domingo, julho 25, 2010

Avaliação de docentes na Escola de Engenharia: recuo nos avaliadores e "ponderação" ao estilo de Bolonha

Após discussão em plenário e análise de propostas de alteração, a Escola de Engenharia propôs outro documento em que se nota que houve um recuo na divergência que havia com o documento geral de avaliação, o RAD-UM, que serviu de base à elaboração do RAD-EEUM, nomeadamente no que respeitava aos avaliadores. O bom senso prevaleceu e já não são os Directores de departamento que avaliam os docentes. Tal como já foi aqui escrito, seria também uma aberração em termos de ECDU, uma vez que os Directores de Departamentos, poderiam não ser da mesma área específica do avaliado e poderiam ter um grau inferior ao avaliado. Os avaliadores são agora, tal como estipula o documento de base, o RAD-UM, Professores catedráticos nomeados pela Comissão avaliadora. Espera-se que agora o documento seja rapidamente homologado, uma vez que não há discrepâncias de maior com o documento base, o que será positivo para os docentes que já estão há muito à espera da subida de escalão, congelada que foi durante anos pelo senhor Ministro da tutela. A nova condição para a mudança de escalão é que tenham excelente durante duas avaliações consecutivas ou quando somarem 9 pontos, que será na maior parte dos casos obtida em três avaliações consecutivas (antes a subida era automática).
A ponderação também foi alterada em alguns critérios, sendo aqueles que provocaram mais discussão no plenário os que mais se alteraram. Assim, no que respeita ás publicações científicas, o número de autores tem mais peso na alteração da pontuação que antes, chegando aos 50% de ponderação para 4 autores o que estará mais de acordo com o que de facto acontece, uma vez que com mais de dois autores, um sendo o autor e o outro o "supervisor", o trabalho de todos dificilmente terá o mesmo grau de empenho e execução, para não falar de iniciativa e grau de dificuldade, que o trabalho de um só autor. Haverá sempre um grau de injustiça quando um autor trabalha mais que os outros e todos são contemplados da mesma forma, mas cabe ao autor principal evitar que isso aconteça, não recorrendo a terceiros que exijam que o seu nome faça parte da publicação. Cabe também ao supervisor não fazer esse exercício de trocar nomes entre equipas, só com o intuito de multiplicar o número de publicações. Essa prática tem vindo a ser mais comum nos últimos anos em grandes equipas, com a consequente inflação de publicações para alguns, que aparecem com centenas de publicações sem muitas vezes terem tido qualquer interferência no trabalho. Seria até mais justo que a ordenação dos autores pesasse na classificação final. Por exemplo, seguindo a norma instalada que o primeiro da lista de autores foi quem fez grande parte do trabalho e o último é o supervisor ou o "chefe" da equipa, o primeiro autor teria o uma ponderação de 50%, o último (supervisor que supostamente teve a ideia do trabalho e orientou) 25%, e os restantes 25% seriam divididos pelos restantes autores. Mas enfim, a proposta já é bastante mais justa do que anteriormente, e quanto mais "entropia" se mete no sistema mais complicado se torna, e isso também não ajuda nada à distinção entre quem realmente vale uma classificação de "excelente" e quem através de uma infinidade de critérios conseguiu lá chegar, sem realmente o merecer. Isto é o que acontece, após Bolonha, cada vez mais na avaliação dos alunos com a proliferação de trabalhos em detrimento de testes e exames. Há uma maior subjectividade na análise de trabalhos (dissertações) do que em testes e exames, disso não há dúvida, e com todas as componentes que constituem a avaliação, incluindo a autoavaliação dos alunos, a dissertação em si, a apresentação, "a presença em palco" e outras componentes que os docentes se lembrem de introduzir, acabam quase todos por ter a mesma nota. Na Avaliação dos docentes com tantas componentes pode acontecer o mesmo, com quase todos os docente nivelados (por cima ou por baixo, mas desconfio que será por cima). Por exemplo na componente de investigação há 15 possibilidades de pontuação, havendo mesmo equivalências estranhas, como a equiparação dum artigo numa publicação internacional a um "artigo" numa publicação dum livro de Actas duma conferência internacional, desde que estejam ambas no ISI web of knowledge, como se um artigo que é examinado por vários "referees" ao pormenor se comparasse com uma apresentação numa conferência, transcrita para um livro da Actas, em que na maioria dos casos a Comissão Científica da conferência limita-se a verificar a relevãncia do "abstract" para o tema da conferência e a confirmar idoniedade dos autores. No caso dos docentes ainda há a possibilidade de alternativa de escolha na ponderação (ensino/investigação é a mais óbvia, sendo que o docente escolhe aquela que mais lhe convém), o que "corrige" desvios para classificações inferiores.
Mas enfim, podemos dizer que o Ministro teve aquilo que merecia, ao retirar a subida de escalão automática de escalão por razões economicistas, pois quem faz a avaliação não está a pensar nesses termos, mas tão só em passar por mais esta burocracia sem fazer "muitas ondas".

terça-feira, julho 20, 2010

Plenário da Escola de Engenharia sobre Regulamento de Avaliação dos Docentes

Ontem, segunda-feira, houve um plenário para apresentação e colocação de questões sobre o RAD-EEUM, o regulamento da Escola de Engenharia para a Avaliação dos docentes. O documento é extenso e bastante completo no que respeita a fórmulas de cálculo e o tipo de produção científica, pedagógica e de extensão universitária, que poderá ser apresentada como currículo (curiosamente o único tipo de produção científica que não é considerado é a publicação em livros e revistas nacionais, o que diz muito sobre a nossa auto-estima). Pode-se dizer que quem fez o documento teve a preocupação da objectividade e o resultado poderia ser realmente uma avaliação objectiva, uma vez que tudo tem uma classificação, desde o artigo numa revista internacional de grande prestígio à apresentação em conferências internacionais, desde que faça parte das Actas de conferência ( proceedings). O problema é que, segundo o que percebi quando coloquei uma questão sobre ponderação e um comentário sobre actas (proceedings), toda esta objectividade cai por terra quando se abre a malha e se permite que a ponderação seja à medida do freguês (em linguagem de merceeiro, já que as fórmulas também são de "papel e lápis"). Salvaguardando a minha possível má interpretação, percebi que o mais importante em todo este processo, não era avaliar rigorosamente o docente, mas antes avaliar a auto-avaliação do docente, que não é exactamente a mesma coisa. Assim, foi exemplificado que se um docente é mais forte numa determinada componente da avaliação, ele próprio confere a ponderação máxima a essa componente para assim obter a pontuação máxima. Por exemplo, a ponderação da componente científica vai de 20% a 60% e a componente pedagógica também vai de 20% a 60%. Um docente que tenha muitas aulas, tenha feito uns textos pedagógicos (ou copiado os antigos pois não há um controle em relação a isso) e tenha uma avaliação dos alunos muito positiva (poderá até ser por ter distribuído notas altas a todos antes de ser avaliado), mas não tem qualquer publicação científica em três anos e terá um ou dois proceedings e umas presenças em júris do 2º e 3º ciclo (até poderá ser por nomeação..), escolherá a ponderação 20% para a componente científica e 60% para a componente pedagógica. Outro docente que seguindo as regras actuais (e não as que são propostas pela Informática de equiparar alguns proceedings a publicações em revista internacionais) e tem vários artigos em revistas internacionais, deu as suas aulas que tem que tal como o colega do exemplo anterior, fez os apontamento tal como o colega, mas não relevou esta componente porque acredita que a excelência está na componente científica e não no que é pago para fazer (ensinar), porá a ênfase nesta componente atribuindo à componente científica 60% e à pedagógica 20%. Considerando que a outra componente de gestão e extensão universitária será equivalente para ambos os casos, e que seja relevante, podemos ter a mesma classificação de excelente para os dois casos.
Mesmo considerando que a componente pedagógica é tão importante como a científica, só o facto de ela não poder ser objectivamente avaliada, pelas razões já apontadas (entre parêntesis), seria razão suficiente para não considerá-las da mesma forma. Outra razão seria a de que um docente é pago para dar aulas e pode passar uma carreira inteira, desde que tenha conseguido a nomeação definitiva, sem fazer qualquer investigação podendo mesmo não pôr os pés na Universidade indo para casa ou para outras actividades, logo após as aulas. No entanto pode por este processo de avaliação ter uma boa classificação, eventualmente excelente, e ultrapassar na promoção de escalões outros que fazendo investigação e dando aulas, não foram tão inventivos em relação à apresentação da componente pedagógica nem tiveram tantos lugares em júri atribuído pelo director de curso, por exemplo.
Se a Escola de Engenharia pretende como foi apresentado no programa eleitoral ser uma das melhores do País, não pode seguir por esta via da Avaliação dos docentes, pela simples razão que está a retirar o incentivo à investigação científica e a pactuar com os que se refugiam em inúmeras tarefas ditas pedagógicas por não terem iniciativa nem capacidade para fazer investigação. Alguns destes estarão já em lugares que influenciam a decisão sobre o regulamento, deturpando todo o processo à nascença e conforme a sua medida. O facto da avaliação dos docentes da Escola ser proposta para ser efectuado pelos Directores dos Departamentos, fazendo tábua rasa do ECDU e do próprio regulamento geral da UM, o RAD-UM, que estipula que se siga a hierarquia e que sejam os mais graduados (neste caso os Professores Catedráticos), a avaliar os outros, vai no mesmo sentido, e desconfio que foi proposto pelas mesmas pessoas que sugeriram que a componente pedagógica fosse tão relevante como a componente científica, porque quem fez as duas propostas, será sempre alguém que não segue o ECDU, e muito provavelmente será alguém, que não sendo Professor Catedrático, ocupa um lugar relevante da orgânica da Escola. Os Professores Catedráticos devem ser avaliados tal como todos os outros, isso não está em causa. O que está em causa é que para todos os docentes, a avaliação deve ser feita por um especialista na matéria que tenha dado provas que o é, seja Catedrático ou não, e não por alguém que se limita a fazer as contas e a atribuir uma classificação segundo as fórmulas, mas alguém que entenda se uma revista científica é relevante, se uma acta (proceedings) é duma conferência de prestígio e se o assunto que o docente foca é relevante e está enquadrado na linha de investigação do Centro e na componente pedagógica saber avaliar se os textos pedagógicos são novos e de boa qualidade. Claro que as revistas e as conferências que aparecem no ISIS com um factor de impacto razoável, podem ser também “somadas” por quem se limita a fazer as contas. Mas mesmo assim há um factor de correcção, que deve ser atribuído pelo docente mais graduado nessa área. No caso da proposta da Escola de Engenharia, existe esse factor, que pode ser uma multiplicação por 1,15, mas também é atribuído pelo Director de Departamento!
È compreensível que a classificação dos docentes não deve ser utilizada para penalizar os docentes na sua progressão pelos escalões remuneratórios e por isso compreende-se que se dê muita atenção à auto-avaliação feita pelo próprio. No entanto, o avaliador deve fazer o seu papel, tendo em conta não só a avaliação do candidato mas os seus próprios critérios. Senão a avaliação em vez de permitir que os docentes progridem, terá o efeito de quase todos serem excelentes e o resto muito-bons, como o era na classificação de funcionários antes do SIADAP. Se não há quotas como há para os funcionários, em que 5% podem ser excelentes, por exemplo, essas quotas aparecerão como consequência da contenção orçamental que perdurará por muitos anos, e então não sei como se vai distinguir entre tantos excelentes, para saber quais serão os x% de excelentes que são super-excelentes!

segunda-feira, julho 19, 2010

As SCUTS e o interior

As SCUTS foram inicialmente propostas, entre outras razões, como um incentivo para as empresas e populações se fixarem no interior do País. Mais tarde, ou em simultâneo, fizeram-se SCUTS que davam muito jeito às populações da costa. Agora quem mais se queixa são as populações da costa! Está-se a ver que não se pode neste País planear seja o que for com alguma lógica. E quando se planeia e executa já é tarde. Da população dos aldeias do interior pouco resta, estando a maioria da população mais jovem emigrada. As SCUTS que não vão em direcção a Espanha, por onde passa o tráfego internacional de mercadorias, têm um movimento muito reduzido precisamente porque passa por zonas escassamente povoadas. As suas populações viajam agora de companhia aéreas de "low-cost", para a Suiça, França, Luxemburgo e outros países onde estão emigrados, a preços que podem ficar abaixo de muitas portagens que estão planeadas para essas SCUTS. Que já vieram tarde e não vão cumprir o objectivo de povoar o interior é mais que certo. Mas enfim, pode-se aceitar que outras actividades como o turismo aumentará com estas vias de comunicação mais rápidas e que as SCUTS do interior já beneficiaram o desenvolvimento das cidades intermédias do interior, como se pode ver numa visita a Viseu, Vila Real ou mesmo Bragança que embora não esteja ainda completada, o que já está construído facilita muito o acesso.
Mas pode-se por exemplo dizer que as cidades que beneficiaram de SCUTS no litoral beneficiaram da mesma forma? Penso que não, ao contrário, tornaram-se satélites das cidades donde originam as SCUTS, e algumas mais próximas mesmo dormitórios, como Vila do Conde em relação ao Porto. Por isso diria que a intenção original estava correcta: as SCUTS só faziam sentido para o desenvolvimento do interior, dando-se um prazo para esse desenvolvimento, que neste momento dado o período de crise, já não será suportável prolongar.

segunda-feira, julho 12, 2010

Avaliação dos Professores da Escola de Engenharia 1- Professores Catedráticos avaliados por Professores Associados e Auxiliares?

