecer contactos com a indústria e de se candidatarem a projetos de IDT par ganharem experiência tanto industrial como científica. Poderiam também fazer parte do grupo dos professores mais experientes e coadjuvá-los.
Aqui fica a ideia.