Á primeira vista parece que me estou a antecipar no tempo. De facto as primeiras eleições são para o Conselho de Escola, supostamente o órgão de governo máximo da Escola. Mas não é engano, porque uma coisa e outra são a mesma coisa. Por muito que se tente argumentar que o Conselho de Escola é interveniente na gestão da Escola, não se vislumbra nas suas competências qualquer actividade que ultrapasse na realidade a atribuição a este órgão da função de eleger o Presidente de Escola e a aprovação do seu plano, que não é mais do que a comprovação da sua eleição. Por isso, quando aparecerem as listas para o Conselho de Escola, vejam quem é o cabeça de lista, porque estarão a votar para o Presidente de Escola. O seu perfil estará intimamente ligado à política que se seguirá na Escola. O presidente está presente em todo o lado, a sua influência far-se-á sentir não só no Conselho de Gestão, que decidirá a política de gestão que vai influenciar o dia-a-dia da vida Académica da Escola no que respeita às verbas e espaços alocados aos departamentos e Centros, mas até aos equipamentos existentes (bibliotecas, laboratórios, salas de aulas, bares, por exemplo) que embora dependam da Reitoria e aos vários serviços da UM, tais como os Serviços Técnicos, terão uma dependência de quem está mais perto da realidade dos campus onde se encontra situada a Escola de Engenharia, nomeadamente Azurém. E ao olharem para os elementos que se seguem na lista, estarão a olhar em alguns casos para os seus vice-presidentes que seguirão a sua política, nomeadamente no Conselho Pedagógico, que terá como Presidente precisamente um vice-presidente da Escola. No Conselho Científico será o próprio Presidente da Escola o seu Presidente.
No caso do Conselho Científico, agora mais representativo que o anterior, sem dúvida, não deixa de ser interessante verificar que será dominado pelos Directores dos Centros de Investigação e por investigadores. Os directores de Departamento não fazem parte. Quem os representa neste órgão? Só pode ser o Presidente. Terá pois o Presidente da Escola uma tarefa importante de introduzir nas decisões que se tomam, aspectos que dizem respeito aos Departamentos e aos seus docentes, nomeadamente no que respeita a lugares do quadro, que serão distribuídos pelos Departamentos e não pelos Centros. Mas no entanto a decisão compete ao Conselho Científico, maioritariamente constituído pelos representantes e investigadores dos Centros. Assim, é natural que o perfil do Presidente acabe por ser o fiel da balança na evolução da carreira de muitos docentes. Terá que incutir o seu cunho pessoal e institucional às decisões mais "teóricas" dos membros investigadores do Conselho, baseadas mais no Currículo Científico puro e duro (publicações). Se do perfil e do passado do Presidente não transparecer esta dose de bom senso, podem muitos Professores Auxiliares ficar pelo caminho porque dedicaram muito do seu tempo a trabalhar para a instituição, e com menos currículo científico "puro" para mostrar, precisamente porque ocuparam o seu tempo como lhes foi exigido pelos seus superiores hierárquicos, que implica um elevado número de aulas e muitas vezes tarefas burocráticas como a gestão de cursos e recursos (laboratórios). Num instante se passam 5 anos! Muitas das Nomeações Definitivas que passaram na anterior Assembleia da Escola, não passarão no futuro Conselho Científico, se não houver vozes ponderadas com alguma influência, e a do Presidente será a mais influente. Não passarão pelo crivo com um pendente mais científico, que é o do grupo de investigadores e Directores de Centros, que serão a maioria do Conselho. Imaginem a pior hipótese: um Presidente dogmático, inflexível e que preza a imagem da sua cátedra como um general que preza os seus galões? Se as suas imaginárias "tropas" alimentarem a fogueira do seu orgulho, a mistura pode ser explosiva!