Numa primeira leitura do regulamento de Avaliação de Professores da Escola de Engenharia (EEUM), deparamos com uma filosofia que até parece revolucionária, de tão caricata que é. Diz o novo regulamento que considera o ECDU, mas adapta-o à orgânica da Escola de Engenharia, como se esta fosse diferente das outras Escolas, e entrega a avaliação ao Directores de Departamento, referindo , e cito "a centralidade que atribuiu aos Departamentos na gestão dos recursos materiais e humanos da EEUM" ! (artº32, nº1, do RAD-EEUM).
Pergunta-se: que tem a gestão dos recursos a ver com a qualidade e principalmente com a avaliação da qualidade, seja dos materiais, seja dos Professores? Para que servem as orientações do ECDU, a hierarquização dos Professores em Catedráticos, Associados e Auxiliares? Numa estrutura em que os Directores de Departamento fossem todos Catedráticos, poderia eventualmente ser aceitável que fosse esse Professor o avaliador, embora em departamentos heterogéneos a tarefa devesse ser distribuída pelos Professores mais graduados de cada uma das áreas do departamento. No entanto, a maioria dos Departamentos está entregue a Professores Associados e alguns poderão ser entregues a Professores Auxiliares, pelo menos o regulamento da EEUM assim o permite (artº 37, nº2, do regulamento da EEUM).
Qual a razão de entregar a avaliação dos Professores a um gestor (podemos considerar que um Director de Departamento é essencialmente isso)? Será porque o regulamento está feito de uma forma tão "métrica" que qualquer gestor pode fazer a grelha de avaliação, baseando-se nos índices e fórmulas para as várias componentes (científica, pedagógica, de gestão) que não precisa de ser um especialista? Bom, nesse caso, nos concursos para lugares do quadro , também poderemos ter um júri constituído por gestores! Não serão necessárias as regras do ECDU que estabelece que devem ser Professores de categoria superior à do candidato a fazerem parte do júri!
E quem vai avaliar a avaliação que o Director de Departamento fez? Ficará tudo nas mãos deste gestor? Não será demasiado poder para alguém que não tem currículo que justifique tal encargo (supondo que não é um Professor que já passou pelas categoria daqueles que está a avaliar)?
Enfim, ficam estas perguntas ao novo Presidente de Escola, que de novo não tem nada em relação aos do passado...é sempre o receio que lhes fuja algum controlo sobre a sua Unidade, ou sub-unidade, para outros que são imprevisíveis, os Professores Catedráticos. Afinal estes podem não obedecer à mesma lógica de seguidismo que os Directores de Departamento em relação ao Presidente da Escola.

sábado, julho 10, 2010

A Avaliação "objectiva" dos Professores Universitários

Com a entrada em vigor do novo ECDU, surge a avaliação dos docentes como processo de promoção na carreira, um pouco à semelhança do SIADAP para os funcionários públicos. Para os docentes este é um processo necessariamente mais complicado. Como propostas à avaliação dos docentes temos desde o texto clássico apresentados pelas Universidades, como a UM, e já divulgado, em que se privilegiam as publicações (artigos científicos/papers) em revistas internacionais, até ao texto de um catedrático da Universidade do Porto em que não considera as publicações e citações como sendo relevantes, sugerindo que são fruto do conhecimento pessoal ou profissional do autor por parte dos avaliadores. Entre estes dois extremos haverá uma posição de consenso que tomará em linha de conta as especificidades de cada Escola, como aliás é a intenção da reitoria ao circular o projecto de avaliação pelas várias Unidades e sub-unidades orgânicas. Mas se há aspectos que diferenciam as unidades orgânicas, havendo uma componente tecnológica nas Escolas de Engenharia e Ciências que se podem traduzir em patentes e protótipos, por exemplo, já nas Escolas das Ciências Humanas não será natural exigir esse tipo de produção científica aos seus docentes. Por outro lado, nas Humanidades será mais relevante a publicação de livros do que artigos científicos, poe exemplo.
Já há uma experiência de décadas na avaliação de docentes em concursos para lugares do quadro. No entanto a nova realidade traz com ela novos desafios. Por exemplo, qual o peso de patentes em relação a artigos científicos no que respeita às áreas de Ciência e de Engenharia? Com a falta de experiência desta nova realidade, há quem meta no mesmo saco, patentes ainda não concedidas, só com o pedido registado, patentes nacionais e patentes internacionais, quando o grau de exigência e de impacto é muito diferente, tal como o é para os artigos científicos à espera de publicação, em revista nacionais, ou internacionais. E em áreas que estão muito em voga e que serão uma das apostas da reitoria da UM, que são as áreas criativas, como o Design, quais os critérios de avaliação? A componente numérica é fácil de contabilizar, como o número de teses orientadas, número de júris em que participou o candidato, número de comunicações em conferências internacionais e por último, número de artigos em revistas internacionais. Mas a componente do valor intrínseco das teses, comunicações e artigos em revistas internacionais? Como se avalia? E por quem? Não pode com certeza ser avaliado por alguém que não é da área, como por exemplo um engenheiro, como acontece actualmente na maior parte dos casos aos alunos dos cursos de licenciatura e Mestrado nestas áreas, por não quase não haver doutorados em Design (por Escolas de Design). Resumindo, a Avaliação serve para permitir que alguns sejam promovidos ao escalão superior e em determinados caso impedir a sua progressão ou mesmo excluir do ensino Universitário aqueles que ao entrar como Professor Auxiliar não cumprem os mínimos, mas deve servir também para tornar a Universidade melhor, com um melhor currículo e com melhor ensino. Se não for esse o resultado final, a avaliação não cumpriu os objectivos. Por isso sejamos objectivos com a avaliação, porque estará o "ranking" da universidade em jogo, e em última análise o grau de interesse que a Universidade exerce sobre alunos do ensino secundário candidatos ao ensino superior.

A Avaliação dos professores

Com a entrada em vigor do novo ECDU, sure a avaliação dos docentes como processo de promoção na carreira, um pouco à semelhança do SIADAP para os funcionários públicos. Para os docentes este é um processo necessariamente masi complicado. Como proposta à avaliação dos docentes já resposta ou em vias de.., temos desde o texto clássico apresentado pela UM, e já divulgado, em que se previligiam as publicações (artigos científicos/papers) em revistas internacionais, até ao texto de um catedrático da Universidade do Porto em que não considera as publicações e citações como sendo relevantes, sugerindo que são fruto do conhecimento pessoal ou profissional do autor por parte dos avaliadores. Entre estes dois extremos haverá uma posição de consenso que tomará em linha de conta as especificidades de cada Escola, como aliás é a intenção da reitoria ao circular o projecto de avaliação pelas várias Unidades e sub-unidades orgânicas. Mas se há aspectos que diferenciam as unidades orgânicas, havendo uma componente tecnológica nas Escolas de Engenharia e Ciências que se podem traduzir em patentes e protótipos, por exemplo, já nas Escolas das Ciências Humanas que não será natural exigir aos docentes das Escolas das Ciências Humanas. Nas Humanidades será mais relevante a publicação de livros em relaçaõ ao dos artigos científicos. Já há uma experiência de décadas na avaliação de docentes em concursos para lugares do quadro. No entanto a nova realidade traz com ela novos desafiis. Por exemplo, qual o peso de patentes em relação a artigos científicos no que respeita às áreas de Ciência e de Engenharia? Com a falta de experiência desta nova realidade, há quem meta no mesmo saco, patentes ainda não concedidas, so com o pedido registado, patentes nacionais epatentes internacionais, quando o grau de exig^ncia e de impacto é muito diferente, tal como o é para os artigos científicos à espera de publicação, em revista nacionais e internacionais. E em áreas que estão muito em voga e que serão uma das apostas da reitoria da UM, que sã as áreas criativas, como o Design, quais os critérios de avaliação? A componenete numérica é fácil de contabilizar (número de teses orientadas, numero de júris emq ue participou o candidato, número de comunicações em conferências internacionais e por último, número de artigos em revistas internacionais. Mas a componente do valor intrínseco das teses, comunicações e artigos ém revistas internacionais? Como se avalia? E por quem? Não pode com certeza ser avaliado por alguém que não é da área, como por exemplo um engenheiro, como acontece actualmentena maior parte dos casos aos alunos dos cursos de licenciatura e Mestrado nestas áreas, por não quase não haver doutorados em Design (por Escolas de Design). Resumindo, a Avalação para permitir que alguns sejam promovidos ao escalão superioe e em determinados caso impedir a sua progressão ou mesmo excluir do ensino Univbersitário quelles que ao entrar como Professor Auxiliar não cumprem os mínimos, mas deve servir também para tornar a Universidade melhor, com um melhor currículo e com melhor ensino. Se não for esse o objectivo final, a avaliação não cumpre os objectivos. Por isso sejamos objectivos com a avaliação porque estará o "ranking" da universidade em jogo, e em última análise a attracção que a Universidade exerce sobre alunos do ensino secundário candidatos ao ensino superior.

sexta-feira, julho 02, 2010

As SCUTS e a ferrovia no Minho

Na continuação das mensagens anteriores sobre os SCUTS, e uma vez que o Governo e o PSD já estão a chegar a um compromisso, parece-me de inteira justiça o acordo que se adivinha:que todos paguem; haverá sempre alguém que arranjará uma razão para não pagar: ou porque são do interior, ou porque não há alternativas por estrada normal, ou porque os residentes são pobres, etc. Pegando neste último ponto: os residentes têm um rendimento médio abaixo da média nacional; Mas uma média implica que há uns que têm um rendimento acima e outro abaixo da média. Então destes quais são os que usam as SCUTS. Os mais pobres? Esses viajam para onde? E a gasolina, o desgaste do carro, e outras despesas de viagem, já podem pagar? Tenho a convicção que quem viaja distâncias longas em SCUTS, pode pagar tudo isto, não é pobre e pode também pagar as portagens. Aqueles que na realidade utilizam as auto-estradas ou SCUTS são as empresas e os viajantes que atravessam esses distritos. Quanto às empresas, serão principalmente empresas de tranportes com camiões TIR. Estas empresas que já tiveram tantas facilidades no passado (veja-se como cresceram como cogumelos…) é altura de pagarem os estragos que fizeram com os seus camiões no asfalto das SCUTS portuguesas. E muitas empresas são estrangeiras. Há sempre o argumento que se forem desviadas para as estradas normais estragarão estas estradas, mas não acredito que a maioria o faça pois com o tempo que perdem, não compensa. As empresas de transporte já foram beneficiadas pela política deste e dos anteriores governos de preferirem a autovia à ferrovia. É altura de inverter a situação.
Porque não se fazem ferrovias? Suponho porque não são tão rentáveis. Mas então qual é o critério, a rentabilidade ou o serviço das populações?
No distrito de Braga não há ligação entre várias cidades por ferrovia mas há por auto-estrada. Como por exemplo entre Braga e Guimarães e entre Braga e Esposende/Viana. Isto não é um contrasenso? Seria importante que o Governo ao cobrar nas SCUTS e nas auto-estradas, introduzisse a alternativa da ferrovia. Afinal Braga é a terceira ou quarta cidade do País, e merece o mesmo que outras cidades da mesma dimensão, como Coimbra por exemplo, que é uma cidade muito mais bem servida de ferrovia. Braga é uma cidade onde acaba a linha que vem do Porto, sem continuidade nem alternativa. É a dependencia total do Porto, como se o Norte fosse só o Porto.
O mesmo se pode dizer de Guimarães.

