Agora que estamos a chegar ao fim do ano, olhamos para trás e vemos que o ano até não foi tão mau como se esperava para o ensino superior. Os cortes foram minimizados à última hora, fruto da pressão que os reitores fizeram junto do ministro Crato, e o número de alunos e a nota de entrada manteve-se. A Universidade do Minho entretanto pela mão do reitor apresenta um plano estratégico otimista, em que um dos pontos fortes é o do que número de alunos que aumenta. Como? Principalmente com alunos estrangeiros do segundo e terceiro ciclo, referindo-se como prioridade os alunos dos países de língua portuguesa. Já é aliás uma realidade a presença de alunos provenientes dos países de países da CPLP, Brasil com o maior número. Os alunos que cá vêm, de várias origens académicas, têm como objetivo obter um diploma que lhes vai valer bastante no país de origem, sendo certo que têm a noção que isso é quase garantido. Quem lhes confere essa noção não sei. Talvez seja do que já ouviram de colegas que já obtiveram o diploma ou se são os professores que lhes transmitem esse facilitismo. Penso que será um risco para a imagem da Universidade transmitir essa mensagem de facilitismo, porque a mensagem a médio prazo para o exterior, seja no país de origem ou seja no estrangeiro em geral, vai mais tarde provocar danos no recrutamento demais aluno desses países, por os futuros alunos e as instituições que os subsidiam não considerarem o nosso ensino suficientemente exigente. Nós próprios que também não tinhamos condições na altura para fazer cá o doutoramento, quando procurávamos locais para doutoramento no estrangeiro, procurávamos as melhores instituições, conscientes que o seu nome iria ficar colado para sempre ao nosso currículo.
Concluindo, quando se fala em quantidade, neste caso de alunos estrangeiros mas que se aplica também aos alunos nacionais, fico sempre preocupado com a qualidade.
sábado, dezembro 22, 2012
domingo, dezembro 16, 2012
O RJIES para profissionais de eleições
Estamos no meio ou fim de eleições para os Conselhos das Escolas e a caminho das eleições para o Conselho Geral da UM. Por muito democráticas que sejam as eleições para estes órgãos, o que de facto está a acontecer são movimentações para a eleição dos futuros líderes, sejam os das Escolas ou, no caso do Conselho Geral, o próprio reitor. Assim, o RJIES, tira à Academia a possibilidade de votar diretamente para estes lugares de topo. O Universo dos eleitores da Universidade seria demasiado amplo para poder haver este tipo de jogo, sendo por isso muito menos permeável a pressões e angariações de apoiantes do que com o regime atual de eleição de colégio eleitoral. Na perpetuação dos lugares pelos mesmos de sempre, o RJIES serve-lhes às mil maravilhas. uma vez que têm ao longo dos tempos juntado grupos de apoiantes em lugares chave, que lhes são dedicados, e que trabalham nos bastidores para conservar os seus privilégios através da angariação de votos de subordinados, demasiado vulneráveis para não alinharem. Outros, que não estão no poder mas querem lá chegar, socorrem-se muitas vezes de argumentos populistas, muitas vezes conotados com um certo facilitismo para a carreira dos Professores, como seja o processo de avaliação. Nem num caso nem noutro a democracia fica bem servida. O que se passa com as listas é uma extrapolação do que se passa nos departamentos, em que por serem unidades mais pequenas a totalidade dos eleitores do departamento é também angariada por estes profissionais de política, para alcançarem o seu objetivo. E quem são estes profissionais? São normalmente professores como nós. Têm no entanto uma agenda diferente que a maioria dos professores. São ambiciosos e querem os lugares de topo para se vangloriarem perante os demais mortais com o seu ego e assim provarem a si próprios e aos outros que têm uma missão, que é demasiado importante para se entregar a outros, sendo os outros todos nós.
sábado, dezembro 08, 2012
O reitor da UP no seu melhor desmistifica funções e eleições para o Conselho Geral
Fez o reitor da Universidade do Porto mais uma demonstração
de não gostar das eventuais limitações do seu cargo, que quanto a ele devia-lhe
conceder poder absoluto. Primeiro foi uma tentativa de eliminar as eleições das
faculdades, para ser ele a mandar diretamente. Agora quer interferir com o
ECDU, o Estatuto da Carreira Docente Universitária, nomeadamente nos concursos
para os lugares de Professores Catedrático e Associado. Afirma que os
avaliadores que são escolhidos segundo o seu currículo, e com uma categoria
superior ao do candidato, nunca podem avaliar tão bem como o senhor reitor que
foi quem delineou a estratégia para a Universidade. Pode-se ser no blogue empreender de Vasco Eiriz o relato:Tal como está, vem um júri de sete pessoas, a maioria de fora, e a gente acredita que o júri vai escolher a pessoa mais adequada, mas o júri não conhece a estratégia da universidade. Apesar disso, o júri diz ‘Pá, é este’ E com base em que aspeto da
estratégia é que o sr. reitor escolhe o candidato? Só pode ser com base na
excelência científica e pedagógica ou não é assim? Nesse caso não serão os
Professores da mesma área científica como o ECDU impõe que estarão em melhor
posição deavaliar os candidatos que o sr reitor? Ou a avaliação tem outros
contornos como sendo uma sintonia com uma estratégia do reitor? Se isto não é deturpação
de todos os princípios de objetividade, então que se explique melhor o sr reitor
da U.P.! Agora que já não tem mais nenhum mandato a cumprir, as tentativas
desesperadas de controlo absoluto são umas atrás das outras! Como pode um
Conselho Geral pactuar com tais atitudes? Ou será que ele tem maioria no
Conselho Geral uma vez que foi eleito por esse órgão? Aí estão as contradições
do RJIES no que respeita ao Conselho Geral, nas suas supostas funções, que são
fiscalizar as ações do reitor, o que manifestamente não pode fazer uma vez que
o elegeu. Na Universidade do Porto ou noutra qualquer. Este é um exemplo do pior
do RJIES que se refletirá nas eleições para este órgão na U.M. uma vez que os
eleitores têm essa percepção, que a eleição para o Conselho Geral só serve para
eleger o reitor.