Ninguém defende mais do que eu a Universidade com base na Ciência. Não gosto de ver, como muitos colegas não gostam, outros a serem promovidos por terem ombreado nas tarefas de gestão com os que no passado influenciavam e muito a sua promoção na carreira: os directores de Departamento. Mas também não se gosta de ver alguém que como único objectivo será o seu currículo científico, aproveitando-se muitas vezes de condições de trabalho que outros, altruisticamente, lhes proporcionaram. Tem que haver ponderação nas várias actividades dos docentes: docência, investigação, gestão e actividades de extensão universitária. Felizmente os concursos já contemplam esta última actividade. Mas a Nomeação Definitiva, agora Contrato por tempo indeterminado, não é um concurso, mas depende de pareceres e é decidida não por um júri da especialidade mas pelos membros do Conselho Científico, presumivelmente já com Nomeação Definitiva. No caso dos investigadores uma vez que nunca terão Nomeação Definitiva devido a terem um estatuto diferente, não é claro nos Estatutos se lhes será exigido que a tenham, e então será deveras caricato.
sábado, outubro 31, 2009
sexta-feira, outubro 23, 2009
O mesmo Ministro
Ficámos a saber que o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior foi reconduzido no cargo do novo governo. Quanto a mim não foi uma boa escolha tendo em vista o que ele tem feito em desfavor do Ensino Superior, a saber:
- cortes no financiamento
- introdução de um regulamento que no mínimo é pouco democrático (Reitor e Presidentes de Escola eleitos por um colégio eleitoral) e confuso, com o potencial de ser gerador de conflitos entre órgãos (Reitor e Conselho Geral, Presidentes de Escola e Conselhos de Escola)
- a introdução do novo ECDU que não veio solucionar os problemas endémicos do Ensino Superior e só veio assegurar ainda mais os lugares dos professores de Nomeação Definitiva, mesmo os improdutivos, e ainda menos os dos Professores Auxiliares sem Nomeação Definitiva, mesmo os mais produtivos.
Em relação à Ciência, a sua veia de físico, fruto da sua formação e vivência como Professor, influenciou as medidas que tomou ao longo dos anos à frente da Ciência do País,para o bem e para o mal: aumentou o nº de doutorados significativamente mas em contrapartida desperdiçou dinheiros com a Agência Espacial Europeia e com o CERN, e na última legislatura com o MIT e o Carnegie College, só alimentando a fuga de cérebros e pouco fazendo pelo desenvolvimento da Ciência em Portugal.
Só podemos esperar que nesta legislatura "baixe à terra" e procure resolver os problemas reais da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior em Portugal e não imaginar que é com uma espécie de "peep-show" das instituições científicas de referência, que se transmite o conhecimento científico duma forma que perdure o suficiente para tirar este País do lugar pouco invejável em que se situa no ranking internacional da inovação (parece que voltámos a descer uns lugares este ano outra vez...).
- cortes no financiamento
- introdução de um regulamento que no mínimo é pouco democrático (Reitor e Presidentes de Escola eleitos por um colégio eleitoral) e confuso, com o potencial de ser gerador de conflitos entre órgãos (Reitor e Conselho Geral, Presidentes de Escola e Conselhos de Escola)
- a introdução do novo ECDU que não veio solucionar os problemas endémicos do Ensino Superior e só veio assegurar ainda mais os lugares dos professores de Nomeação Definitiva, mesmo os improdutivos, e ainda menos os dos Professores Auxiliares sem Nomeação Definitiva, mesmo os mais produtivos.
Em relação à Ciência, a sua veia de físico, fruto da sua formação e vivência como Professor, influenciou as medidas que tomou ao longo dos anos à frente da Ciência do País,para o bem e para o mal: aumentou o nº de doutorados significativamente mas em contrapartida desperdiçou dinheiros com a Agência Espacial Europeia e com o CERN, e na última legislatura com o MIT e o Carnegie College, só alimentando a fuga de cérebros e pouco fazendo pelo desenvolvimento da Ciência em Portugal.
Só podemos esperar que nesta legislatura "baixe à terra" e procure resolver os problemas reais da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior em Portugal e não imaginar que é com uma espécie de "peep-show" das instituições científicas de referência, que se transmite o conhecimento científico duma forma que perdure o suficiente para tirar este País do lugar pouco invejável em que se situa no ranking internacional da inovação (parece que voltámos a descer uns lugares este ano outra vez...).
sábado, outubro 17, 2009
Nomeação Definitiva ou Nomeação Científica?
Tem-se falado ultimamente muito na situação dos Professores Auxiliares à luz do novo RJIES, no que respeita àqueles que não têm Nomeação Definitiva. O RJIES determina que só com dois terços de votos no Conselho Científico terão passagem assegurada. Se a esta exigência acrescentarmos a nova constituição do Conselho Científico que terá só 25 membros, poderá haver uma maior exigência científica que anteriormente, e passo a explicar porquê.