sábado, junho 26, 2010

A UM, as SCUTS e O princípio dos residentes não pagadores

A proposta que agora está em cima da mesa para negociação entre partidos, propõe que os residentes nas áreas das SCUTS, ou que provem que façam o percurso regularmente, não paguem as portagens. Na sequência do meu comentário anterior, eu pergunto: e os utilizadores regulares e residentes na área das auto-estradas como a de Braga-Guimarães? Os alunos que estão a frequentar a UM e que precisam de se deslocar regularmente entre os dois pólos da UM situados nas duas cidades, os professores e funcionários, e os residentes de uma e outra cidade? Qual é a diferença em relação à auto-estrada Porto Viana? Afinal quem viajou nas estradas alternativas sabe que a estrada Braga-Guimarães não é melhor que a estrada Porto-Viana, e o trânsito também não é inferior.
Não entendo como é que as forças vivas de ambas as cidades não se demonstraram com mais visibilidade na altura da construção da auto-estrada e como a Universidade e os seus utentes, estudantes e professores nomeadamente, não formaram uma destas comissões de utilizadores que já na altura eram notícia noutras SCUTS, como a do Oeste, por exemplo. Se formos a ver, o que se gasta nas viagens entre Braga e Guimarães pelos utilizadores regulares, utentes da UM e residentes numa das duas cidades, tal como para os utilizadores da SCUT Porto-Viana, no fim do mês também vai fazer mossa na bolsa dos estudantes, e/ou no salário dos pais deles, e no salários dos professores e outros utilizadores regulares.
Talvez não seja tarde de mais e que a UM aproveite esta discussão em torno das SCUTS e se movimente, começando por uma intervenção pública dos órgãos de poder, o reitor ou o Presidente do Conselho Geral, para repor a justiça nesta questão das SCUTS e auto-estradas no que refere aos utilizadores da UM.

segunda-feira, junho 14, 2010

As SCUTS, professores e vuvuzelas

Debate-se neste momento o pagamento de portagens nas SCUTS. Tenho assistido aos movimentos que se opõem às portagens com a mesma atitude que assisti ao movimento dos professores do ensino secundário quando reclamavam o fim das avaliações. Com um sentimento de que neste País há a ideia generalizada que quem mais berra e quantos mais forem a berrar, maior possibilidade têm de sucesso. E não é que funciona? Pois se a avaliação é uma brincadeira comparado com o que estava previsto implementar pela ministra e as portagens no norte já não abrangem Viana do Castelo a Caminha e Viana do Castelo a Ponte de Lima!
Mas mesmo assim, os professores querem mais, que não conte a avaliação feita o ano passado (que foi a mínima) para a nota deste ano e os movimentos das SCUTs ainda querem que Porto Viana do Castelo seja de graça...Quanto aos professores não digo nada porque nós no Superior estamos habituados a apanhar com tudo e mais alguma coisa e não nos pronunciamos com a mesma berraria, mas quanto aos senhores do Porto e de Viana, só lhes sugeria que olhassem um pouco para o lado e pensassem naqueles que fazem o percurso em auto-estrada Braga-Porto-Braga quase todos os dias, e Braga-Guimarães-Braga, neste caso para viajar entre os dois pólos da UM, que não duvido sejam a maioria dos utentes (é só ver na altura das férias académicas como diminui o
tráfego nesta autoestrada).
Já estou como aqueles que querem acabar com as vuvuzelas: acabem com esse ruído todo ou então distribuam as vossas vuvuzelas democraticamente, por todos os distritos e no caso do sindicato dos professores, distribuam por todas as carreiras, não se fiquem só pelo ensino secundário, abranjam também o ensino superior.

sábado, junho 05, 2010

O apoio ao empreendedorismo e o capital de risco: As Universidades são ouvidas?

Numa altura que muito se fala do empreendedorismo universitário, tem a UM uma novamente uma oportunidade histórica de se evidenciar nesta área. A UM foi das primeiras a fazê-lo nos anos 80 com empresas de informática e através da Tecminho nos anos 90, impulsionados por programas na altura pioneiros na UM, como o "Smart Tulip" da responsabilidade de Avelino Pinto com o apoio vice-reitor do pelouro na altura, Manuel Mota. Entretanto criou-se o Spin-Park, também muito pelo empenho dos mesmos, empresa capital semente com capitais de várias empresas Públicas entre elas a UM, inserida no AvePark, um parque de C&T especialmente concebido para a instalação deste tipo de empresa. Mas para além desta fase inicial (semente), tardam a aparecer as empresas spin-off da UM na fase já de lançamento comercial. Qual a razão ou razões? A meu ver há uma responsabilidade das empresas de capital de risco em todo este processo "pós-semente" de lançamento de empresas spin-off, que não está a ser cumprido, nomeadamente por aquelas que têm como investidores o Estado, directamente ou por intermédio das empresas públicas e organismos públicos, que é o caso da Inov-capital, com sede no Porto. Se formos ver, o capital investido por esta entidade nos últimos anos em empresas spin-off é mínimo e então em empresas oriundas da UM é ínsignificante, considerando o seu capital social. Este tipo de organismos investem muitas vezes em empresas já maduras que supostamente terão menos risco. Mas para isso existem os bancos. Mesmo assim o investimente em grandes empresas não tem sido muito profícuo nos últimos tempos (veja-se o caso da Aerosoles). Porquê então este comportamento? Lançam-se planos de incentivo às empresas spin-off, do tipo do Finicia, e vai-se ver e nem uma empresa spin-off da UM consta da lista de apoio deste programa no que refere ao capital de risco.
Os empreendedores desesperam pois investem do seu tempo e dinheiro e as empresas de capital de risco, fundadas pelos sucessivos governos, só mudam nos administradores que mudam consoante a sua cor política, o que também não deve ajudar muito ao bom funcionamento da instituição. A meu ver quem devia mudar regularmente seriam os técnicos que trabalham nestas instituições, porque são eles muitas vezes que decidem sobre o futuro das empresas participadas, e o poder de decisão está muitas vezes nas suas mãos e não com os administradores. É demasiado poder para técnicos assalariados por demasiado tempo! Este tipo de capital de risco, não sendo capital dos próprios, como no caso de "business angels", não tem consequência de maior para quem decide, ao invés dos casos em que são investidores particulares, sejam "business angels" ou familiares ou amigos dos empreendedores, a investir no negócio.
Uma forma de de incentivar o empreendedorismo das Universidades (e Politécnicos)seria através da participação das Universidades na administração das empresas de capitais de risco com capitais públicos. Dessa forma ao menos haveria, em teoria, mais sensibilidade para o investimento em empresas spin-off oriundas de Universidades do que há de momento.
A Universidade do Minho, pioneira no empreendedorismo, se conseguiu pela mão do actual reitor, através de "lobbying", cativar o Ministro da Ciência para inserir a UM no roteiro do programa MIT, também conseguirá influenciar o Ministro para esta problemática das capitais de risco. Mesmo não fazendo parte da sua tutela, se realmente o quisesse, o Ministro puxaria pelos galões e exigiria que de futuro as empresas de capital de risco com capitais públicos servissem mais o empreendedorismo proveniente do ensino superior e menos as grandes empresas já lançadas no mercado.

domingo, maio 30, 2010

A propósito do Fórum UMinho:algumas medidas relacionadas com alunos

A propósito da primeira reunião do reitor com os alunos, designada por Fórum UMinho, para uma discussão sobre propinas, Bolonha, cursos pós-laborais e outros assuntos relacionados com os alunos, uma notícia no CM critica a pouca afluência de alunos. Não analisa no entanto as causas. O Fórum a meu ver é uma boa ideia, mas os alunos devem ter percebido que seria mais uma informação por parte do reitor do que propriamente uma discussão donde sairiam resultados práticos. Ou dito doutra forma pelo blogue Universidade Alternativa, uma campanha de propaganda por parte do reitor. O jornalista do CM também expressou uma opinião que parece tirada da frustração do reitor, o que indicaria que de facto haveria uma intenção de atingir o máximo número de alunos possível. Mas eu pergunto? Porque se sentiria o reitor tão incomodado pela pouca participação de alunos, quando não se sente incomodado de ter o apoio no Conselho Geral da maior parte dos alunos que são nomeados pela Associação Académica, quando a sua eleição resultou de uma percentagem de votantes de aproximadamente 3% do universo eleitoral? Os alunos têm sido determinantes na passagem de algumas das suas mais importantes medidas, tais como a aprovação dos estatutos dos Serviços Sociais (SASUM), que implicou um aumento orçamental muito por culpa da promoção dos directores a categorias superiores. Claro que se percebe a conivência entre a Associação Académica e os SASUM, sendo que grande parte do orçamento dos SASUM reverte para os alunos, nomeadamente as bolsas.
Só se conquistarão os alunos para debates quando eles sentirem que estão representados nos vários órgãos da UM duma forma representativa e transparente, não por nomeação por parte da Associação Académica. Se em parte a culpa é deles por serem tão pouco militantes, isso é, mas que dá muito jeito á reitoria, isso dá, por isso vamos nos deixar de hipocrisias. Para acreditarmos na bondade destas iniciativas e para que muitos mais alunos se sintam motivados para participarem nelas, sugiro as seguinte medidas, que sendo dez, alguns podem chamar mandamentos (que não o são):
1)Exija-se que os alunos representados nos vários órgãos não estejam ligados à Associação Académica,
2)Faça-se uma divulgação junto dos alunos para as eleições dos vários órgãos, o que não foi feito da última vez
3)Retire-se aos SASUM a atribuição de bolsas, remetendo este serviço para os serviços centrais (Ministério)
4)Não se atribua verbas para as festas dos alunos (eles que angariem essas verbas, como fazem noutros países)
5) Não tratem os alunos como crianças ou adolescentes, que é o que parece estar a acontecer com Bolonha, mas tratem-nos como adultos que o são (ou devem ser).
4) Não incentivem a utilização de fardas, porque elas são caras e só servem para enaltecer a incompetência
5) Deixem de misturar religião e ensino com a bênção das pastas (respeite-se quem é religioso mas não o façam ostensivamente, esquecendo aqueles que não o são).
6) Reduzam as praxes a clubes, como fazem lá fora. Isto é: o clube dos montanhistas, por exemplo, terá a sua praxe, mas não obriguem toda a Academia a ter essa praxes.
7) Retirem os carros dos alunos do campus e usem esse espaço para pôr relva e árvores para os alunos conviverem e terem um espaço agradável
8)Criem um gabinete de desporto associado ao Senado, para que os SASUM não tenham esse monopólio sobre os alunos.
9)Façam mais zonas de convívio entre estudantes, nomeadamente pós-graduados, e professores.
e finalmente:
10) Divulguem as notícias do Conselho Geral e do Senado que dizem respeito aos alunos em Fóruns do género do que deu origem a esta discussão, mas façam Fóruns que envolvam representantes das várias sensibilidades dentro da UM, para não cheirar a propaganda.

domingo, maio 23, 2010

O que mudou na UM com o RJIES?

