sábado, março 21, 2009

Low-cost nas viagens e nas Universidades

Ir a uma conferência em Low-cost tornou-se normal para muitos professores e investigadores, procurando assim poupar alguns euros da bolsa disponível. Se o preço parece apetecível, como tem vindo a ser denunciado recentemente, não é bem o que parece. Paga-se o check-in, as malas, o seguro, o cartão de crédito, as sandes, o café, o excesso de peso acima dos 15 Kilos quando normalmente o peso limite é de 20 Kgs, etc. No futuro próximo serão as idas à casa de banho que serão pagas. Tudo somado não será muito mais que viajar na TAP ou noutra empresa de "bandeira". Ainda por cima para o reembolso é necessário o recibo que por ausência de balcões no aeroporto do Porto, têm que ser pedidos à sede, sem haver a certeza que vem "direitinho". Há ainda essa preocupação.
Mesmo que se poupe dinheiro, temos o resto. O aeroporto de Low-cost tem o aspecto duma estação de autocarros, com o povo a amontoar-se nos locais de check-in e de controlo. Talvez por isso sejam tão maltratados pelas empregadas no check-in, como se tratasse de "crowd control" e não de servir o cliente. Eu por exemplo fui recebido com o comentário que "já tinha dito três vezes que o limite de 15 Kg foi ultrapassado". Primeiro não disse três vezes, só uma, e depois mesmo que o limite tivesse sido ultrapassado, o cliente, eu neste caso, devia ser informado com profissionalismo, como sempre fui noutras companhias.
Uma vez no avião, não vale a pena pensar que se pode ter um descanso: os bancos não reclinam! E beber um copo de água que seja, temos que pagar, e não é pouco (somado ao resto já ultrapassa um bilhete da TAP).
A viagem de autocarro da empresa, a Terravision, é algo terceiro-mundista. É sujo, o condutor mais parece um serial killer, com travagens de "emergência" contantes, e o aspecto interior do autocarro condiz com o da empresa: Low-wash!
Tanto para partir como ao chegar ao destino, o condutor permanece no sítio, e os ocupantes como que por intuição põesm e retiram as malas. É tudo feito pelos clientes, mas nem por isso têm desconto.
É um pouco como a fast food, em que os clientes é que põem as bandejas no sítio, para poupar mão-de-obra e despejam o lixo no sítio próprio. São treinados para o fazerem. Não tarda muito, é-lhes dada a massa da pizza ou o hamburguer congelado á entrada e ordeiramente, metem -nos no micro-ondas ou forno disponível ao balcão, e assim as empresas Fast food não precisam dos empregados para o fazer.
Já foi anunciado que a Ryan Air vai acabar com o check-in e dispensar os empregados que estão ao balcão. Qualquer dia dispensam as hospedeiras de bordo e põem uma caixa automática com sandes e bebida a bordo.
Sintomático é a recolha dos restos, que as hospedeiras chamam apropriadamente "rubbish" (lixo). Assim não precisam de ter uma empresa de limpeza a limpar entre os voos. Observando a saída dos passageiros do avião que nos levou, verifiquei que não havia tempo para essa limpeza, uma vez que entrámos logo de seguida. Havia papéis no chão e outros sinais de falta desse serviço de limpeza, que não menciono para não ferir susceptibilidades.
Enfim, estamos a caminhar rapidamente para o auto-serviço. O cliente é que acaba por fazer quase tudo. É um pouco como aqueles programas em que o artista ou o actor acaba por ser o próprio concorrente. Sai quase a custo zero para o programa, não ter que pagar a actores.
Penso que no Ensino Superior o mais parecido talvez seja a Universidade Aberta, embora já tenha visto teses no Ensino Superior em que o proponente do trabalho foi o próprio candidato.
Com a tendência das low-cost não será que o ensino caminha para o low-cost também?
Já lá vai o tempo em que as secretárias escreviam os ofícios dos professores. Com o aparecimento dos computadores, foi o início e com os programas como o e-mail a serem usados como ferramenta principal, o próprio docente já faz tudo, desde o edital para bolsas às consultas para compra de equipamento. Agora com o ajuste directo deu-se um passo atrás e preenche-se um papel o que com o mundo cada vez mais informatizado parece um contra-senso. Parece que isto vai ser alterado o que é uma pena porque me fazia lembrar o antigamente com uma certa nostalgia (o tempo em que tínhamos os ofícios escritos pelas secretárias).
Enfim, pertencemos a uma rede de tratamento de documentação. Imaginem se os professores do ensino secundário tivessem que fazer o que nós fazemos (encomendar equipamento, matérias primas, escrever editais para bolsas, etc). Seria um protesto nacional. Nós o que fazemos? Isto e muito mais, desde que nos digam o que é preciso fazer. Somos obedientes, é isso.
Sabemos que é tudo em prol do Low-cost e como bons portugueses, isso agrada-nos.

sexta-feira, março 13, 2009

A lógica do poder nas eleições para o Conselho Geral

Acabámos de ter uma eleição para o Conselho Geral da UM. Pertenci a uma lista para o Conselho Geral, a lista B. Conseguiu a lista B eleger 2 "conselheiros". São dois elementos que no Conselho Geral vão poder expressar as posições que a lista B tomou em relação a muitos aspectos da vida Universitária. No entanto, no essencial, não se prevê que a UM mudará muito. Em primeiro lugar a lista C, composta por elementos que detêm posições de poder na UM há vários anos, embora não tendo manifestado um apoio incondicional ao actual Reitor, não o criticando e até afirmando que tinham orgulho do que por aqui se fez nos últimos anos, indirectamente mostraram que eram apoiantes das políticas da UM, nomeadamente o seu responsável máximo, o Reitor.
A questão é que a lista C, numa lógica de assumir o poder, não podia defender abertamente o Reitor, e chegou-se a demarcar para fins eleitorais da sua tutela. E, temos que admitir, que a sua estratégia funcionou. Obtiveram a maioria, quando em eleições anteriores para a Assembleia Estatutária, não o conseguiram. Não sei até que ponto o Reitor com tamanha "deslealdade" dos seus antigos apoiantes se vai manter no seu lugar. Não há nenhuma Universidade que não tivesse tido a "lista do Reitor" como candidata ao Conselho Geral. A lógica é a de reeleger o Reitor ou ao menos dar-lhe legitimidade no caso de o mesmo continuar até terminar o seu mandato. Neste caso, a anterior "lista do Reitor", demarcou-se do Reitor e deixou-o sem legitimidade de continuar. Aliás a lista C, veio recentemente afirmar, utilizando uma frase da lista B, que quer um Novo Ciclo! A lista B usou esta frase como campanha para "Um novo Conselho Geral -Um novo Reitor". Será que a lista C quer dizer o mesmo? No mínimo a lista C devia clarificar esta sua frase!
Outra estratégia que demonstra a lógica de poder por parte da lista C, transmitido pelo seu cabeça de lista no debate havido em Azurém, foi a campanha que fez contra o facto da lista B ser representada por mais que um elemento não apresentando o cabeça de lista como sendo o único representante da lista.
Talvez não se tivesse transmitido a mensagem á Academia que para o Conselho Geral não se estão a eleger 3 representantes dos professores e investigadores, mas sim 12!
Ou talvez os académicos, tão afastados têm estado da vivência democrática, só conseguem entender a lógica "do chefe". O que é um facto, é que a personificação da lista no cabeça de lista do seu líder, o António Cunha, parece ter dado resultado. Já no caso da lista A parece não ter dado tanto resultado. Quererá isto dizer que na confusão que se instalou sobre as funções do Conselho Geral, tendo ficado só a noção que era o orgão que elegia o Reitor, as eleições serviram para plebiscitar o futuro Reitor da UM?
A lista B, propositadamente, não tinha um cabeça de lista "reitorável", precisamente para mostrar que não era disso que se tratava nesta eleição. Pelos vistos, foi ingenuidade pensar que a Academia estaria preparada para eleger um corpo de docentes, quando a maioria o que queria era marcar já uma posição na eleição do Reitor.
Não se pode no entanto culpar a Academia por querer eleger o Reitor. Seria muito mais democrático se assim fosse, e não estaria a eleição entregue a um "colégio eleitoral", que ainda por cima tem elementos não eleitos pela Academia, os membros externo. Pode-se argumentar que estes membros ao serem cooptados seriam dessa forma eleitos indirectamente. Nada mais ilusório. A cooptação destes membros será alvo de negociações entre as várias listas e eles poderão não representar a proporcionalidade das listas no CG. Essa é a próxima função do Conselho Geral e será interessante verificar se representam proporcionalmente as listas ou não.