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sábado, dezembro 01, 2012
Os enigmas na avaliação de funcionários e professores
Na avaliação dos Professores não se sabe se os resultados vão ser
divulgados. Discutiu-se muito no passado de os então resultados das avaliações e
no caso da Escola de Engenharia a discussão incidia sobre um relatório bianual preenchido pelos Professores. No caso dos
funcionários li uma notícia de um caso no tribunal de um funcionário que contestou a
sua avaliação e que queria saber quem eram os felizes contemplados com
excelente no regime de quotas. O tribunal deu-lhe razão. Não entendo porque é
que as Universidades não divulgam quem teve excelente, por exemplo. Seria
natural que isso funcionasse como um estímulo para os próprios e para os
outros. Ou não. Pode até acontecer que alguns desses excelentes sejam
atribuições que não contemplam somente o mérito relativo aos outros
concorrentes, o que num regime de quotas prejudicaria os outros candidatos à
classificação de excelente, como supostamente teria acontecido no caso
relatado. Pela razão do estímulo ou pela da transparência, seria importante
revelar pelo menos quem teve excelente. Já os outros com muito bom, bom ou
inferior, não se ganha nada em revelar e poderia ser incómodo para quem teve
classificações baixas, em termos de imagem e auto-estima, podendo inclusive ser
usado contra o avaliado pelos seus superiores. Nestes casos seria mais correto divulgar
com autorização do avaliado. No caso dos Professores, a avaliação na Escola de
Engenharia por exemplo, teve a particularidade de permitir que os Professores optassem
por não ser avaliados no período de 2008-2012, o que no reglamento original
seria só aplicável aos anos anteriores a 2008. Isto por si só implica que neste
caso a avaliação por quotas, os excelentes, fique comprometida. Por isso
teremos que esperar até à próxima avaliação para sugerir que os excelentes
sejam divulgados. Depois ainda há a complicação do resultado ser anual e não
referente ao período completo. Parece que já se fazem os regulamentos da
avaliação para que não sejam completamente transparentes, tanto no caso dos
funcionários como dos Professores. No primeiro caso a avaliação é potencialmente subjetiva, por não haver, como há no caso dos Professores, parâmetros claros e
quantificáveis (publicações científicas, por exemplo). No caso dos Professores
avançam e recuam constantemente com o processo de avaliação, provocando uma
confusão tal que ninguém ao certo sabe se vale a pena ser avaliado ou não,
independentemente de não ser previsível a compensação remuneratória por via dos
escalões para queles que alcançam o excelente, devido aos cortes orçamentais na
função pública. Mas ao menos seria um reconhecimento do trabalho desenvolvido
por aqueles que ainda levam muito a sério as suas funções.
quarta-feira, novembro 14, 2012
Os cortes anunciados serão denunciados?
O reitor junto com outros reitores, pôs a nu aquilo que nos espera. Não tive oportunidade de estar presente mas na imprensa veio mencionado um rol de cortes que se têm que fazer na UM, desde cortes no aquecimento à possibilidade de despedir pessoal, uma vez que aparentemente por mais que se corte na energia e naquilo que diz respeito às instalações, nunca chega aos mais de 9% de cortes exigido pelo governo. Sendo este o propósito do governo, aliado ao facto de haver intenção de despedir funcionários públicos, não restam muitas dúvidas que serão esses os próximos cortes. Quando isso acontecer, através de rescisões amigáveis no início e coercivas depois, quero ver quais serão os critérios usados. Serão os serviços a indicar os que estão "a mais", mais provável, ou será um corte baseado em avaliações feitas nos últimos anos? Ou será um misto de ambos? Haverá com certeza injustiças, mas uma coisa e certa, só quem fica ficará para contar a história e mesmo assim cada história de cada injustiça será segredada e não denunciada. Oxalá me engane.
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