O que mudou com o RJIES? Muito pouco. Só a forma como se chega ao topo é que mudou. Como diz o povo: Mudam as moscas...Senão vejamos. Independentemente do mérito das pessoas que ocupam os diversos cargos do topo, não se pode dizer que vieram da oposição ao anterior "regime". Poderiam ter ideias um pouco diferentes e personalidades diferentes dos que ocupavam os cargos anteriormente, mas na realidade a estrutura que impuseram, continua intacta. E tudo por um processo democrático recentemente instituído que é o RJIES. A democracia tem destas coisas , mas como refiro no fim deste texto, no Universo restrito duma universidade, a democracia não é assim tão livre de pressões como o é num Universo maior como o próprio País. Foi assim na reitoria e foi assim na maioria das Escolas. Houve na realidade casos em que o Presidente de Escola, como a de Engenharia, ocupou o cargo pela primeira vez mas escolheu para Presidente do Conselho Pedagógico alguém que já o ocupa há décadas. Sem dúvida por acordos pré-eleitorais com o "aparelho". Os Serviços que fazem a ponte entre os órgãos de governo da UM e o bem-estar dos docentes, funcionários e alunos, os SASUM, tiveram o seu administrador os seus directores reconduzidos e muitos foram promovidos a chefes de Divisão, sem haver sequer serviço que justificasse essa promoção, segundo o blogue "UM para todos". O orçamento para estes gastos extra foi submetido pelo reitor, segundo as novas regras do RJIES tinha que ser, ao Conselho Geral e aprovado pela maioria que lhe está afecta. Outras promoções que seriam justas noutros serviços, ficarão à espera de "melhores dias". A crise não é para todos, bem se podem queixar os outros funcionários. Sim, mas queixar a quem? Ao seu representante no Conselho Geral? Um voto em 25? Ao seu sindicato? Sabemos como é inútil e entretanto, sem possibilidade de verem as suas justas aspirações contempladas, viram-se para o SIADAP. Mas como funcionou este processo no passado recente? Consta que em algumas Escolas a classificação de excelente que permite a promoção, foi quase todos para os dirigentes, técnicos superiores e chefes de serviços, quase todos eles afectos ao "aparelho" por via de anos e anos de promoções e concursos que se não foram manipulados foram pelo menos influenciados pelas ligações familiares ou de amizade do concorrente com o topo da hierarquia do passado. Sabemos que até alguns técnicos superiores são familiares de pessoas que estiveram no passado no topo da hierarquia.
Posto isto, que podem os funcionários esperar? Diria que é melhor não terem muitas expectativas nos próximos anos. Só quando o "aparelho", dominado por docentes e por força do RJIES por alunos, for substituído por outros docentes e alunos que nunca estiveram ligados ao "aparelho", uma vez que o número de funcionários nos vários órgãos é diminuto. Isso é possível? Só o tempo o dirá.
Os alunos também não mudaram. A Associação de estudantes, que penso se mantém inalterada desde a anterior reitoria, ocupou os lugares no Conselho Geral, por força da já endémica falta de participação nas eleições, por parte da maioria dos estudantes
E os docentes? Felizmente os docentes têm um estatuto paralelo ao RJIES, o estatuto da carreira docente (ECDU) que exige nos concursos de promoção na carreira membros exteriores à Universidade onde se lecciona. Mas no que respeita aos órgãos de governo da UM os docentes e investigadores estão sujeitos á lógica do voto. E essa lógica adapta-se bem a um Universo amplo, como é o caso do País quando vai a votos, mas num meio mais pequeno, com um universo de votos pequeno, os votantes estão demasiado próximos dos seus governantes e são por eles influenciados quando pensam no seu próprio futuro, ao ponderarem em quem mais os pode ajudar ou prejudicar. É inevitável numa carreira tão vulnerável como a do Ensino Superior. Há factores que aparentemente não são relevantes ao futuro dos docentes, como a distribuição de serviço docente, mas com a instabilidade actual que o RJIES introduziu, cheio de definições ambíguas como o contrato por tempo indeterminado, que terminaria se for "extinto um serviço", os Professores Auxiliares, que são a maioria dos docentes, pressentem que este aspecto é fundamental para o seu futuro. Tanto neste como noutros aspectos o director do Departamento tem a palavra final, e segundo o RJIES, sendo um subalterno do Presidente de Escola, o Professor Auxiliar pressente que estará dependente indirectamente do Presidente de Escola também. São estas as perversões do RJIES, que foi pensado sem dúvida ccomo uma forma de renovar as Universidades mas que veio ironicamente aprofundar ainda mais as "ligações perigosas" entre governantes e governados.

sexta-feira, maio 14, 2010

Quem tem medo do Departamento de Engenharia Têxtil?

Recentemente, por ocasião da aprovação dos regulamentos dos Departamentos da Escola de Engenharia, foi rejeitada em Conselho de Escola a proposta do DET de abranger outros materiais fibrosos sem serem os materiais têxteis. Consta que um outro departamento duma outra área quer agora abranger exclusivamente também estes materiais fibrosos. Que queira fazer investigação em materiais fibrosos, tolera-se, embora estranha-se esta pretensão de quem nunca trabalhou com fibras. Agora que queira impedir outros que já fazem investigação em materiais fibrosos há muitos anos de o continuar a fazer, é que não seria tolerável num órgão que se pautaria pela independência em relação a "lobbies" deste ou daquele departamento, como é o caso do Conselho de Escola.
Mas numa Escola em que a dimensão mediática de alguns, intimida, condicionando (por omissão) até o que vem nos regulamentos, como foi o caso de no regulamento da Escola não constar quaisquer condicionalismos ao que qualquer Centro queira decretar nos seus regulamentos (já mencionado aqui neste blogue), não será de admirar que mais uma vez a vontade desses Centros mediáticos, passar a ser uma ordem para ser seguida pelos demais membros do Conselho.
O Departamento de Engenharia Têxtil tem sido no passado o enteado dos Presidentes de Escola de Engenharia e dos Concelhos Científicos que por lá passaram: não foi incluído no curso de Engenharia de Materiais, retiraram-lhe espaços, puseram os seus docentes a trabalhar para outros departamentos em áreas que por vezes lhes eram totalmente estranhas, entre outras. A UM ignora também duma maneira geral o que de bom emana do Departamento/Centro: as suas patentes e spin-off's passam despercebidas pela propaganda que a UM faz regularmente nos seus boletins oficiosos de prémios e outros feitos alcançados por docentes dos vários departamentos (alguns aparecendo regularmente como se de génios se tratassem). Ora aqui há uma contradição, pois se o departamento não é reconhecido na Escola e Universidade como tendo uma actividade científica de mérito, muito embora tivesse tido a classificação de "excelente" pela FCT, porque é que alguns têm receio da concorrência na investigação de outros materiais fibrosos que não os têxteis, por parte do Departamento/Centro Têxtil? Sempre pensei que a concorrência seria saudável, mas pelos vistos alguns receiam-na.
Não pretendo com isto defender o Departamento em geral, porque para isso existe um Director de Departamento e Centro que têm o dever de o fazer. O que eu acho é que alguns departamentos, e o de Engenharia Têxtil não é o único, como costuma dizer o povo, têm o osso, enquanto que outros, vá-se lá saber porquê, têm a carne. Já é assim há alguns anos na Escola de Engenharia e pelos vistos assim continuará por muitos anos.

segunda-feira, maio 10, 2010

Plágio na UM

Pode-se ler no blog NDNR que a docente do Instituto Politécnico do Porto pediu a demissão do seu cargo após as notícias vindas a público sobre a sua tese de doutoramento, tirado na UM, que teria sido parcialmente obra de plágio de uma outra obra brasileira. Ao menos assumiu a postura correcta ao demitir-se, coisa que outros que estariam na mesma situação não o fizeram. Ou porque não foram descobertos ou porque teriam as costas quentes, protegidos por outros em cargos superiores. Mas analisando este caso, põe-se a questão se o curso em que a própria se inscreveu para doutoramento não será de futuro permeável a outras situações do género. É isso que deve ser analisado pelos órgãos competentes da UM. O reitor diz que vai averiguar e tomar medidas. Quais? Não será um daqueles casos em que o tempo resolve tudo? O que é hoje notícia amanhã já está esquecido. Ora eu penso que se devem tomar medidas para que amanhã não voltemos na UM a ser notícia de novo, por isso averigúem as fragilidades do curso em questão, se há competências à altura do doutoramento em causa, nomeadamente por parte dos potenciais supervisores, porque são eles que serão a porta de entrada de muitos doutoramentos potencialmente "administrativos". Penso aliás que os programas doutorais ainda serão mais permeáveis a estes abusos e a sua aprovação terá que ser muito mais cuidada no futuro, nomeadamente no que respeita à avaliação das competências dos seus docentes para orientação de futuros candidatos. Há um grande número de pessoas nos politécnicos que não tendo doutoramento, com o actual regulamentos, RJIES e Estatuto da Carreira Docente, podem ser dispensados se não o fizerem dentro de um prazo muito curto. Por isso há que ter ainda mais cuidado, porque estaremos a formar outros docentes para o Ensino Superior e não devemos ser só um meio para esses docentes assegurarem o seu emprego ou a sua subida na carreira.

domingo, abril 25, 2010

O 25 de Abril e a discussão livre de ideias

Hoje é o dia 25 de Abril, data que comemora uma revolução em 1974. Já foi há tanto tempo que nos esquecemos dos ideais que nos trouxe como povo, e que nos colocou muito à frente de outros países democráticos nas ideias. O problema foi a prática, como muitos alertam. Mas ficando pelas ideias, havia uma frescura nas ideias que hoje não há. Havia um altruísmo que desapareceu; uma motivação para ajudar outros, como nas campanhas de alfabetização, que hoje está institucionalizada, sem gás. Havia uma vontade de ler que hoje desapareceu. Havia uma discussão saudável de ideias, necessária para limpar teias de aranha de um povo que esteve adormecido tantos anos, que se fazia sem complexos, pondo tudo em causa. Hoje não se discute nada, só se elogia ou só se deita abaixo, que é diferente.
Cometeram-se erros, naturalmente. Não se fazendo nada, não se cometeriam erros. Mas estaríamos melhores? Não creio nem quase ninguém crê. No tempo do Salazar e depois do Marcelo Caetano, as pessoas esquecem que havia censura, não se podiam debater ideias livremente. Havia presos que o foram só pelas suas ideias políticas. Havia tortura desses presos. Havia perseguição a essas pessoas. Havia o degredo para alguns dos mais incómodos para muito longe (Tarrafal).
Hoje mais que nunca devemos prometer a nós próprios, que dentro do nosso pequeno universo, seja o nosso local de trabalho ou o nosso grupo de colegas, nos vamos esforçar para que haja uma discussão livre de ideias, sob pena de estarmos a permitir um retrocesso naquilo que tão penosamente foi alcançado no dia 25 de Abril de 1974.

quarta-feira, abril 14, 2010

Serviços, instalações e prioridades em Azurém

Foi anunciado recentemente pelo Vice Reitor Vasco Teixeira o retorno de algum apoio do GAP em Azurém para candidaturas a projectos. O "Prálemd'Azurém" congratula-se com esta medida que vai inverter um pouco o êxodo dos vários serviços de Azurém nos últimos anos. Aquele que foi o mais marcante, pela negativa, foi o abandono dos Serviços Técnicos daquele que é o Pólo mais tecnológico da UM. Pergunta-se: para que servem tantos funcionários sentados nas suas secretárias em Gualtar quando grande parte do apoio técnico será em Azurém? Faz lembrar um pouco o que acontecia na Ministério da Agricultura não há muito tempo atrás, em que haviam mais funcionários administrativos no Ministério do que agricultores! Porque se sub-contratam serviços básicos de "remendos" (canalizadores, trolhas) com tantos funcionários nos serviços? Quando é urgente, no caso duma fuga de água dum radiador, como já presenciei, é necessário recorrer ao que há à mão, no caso um trolha que estava a trabalhar no Departamento de Engenharia Civil! No edifício mais antigo, aqueles que trabalham em laboratórios sabem das dificuldades que enfrentam, quando querem ar comprimido, arranjo duma fuga de água ou transporte de equipamento, por exemplo. Duma maneira geral as instalações são velhas, precisam de apoio constante e algumas são de envergonhar qualquer responsável quando comparadas com outras instituições congéneres. As instalações tecnológicas mais recentes estão entregues a meia dúzia de departamentos, como por exemplo o Departamento e Centro de Polímeros, ou estão inseridas em instalações dos Centros Tecnlógicos (PIEP) em terrenos e infra-estruturas cedidas, pelo menos parcialmente, pela Universidade. Seria justo que outros departamentos tivessem agora o mesmo tratamento. Num contexto de crise, fala-se muito em prioridades. Outros no passado já tiveram a sua prioridade. Não será tempo de abordar o investimento em infra-estruturas numa lógica de novas prioridades? Porque não se instala de raiz um laboratório de Nanomateriais por exemplo? Vai-se deixar que outros o façam? A ligação ao laboratório de Nanotecnologia de Braga só se fará se a UM mostrar que tem uma estrutura no seu seio que pode colaborar em pé de igualdade com este laboratório. Mas esse não seria a meu ver o objectivo principal dum laboratório de Nanomateriais, uma vez que prevê-se que se fará nesse laboratório mais investigação fundamental ligada à saúde do que I&D com possibilidade de aplicação na nossa indústria ou mesmo na indústria europeia. Ou ainda, porque não se cria uma incubadora de empresas “spin-off” de base tecnológica? A proximidade com a instituição onde se encontram os investigadores seria uma grande vantagem. Veja-se o exemplo do Spin-Park que não consegue atrair as empresas spin-off da UM, mesmo estando a UM a uns escassos 10 Kilómetros aproximadamente. O facto é que se um investigador quiser ir à spin-off que criou perde uma manhã ou uma tarde, quando se fosse dentro do campus ia e vinha sem perturbar muito a sua vida profissional na Universidade.
Resumindo, venha o GAP, venham os Serviços Técnicos, que ajuda muito, mas venham também os investimentos em novas infra-estruturas, seja com verbas do contrato confiança, seja com verbas do FEDER ou doutros programas de financiamento. Os responsáveis pela instituição, O Conselho Geral e os Conselhos de Escola que trabalhem em conjunto com reitor e Presidentes de Escola, respectivamente, em soluções deste tipo (nanomateriais, incubadora de empresas…) para o futuro, porque tenho a certeza que motivariam uma boa parte da comunidade académica em Azurém a acompanhá-los.

sexta-feira, abril 09, 2010

O futuro do IPCA passa pela integração na UM?

