Fez o reitor da Universidade do Porto mais uma demonstração
de não gostar das eventuais limitações do seu cargo, que quanto a ele devia-lhe
conceder poder absoluto. Primeiro foi uma tentativa de eliminar as eleições das
faculdades, para ser ele a mandar diretamente. Agora quer interferir com o
ECDU, o Estatuto da Carreira Docente Universitária, nomeadamente nos concursos
para os lugares de Professores Catedrático e Associado. Afirma que os
avaliadores que são escolhidos segundo o seu currículo, e com uma categoria
superior ao do candidato, nunca podem avaliar tão bem como o senhor reitor que
foi quem delineou a estratégia para a Universidade. Pode-se ser no blogue empreender de Vasco Eiriz o relato:Tal como está, vem um júri de sete pessoas, a maioria de fora, e a gente acredita que o júri vai escolher a pessoa mais adequada, mas o júri não conhece a estratégia da universidade. Apesar disso, o júri diz ‘Pá, é este’ E com base em que aspeto da
estratégia é que o sr. reitor escolhe o candidato? Só pode ser com base na
excelência científica e pedagógica ou não é assim? Nesse caso não serão os
Professores da mesma área científica como o ECDU impõe que estarão em melhor
posição deavaliar os candidatos que o sr reitor? Ou a avaliação tem outros
contornos como sendo uma sintonia com uma estratégia do reitor? Se isto não é deturpação
de todos os princípios de objetividade, então que se explique melhor o sr reitor
da U.P.! Agora que já não tem mais nenhum mandato a cumprir, as tentativas
desesperadas de controlo absoluto são umas atrás das outras! Como pode um
Conselho Geral pactuar com tais atitudes? Ou será que ele tem maioria no
Conselho Geral uma vez que foi eleito por esse órgão? Aí estão as contradições
do RJIES no que respeita ao Conselho Geral, nas suas supostas funções, que são
fiscalizar as ações do reitor, o que manifestamente não pode fazer uma vez que
o elegeu. Na Universidade do Porto ou noutra qualquer. Este é um exemplo do pior
do RJIES que se refletirá nas eleições para este órgão na U.M. uma vez que os
eleitores têm essa percepção, que a eleição para o Conselho Geral só serve para
eleger o reitor.
sábado, dezembro 08, 2012
sábado, dezembro 01, 2012
Os enigmas na avaliação de funcionários e professores
Na avaliação dos Professores não se sabe se os resultados vão ser
divulgados. Discutiu-se muito no passado de os então resultados das avaliações e
no caso da Escola de Engenharia a discussão incidia sobre um relatório bianual preenchido pelos Professores. No caso dos
funcionários li uma notícia de um caso no tribunal de um funcionário que contestou a
sua avaliação e que queria saber quem eram os felizes contemplados com
excelente no regime de quotas. O tribunal deu-lhe razão. Não entendo porque é
que as Universidades não divulgam quem teve excelente, por exemplo. Seria
natural que isso funcionasse como um estímulo para os próprios e para os
outros. Ou não. Pode até acontecer que alguns desses excelentes sejam
atribuições que não contemplam somente o mérito relativo aos outros
concorrentes, o que num regime de quotas prejudicaria os outros candidatos à
classificação de excelente, como supostamente teria acontecido no caso
relatado. Pela razão do estímulo ou pela da transparência, seria importante
revelar pelo menos quem teve excelente. Já os outros com muito bom, bom ou
inferior, não se ganha nada em revelar e poderia ser incómodo para quem teve
classificações baixas, em termos de imagem e auto-estima, podendo inclusive ser
usado contra o avaliado pelos seus superiores. Nestes casos seria mais correto divulgar
com autorização do avaliado. No caso dos Professores, a avaliação na Escola de
Engenharia por exemplo, teve a particularidade de permitir que os Professores optassem
por não ser avaliados no período de 2008-2012, o que no reglamento original
seria só aplicável aos anos anteriores a 2008. Isto por si só implica que neste
caso a avaliação por quotas, os excelentes, fique comprometida. Por isso
teremos que esperar até à próxima avaliação para sugerir que os excelentes
sejam divulgados. Depois ainda há a complicação do resultado ser anual e não
referente ao período completo. Parece que já se fazem os regulamentos da
avaliação para que não sejam completamente transparentes, tanto no caso dos
funcionários como dos Professores. No primeiro caso a avaliação é potencialmente subjetiva, por não haver, como há no caso dos Professores, parâmetros claros e
quantificáveis (publicações científicas, por exemplo). No caso dos Professores
avançam e recuam constantemente com o processo de avaliação, provocando uma
confusão tal que ninguém ao certo sabe se vale a pena ser avaliado ou não,
independentemente de não ser previsível a compensação remuneratória por via dos
escalões para queles que alcançam o excelente, devido aos cortes orçamentais na
função pública. Mas ao menos seria um reconhecimento do trabalho desenvolvido
por aqueles que ainda levam muito a sério as suas funções.
quarta-feira, novembro 14, 2012
Os cortes anunciados serão denunciados?
O reitor junto com outros reitores, pôs a nu aquilo que nos espera. Não tive oportunidade de estar presente mas na imprensa veio mencionado um rol de cortes que se têm que fazer na UM, desde cortes no aquecimento à possibilidade de despedir pessoal, uma vez que aparentemente por mais que se corte na energia e naquilo que diz respeito às instalações, nunca chega aos mais de 9% de cortes exigido pelo governo. Sendo este o propósito do governo, aliado ao facto de haver intenção de despedir funcionários públicos, não restam muitas dúvidas que serão esses os próximos cortes. Quando isso acontecer, através de rescisões amigáveis no início e coercivas depois, quero ver quais serão os critérios usados. Serão os serviços a indicar os que estão "a mais", mais provável, ou será um corte baseado em avaliações feitas nos últimos anos? Ou será um misto de ambos? Haverá com certeza injustiças, mas uma coisa e certa, só quem fica ficará para contar a história e mesmo assim cada história de cada injustiça será segredada e não denunciada. Oxalá me engane.
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Avaliação docentes,
Política
quinta-feira, outubro 25, 2012
Trabalhar para aquecer
O Reitor veio dizer que é necessário cortar no aquecimento no inverno devido a cortes no orçamento da UM. O reitor do Instituto Superior Tècnico prefere fechar por períodos de tempo as instalações. E fechar de vez? Cortar no aquecimento ou fechar de vez as instalações? Talvez seja melhor fechar porque "trabalhar para aquecer" é o que já se vai fazer em muitos locais de trabalho das universidades, perdoem-me a provocação. Mas numa visão pessimista, se os cursos de humanidades não têm saída (por não haver lugares para os professores e psicólogos nas escolas), se a investigação não se aplica nas empresas e a ID fundamental de excelência (uma aposta no futuro)não vai sobreviver com os cortes anunciados da FCT, se o ensino de enfermagem e de engenharia civil é para benefício dos países para onde emigram os jovens licenciados, se os outros cursos de engenharia vão pelo mesmo caminho, se o direito gera advogados para o desemprego, a gestão idem aspas, então o ensino será mesmo só para "aquecer". Este governo que pense nisso e que veja bem o buraco em que nos está a meter.
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