terça-feira, março 03, 2009

O Resultado da eleição para o CG

Não é engano, o título é mesmo o resultado e não "os resultados".
Porquê? Analisando os resultados agora divulgados pela Reitoria, em termos percentuais a lista C ganhou com 48,5% dos votos, embora não com maioria absoluta como anunciado pela lista.
Mas na realidade o que se verifica é um empate efectivo entre a lista C, mais conotada com o estado actual da UM, com 6 lugares no Conselho Geral, e as outras duas listas com um total de 6 lugares (4 da lista A e 2 da lista B)que se reclamam da "oposição" à hierarquia dominante na UM.
Por isso o resultado que vai emergir nas várias votações que vão ocorrer no CG vai depender dos outros corpos, os estudantes (4), os membros cooptados (6) e o único funcionário eleito (1). Fazendo um pouco de futurologia, sabendo que os membros cooptados estarão "grosso-modo" proporcionalmente representados pelas listas, quem vai fazer a diferença serão os estudantes, uma vez que 1 voto do funcionário facilmente será absorvido pelos 4 votos dos estudantes.
Com este aparente equilibro de forças o "status quo" poderá manter-se por mais cinco anos e meio, assim os estudantes o queiram.
Vamos aguardar um ano e meio pela saída do Reitor para ver se assim vai ser.
Estamos nas mãos deles ou doutros que tomarão o seu lugar.
É quase aberrante uma Universidade depender dos estudantes nas decisões que quase só dizem respeito aos Professores e funcionários (financiamento do qual 90% são salários, ligação ao exterior, etc..é só ver s atribuições do reitor!). Para os alunos existem os Conselhos Pedagógico em que têm paridade com os professores e o Senado.
É caso para dizer: porque não têm os professores um voto também na Associação de Estudantes? A relevância é quase a mesma que a presença dos estudantes no C.G. (Ao menos podiam ter uma palavra a dizer sobre os excessos que se fazem nas praxes!).
Mas quem fez o RJIES e os Estatutos não imaginou que poderia haver situações de empate ente professores/investigadores? Não imaginava que uma Universidade, como foi o caso da UM, decidiu atribuir ao CG o poder de fixar as propinas?
Poderão os alunos negociar as propinas como contrapartida para outras negociações em cima da mesa? E o financiamento da UM como fica? Com propinas zero por exemplo? Quantos professores/investigadores vão para a rua agora que com o novo Estatuto todos prevêem que em tudo vai ser igual ao das carreiras da Função Pública, podendo fechar serviços e dispensar pessoal desses serviços?
O Ministro não pensou nisso ou é uma forma maquiavélica de conseguir dispensar pessoal?
Ficamos na dúvida.

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

O protagonismo oratório evidenciado nos debates pela lista A

A candidatura ao Conselho Geral trouxe ao de cima o melhor e o lado menos bom da natureza humana, em particular nas listas A e C.
O melhor foi, a meu ver, o voluntarismo de todos os que se empenharam neste processo eleitoral sacrificando muito do seu tempo a bem de todos. O pior, a meu ver, terá sido a procura do protagonismo
Na nossa lista, a B, sempre nos pautámos por não haver líderes mas sim uma espécie de troika que uma vez no Conselho Geral actuaria em grupo para defender o seu ideário.
Assim quando fomos a debate, não nos incomodou particularmente o facto da nossa cabeça-de-lista estar ausente, nos Açores, e por isso não poder participar no debate. De acordo com esta nossa postura, foi solicitado que fossemos representados por três elementos das posições cimeiras da lista. Tal não foi aceite, mas havendo quase um consenso na aceitação de dois elementos por parte de duas listas, a lista A continuou a insistir em ser representada por um só elemento na mesa, o cabeça de lista Prof. Licinio Lima.
Para uma lista que se diz representante da cidadania dentro da Universidade, da democracia plena, da participação de todos nos destinos da UM, é estranho esta procura de protagonismo e, sendo aceite pelos outros membros da lista, que ela se transforme numa espécie de culto da personalidade por parte dos outros membros da lista.
O Professor Licinio Lima, como tivemos ocasião de verificar, é um óptimo orador. Mas será o debate para o Conselho Geral uma questão de oratória ou antes uma forma de tentar entender as questões dos outros intervenientes e da assistência e tentar dar resposta ás perguntas que hoje mais preocupam os professores e investigadores, com informação útil? O que se verificou foi mais um "discurso tipo comício" em que numa atitude professoral e de postura antagónica mais do que colaborante em relação ao interlocutor, se atiravam chavões em vez de respostas directas.
Ora o que o Professor e Investigador quer não são chavões, mas respostas!
A única proposta concreta que se ouviu no debate por parte da lista A, foi para se alargar a plateia para o orador, desta vez no Conselho Geral, ao sugerir que as reuniões fossem abertas a todos os que quisessem assistir!

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Mais 100 decidiram apoiar a lista C

Como membro da lista B, concorrente da C, não posso senão ficar impressionado com tamanha adesão! Mas também fico intrigado com a forma como foi anunciada: "decidiram apoiar", significando exactamente o quê? E de que forma teria ocorrido tal adesão? Será que tomaram a iniciativa de contactar o cabeça de lista ou o mandatário, por e-mail, por telefone, telemóvel, correio interno, pessoalmente, como?
Imagine-se um destes colegas no seu percurso de demonstração de apoio: pensa no assunto, talvez por ter lido os textos entretanto publicados pela lista, pega no telefone e liga para o cabeça de lista ou mandatário. Que diz? Olhe, eu li este ou aquele texto e sinto uma grande sintonia com a vossa maneira de pensar e de ser. Gostaria que adicionassem o meu nome aos demais subscritores e fizessem dessa minha adesão o uso que entenderem melhor.
Ou então seria um e-mail espontâneo, e portanto do género: Sentindo-me muito enquadrado pelo vosso lema "Uma Universidade das pessoas", sendo eu uma dessas pessoas, gostaria que me incluissem na lista das pessoas. Cumprimentos...uma pessoa!
Ou então pelo correio interno: Exmos Srs, venho por este meio demonstrar a mimha disponibilidade para integrar a Vossa Lista como subscritor (uma vez que já não posso ser suplente). Pede deferimento...Um vosso servo.
Ou então pessoalmente: Você aqui? Que coincidência: ia mesmo agora contactá-lo para apoiar a vossa lista. Porquê? Não sei, talvez por pensar que isto é o destino, nós nos encontrarmos assim, sem contar...
Ou então pelo telemóvel: Estou? Olhe sou eu, o tal a quem você uma vez dirigiu a palavra: Ora bem decidi apoiar-vos pela simpatia que demonstraram para comigo. Como? aparecendo numa lista de apoiantes, claro. Não venha o diabo tecê-las.
Bem podiam rematar:Todos decidimos por espontânea vontade "and most sincerely". Decidimos o quê? Já nos esquecemos mas você vai nos lembrar publicando o nosso nome na net. Todos terminariam da seguinte forma: Um abraço
um dos 100 apoiantes tardios mas seguros e orgulhosos do que espontanemaente fizemos.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