Numa referência ao IPCA, Instituto Politécnico do Cávado, por parte do Presidente do Conselho Geral da UM o engenheiro Braga de Cruz, foi dito que não teria futuro e sugerido que fosse integrado na UM como terceiro pólo. Penso que para esta instituição e para o seu futuro, não há nada pior que anunciar o seu hipotético fim.
Não conheço a instituição e não conheço a sua génese, mas suponho que nasceu no período áureo da frequência de alunos no Ensino Superior Público, tal como muitos outros politécnicos e Universidades privadas. Estas, se têm dificuldades fecham, por seguirem uma lógica do lucro. As públicas, supõe-se que têm outra lógica e que é um serviço público, tal como outras instituições públicas o são. Pode haver uma reestruturação, sem dúvida que será necessária, mas não penso que terá um fim. Seria o primeiro caso de um politécnico a fechar as portas, que me lembre. Também penso que os sub-sistemas foram criados para serem diferentes, e é estranho que um Presidente de um Conselho Geral sugira anular essa diferença administrativamente integrando o IPCA na UM! Será mais importante a meu ver, arrumar a casa do que arranjar mais confusão. Já há áreas que se sobrepõem dentro da própria UM, por isso não temos necessidade de mais sobreposições de cursos que aconteceriam com a integração do IPCA.
Quanto à existência de dois sub-sistemas, o Universitário e o do Politécnico, tenho consciência que Bolonha veio baralhar muito essa divisão, com as Universidades a leccionarem cursos de três anos que antes eram exclusivos dos Politécnicos. Mas daí a baralharem tudo e darem as cartas de novo, como se os cursos fossem iguais, penso que seria admitir o falhanço de Bolonha, porque essa não era a intenção de quem pensou em Bolonha, disso tenho a certeza.

sábado, março 27, 2010

Progamas Doutorais em Engenharia

Antes eram doutoramentos. Agora são programas doutorais. Diferenças que detectei entre um e outro, no caso do programa doutoral em Engenharia Têxtil:
1)-Antes só se entrava em doutoramento com Mestrado e por sua vez no Mestrado só se entrava com 14 de média, ou currículo equivalente. Agora pode-se entrar com o Mestrado Integrado, que não é muito mais e ás vezes menos que a antiga licenciatura de 5 anos, com nota de 10 e/ou algum currículo. Portanto de uma assentada eliminou-se o Mestrado pelo meio e baixou-se a média para 10! Ao fim e ao cabo, significa que se pode chegar a doutor qualquer aluno que tenha sempre sido um aluno que conseguia os mínimos para passar ao longo de todo o seu percurso, desde o secundário ao Universitário.
2)- O programa Doutoral tem 4 Opções no primeiro ano nas áreas de Tecnologias Complementares, com 140 horas cada uma e 5 ECTS. O que são? Têm nomes do género: Metodologias da investigação. Qual a necessidade de tantas horas de disciplinas que procuram ensinar ao aluno as competências que ele iria adquirir ao longo do seu doutoramento? A pesquisa ensina-se? Os professores dessas UCs que mais-valia conferem à pesquisa?
Imagino que um aluno que entra para doutoramento não quer mais aulas de "encher". Muitos já vêm do Mestrado com a tese delineada e com a pesquisa iniciada. Tudo isto só faz sentido para os professores de cartilha mas não para investigadores. Estar-se a transformar o doutoramento que era uma tese de investigação num curso é, a meu ver, o caminho para retirar aquilo que de melhor havia nas Universidades, ao estilo anglo-saxónico, e introduzir mais matéria inerte, desnecessária e desmotivadora, muito ao estilo do continente europeu (a velha Europa). Se isto é Bolonha então prefiro Londres ou Nova Iorque, como quem diz, prefiro o ensino experimental ao napoleónico.

domingo, março 21, 2010

Vamos limpar Portugal 1- Universidades

Ontem foi o dia da iniciativa"Vamos Limpar Portugal". Foi e é uma campanha meritória e original sem dúvida.

Sugiro outras campanhas:

Vamos limpar as Universidades...dos yes-men
Vamos limpar as Universidades...dos incompetentes
Vamos limpar as Universidades...dos burocratas
Vamos limpar as Universidades...dos arranjinhos
Vamos limpar as Universidades...dos prémios
Vamos limpar as UNiversidades...dos oportunistas
Vamos limpar as Universidades...dos professores de gabinete
Vamos limpar as Universidades...dos grupos de interesse
Vamos limpar as Universidades...dos carros dos alunos no campus
Vamos limpar as Universidades...das praxes no campus
Vamos limpar as Universidades...do ensino Wikepediano
Vamos limpar as Universidades...do ensino à distância
Vamos limpar as Universidade....dos alunos permanentes
Vamos limpas as Universidades...das disciplinas supérfluas
Vamos limpar as Universidades...dos programas doutorais
Vamos limpar Portugal...

Fico à espera de mais sugestões.

domingo, março 14, 2010

Avaliação intercalar

o ECDU sempre previu a avaliação, embora só para os concursos. No entanto entre concursos não havia avaliação e durante muito tempo os concursos estiveram praticamente congelados para muitos departamentos, o que significou que quase nenhuma avaliação, a não ser aquela referente às nomeações definitivas, foi efectuada. Agora que se instalou a avaliação intermédia (entre concursos), muitos se interrogam como será feita esta avaliação, havendo uma proposta já formulada na UM para regulamentar esta avaliação, estando esta a ser discutida pela Academia.
Mais uma vez põe-se a questão do que deve ser avaliado e com que peso. No entanto não é discutido se esta avaliação vai fazer alguma diferença. Pessoalmente penso que só daqui a alguns anos fará alguma diferença, uma vez que a maioria dos professores estão no escalão máximo, devido ao tempo que passaram na mesma categoria. Pode afectar os Professores Auxiliares sem Nomeação Defnitiva. Sabemos no entanto que a maioria dos Professores já tem a Nomeação Definitiva na maioria das Escolas.
Se servir para alguma coisa será mais um treino para os Professores se prepararem para os concursos, um pouco como já se fazia com os relatórios de biénio que algumas Escolas, como a de Engenharia, faziam. Por isso a pergunta impõe-se: para quê tanto sururu em relação às Avaliações?

terça-feira, março 09, 2010

Eleições para reitor e Presidentes de Escola: A lógica das facções nos Conselhos das Universidades

É sintomático que aqueles candidatos que não pertenciam ou não eram apoiados pelas facções que constituiram listas no Conselho Geral das Universidades tenham tido poucos ou nenhuns votos na sua candidatura para reitor. Aconteceu em várias Universidades e na nossa também. Aquela ideia idealista e até romântica por parte do Ministro de ter alguém vindo de qualquer parte do Mundo para ser reitor da UM, baseado no seu currículo, caiu por terra com a eleição sempre por esmagadora maioria dos candidatos da casa, e entre aqueles apoiados pela lista que ganhou as eleições para o Conselho Geral. Todo o espectáculo dos concursos internacionais foi um desperdício e perda de tempo para os candidatos que não sabiam ao que vinham. É desprestigiante para o Ministério e para o País. Quando é que nos deixamos destas coisas? De querer parecer mas não ser como aqueles que procuramos imitar, neste caso as Universidades anglo-saxónicas? Por muitas leis que se façam, caímos sempre naquela particularidade tão portuguesa, o compadrio.
Os Conselhos de Escola que são a réplica do Conselho Geral seguem o mesmo padrão. É evidente que neste caso sendo candidatos internos sabem ao que vão, e quando alguém independente das lista representadas no Conselho se candidata, como foi o meu caso, é só para divulgar as suas ideias, sabendo perfeitamente que as lista votam disciplinadamente segundo a orientação dos seus cabeças de lista. Há quem não entenda isto, e só veja a lógica dos números. Alguém duvida que se o plebiscito fosse directamente efectuado por todos os membros da Universidade no caso do Conselho Geral e por todos os membros da Escola, no caso da Escola, o resultado seria muito diferente?
Tal como no País, numa Universidade há poucas oportunidades para alguém que não esteja envolvido na lógica "partidária" divulgar as suas ideias. Uma candidatura individual é uma das formas de divulgar e discutir ideias, embora a participação de outros individuais seja muito pequena, por não haver uma organização "partidária", o que é sempre de lamentar.
Com a miniaturização das Assembleias de Escola, com centenas de membros onde todos os doutores estavam representados, para Conselhos de Escola com 11 professores, a oportunidade para se discutirem ideias perde-se. Talvez o exercício em que me vi envolvido de apresentação de uma a candidatura e discussão dos seus princípios tenha sido o último debate institucional da Escola de Engenharia. Os próximos debates serão à porta fechada entre os membros do Conselho de Escola, somente 11 professores. É um adeus a uma era, que o anterior Presidente de Escola, actual reitor, já tinha referido na sua última sessão da Assembleia, com alguma premonição que na altura ninguém ligou mas que agora se percebe tão claramente. Vozes independentes que na Assembleia se pronunciavam e eram ouvidas, provocando o que de mais elementar há numa democracia, o debate, ficam arredadas para sempre dessa oportunidade.
Restam a essas vozes esta forma de divulgarem as suas ideias, um blogue, que nunca substituirá o debate vivo mas que de alguma maneira compensará a sua frustração.
Comigo funciona!

quarta-feira, março 03, 2010

Início de um novo mandato na Escola de Engenharia: o (des)equilíbrio forçado

Tomou hoje posse o novo Presidente da Escola de Engenharia. Ao contrário da maior parte das outras Escolas não foi eleito por unanimidade, mas sim por maioria, o que só abona a favor da democracia na Universidade e como já disse anteriormente, reforça a sua legitimidade no cargo.
Na sua tomada de posse o reitor anunciou que as Escolas vão ter maior autonomia. Depreende-se daqui que a distribuição de verbas e de lugares do quadro pelos departamentos não são definidos pela Reitoria mas sim pela Presidência da Escola.
Não serei o único a descortinar no Conselho de Escola uma representação de interesses muito díspares, como referi na minha candidatura. Os membros do Departamento de Informática , por exemplo, estarão à espera que o Presidente, em quem votaram, responda ás suas exigências de maior transparência na retribuição devida aos departamentos que mais verbas captam para a Universidade, leia-se maior proporcionalidade desta retribuição com o número de alunos e eventualmente com as "overheads" dos projectos. A retribuição será em termos de orçamento, de áreas ocupadas e de vagas de lugares do quadro. Não sei como o Presidente vai agir e que ponderação irá utilizar e como os outros departamentos irão reagir, mas ao agradar a uns, vai ter que enfrentar a crítica e a desmotivação de outros, muitas vezes menos reivindicativos devido à sua menor dimensão e menor visibilidade. Veremos como percorrerá este longo caminho dos seus dois mandatos que pretende, sendo o primeiro de análise e o segundo de execução de um plano estratégico, com tantas contradições entre os membros das duas listas. Será um caminho longo e penoso que segundo o seu programam se inicia propriamente daqui a três anos, depois de executada a análise para o plano estratégico. Esperemos que não se fique pela análise após três anos, tendo sucumbido às contradições do órgão de que depende, o CE, que alguém já se referiu como sendo um "saco cheio de gatos", porque nessa altura haverá de novo eleições para o Conselho de Escola, e o senhor que se segue, se não for ele, não seguirá certamente o seu programa estratégico delineado durante os três anos do seu mandato. Seria tempo perdido e tempo é o que temos menos para desperdiçar, a julgar pelos desafios que temos pela frente.
Para o ajudar tem o apoio de vários quadrantes da Universidade, sendo o mais óbvio a julgar pelos seus vices, o quadrante profundamente ligado ao passado da governação da Escola e da própria Universidade.
Para já temos um mandato de três anos, que espero que ele exerça com firmeza e justiça, e com total independência em relação aos vários sectores que o apoiaram. Não se deve esquecer que tal como o Presidente da República em relação aos portugueses, ele deve ser o Presidente de todos os membros da Engenharia e não só daqueles que já andam nestas lides há muitos anos e que se servem dos Presidentes para continuar no topo da pirâmide.

terça-feira, março 02, 2010

Os SASUM promovem a maquilhagem

Temos recentemente recebido e-mails do responsável pelos SASUM sobre alguns assuntos menos académicos, como por exemplo os malefícios da obesidade e a aprendizagem da maquilhagem. Até que são coisas interessantes para muitas pessoas e que regularmente vemos na TV a serem apresentados por especialistas na matéria. Aqui dentro dos Campi pelos vistos são as farmácias (ou parafarmácias) recentemente instaladas que são especialistas na matéria. Não estou a admirado com estas especialidades destes estabelecimentos. Não sabia era que fazia parte dos estatutos dos SASUM a promoção de negócios instalados nos campi. Talvez seja essa a razão da contratação de mais oito técnicos superiores, para que os SASUM se possam também dedicar a estes cuidados tão importantes para o corpo humano.

