terça-feira, outubro 16, 2018

Mensagem aos professores do ensino superior

Têm sido escassas as críticas ao estabelecido nas progressões na carreira pela Universidade do Minho, desde que foi anunciado que aqueles que obtiveram excelente na avaliação serão os felizes comtemplados. Os outros não, embora também tivessem direito. Dir-se-ia que calaram os críticos, ou porque os habituais críticos serão uns desses felizes contemplados, ou que desistiram por não terem o apoio dos colegas nem dos sindicatos. Penso que é importante não desistir de reclamar aquilo que é justo e que está estabelecido nos estatutos da UM e eventualmente também nas outras Universidades, ou seja, progressão a todos os professores quando atinjam 10 pontos na classificação. É no mínimo estranho, que os sindicatos do ensino superior, tal como o SNESUP, ter como prioridade além da contratação sem atrasos dos precários na investigação científica, a sua progressão na carreira, ou seja dois em um, e deixar cair a insistência em pressionar o governo a cumprir a lei no que respeita à progressão dos professores. Foi evidente no passado dia 10 qual a prioridade do sindicato na ida à Assembleia da República. As carreiras dos professores e dos investigadores é suficientemente independente e diferenciada, com responsabilidades muito diferentes, para que se justificasse um sindicato só para os professores do ensino superior, mas já que náo há, é no mínimo justo que se comece pela carreira mais antiga e mais estagnada, por ter sido aquela que eram de facto a base do sindicato, antes de haver investigadores inseridos numa carreira de investigação científica com alguma expressão. Neste momento, quer-se criar uma carreira científica que muito aplaudem. Outros têm dúvidas se um investigador com segurança de trabalho, se empenhará a investigar por decreto. Seja como for, "first things first", ou seja, os professores já estão à espera da progressão e estão a ser avaliados desde 2004. Os investigadores ainda agora estão a dar os primeiros passos. Quem não acaba uma tarefa e inicia outra, não é um bom gestor, no mínimo é uma crítica que podemos fazer aos dirigentes sindicasi do SNESUP. Pode ser mais popular, nos dias que correm, mais politicamente correto, mas não faz justiça aos objetivos a que se propuseram, defender os interesses da classe (existente). Mas, como já aqui foi escrito, os professores do ensino superior, e em particular os universitários, têm o sindicato que merecem dado a sua ausência de militância. Por isso não se queixem. Se estão à espera que se lembrem de vós, esqueçam, ninguém relevante o vai fazer. Os professores do ensino universitário deviam fazer-se notados, no mínimo, e incómodos, para realmente terem uma oportunidade de serem ressarcidos do que lhes devem.

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