De como uma campanha se pode distanciar da realidade

Foi difundida na UM net a mensagem de interpelação às listas candidatas ao Conselho Geral com o título "De como uma campanha se pode distanciar da realidade...".
Gostaria de comentar a título pessoal as questões nesta mensagem colocadas ás listas.
1ºFinanciamento da Universidade
Este assunto por muito que nos preocupe, não tem uma solução fácil e á vista. Se por um lado temos tido o nosso reitor muito activo a reclamar justiça na distribuição de verbas por parte do Ministério, e com actuações esporádicas e a meu ver desastrosas para tapar o o buraco financeiro, tal como a acção de em 2007 ir buscar aos projectos de ensino e de I&D verbas sem sequer discutir o assunto com os responsáveis pelos respectivos Centros de Custos (ver texto), temos de facto um silêncio ensurdecedor por parte das listas candidatas. No entanto há umas mais silenciosas que outras. A lista em que me integro, a lista B, já se pronunciou sobre este assunto procurando trazê-lo a debate, tanto na conferência de imprensa como no site e no blogue. È certo que não apontou soluções, mas também é certo que com a continuação do Reitor na UM também não será fácil ao Conselho Geral apresentar soluções inovadoras,uma vez que é o Reitor que define a estratégia. Embora a estratégia seja sancionada pelo Conselho geral, não se vislumbra um volte-face nas relações entre o Ministério e o actual Reitor. Por estas e outra razões derivadas do legado do actual reitor, a lista B pede um Novo Ciclo a partir do dia em que o Conselho Geral entre em funções, com a saída do actual Reitor e a entrada de um novo Reitor que traga uma nova visão mais fresca e mais em consonância com a estratégia do que virá a ser o Novo Conselho Geral.
Nas relações entre a Universidade e a tutela, a diplomacia é muito importante. Os responsáveis das outras Universidades têm sabido usá-la, mas ainda ontem se viu no dia da Universidade que esse não é o caminho escolhido pelo nosso Reitor, mas sim a política e o confronto, na continuação de outras acções como o ter aproveitado a presença da líder da oposição em Braga para fazer as suas queixas. A meu ver, a política não é para aqui chamada, só complica!

2º Como colmatar a deficiente máquina administrativa instalada na Academia?
Partilho esta sua opinião, aliás expressa num pequeno texto no site da lista B
O problema é sempre o mesmo: será que mantendo-se o actual Reitor em funções por mais ano e meio, vai mudar alguma coisa durante esse período? Já duas listas pelo menos se referiram à Descentralização: a lista B e a lista C. No entanto a lista B quer mudanças já! Será que a outra também as quer já?

3ºComo implementar a "coesão" quando dentro da mesma academia co-existem diferentes exigências de qualidade e desempenho, geralmente em prejuízo daqueles a quem se impõem os maiores padrões de referência ?

Bom, de facto não tenho argumentos para responder a esta questão. Penso que quando algumas listas falam em coesão, não devem estar a pensar particularmente nesta questão. Aliás pode ser contraditório referir "descentralização" e "coesão" no mesmo texto, mas isso já nos leva a outro tipo de discussão. A meu ver este problema não tem solução fácil, porque em áreas diferentes os padrões de produção científica são necessariamente diferentes. Talvez esta questão e a outra que seque:

4º E como lidar com a tradição perniciosamente instalada na academia de desresponsabilizar ou mesmo desobrigar de exigência de qualidade e desempenho quem está no topo da carreira , mas, em contrapartida, demandar elevados níveis de resposta a quem está na base da carreira ou mesmo no início da profissão ?

..terão a mesma resposta.
A resposta estará no próximo ECDU, Estatuto da Carreira Docente Universitária.

Há elementos na lista B que participam activamente no acompanhamento dos esforços dos Sindicatos em defender um ECDU justo, através da sensibilização dos colegas (blogues, e-mails, etc) que é o meu caso, ou mesmo através da sua posição no sindicato. E mais não se pode fazer, julgo eu.

5º E como responder de forma concertada e eficaz a uma massa estudantil cada vez menos preparada para o raciocínio, para o estudo, imbuída de uma cultura de facilitismo, mas a quem, apesar de tudo, compete à universidade formar e preparar para o mercado de trabalho ?

Não sendo a pessoa mais entendida neste assunto, remeto para textos de colegas meus da lista B, do IEC/IEP que referem as mesmas preocupações e colocam algumas propostas, por exemplo:
A Construção da Autonomia da Aprendizagem no Ensino Superior

Para finalizar, felicito-o pela sua iniciativa e espero que sirva de exemplo para um debate frutuoso a ter lugar nos dias de campanha que se aproximam.

domingo, fevereiro 15, 2009

As árvores da Quinta dos Peões e as eleições para o Conselho Geral

Quem passar agora na estrada entre o campus de Gualtar e a Quinta dos Peões, que era conhecida por lá se fazerem os concertos do "enterro da gata", depara com um cenário desolador de ausência das árvores que ladeavam a estrada do lado da Quinta dos Peões. A Quinta já tinha sido uma quinta experimental do Ministério da Agricultura, tendo sido negociada entre a Camara, a Universidade e um empreiteiro, não me recorda qual mas sem dúvida um dos muito badalados em Braga como tendo beneficiado do crescimento anárquico que a cidade sofreu com o consentimento e até o encorajamento da Camara. O acordo sofreu várias alterações e se me lembro a última era de que parte seria para a Universidade, a parte central, e a lateral seria para "equipamentos", salvo erro as instalações da GNR ou coisa parecida. O que é certo é que o derrube das árvores foi feito à socapa da Academia e daqueles que passam por ali todos ou quase todos os dias e daqueles que agora têm a vista desoladora que se observa das salas de aulas e dos gabinetes virados para a frente do edifício principal. Esta insensibilidade da reitoria em relação ás árvores já aconteceu quando deitaram abaixo uns sobreiros, sem autorização do Ministério do Ambiente, quando das obras para as instalações do edifício para os SASUM, salvo erro.
Uma reitoria insensível a árvores será uma reitoria sensível a pessoas? Ou será uma reitoria ávida de obras de fachada tal como a Camara de Braga?
Outra questão é se tal como em política, em vésperas de eleição para o Conselho Geral, será que um "governo de gestão", neste caso por analogia, a reitoria, devia sancionar obras (negativamente) relevantes para a Academia? Ou o negócio com a Camara e com o empreiteiro devia ser divulgado, referendado e analisado posteriormente pelo Conselho Geral, que é o orgão que já a partir de 2 de Março sanciona a estratégia do reitor para a UM? Qual a pressa para o inicio da obra na Quinta dos Peões, começando pelo abate das árvores? Será a causa as eleições para o Conselho Geral de 2 de Março? Ficam as perguntas no ar ou vamos fazê-las na campanha para ao Conselho Geral? Veremos nas próximas semanas.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

O investimento em I&D na indústria

Não tenho muita paciência para estatísticas sobre o Ensino Superior, mas recomendo para quem esteja anteressado que visite http://polike.blogspot.com/ Aqui podem-se ver estatisticas e comentários sobre essas estatísticas, sobre a I&D e o Ensino Superior. Uma estatística em particular surpreendeu-me: a afirmação por parte do MCES que o investimento das empresas em I&D foi superior ao investimento por parte do Estado. Foi razão suficiente para subirmos no ranking mundial de inovação de 22º para 17º.
Quem acredita nestas estatísticas? Só quem não conhece as outras estatísticas: o nº de patentes registadas por empresas portuguesas ou os novos produtos portugueses no mercado. Ainda há outra questão, se as estatisticas incluem empresas transnacionais: o grau e a complexidade de incorporação nacional nos produtos de elevado conteúdo tecnológico fabricados em Portugal. Depois de analisarem estes dados, digam-me: acreditam nestas estatísticas?