Novo Presidente na Escola de Engenharia

Foi eleito Paulo Pereira para Presidente da Escola de Engenharia, com 11 votos a favor e 3 votos em branco.

e-mail de felicitações enviado ontem para todo@eng.uminho.pt pelo candidato vencido:

Caros colegas

Venho desta forma felicitar o Professor Paulo Pereira pela sua eleição para a Presidência da Escola de Engenharia.
Como disse na altura a minha candidatura não era antagónica mas procurava abranger aspectos que não estavam claramente definidos na sua candidatura.
Assim, espero que a minha candidatura tenha servido para esclarecer a sua candidatura e no futuro fortalecer o seu mandato.

Saudações Académicas


Jaime I. N. Rocha Gomes

sábado, fevereiro 27, 2010

Audições para a Presidência da Escola de Engenharia

Decorreu na última Quarta feira a audiência pública dos candidatos à Presidência. Dois candidatos, eu e o colega Paulo Pereira. Calhou-me ser o segundo a apresentar a minha candidatura. Tal como eu pretendia, foi um exercíciio interessante em que se apresentaram programas que não sendo alternativos focavam aspectos diferentes do futuro da Engenharia. Independentemente do resultado, dei o meu tempo por bem empregue, por expôr aquilo que eu penso serem aspectos menos claros que os novos estatutos nos legaram e possíveis contradições que as duas listas eleitas podem provocar numa governação de compromisso entre as pretensões de ambas as listas. Será algo que o Conselho de Escola tem que estar atento durante o mandato que se inicia, seja qual for o Presidente. Devo dizer que as perguntas do Conselho Geral foram muito pertinentes e que demonstram uma preocupação séria do que se adivinha que vem aí, seja com o contrato de confiança seja com o processo de Bolonha. Só não percebi as perguntas dos representantes dos investigadores e dos alunos, que pareciam mais preocupados com a sua situação profissional do que propriamente com aspectos que podem afligir os seus colegas. Talvez por inexperiência, estes membros do Conselho Geral não se apercebem que por muito que os candidatos a Presidente gostassem, não podem resolver problemas que são determinados por entidades externas. Por exemplo, a acreditação de um curso pela Ordem dos Engenheiros não depende do Presidente da Escola. A estabilidade de emprego dos bolseiros também não depende nem do Presidente nem sequer da Universidade: depende da política do Ministério. Mas à parte estas inconsistências, todo o processo foi muito gratificante. Independentemente do resultado, já valeu a pena concorrer e penso estarmos todos de parabéns, os candidatos a Presidente e o Conselho Geral.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Candidatura à Presidência da Escola de Engenharia

e-mail enviado hoje à lista todos@eng.uminho.pt:

Caros colegas membros da Escola da Engenharia

Hoje foi aceite pela Comissão eleitoral a minha candidatura à Presidência da Escola de Engenharia.
A minha candidatura é autónoma e independente de qualquer lista eleita para o Conselho de Escola. Só por si este facto demonstra que as minhas intenções não transmitem ambições de grupos de interesses dentro da Engenharia e que o que me move é tão só o debate de ideias e a sugestão de caminhos a seguir, porventura alternativos aos de outras candidaturas.
Não é uma candidatura contra ninguém, e muito menos contra o candidato da lista maioritária do Conselho de Escola, a quem saúdo, mas uma candidatura que pretende ser construtiva, pois sempre pensei que não é com monólogos que se alcançam as melhores soluções. A Engenharia enfrenta muitos desafios nos próximos anos e todos somos precisos para os enfrentar.
Não acredito nas soluções dos mais poderosos, que tendem a solucionar as questões muito com o objectivo quase eleitoralista, em que se for necessário fazerem concessões para se manterem no poder, fá-las-ão. Acredito mais na confrontação de ideias e em soluções distintas para cada caso. Se não se puder a curto prazo ir para soluções distintas, então deve-se procurar proteger os mais fracos para manter uma qualidade mínima, ou seja, os departamentos mais pequenos não podem ser prejudicados pela lógica eleitoralista.
Em breve divulgarei o meu programa, entretanto já entregue á Comissão Eleitoral.

Saudações Académicas

Jaime Rocha Gomes

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Contrato de confiança

Esta semana, no dia 17, foi o dia da Universidade e segundo relatos do que consistiram as comemorações, o Ministro já veio mais vezes à UM nos meses em que o novo reitor assumiu funções, do que durante o segundo mandato do anterior reitor. Um “contrato de confiança” foi assinado entre a tutela e a UM que pode permitir á UM ter uma situação financeira mais folgada do que nos últimos anos. Mais verba significa mais folga para promoções na carreira e melhores condições para a componente pedagógica, beneficiando professores e alunos. Estamos pois de parabéns e parece que a diplomacia funcionou melhor que a confrontação. No entanto há uma moeda de troca que consiste essencialmente na Universidade conseguir mais alunos e isso só é possível com alunos que não fazem parte do contingente vindo directamente do ensino secundário. É necessário recrutar alunos que estão fora do ensino normal ou que já o terminaram e querem regressar. Neste caso os cursos têm que forçosamente ser pós-laborais. É aqui que surgem as dúvidas; até que ponto se conseguem os alunos suficientes nestas condições. Para o departamento do qual faço parte, o departamento de engenharia têxtil, isto não é novidade e os professores e alunos, muitas vezes com sacrifício das suas vidas pessoais, conseguem atingir os mesmos níveis de sucesso que com os cursos diurnos.
Mas este é um caso especial em que se trata de um departamento que de outra maneira não teria alunos, ou muito poucos, e por isso os docentes não pensam duas vezes. Mas outros departamentos em que os cursos diurnos estão cheios, qual é o incentivo para os docentes leccionarem em horários pós-laborais? Como será feito a escolha? Serão aqueles que têm menos força no departamento, ou por serem menos graduados ou por outras razões que infelizmente ainda existem na nossa sociedade, como o compadrio, que serão "enviados" para esse horário? Se isso acontecer, há dois factores que são de lamentar, a injustiça perante tal actuação, mas também quem sai prejudicado de tal situação, os alunos. São os alunos que não terão porventura professores provenientes de uma escolha equilibrada de professores, ou seja, professores mais experientes juntamente com outros mais jovens.
Não sei se alguma vez teremos esse problema, mas se o tivermos pelo menos significa que temos alunos neste regime e que o contrato de confiança se cumpre nos dois sentidos. As outras considerações, a seu tempo, terão que ser acauteladas porque o sucesso dos cursos pós-laborais depende da motivação dos docentes, e isso depende duma distribuição de serviço docente justa entre horários laborais e pós-laborais.

sábado, fevereiro 06, 2010

O Macdonalds no Campus?

O que é que faz um Macdonald´s na Quinta dos Peões, aquele espaço que fica entre o campus de Gualtar e o INL-Instituto de Nanotecnologias? Ficando situado na Quinta dos Peões supõe-se que foi do conhecimento da UM a sua instalação naquele sítio já que a ocupação da Quinta dois Peões tem sido objecto de negociações entre o proprietário, Rodrigues Névoa, a Câmara e a UM (ver comentário sobre planos da UM para a "sua parte" da Quinta dos Peões) desde que foi vendido pelo Estado/Câmara a Rodrigues Névoa. Terá sido uma forma dos estudantes terem alternativa á cantina? Terá sido uma forma de mostrar a internacionalização da oferta gastronómica a visitantes da UM? Ou terá sido mais do interesse do Presidente da Autarquia no que respeita à sua predilecção por esta Multinacional como aliás também o fez mesmo no centro da cidade, num edifício alugado a um café e uma barbearia, que foi também "modernizado" desta forma (o que na altura também causou muita estranheza)?
Suponho que esta predilecção do Sr. presidente da Câmara não será pelos hamburgers propriamente ditos...
De qualquer forma, num lugar de ensino e investigação, onde o informal e o inconformismo dos estudantes devia ser a norma, temos uma cadeia Americana que alimenta gente muito jovem, normalmente acompanhada pelos pais, não propriamente o aluno típico da Universidade. Ou será que a Macdonalds pensou que os estudantes seriam a sua principal fonte de receitas? Nesse caso a negociata seria ainda mais óbvia entre o Presidente da Câmara e a cadeia Americana. Mas a localização da Macdonald's nas proximidades da UM não creio de facto que seja a razão do sucesso e das filas de carros que vemos a entrar e a sair do "drive-in". Seja ali ou noutro sítio as enchentes das famílias com filhos que têm que alimentar sem muito trabalho e despesa sucedem-se diariamente, e ainda por cima com o agrado dos jovens, independentemente de ser uma alimentação desaconselhada e conotada nos EUA como de "engorda pobres" (embora ainda com algum status aqui, vá-se lá saber porquê).
Portanto, não será tempo da Reitoria incluir no pacote a negociar com Rodrigues Névoa e a Câmara ó Macdonald's "do Campus"? É que já chega da UM ser referenciada como aquele edifício grande ao pé do Macdonald's! Seria mais apropriado e digno ser referenciado como "aquele edifício grande com um espaço verde em frente a uma rotunda". Isto se não encherem aquele espaço com torres de um futuro Parque de Ciência e Tecnologia e sede da Associação de Estudantes, como já foi sugerido pelo reitor a um órgão de comunicação social.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Os Estatutos dos Centros - o "case study" do CCTT

Já aqui foi comentada a renovação adiada dos Centros de I&D da Escola de Engenharia, muito devido ao facto dos estatutos da Escola não preverem o limite de mandato para o Director do Centro. Outro aspecto para o qual alertei para os estatutos da Escola de Engenharia foi a falta de linhas de orientação em relação aos Centros, o que poderia perverter a lógica subjacente aos Centros, que são constituídos por investigadores e nisso se diferenciam dos Departamentos, que são constituídos por docentes, e que poderia resultar que nos Centros de I&D os direitos venham a ser diferentes para uns e outros, privilegiando os docentes. Como que a dar-me razão, o Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil do qual faço parte, estipulou nos seus estatutos aprovados por maioria, tendo contra os votos dos investigadores como é óbvio e alguns docentes nos quais me incluo eu, uns estatutos em que distinguem os direitos dos docentes e dos investigadores. Como exemplo desta atitude premeditada pela actual Direcção, propôs e viu aprovada a constituição da Comissão Científica em que os docentes doutorados têm todos lugar e os investigadores são representados por um único colega, tendo-se ainda dividido os investigadores entre aqueles que têm um contrato de 5 anos e aqueles que têm um contrato de 1 ano, quando por exemplo no Conselho de Escola não há qualquer distinção entre docentes e investigadores, tenham mais ou menos de 5 anos de vínculo à UM, e no Conselho Científico a única diferença é entre os investigadores com 5 anos (investigadores auxiliares) e os que têm menos de cinco anos. Não se entende! Isto é, no órgão para o qual foram contratados, o Centro, não têm os mesmos direitos que os docentes, e nos órgão acima deste, ao qual respondem precisamente os Centros como unidades sub-orgânicas que são, os investigadores têm esses direitos. Espero que os colegas que me ouviram argumentar desta forma percebam duma vez por todas que o Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil não é uma ilha, mas deve respeitar a lógica dos estatutos da Unidade orgânica a que pertence, ou seja a Escola de Engenharia.
Não havendo consenso quanto a este assunto no Conselho de Escola de Engenharia, a Assessoria Jurídica da UM deve ser solicitada pela Escola a dar um parecer, sendo certo que a Escola de Engenharia não poderá, a meu ver, contemporizar com este tipo de atitude avulsa por parte duma sua sub-unidade orgânica. A meu ver este assunto deve até ser considerado como um "case study" pela Assessoria jurídica, uma vez que pode servir como precedente noutros Centros de I&D.