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Morreu John Updike

Para quem não conhece, recomendo a leitura do livro mais famoso de John Updike, que só ficou agora conhecido da muitos de vós por ter morrido e isso ter sido noticiado, da trilogia Rabbit (Coelho), e ficam a conhecer através duma vida do sr Rabbit como a vida nos EUA era no período desde o pós-guerra até aos anos 80 para o comum dos mortais. E porque é que isto tem algum interesse para nós portugueses? A não ser que nos interessemos por livros bem escritos duma forma despretenciosa, que é o meu caso, ou nos interessemos pela vida do outro lado do Atlântico, que poucos se interessam a não ser que seja a dos actores de Hollywood, não tem de facto qualquer interesse. Agora, se pensarmos um bocadinho que este foi um dos escritores mais considerados das últimas décadas, naquela que é a maior potencia editorial do Mundo mas que afinal de contas não teve um Fernando Pessoa, e nós aqui no nosso cantinho, neste país com tanta rodagem literária, não temos escritores que retratem o País duma forma tão eficiente e aliciante, e só temos escritores de ficção e um nóbel (gosto muito do Saramago mas quem sou eu para dizer que também fazia falta um não-nobel que retratasse o País real mas com vírgulas?)ou potenciais nóbeis que com palavrões pensam dar mais autenticidade aos romances (A.L.A.), ou no outro extremo os jornalistas-escritores que estão muito na moda (mas que a meu ver faziam melhor se ficassem pelos telejornais e deixarem-se de brincar aos escritores), então já começamos a pensar que também podiamos ter uns Johns Updikes que espelhassem melhor a vida em Portugal.

O Comboio Braga-Guimarães e o TGV

Todos sabemos que a auto-estrada Braga-Guimarães foi construida com uma ajudazinha do Euro 2004. Era necessário que os adeptos rapidamente chegassem a um e outro estádio, nas duas cidades, sem atrasos e mais importante, era a imagem do País que estava em jogo! Vejam a força que o futebol tem, que conseguiu ser decisivo naquilo que era mais evidente e que vinha a ser adiado durante anos!
Ora agora há uma outra mega-obra que vem a caminho, o TGV, e já se fala que havendo uma paragem em Braga, os Vimaranenses devem ter um acesso por ferrovia ao termibnal TGV em Braga. Assim, repete-se o processo: só com uma grande obra se satisfazem os anseios de décadas na ligação entre as duas cidades. E eu digo: antes assim que nunca!

quinta-feira, janeiro 29, 2009

A Renovação numa sociedade democrática

Em qualquer organização, seja empresa ou instituição, a renovação é fundamental. Em governos de países democráticos também é evidente que essa renovação é ciclica. Nuns casos leva mais tempo que noutros, mas a renovação normalmente ocorre após um segundo ou terceiro mandato do partido no governo. Ela é essencial porque sem renovação os que ocupam cargos de responsabilidade tornam-se complacentes com o que os rodeia, no que respeita a possíveis injustiças e/ou desinteressados de iniciativas de outros que não os que os rodeiam ou seus dependentes.
Forma-se assim uma teia de interesses, em que todos se autoajudam a manter os respectivos cargos. Por sua vez, esta teia tem uma outra mais ampla de muitos que receosos do seu futuro, não contestam esta supremacia e aceitam-na na convicção que ficarão protegidos de eventuais azares.
A Renovação é necessária, é o que a democracia nos oferece. Podemos ou não aproveitar consoante estejamos satisfeitos com o estado actual das coisas ou não. Isso também diz muito de quem somos e também isso nos deve fazer reflectir.
Pensem nisso.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Eleições para a Assembleia Estatutária da Escola: um "Non-event?"

As listas para a Assembleia Estatutária da Escola de Engenharia aí estão. Não se esperam grandes novidades. Por um lado as conclusões das Workshops promovidas pela Escola de Engenharia sugeria um caminho de "clusterização" de departamentos que não foi depois confirmado por uma sondagem aos departamentos que optaram por ficar imutáveis. A Assembleia já está portanto condicionada por esta tomada de posição por parte dos departamentos. Por outro lado as grandes decisões já foram tomadas pela Assembleia Estatutária da Universidade e encontram-se por exemplo definidos nos Estatutos da UM a estrutura dos Departamentos, do Conselho Científico, do Conselho de Gestão, etc. Não existem por exemplo "clusters" nem podem existir por não estarem previstos nos Estatutos da UM. O que resta? A meu ver só atribuir os nomes aos bois, nomeadamente no que diz respeito aos Departamentos. Ainda poderia haver uma alteração da geometria departamental, com fusões ou cisões, mas no período dum mês vai a Assembleia reverter o que foi já decidido pelos departamentos? Não me parece ser plausível. Como nos Centros de ID não se pode mexer por serem Centros da FCT...não há muito que se pode fazer e conclui-se assim, por muito que nos custe admitir, que não há razões para nos entusiamarmos muito com estas eleições.

segunda-feira, janeiro 19, 2009

O êxodo de Azurém

Depois de escrever a última mensagem sobre assuntos mais "comezinhos", respeitantes ao tratamento que Azurém tem vindo a sofrer no que respeita a alguns dos Serviços Sociais, nesse caso o Grill, lembrei-me de enumerar outros Serviços que ao longo dos últimos anos e ao arrepio dos interesses dos utentes e com o beneplácito da maior Escola representada no campus, a de Engenharia, têm vindo a diminuir, a perder as chefias ou mesmo a desaparecer:
- Serviços Técnicos Perdeu-se a responsável para Braga, significando isto que a Escola de Engenharia, a que mais precisa de apoio técnico, dada a sua natureza, precisa de pedir satisfações em Azurém cada vez que precisa de qualquer apoio mais complexo que mudar uma torneira ou pregar um prego.
- Serviços Jurídicos: Perdeu-se o único Assessor jurídico em Guimarães. Os concursos e outros assuntos, tais como apoio jurídico aos projectos, têm que ir a Braga para serem tratados.
- GAP, gabinete de apoio a projectos: perdeu-se a única efectiva sediada em Guimarães. Tratava dos projectso da Escola de Engenharia e de outros assuntos relacionados com bolsas, etc. Agora quem quer tirar dúvidas ou apoio na escrita de projectos, tem que rumar a Braga.
- Conselho de cursos de Ciências e de outras Escolas- nunca alocaram ninguém para Guimarães. Pautas, etc, devem ir por correio interno. Problemas de alunos, idem aspas.
Qual a razão do êxodo? Centralização de Serviços de apoio para racionalização de custos? Por este andar, com a crise, lá se vão os Serviços Académicos e os (poucos)Serviços Sociais de apoio aos alunos.

A crise já chegou ao grill?

Parece que a crise já chegou ao grill de Azurém...
O peixe já há muito tempo que é de aquacultura ou congelado. Menos mal o primeiro, mas o congelado? Chega a ser deprimente ver os chocos brancos como a cal e senti-los duros como a borracha. Ou a palmeta espalmada, ou os outros peixes de nomes esquisitos também sucedâneos do linguado. Os cozinheiros podem ser artistas, mas o que podem fazer com esta matéria prima? Quanto ao chamado arroz ou feijoada de marisco, cada ano que passa tem menos marisco (congelado). É quase só feijão. Era melhor esquecerem este prato. Se fizerem feijoada façam-na a sério, à moda do Porto.
Há quanto tempo que não há bacalhau? E quando há está bem feito. Mas a matéria prima é cara e os SASUM também estarão em crise...
Quando à carne, não tenho muito a dizer por quase nunca escolher carne. Mas quando a escolho em tranches por exemplo, é mais a gordura que a carne.
E os acompanhamentos? O arroz é acompanhamento para tudo. Não é que me importe muito, mas podiam pôr umas batatas assadas, por exemplo, para variar.
Quanto à bebida, ela é constituída por duas escolhas: sumo de laranja industrial ou água.
Quanto à fruta...cada vez as tangerinas e laranjas estão mais amassadas. Também há laranja descascada, vá lá.
Quem vai ao grill de Gualtar nota uma diferença. Há mais escolha. Há batatas assadas, o peixe até parece fresco, o sumo é natural, há doces e frutas variadas, a carne assada é boa. Claro que se gasta mais ao escolher tudo, mas escolhendo o mesmo acaba-se por não gastar mais que em Azurém. Mesmo que se gastasse haveria muita gente que não se importaria.
Para não falar do Restaurante em Gualtar que não tem equivalente em Azurém.
Até parece que o moto dos SASUM é: "Para Azurém, nem mais um vintém"

domingo, janeiro 18, 2009

(Maus) Pensamentos do ano novo sobre o ensino

Que será do ensino quando os professores estão desmotivados? No ensino secundário é a avaliação duma maneira geral que os desmotiva e concretamente o processo de avaliação previsto pela tutela. No Ensino Superior o que desmotiva os professores? Afinal já são avaliados..
A meu ver é também a avaliação que desmotiva os professores do Ensino Superior.
Senão vejamos: Uma vez feito o doutoramento quais são as etapas seguintes? Nomeação Definitiva é a primeira. O Conselho Científico é quem determina se o candidato terá nomeação definitiva ou não baseando-se em pareceres, segundo o Estatuto.
Não é uma verdadeira avaliação uma vez que quase todos a conseguem, pela simples razão que ninguém quer ser responsável pelo despedimento de um professor que seria o que aconteceria se na Nomeação Definitiva de um Professor Auxiliar o parecer fosse negativo, o que não acontece noutras profissões da Função Pública. Conscientes disto, os avaliadores não avaliam o mérito, refugiando-se numa lei que tem uma malha tão larga que vai desde o currículum científico e pedagógico à relevância do candidato para o Departamento em causa, e o avaliado, consciente deste facto, não se esforça para ter um bom currículum. É portanto uma avaliação tão injusta como perversa. Com a mudança do Estatuto previsto para o princípio deste ano de 2009 a Nomeação Definitiva, para aqueles que já a têm, será substituída por um contrato por tempo indeterminado Reforçado, tal como no resto da Função Pública. Mas futuras Nomeações Definitivas serão contratos por tempo indeterminado mas não Reforçado, o que significa que se os Serviços forem reestruturados e não houver necessidade destes profesores eles poderão ser dispensados!
Deste modo passa-se dum extremo ao outro! Será que a motivação dos professores aumenta com estas mudanças? Não vejo como nem porquê. Esta medida aliás não faz sentido par o Ensino Superior. Não existe para Ensino Secundário, porquê existir no Ensino Superior? Os professores do Ensino Superior têm tanta capacidade de adaptação como os do Ensino Secundário (e Básico) ou não? Afinal foram para o Ensino Superior porque tinham mais capacidade (melhores médias, mais currículum..). A meu ver seria preferível que houvesse successivas avaliações como para os funcionários e só depois de três successivas avaliações negativas se dispensava o professor, sem a fazer depender da reestruturação do serviço. Ao menos só dependia deles e não de uma decisão Administrativa de reestruturação de serviços que, essa sim, desmotiva qualquer um, uma vez que é imprevisível e cega.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

O Ano que aí vem

Agora que entrámos no novo ano de 2009, despedimo-nos dum ano em que foram muitas as contradições e entramos num ano cheio de certezas. Uma delas é a recessão; já não escapamos. Outra é a do desemprego; vai aumentar devido á recessão. Outra é a de que já não há empregos para a vida; as nomeações definitivas na função pública passam a contratos como os do sector privado. As reformas são mais pequenas; já não é o último ordenado que conta, mas uma média dos últimos anos.
Enfim, com tanta depressão que temos para nos animar?
Ora hoje nevou: os flocos eram brancos e leves, davam-nos uma sensação de estarmos num ambiente mais puro...pode ser um bom presságio para o ano que vem aí. Oxalá.
Um Bom ano de 2009 para todos os leitores deste blogue!

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Ventos de mudança para os professores da UM

Tal como há 30 anos atrás, 1978, a Universidade do Minho está em mudança. Na altura, os Estatutos da Carreira Docente estavam a ser elaborados e a orgânica da UN estava a ser delineada e implementada. Lembro-me de integrar um conjunto de colegas que foram a Aveiro discutir os Estatutos. Lembro-me também de liderar juntamente com o colega Manuel Pereira dos Santos um movimento de Assistentes que exigiam a sua integração no então Conselho Pedagógico da UM. Cheguei a levar 50 assinaturas dos Assistentes (na altura eram quase todos) em mão ao então Reitor da UM, Lloyd Braga. Não serviu de muito, uma vez que a petição "perdeu-se" e tudo continuou na mesma. Talvez alguns desses colegas que integraram a lista na altura, agora já Professores Associados e Catedráticos na maioria, se lembrem desses tempos e se revejam na luta que se segue: por um modelo de Universidade mais justo e por uma hierarquia mais consciente dos problemas com que se deparam os membros da Universidade mais novos e das justas aspirações de muitos desses colegas. Nem todos aspiram a participar na gestão da "coisa pública", mas é necessário dar-lhes essa possibilidade. A governação não pode ser só de alguns como tem sido nos últimos anos, mas deve ser participada pelo maior número possível de membros da Academia: docentes, estudantes e funcionários. Infelizmente os Estatutos da UM já foram feitos para tentar perpetuar a oligarquia que tem gerido a UM nos últimos anos. Já me pronunciei noutra ocasião sobre o facto dos funcionários terem sido reduzidos ao mínimo nos vários orgãos da UM. Este facto não deve ser alheio aos resultados de eleições ocorridas para a Assenbleia e para o Senado em que a lista dos funconários não alinhados com a reitoria teve uma vitória esmagadora sobre os outros claramente alinhados com a reitoria. Por outro lado, os estudantes são representados nos vários orgãos pela Associação dos Estudantes e não por eleição directa o que se presta a várias interpretações, uma vez que esta forma de representação não foi explicada. Porque não a eleição directa tal como acontece para os professores e investigadores? È óbvio que a Associação é corporativista e pensa em primeiro lugar nas vantagens que pode tirar de uma hierarquia já implantada nos vários serviços que lhes interessam, nomeadamente os SASUM e outros com quem lidam directamente, do que propriamente em propostas de elementos recém-chegados ao Conselho Geral, por exemplo, que não dão garantias de servir os seus interesses ainda na vigênca dos eu mandato. Infelizmente temos que ser realistas e admitir que não há garantias dos estudantes pensarem em valores que são talvez os mesmos de membros de outras listas, embora haja sempre excepções, mas em quem está melhor situado para os apoiar nos próximos tempos. Não será um problema da actual Associação mas de todas, ou quase todas, as que lhe antecederam também. A Associação quer mostrar serviço aos seus associados, e não estará muito preocupada em questões mais relacionadas com o ensino e a investigação e muito menos com a ligação da Universidade à "sociedade civil" e ao meio industrial. Será isto menosprezar a actuação da Associação? Infelizmente muitos anos de constatação do que foi a sua actuação na UM levam muitos de nós professores, a pensar desta forma.
Assim, conclui-se que só podemos contar connosco: os professores e investigadores, uma vez que a reduzida representação dos funcionários e o corporativismo dos estudantes pode mais uma vez garantir a maioria à lista afecta ao reitor nos novos orgão da UM, nomeadamente no Conselho Geral, tal como garantiu na Assembleia Estatutária, mesmo tendo perdido para a lista de professores que se lhe opôs.
Por isso é importante que todos aqueles que não concordem com o estado acual das coisas,votem, uma vez que do outro lado estarão todos instruídos para o fazer.