domingo, janeiro 31, 2010

O Orçamento dos SASUM: uma ilha (da Madeira) na UM

Segundo informação do blogue NDNR, que está presente no Conselho Geral com dois membros eleitos e pensa e muito bem que o que lá se passa deve ser acessível a toda a Academia, o orçamento dos SASUM foi aprovado no CG com a ajuda dos votos dos membros externos, com o argumento que os SASUM não podem ficar sem orçamento por muito mais tempo. Até parece que estamos a falar do orçamento do País em que o Governo também consegue os votos de outros partidos com o mesmo argumento. Mas uma coisa é o País outra coisa são os SASUM! Não caiamos no ridículo, senhores cooptados!
É melhor aprovar um orçamento despesista, incluindo contratações de técnicos superiores numa altura em que o resto da UM aperta o cinto e as contratações estão há muito congeladas, ou reservar a sua aprovação a uma proposta mais consonante com o período que vivemos? Mais uma vez há uma analogia com o orçamento do País, que é o da Madeira, considerado escandaloso quando comparado com o dos Açores, mas que como tem à frente alguém muito influente e incómodo, o Alberto João Jardim, há muita pressão para a sua aprovação. Será que podemos supor que à escala da UM os SASUM são a Madeira da UM? Até parece, quando pensamos em quem está à frente destes serviços e na sua influência junto do anterior reitor e agora também parece que junto do actual reitor.
Talvez tenha sido este o verdadeiro motivo da aprovação do orçamento, tal como o foi com a aprovação dos seus estatutos já com este Conselho Geral mas ainda com o anterior reitor, e referido aqui neste blogue.

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Quinta dos Peões:fechar o cerco à UM-Gualtar

Foi divulgado na imprensa através duma entrevista do reitor ao Diário do Minho, as intenções da Universidade para com a Quinta dos Peões, o espaço em frente ao campus de Gualtar. A proposta da UM, como contrapartida da aceitação da construção de prédios ou vivendas de luxo pelo actual dono, Rodrigues Névoa conforme se lê na entrevista completa na versão em papel do DM, é a de uma instalação de um parque Tecnológico do género do TagusPark.
Não deixa de ser caricato comparar esta proposta com o TagusPark, quer pela sua dimensão quer pela sua relevância, mas comparando o terreno disponível na Quinta dos Peões e o terreno onde se situa o TagusPark em Oeiras, diríamos que a ideia até não seria má...mas noutro local. Aqui, no pouco terreno que vai sobrar depois da ocupação dos terrenos com equipamentos do sr. Rodrigues Névoa, se construírem só pode ser em altura e então...fecha-se o cerco ao campus a sul com esta iniciativa, iniciada há anos pela construção de prédios a poente e atrás com uma urbanização junto ao hospital, já que a nascente já existia a estrada de Adaúfe e prédios (se a geografia não estiver perfeitamente correcta, pelo menos os quatro lados deste campus estão identificados para quem conhece o campus).
No início da vida da UM esta quinta era uma quinta de experimentação do Ministério da Agricultura. Depois foi vendida a um particular, o Sr. Rodrigues Névoa (esse mesmo do escândalo de Lisboa) o que na altura causou muita estranheza, e de seguida o PDM passou de agrícola para urbano, pela mão do ainda actual Presidente da Câmara (Mesquita Machado) sendo permitido construir e consequentemente o valor do terreno deve ter subido exponencialmente (conhecemos outros casos semelhantes lá para os lados de Gondomar). Nessa altura o sr. Rodrigues Névoa, segundo o artigo do DM, queria construir vivendas luxuosas, depois "equipamentos" que seriam de dimensões bastantes maiores, deixando no meio um corredor para a UM respirar (prevendo-se um desvio da estrada que se situa entre a UM e esta quinta para poderem os alunos desfrutar deste pequeno espaço verde). Agora, nem corredor vai haver, sugerindo-se a bem do progresso, uns edifícios do género das torres do Tagus Park ! No entanto para calar os estudantes está também prometido estudar a possibilidade da Associação também passar para a quinta, com um prédio a condizer com a fidelidade que esta Associação, eleita com uma abstenção de mais ou menos 95%, tem demonstrado para com as reitorias anteriores e agora com esta, a julgar pelo sentido das votações no Conselho Geral.
A vontade de projectar a UM no exterior está patente nas intenções do reitor. No entanto quando quiserem promover a UM, nomeadamente o campus de Gualtar, não vão conseguir tirar uma fotografia da fachada sem estes edifícios pela frente, a não ser que seja com uma lente de olho de peixe a uma distância de uns dez metros (e mesmo assim não abrange todo o campus). Espaços verdes, nem vê-los!
Cerca-se a UM com betão e vidro, perde-se qualidade de vida no campus. Afinal nestes últimos anos dentro do próprio campus multiplicaram-se as estruturas de betão espelhadas, e se a moda pega, teremos uma Quinta dos Peões transparente, senão na essência, pelo menos na aparência.

domingo, janeiro 24, 2010

A renovação adiada.1-Os Centros de I&D

Agora que se discute os estatutos das sub-unidades orgânicas, nomeadamente os Centros, verifica-se que a vontade de renovação por parte de quem fez os estatutos não é muita, pelo menos na Escola de Engenharia. Um dos únicos artigos homologado pelo reitor em relação aos Centros, foi o de que o mandato dos Directores é renovável, sem qualquer limitação. É de notar que quem fez parte da Assembleia Estatutária por parte dos centros existentes, é quem mais beneficia com esta regra, como que a confirmar que os estatutos foram feitos á medida dos membros da Assembleia Estatutária como já referido anteriormente. O reitor de então, AGR, em vez de questionar este artigo em particular, que podia fazê-lo uma vez que todos os outros órgãos, incluindo as outra sub-unidades orgânicas como os Departamentos, estão sujeitos à limitação de mandatos, o que fez? Foi o de o deixar passar, não se inibindo no entanto de não homologar quase todos os outros, perfeitamente inócuos diga-se de passagem, justificando que compete aos Centros fazer os seus próprios estatutos. Isto até pode ajudar a perpetuar a Direcção do Centro, uma vez que os estatutos sendo aprovados pela maioria afecta ao actual director, pode ditar as regras para os que devem votar e os que não devem votar (excluí-los pelo tipo de contrato que têm ou o tempo de contrato, pela sua produção científica e outras formas de assegurar, intencionalmente não, que o seu lugar não será posto em causa por muitos e muitos anos). É de notar que os Centros assumiram com o o novo estatuto uma posição institucional muito mais importante que os Departamentos, fazendo parte do Conselho Científico, que é órgão que decide as questões mais relevantes para a vida dos docentes e para a própria instituição.
Das duas uma, ou os Centros têm plena autonomia e não deviam ser considerados parte das unidades orgânicas nem estariam representados nos seus órgãos, ou então são suas sub-unidades orgânicas, que o são, e então deve-se ter em atenção os regulamentos que regem as unidades orgânicas, nomeadamente os regulamentos respeitantes à eleição dos seus órgãos máximos, incluindo o próprio Presidente e o Conselho Científico, e fazer destes regulamentos a base dos regulamentos dos Centros.

domingo, janeiro 17, 2010

Provedor do cidadão universitário

Discute-se neste momento a figura do Provedor do estudante, uma espécie de defensor dos direitos humanos do estudante junto das instâncias de poder da Universidade, nomeadamente junto do Reitor e do Conselho Geral. Face aos atropelos que muitos professores e funcionários da UM se queixam de que foram vítimas nos últimos anos, pergunto: porque não alargar essa função a todos os cidadãos da UM, sejam alunos, professores ou funcionários? Não será a forma de resolver todas as injustiças, mas seria uma forma mais expedita de certos assuntos não terem que ir à justiça dos tribunais que por norma não resolvem nada, tal é a morosidade com que tratam qualquer queixa. Afinal há processos disciplinares dirigidos a professores e funcionários, de cima para baixo, mas não há a possibilidade de processos de defesa, de baixo para cima, de queixas de funcionários ou professores contra os atropelos de que muitas vezes são vítimas por parte dos seus superiores. Em muitas situações estou convicto que muita da falta de motivação patente entre docentes e funcionários, nomeadamente estes últimos, resolver-se-ia se muitos destes atropelos á sua dignidade fossem detectados por esta via. Muitas vezes até se pode tratar de aspectos que têm a ver com as justas aspirações que muitos funcionários e docentes têm e que os sindicatos não resolvem. Temos o exemplo das classificações para progresso na carreira dos funcionários, donde podemos tirar algumas conclusões do que não se deve fazer em futuras avaliações, sejam dos funcionários ou dos professores, começando já com a deste ano, e quando chegar a vez dos professores do que não se deve fazer em relação e estes, embora o cariz da avaliação seja forçosamente diferente. Em relação aos funcionários, é patente o que aconteceu na UM e que foi denunciado noutras instituições, incluindo algumas universidades (embora a UM não tivesse sido uma das denunciadas, sabe-se lá porquê): Os funcionários de topo, técnicos superiores e outros do topo da carreira, receberam por norma excelente: ora como o número de excelentes (e muito bom) obedece a quotas, esgotaram os muito bons, não restando para as outras categorias abaixo das chefias senão alguns muito bons e o resto foi tudo corrido a bom, fosse um excelente funcionário ou não. Há serviços em que todas as chefias tiveram excelente. Se isto não tivesse consequências, como antes do SIAPA em que todos tinham muito bom, podíamos rir da caricatura que era todo este processo. Mas como todos sabemos, agora há consequências na progressão da carreira de cada um e até pode haver dispensa em casos de má qualificação.
Como constatamos pelas notícias recentes, alguns casos estão a ser investigados noutras organizações. E aqui? Com Provedor ou sem, o que o reitor devia fazer, para não se repetir o que aconteceu nos últimos anos, seria mudar os avaliadores nos casos em que se observou manifesto abuso ou incompetência na avaliação; e em segundo lugar, deveria nomear um Provedor provisório que ouvisse as reclamações daqueles que se sentiriam lesados, ou delegava estas funções no Senado, onde existe um Comissão disciplinar.
Outra acção obrigatória seria distribuir as quotas duma forma vertical por todas as categorias , não favorecendo as chefias, porque são elas em muitos casos que são a causa da ineficiência do funcionamento da Função Pública, como todos sabemos. Uma forma justa de o fazer seria ter a mesma proporção de excelentes e muito bons para todas as categorias.
Claro que tudo isto já vai tarde e muitos serão promovidos, ou não conforme o caso, segundo as classificações que obtiveram nas últimas avaliações. Mas isso foi noutra era, a do anterior reitor, em que tínhamos a sensação que as chefias faziam o que muito bem entendiam, com o beneplácito do reitor ou não. Quero crer que estamos noutra era em que existe "accountability", ou seja, que todos respondam pelas suas acções.

domingo, dezembro 27, 2009

As férias não são para todos?