sábado, dezembro 20, 2008

O campo de golfe da UM

Por ocasião duma digressão em redor do campus de Azurém, passei pelo campo de treino de golfe da UM. Fiquei deveras desiludido. Á espera de ver pelo menos uns buracos, uns montes verdes ondulantes, umas zonas com oliveiras e espelhos de água, o que se vê é um campo diminuto com uma rede de apanhar bolas no fim. Depois de ter lido tantas críticas ao despesismo da UM, tendo sido eu próprio um dos denunciadores de tal despesismo, verifico agora que a montanha pariu um rato: o campo de golfe mais parece outra coisa, com lugares separados para os vários intervenientes baterem as suas bolas. Mas tal estrutura também podia ser para observação de aves com binóculos, tiro aos pratos (ou pombos), observação dos astros com telescópios nas várias posições (dado que a zona é particularmente exposta), e outras actividades mais recentes entre nós (Tai-chi por exemplo). E assim ao menos teria ocupação, coisa que quem por lá passa amiúde, diz não se verificar.
Resta saber se com o que se gastou neste "magnífico" campo não se poderia ter feito algo mais parecido com um campo de golfe.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Venham conhecer a alternativa para a UM

Caros(as) Colegas

Escrevo-vos desta forma aberta atendendo à forma frontal e transparente como gosto de lidar com os assuntos da instituição, não aguardando necessariamente uma resposta positiva mesmo daqueles com quem me relaciono comummente no dia-a-dia.
Optei por divulgar a mensagem desta forma, consciente que chegará a muitos que acompanham este meu "jornal de parede", e em especial àqueles que são membros da Escola de Engenharia, embora saiba que há quem esteja comprometido com outros projectos para a Universidade do Minho e com outras candidaturas. Os ditos colegas não me levarão a mal esta iniciava se tiverem presente a postura e princípios que assinálo antes.
Como sabem, foram publicados os novos Estatutos da UMinho e daí decorre que se vão realizar a breve prazo diversos processos eleitorais.
Neste momento, estou envolvido e solidário com um conjunto de colegas de diversas Escolas da UMinho com vista à constituição de uma lista a candidatar ao Conselho Geral. Contudo, a referida lista só será aceite se tiver um número mínimo de subscritores, que não podem ser em simultâneo candidatos ou subscritores de outras listas.
Assim, gostaria desde já de vos solicitar que não subscrevam qualquer outra lista sem saberem primeiro qual a composição da lista de candidatos e quais os princípios orientadores da candidatura na qual estou envolvido. Como referi anteriormente, apenas busco a vossa solidariedade (em nome de princípios democráticos básicos) para o movimento que levará à viabilização da candidatura da lista que temos em preparação, deixando naturalmente ao vosso critério a opção de a subscreverem ou não.
Desde já posso referir que a lista não é liderada por nenhum dos grupos que estiveram na génese da elaboração dos estatutos acabados de publicar em Diário da Républica

sábado, dezembro 13, 2008

A avaliação dos docentes do Superior, presente e futura

Está em negociação o Estatuto da Carreira Docente.
Para além da situação referente á progressão na carreira através de escalões, nada mais parece interessar aos sindicatos, ao ponto de admitir que tal passagem pode, ao contrário do que acontece agora, ser sujeita a avaliação. A lei das carreiras da Função Pública estipula que essa avaliação seja feita e a adaptação a esta lei por parte do Ministério a Ciência e do Ensino Superior é o que está em cima da mesa de negociações. O Sindicato admite que se faça esta avaliação. Mas no Ensino Superior já existe a avaliação para subir de categoria, através de concursos próprios e diferentes dos da Função Publica em geral, para quê complicar e fazer avaliações para os escalões? Até pode confundir sobre o mérito dos docentes uma avaliação que pode se sobrepôr à avaliação para mudança de categoria. Imaginem que acontece que um docente é avaliado positivamente por concurso para passagem para Professor Associado e por coincidência tem uma avaliação para passar de escalão e esta avaliação é negativa. O que significa isto? Que o docente é suficientemente bom para passar a Professor Associado mas não para passar de escalão?
Seria talvez aceitável esta sobreposição se a avaliação de subida de escalão fosse por exemplo baseada em critérios diferentes dos concursos para subida na categoria, que na prática é uma avaliação curricular científica. Por exemplo se a subida de escalão fosse uma avaliação mais centrada na componente pedagógica, incluindo a avaliação efectuada pelos alunos, já faria sentido haver estes dois tipos de avaliação.
Aliás, a avaliação com base quase só no currículo científico, tem produzidoa algumas anomalias no Ensino Superior, com docentes a trabalhar quase exclusivamente para o seu currículo e não dedicando tempo suficiente aos seus alunos, já para não falar daqueles que, desrespeitando o ECDU e o seu contrato, faltam constantemente ás aulas porque estão fora do País em reuniões, conferências e projectos internacionais que poderão lhes trazer benefícios em termos de currículum científico e progressão na carreira.
Sempre defendi que o currículum científico é mais importante que o pedagógico, na avaliação de passagem de categoria, até porque é mais objectiva a sua avaliação. No entanto, parte-se do pressuposto que o docente candidato executa aquilo para o qual é pago: dar aulas e dá-las duma forma profissional. Acresce que o júri nestes concursos normalmente não tem acesso nem a essa informação nem á avaliação feita pelos alunos ao professor, não podendo portanto avaliar essa componente duma forma objectiva. Talvez a avaliação pedagógica na passagem de escalões não fosse uma má ideia para cobrir esta lacuna na avaliação dos docentes universitários...

domingo, julho 20, 2008

A Autonomia das Escolas

Os novos estatutos da UM não contemplam a autonomia financeira das Escolas.É caso para perguntar: porque não? Quando temos pelo menos uma Escola,a de Engenharia, que tem receitas que o justificariam, e eventualmente outras Escolas que mesmo que não se justificasse em termos de receitas teriam muito a ganhar com a descentralização da Divisão Financeira.
Nos estatutos há institutos minúsculos que gozarão de Autonomia Financeira, designados por unidades diferenciadas (artº 108), sem que seja explicado o que são. Sá há duas, uma delas sendo o Instituto Confúcio, que divulga a lingua Chinesa. E o Instituto de Letras e Ciêncas Humanistas não divulga línguas? É caso para perguntar, poderia o ILCH ser considerado uma unidade diferenciada e gozar de autonomia financeira? Quais são os critérios? Estou confúcio!
Há casos de espera de mais de dois meses para pagamentos ou reembolsos pela Universidade. Os recursos são exíguos, pelos vistos, tanto na Divisão Financeira como na Tesouraria. No entanto temos espalhados pelas unidades funcionários que poderiam fazer esse serviço aliviando estes dois serviços centrais. Houvesse autonomia de outras unidades, que poderiam ser também diferenciadas, pela sua especificidade, como a de Engenharia, e os prazos encurtariam de que maneira. Isto não quer dizer que obrigatoriamente não houvesse um acordo em que uma percentagem das receitas das unidades com autonomia financeira não continuassem a ser transferidas para a UM, como sejam, os "overheads" dos projectos financiados e dos serviços prestados ao exterior. Por uma questão de coesão. Com o papão da Fundação muitos conseguem os seus objectivos do controlo centralizado no Largo do Paço. Não se trata de fazer uma Fundação, mas sim de agilizar o fluxo das verbas e os pagamentos.
Ganhavamos todos com esta mudança, creio, mas mudança é algo que não se vislumbra nestes estatutos e neste aspecto, o da autonomia financeira, também não há excepções.