Natal é tempo de repouso para muitos e para a Universidade também. Sabemos que muitos professores não trabalham nos dias imediatamente antes ou depois, ou pelo menos não vão á Universidade a julgar pelos parques de estacionamento vazios (a não ser que deixem o carro em casa). Então porque não dar o mesmo tratamento aos funcionários que não têm qualquer função sem a presença dos professores? Estou a pensar em técnicos de laboratório e funcionários administrativos por exemplo. Seria mais útil que trabalhassem mais uma hora e ir embora às 18:30 nos outros dias do ano do que permanecer nos seus locais de trabalho sem fazer nada durante a época de férias dos professores. Chama-se a isto flexibilidade de horário que parece que não foi descoberto ainda pela Universidade.
Há outras repartições do Estado e empresas que fecham em Agosto e entre o Natal e o Fim do Ano. Mas na Universidade temos que ter tudo aberto? Para quê? Só se for para fazer o jeito a alguns que funcionários que preferem férias quando há mais que fazer para poderem descansar em Agosto na Universidade quando não está lá ninguém (nem alunos nem professores) ou á mania de alguns Professores de saber que se por acaso tiverem que ir lá um dia tenham tudo aberto à sua disposição. Claro que há trabalho que tem que ser feito antes do fim do ano, contas que fechar, por exemplo. Mas a excepção faz a regra e esses funcionários que sacrificam muito nesta época deviam ter a compensação adequada noutra altura do ano.
Parece-me que cada vez há mais desigualdade entre docentes e funcionários, e vejo isso com preocupação. O RJIES infelizmente veio acentuar essas desigualdades, não concedendo aos funcionários os direitos de representatividade nos vários órgãos de governo da Universidade que merecem e onde poderiam defender os seus direitos. Até os bolseiros que passam aqui um ano têm mais representatividade que os funcionários (ver em Homologação dos Estatutos da Escola de Engenharia por exemplo) Os funcionários passam cá grande parte da sua vida. Quem fez o RJIES foi o Ministro da Educação e infelizmente temos como Ministro alguém que não vive neste planeta, preferindo a exploração espacial à exploração pessoal. E não é só por ser um físico embora tal possa ter influenciado. Já muitas vezes ouvimos que os professores não são os melhores gestores e a gestão deve ser entregue a profissionais (Reitor, Presidente de Escola, Director de Departamento) e Ministros da Educação? Porque temos que ter um Professor e ainda por cima um teórico (físico?).
Desça à terra senhor Ministro, venha às Universidades, veja quem lá trabalha e verá que não são só cientistas!
Mas não é só o Ministro que manda. A Universidade tem Autonomia e pode alterar este estado de coisas, aliás como o fez o ano passado, embora pelas razões erradas, que consistiu em dramatizar sem necessidade a situação financeira da Universidade, decretando o fecho das instalações para poupança de energia e assim poder pagar o 13º mês (sic). Pelo menos deu para perceber que se poderia fazer o mesmo este ano e nos anos seguintes sem nemhum problema, ou pelo menos nada de grave. Muitos docentes nem vão sentir que há qualquer diferença pois não costumam frequentar a UM nessa altura, tal como foi já referido, mas para muitos funcionários foi uma amostra de como poderiam ser as suas férias de Natal, houvesse mais imaginação e tolerância por parte dos governantes.

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Um Novo ciclo no impacto da Universidade nas empresas?

Quando surgiu o RJIES pensámos que viria aí um Novo Ciclo. Quando veio o novo ECDU pensámos que vinham daí novidades. Nem uma coisa nem outra. Em Portugal não há mudanças que alterem verdadeiramente o status quo. Não há visionários no Governo. Há, isso sim, Ministros que gostam de mostrar estatísticas que no caso do Ensino Superior se resumem a número de doutoramentos, número de publicações, etc. E o custo-beneficio? O que é que se gastou e o que é que o País lucrou com isso? Prestígio? Talvez. Mas e o resto? Houve muitos empregos criados por este investimento? Claro que não. Noutros países mais desenvolvidos são mais pragmáticos, a investigação é em grande parte financiada por empresas, que é caso dos EUA e em grande medida o Reino Unido. As empresas desta forma inovam e criam mais e melhores empregos. Assiste-se cada vez mais à "open-innovation", isto é, inovação fora das empresas e sub-contratada às Universidades e outros centros de I&D. As empresas são na sua maioria grandes empresas duma dimensão que não temos em Portugal. Mas não devia servir de desculpa, uma vez que fazemos as coisas à dimensão do nosso País noutras áreas e temo-nos saído bem. Caso das pequenas empresas que contra todas as previsões são bem sucedidas cá dentro e lá fora. Algumas dessas já são empresas nascidas nas Universidades, como seja Critical Software, Ydreams para mencionar algumas já estabelecidas. Outras, mais perto de casa, como a Micropolis, nascida na UM, tenta a sua sorte numa estratégia que passou pela sua aquisição por outra empresa que já tinha os canais de distribuição estabelecidos. Mas são exemplos que só provam a regra geral do quase total divórcio entre a Universidade e o mundo empresarial.
Muita da investigação é feita em parceria com outros centros de investigação, nacionais e estrangeiros, mas quando as empresas estão envolvidas, normalmente são programas europeus em que elas próprias são subsidiadas. Não há verdadeiramente uma transferência de tecnologia das Universidades para as empresas.
Normalmente os mais capazes de levar a tecnologia ao exterior, não estão envolvidos na governação da Universidade. Sabem que não é para eles mas para aqueles que vivem disso. O que eles querem é que os deixem em paz já que não têm ajudas nem incentivos. Vivem pois alheados da instituição. Acabam por ser iniciativas isoladas. Não devia ser assim, mas com o RJIES e o ECDU e as próprias Universidades a não incentivarem essa ponte com exterior, não haverá uma verdadeira mudança no panorama; continuaremos a trabalhar para as estatísticas.

sexta-feira, dezembro 18, 2009

As Eleições para os órgãos da Escola de Engenharia 4- Os resultados

Os resultados das eleições para os órgãos que foram a eleições já foram divulgados. Para as listas de Professores e investigadores de carreira foi a seguinta:
Conselho de Escola: lista B elege 8, lista A elege 3 membros
Conselho Científico: Lista B elege 9, lista A elege 3 membros
Não houve surpresas nestes resultados, considerando que a lista A era uma lista de cariz departamental, o que se nota aliás num maior equilíbrio de votos em Gualtar, onde o Departamento de Informática está sediado. Em Azurém a lista B em ambos os Conselhos teve uma maioria esmagadora, e muito semelhante em número de votos, o que leva a pensar que haveria alguma sobreposição entre as duas listas no que se refere à filosofia e à proximidade de ideiais e vivência na UM dos seus membros. É curioso observar, como que a comprovar esta teoria, que o texto de agradecimento de ambas as listas B, é igual.

segunda-feira, dezembro 14, 2009

As eleições para os órgãos da Escola de Engenharia 3-O Presidente

Aqui estão os factos:
O Presidente da Escola será eleito pelo Conselho de Escola, como é do conhecimento geral (ou não?). As listas para o Conselho de Escola irão a votos na Quarta-feira. Os cabeças das duas listas já fizeram o seu apelo ao voto. O cabeça de lista A entre outras considerações sobre o programa, afirma que não se compromete com nenhum nome para a Presidência da Escola.
Agora as hipóteses:
A lista B não revelando quem é o Presidente, deixa em aberto a hipótese mais provável de ser Paulo Pereira, o cabeça de lista. O nº 2 da lista, João Álvaro será provavelmente um dos Vices, repetindo a sua função no tempo da anterior Presidência de A. Cunha.
Sendo assim, seria importante que a lista B abrisse o jogo, porque quem vota na lista B estará presumivelmente a votar para o Presidente da Escola.
Porquê que é relevante esta questão? Porque o Presidente terá muito mais importância que o Conselho de Escola. Será quem gere a Escola e o seu programa e as suas ideias serão de muito maior importância que o programa da lista para o Conselho de Escola, que não deixa de ser um órgão consultivo na prática, embora de em teoria ser um órgão de poder da Escola (ver anterior mensagem).

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Universidades portuguesas desperdiçam dinheiro?

Hoje tivemos a notícia no Jornal de Negócios dum estudo encomendado ao ISEG pela Comissão Europeia, que conclui que as Universidades portuguesas produziriam o mesmo com metade do dinheiro, desde que as verbas tivessem sido aplicadas eficientemente.
E mais não adianta a notícia.
Ficamos sem saber:
1) se o desperdício é devido ao excesso de professores, funcionários ou outro tipo de gastos considerados supérfluos.
2) se é uma questão de a produção, eventualmente aferida pelo número de alunos formados, ser aquém do que se esperaria, ou se é de produção científica que se refere o estudo.
3) se quem fez o estudo o fez "eficientemente" uma vez que o ISEG também é uma Universidade portuguesa
4) se este estudo foi encomendado para o nosso ministro Gago cortar nas verbas às Universidades
5) se adianta alguma coisa este estudo, sem sugerir uma reforma da universidade (a última que se fez, o RJIES, já todos percebemos que vai deixar tudo na mesma)
6) Se agora que foram publicados os novos estatutos do Ensino Superior, ECDU, vamos alterá-los outra vez para melhorar a "eficiência" das Universidades ou se este novo Estatuto vai resolver alguma coisa
7) Se os professores vão ligar alguma a este estudo
8) se.....

Concluindo: não é com críticas destrutivas que vamos lá, é preciso também que se sugiram medidas que alterem este aparente cenário de desperdício de dinheiros públicos.

sábado, dezembro 05, 2009

As eleições para os órgãos da Escola de Engenharia 2- listas para o Conselho Científico

Tal como para o Conselho de Escola são duas as listas que se apresentam para o corpo dos "professores e investigadores de carreira", e tal como para o CG uma das listas (A) apresenta-se como departamental, embora neste caso avance com algumas linhas gerais em que outros se possam identificar. Sendo uma atitude mais positiva não deixa de ser uma candidatura departamental.
A outra lista (B) não oferece grandes surpresas na orientação, sendo uma orientação já assumida por vários dos seus elementos no passado recente, como sendo a proposta de parcerias do tipo MIT, que teve um responsável por parte da UM no ex-vice-reitor Manuel Mota, que lidera esta lista. Um aspecto curioso é que com o currículo científico e de gestão científica do seu cabeça de lista, M.M., esta lista torna-se uma lista macrocéfala, estando os outros elementos tanto quanto me é possível avaliar pelos elementos curriculares que estão acessíveis ao público em geral, num patamar muito inferior, apresentando um currículo mais de gestão, pelo que se põe a questão se esta lista não deveria ser de facto a lista para o Conselho de Escola e o seu cabeça de lista o candidato a Presidente da Escola. Aliás nada impede que M.M. se candidate á Presidência da Escola, o que tornaria esta lista acéfala em termos de currículo científico.
Independentemente do currículo científico, há na lista pessoas com experiência de gestão, alguns ex-pró-reitores que penso que estarão nessa lista como uma espécie de continuidade das suas funções como pró-reitores, mas agora não na UM como um todo, mas na Escola de Engenharia. Ter ex-vice-reitores e pró-reitores no Conselho Científico será uma experiência curiosa. A meu ver, não será mau ter elementos no Conselho Científico com essa experiência, mas espera-se que não tragam alguns dos aspectos piores da governação de A. Guimarães Rodrigues para o Conselho Científico, que para o bem e para o mal foi A.G.R o grande responsável e não os seus vice e pró-reitores, como é do conhecimento geral.
Podemos considerar que o Conselho Científico é mais que um órgão que determina a política científica da Escola? O programa da lista B tem uma proposta de formação de novas unidades de interface e uma de interacção com a indústria tradicional com equipas multi-disciplinares de vários departamentos (ou centros?)que é interessante, e fugindo um pouco á ciência é um exemplo de como a relação com o exterior aparece neste órgão e também no programa da lista B concorrente ao órgão que define a estratégia da Escola, o Conselho de Escola. É uma das indefinições do RJIES e do Regulamento da Escola, é precisamente onde é definida a relação com o exterior. Embora a proposta refere que é em conjunto com o Conselho Consultivo e as Unidades de Interface, esquece o facto de que quem propõe é o Presidente do Científico que é ao mesmo tempo Presidente da Escola e o artigo 14, alínea e) dos Estatutos da Escola refere que quem decide a estratégia Geral da Escola é o Conselho de Escola que não está sob a alçada do Presidente. Por isso espero que realmente funcione a articulação entre estes dois órgãos, o CE e o CC, para que a relação com o exterior, tão importante para uma Escola de Engenharia, realmente funcione. Resta acrescentar que quem dirige a banda é o Presidente e se não for um bom maestro será difícil qualquer articulação.