domingo, julho 13, 2008

A reestrutruração da Escola de Engenharia-parte 3

Chegados à data limite de apresentação de propostas por parte dos departamentos às sugestões colocadas pelo Presidente da Escola em relação à reestruturação da Escola de Engenharia, nomeadamente a possível formação de pelo menos dois novos departamentos, o de Engenharia de Materiais e o de Design a partir da fusão de departamentos existentes ou de grupos dentro de departamentos, verifica-se que tal com já se previa os departamentos são imutáveis. Preferem permanecer tal como estão.
Ora isto vai de encontro ao que eu já tinha afirmado como sendo o conservadorismo existente no ensino superior, neste caso podendo-se também designar por cooperativismo. Porquê o cooperativismo? Porque se consideram privilegiados por terem de momento uma situação confortável, ou porque pensam que têm sustentabilidade como departamento (por via do número de alunos que conseguem aliciar para os seus cursos ou por via do proteccionismo superior)? Em relação a esta posição, que prejudica todo o processo previsto pelo RJIES, podemos também exclamar: oxalá não se enganem e a sustentabilidade que imaginam não será por muito tempo. Os departamentos organizados em sectores, como já o afirmei, têm fragilidades. Estas coisas de projectos de vida de alunos universitários têm a tendência de mudar com os tempos e com as modas. Hoje podem entrar aos magotes para engenharia disto ou daquilo, amanhã mudam para outro sectores mais apetecíveis ou ainda mais provável mudam para áreas transversais que lhes asseguram maior flexibilidade.
Esta é mais uma razão para aqueles que querem de facto a mudança, não ficarem presos por esta inacção por parte dos seus departamentos, mas aproveitarem esta oportunidade que o RJIES lhes dá e unirem esforços com outros pequenos grupos que investigam e leccionam em áreas análogas noutros departamentos, para integrar uma proposta de formação de um novo departamento de Engenharia de Materiais.
Desde que integrei o grupo de reflexão GRUM e a primeira Workshop que defendo uma reestruturação da Universidade em grandes áreas transversais. A dos Materiais é uma escolha óbvia numa Escola de Engenharia. Penso que não é original a ideia. Até o Presidente da Escola a propõe embora em moldes um pouco diferentes, ampliando o departamento para as Tecnologias de Produção, e integrando departamentos como o de Engenharia de Produção e Sistemas (Engenharia Industrial), ampliação que não vejo qual a coerência por divergir bastante do "core business" que se pretende na área dos Materiais, isto é, a sua produção e transformação. Se o nome fosse Engenharia de Materiais e de Transformação de Materiais, embora englobasse as disciplinas de produção dos vários departamentos representaticvos de sectores industriasi de indústrias de transformação (Metalurgia e Mecânica, Polímeros,Têxtil) existentes na UM, não seria lógico incluir um Departamento que tem mais afinidades com a informática que com as Tecnologias. No entanto, poderia haver um grupo de docentes neste,como noutros departamentos, que se sentiria á vontade num novo departamento de Engenharia de Materiais. Estou também a pensar no departamento de Engenharia Civil. Existe um grupo de Materiais neste departamento. Embora este departamento não tivesse sido integrado no "cluster" sugerido pelo Presidente da Escola, não vejo porque não teriam tanto direito como colegas do Departamento de Produção e Sistemas.
Bem resumindo, não estará tudo perdido em relação a este processo que o RJIES abre e que parece estar a culminar num tremendo fracasso.
Ainda há a hipótese da futura Assembleia Estatutária da Escola de Engenharia, ainda por eleger, mexer um pouco naquilo que os departamentos propõem, e se houver uma manifestação nesse sentido, como seria o caso duma proposta vinda de um grupo informal de docentes que proporiam um nova solução para os Materiais, que não esta de estarem dispersos por vários departamentos, mas sim o de a criação dum Departamento de Engenharia de Materiais com esses vários grupos como o núcleo duro do futuro departamento, acredito que a reestruturação ocorreria e que a lógica das grandes áreas transversais perduraria em detrimento da lógica sectorial.
Colegas que queiram formar esse grupo de Materiais, podem desde já enviar-me um e-mail (rgomes@det.uminho.pt) manifestando essa sua intenção de integrar tal grupo. Se quiserem visibilidade e difundir a vossa opinião podem como alternativa enviá-la para este blog.
O futuro está ao alcance de todos. É só querer!

sábado, julho 05, 2008

A reestruturação da Escola de Engenharia-parte 2

Continuando a argumentação em redor da restruturação da Escola, há outras áreas transversais importantes que têm que ser consideradas, além da dos Materiais. São elas a do Design e a da Informática. Não sendo um conhecedor destas áreas, atrevo-me no entanto a comentar as propostas já apresentadas nas Workshops que a Escola promoveu pelos diversos intervenientes, já que considero que continua a faltar discussão entre departamentos nesta fase final do processo. Em primeiro lugar o Design e a proposta do Presidente da Escola: um departamento de Design, que suponho seria a consequência do cluster proposto a partir de elementos de vários departamentos que se dedicam mais a esta vertente, não me parece má ideia, até porque poderia beneficiar de sinergias dos vários sectores representados actualmente em departamentos de engenharia Têxtil, Polímeros e Mecânica. Surgiriam novas apostas pedagógicas ligadas ao Design e eventualmente actividades noutras vertentes, científica ou de serviços. A única questão que eu poria seria se este departamento não estaria melhor situado como fazendo parte da futura Escola de Arquictetura ou associado a ela.
Em relação à Informática também se põe a questão se colocação, uma vez que tal como foi argumentado, a Informática vai muito para além da Engenharia. Poderia eventualmente ser considerada uma ciência. Afinal de contas ela é leccionada como tronco comum em muitos cursos, de engenharia, mas também de ciências e até de letras e humanidades. Por outro lado há departamentos de informática que se intitulam de Engenharia, o que talvez tenha mais a ver com a divisão da UM em dois pólos. Também a Matemática tem um departamento autónomo no Pólo de Azurém. Penso que esta divisão ou se faz na totalidade dos departamentos, dividindo a Universidade em dois pólos completamente independentes, ou não se faz de todo, e estes departamentos devem-se fundir com os de origem.
O tempo da fragmentação acabou. É necessário tocar a reunir para sobreviver! Só com massa crítica e com a troca de experiências o mais ampla possível, é que evoluimos. Quanto mais muros mais definhamos.
Penso que três ou quatro grandes departamentos serviriam muito melhor a Escola e a Universidade. Se a Informática e o Design ficarem de fora da Escola, a Engenharia fica mais pequena. Mas o núcleo não é a Escola é o Departamento, e se a Escola diminuir mas os departamentos aumentarem, não ficaremos pior. Pensem nisso.

quarta-feira, julho 02, 2008

A reestruturação da Escola de Engenharia - parte 1

Agora que os departamentos da Escola de Engenharia discutem o seu futuro, é bom que o façam pensando no futuro e não no passado. Assim o exige o RJIES e assim o exigem todos aqueles membros da Academia que perceberam há muito que a evolução da Ciência e da Tecnologia tem sido em grande parte concentrada nos novos materiais. Para uma formação dos futuros alunos não podemos ter uma estrutura do passado. Hoje há grandes áreas que são transversais e que devem ter expressão através da formação de grupos de diferentes sectores, que enriquecem essas áreas com a experiência que trazem desses sectores. É o caso dos Materiais. Sendo uma área transversal aos polímeros, têxteis, metais, construção civil, beneficia do cruzamento de informação entre especialistas destes sectores. Seria lógico que os professores e investigadores destes sectores que trabalham e investigam materiais, formassem uma estrutura de ensino com o objectivo de reforçar essas componentes nos diversos cursos sectoriais existentes (engenharia mecânica, têxtil, de polimeros ou civil)e formassem novos cursos transversais, que substituissem o actual curso de Engenharia de Materiais. Este foi fundado numa época em que nem sequer existiam os materiais funcionais o que leva a supôr que está muito desactualizado.
O cooperativismo e o conservadorismo de que os docentes do Ensino Superior são muitas vezes acusados, não pode prevalecer. Não é só o espírito do RJIES que o exige, é o próprio país. Não há progresso sem quebra de amarras. O situacionismo deve ser combatido. A inércia deve ser combatida. A iniciativa deve ser encorajada.
Diz-se que não se fazem omeletes sem ovos. Eu diria mais. Não se fazem omeletes sem primeiro se partirem as cascas dos ovos!Tenham paciência, façam alguma coisa, não se fiquem no vosso comodismo...

sexta-feira, junho 13, 2008

Os novos Estatutos e o futuro que se adivinha para a UM, a não ser...

Os Estatutos da UM aí estão. Enviados pelo gabinete do reitor. Com actas a acompanhar em que todos se elogiam pelo trabalho feito. Pergunto-me: será um trabalho desinteressado para tanto se auto-elogiarem? O reitor também mereceu um elogio pelo seu empenho...por parte dum membro co-optado. Tudo em sintonia portanto.
E nós, aqueles que não participaram na Assembleia Estatutária, que nenhuma influência tivemos na elaboração destes eatatutos, que fomos supostamente ouvidos através dum orgão que nos representa, o Senado, mas que a julgar pelas actas também não teve qualquer influência...Nós, pois temos que acreditar na boa fé e na boa vontade de quem elaborou os estatutos. Em boa verdade, já o fizemos no passado quando a Assembleia e o Senado eram formados por elementos eleitos por um sistema em que só votavam os que estavam mobilizados e os outros confiavam. Assim foi eleito o reitor actual e o anterior a este, ambos protagonistas na elaboração destes estatutos.
Por aqui se pode prever, mesmo sem ler os estatutos (que suponho que foi o que muitos fizeram quando receberam o e-mail, isto é, arqivaram-no para uma leitura posterior que nunca surgirá..)que teremos mais do mesmo. Mas leiam os estatutos nem que seja para verem as diferenças em relação aos anteriores estatutos. Pela minha parte ainda não vi diferenças fundamentais, mas fico a aguardar que outros as descubram. Há alguma diferenças no pormenor,por força do RJIES, como o número de membros de cada orgão, a eleição do reitor envolver elementos externos à Universidade. Mas será que estas diferenças por exemplo farão alguma diferença? Afinal consta que os elementos externos participam muito pouco nas votações e nesse caso o reitor será eleito principalmente pelos docentes como já o era, os membros exteriores eventalmente votarão de acordo com aqueles docentes qe os co-optaram...
Os orgãos, à parte o Conselho Geral que só se pronuncia uma ou duas vezes por ano, para aprovação de contas e da estratégia, são essencialmente os mesmos: Há um para a Gestão (antigo Conselho Administrativo), Um Conselho Científico, e acrescentou-se um Senado com comissões pedagógicas (antigo Conselho Académico). Onde estão as diferenças? Talvez a perda de representatividade dos não-docentes, e o aumento de poder dos estudantes, que penso que até estão no Conselho de Gestão (deve ser para garantir que recebam subsídios generosos para o enterro da gata e a semana do caloiro..). Os estudantes estão representados pela Associação e não por eleição directa como acontece com os outros representantes nos orgãos, nomeadamente os docentes. Porque será? Mistério..
Penso que daqui para a frente se continuarmos a entregar a política aos políticos, teremos aquilo que merecemos. A pouca actividade dos docentes nestas "coisas" da política universitária entrega nas mãos dos profissionais da política (universitária) o destino de todos nós. A julgar pelos protestos dos últimos anos, não é esta política e este reitor e a sua equipa que a maioria quer. Mas é o que vão ter, por força da lei nos próximos dois anos, até o reitor cumprir o mandato, e posteriormente, através de uma actuação concertada no Conselho Geral, será a evolução na continuidade.
A não ser...
A não ser que se mobilizem duma vez por todas, e elejam um Conselho Geral alternatvo ao que apoia o reitor. Penso que o reitor não ficaria sequer para cumprir o mandato até ao fim se tivesse um Conselho Geral que lhe fizesse frente. Para já o seu plano para os seus dois anos de mandato poderia ser chumbado e teríamos um impasse..
Já chega de anos de prepotência com um reitor virado para dentro, sem contacto com os membros da "sua" Universidade, que retira verbas aos projectos sem consultar os responsáveis desses projectos, que nomeia um administrador da SAS que por sua vez directa ou indirectamente aterroriza os funcionários através do sistema introduzido por si de "picar o ponto" e controlou a UM-net através de moderadores que cortavam a torto e a direito muito ao jeito daquilo que muitos não conheceram (a censura do Estado Novo), que permite a promoção de funcionários sem currículum, alguns a chefes de secção, outros a assessores, e deixa outros apodrecerem através da aplicação desvirtuada das regras dos 5% de excelentes introduzida pelo iluminado Ministro Mariano Gago, que acaba com único jornal democrático da UM destituindo todos os seus membros e acarinha pasquins do género do UMDicas que ataca sem pudor o seu opositor nas últimas eleições, que..enfim haverá muito mais a dizer que podemos repescar dos últimos anos da sua governação e que outros sentiram mais na pele. Eu por mim não me queixo, uma vez que não posso dizer que me tenha afectado pessoalmente qualquer medida tomada por este reitor. Muitos dirão o mesmo. Aliás já aqui disse que o reitor está lá longe, como se fosse um general e é com os sargentos que quase todos lidam no dia a dia. Mas não trabalhamos para o bem comum? Ou é só o nosso sossego pessoal que interessa?
Houve com certeza muitas coisas que se fizeram, mau era, nomeadamente nas edificações imponentes que se construiram e que estão aí para todos verem.
Também no País se construíram muitas auto-estradas e em Braga muitos túneis, torres de apartamentos e centros comerciais. E o progresso visível. Mas e o invisível à primeira vista? O incentivo à colaboração com o exterior (já referi o desfalque nas verbas dos projectos..), um ambiente universitário de paz e tranquilidade, a motivação dos docentes e funcionários, de uma forma geral, um ambiente do qual nos orgulhemos e nos sintamos bem?
Ainda em relação a exerior, esperar-se-ia uma dinâmica diferente frente à fúria construtora da Câmara. Já que herdou a capitulação de anteriores reitores perante os interesses da Câmara e dos empreiteiros em relação ao espaço em frente ao Campus de Gualtar, a Quinta dos Peões, poderia ter insistido com a Câmara alternativas de espaços verdes para o campus. Em vez disso ensaiou uma liderança de Câmaras para a criação duma região do conhecimento, experiência megalómana da sua parte que falhou rotundamente.
Poderia ter dinamizado a discussão da ligação ferroviária entre as duas cidades onde se encontram os dois campi da UM, o de Braga e Guimarães, agora ainda mais relevante com o aumento do preço do petróleo, uma vez que, mérito seu, conseguiu sentar á mesma mesa os dois Presidentes das duas cidades, conhecidas pelo seu bairrismo...
Enfim, poderia mas não pôde..
É por tudo isto que a UM precisa da mobilização de todos os seus membros nos momentos decisivos que se aproximam para que a Universidade e até a cidade, passe a ter alguma esperança.

sábado, junho 07, 2008

O Conselho Geral e o início da campanha pré-eleitoral

Longe do dia a dia da UM, numa conferência noutro continente, sou transportado de novo para a realidade dos estatutos, através duma nota publicada por um grupo de membros da Assembleia Estatutária, penso que conotados com a lista candidata A.
O que surpreende nesta nota, confusa e sem muito nexo, é o facto de não dizer nada!
Assim vai a UM...Esperemos que não dizendo nada os subscritores também não recebam nada. Esperemos então pelas eleições....para o Conselho Geral, que será o objectivo. Será este o pontapé de saída para as eleições? Aguardemos novos desenvolvimentos para confirmar(ou não)as nossas suspeitas.