Os Directores de Departamento, que normalmente têm um conhecimento mais amplo das actividades do docente, não se limitando à componente científica, não fazem parte do C.C. Quem faz parte são os Directores dos Centros de Investigação em número de dez, que têm uma visão mais científica, pelo menos na teoria. Segundo os novos Estatutos da Escola, uma parte significativa do Conselho Científico poderá ser constituída por investigadores, que nem sequer são Professores Auxiliares e não serão sensíveis ao problema. Foi uma das cláusulas dos Estatutos que critiquei, precisamente por esta razão. Os Directores dos Centros e os investigadores juntos, os últimos não se oporão aos primeiros como é óbvio, exigirão que os candidatos tenham um bom currículo científico, independentemente das restantes actividades, pedagógicas/de gestão/ extensão universitária.
A única maneira de introduzir alguma razoabilidade no C.C. a meu ver, é a de constituir listas candidatas aos restantes 12 lugares destinados a professores e investigadores de carreira, que sejam equilibradas e de que façam parte maioritariamente professores com perfis diferenciados e investigadores independentes e com uma mente aberta. Precisamos de membros do C.C.com uma atitude construtiva e não de membros que se vangloriem utilizando o seu orgulho ou o seu currículo como uma espada, esquecendo tudo o que há mérito para além do currículo científico, nomeadamente no que essa pessoa já contribuiu para a formação de futuros profissionais deste país e para o prestígio da Universidade junto da sociedade. Tenho ouvido falar de casos, noutras Escolas é certo, mas que demonstram o que pode vir a acontecer: aqueles que mais se esforçaram na formação dos alunos, nas actividades junto da sociedade envolvente, e que apresentam um currículo global muito interessante para o futuro da instituição, só por terem o vínculo mais precário, foram os primeiros a serem dispensados. Ficaram os de vínculo mais sólido, que só por terem lá chegado um pouco mais cedo, permanecem no seu lugar, e muitos só o ocupam não fazendo dele mais do que uma ocupação, uma "residência", enquanto que outros que o merecem nem chegam a aquecê-lo.
Os Directores de Departamento, que normalmente têm um conhecimento mais amplo das actividades do docente, não se limitando à componente científica, não fazem parte do C.C. Quem faz parte são os Directores dos Centros de Investigação em número de dez, que têm uma visão mais científica, pelo menos na teoria. Segundo os novos Estatutos da Escola, uma parte significativa do Conselho Científico poderá ser constituída por investigadores, que nem sequer são Professores Auxiliares e não serão sensíveis ao problema. Foi uma das cláusulas dos Estatutos que critiquei, precisamente por esta razão. Os Directores dos Centros e os investigadores juntos, os últimos não se oporão aos primeiros como é óbvio, exigirão que os candidatos tenham um bom currículo científico, independentemente das restantes actividades, pedagógicas/de gestão/ extensão universitária.
A única maneira de introduzir alguma razoabilidade no C.C. a meu ver, é a de constituir listas candidatas aos restantes 12 lugares destinados a professores e investigadores de carreira, que sejam equilibradas e de que façam parte maioritariamente professores com perfis diferenciados e investigadores independentes e com uma mente aberta. Precisamos de membros do C.C.com uma atitude construtiva e não de membros que se vangloriem utilizando o seu orgulho ou o seu currículo como uma espada, esquecendo tudo o que há mérito para além do currículo científico, nomeadamente no que essa pessoa já contribuiu para a formação de futuros profissionais deste país e para o prestígio da Universidade junto da sociedade. Tenho ouvido falar de casos, noutras Escolas é certo, mas que demonstram o que pode vir a acontecer: aqueles que mais se esforçaram na formação dos alunos, nas actividades junto da sociedade envolvente, e que apresentam um currículo global muito interessante para o futuro da instituição, só por terem o vínculo mais precário, foram os primeiros a serem dispensados. Ficaram os de vínculo mais sólido, que só por terem lá chegado um pouco mais cedo, permanecem no seu lugar, e muitos só o ocupam não fazendo dele mais do que uma ocupação, uma "residência", enquanto que outros que o merecem nem chegam a aquecê-lo.
quinta-feira, outubro 08, 2009
A sucessão de António Cunha na Escola de Engenharia
Agora que António Cunha foi eleito Reitor e deixou definitivamente a Presidência da Escola de Engenharia, põe-se a questão: quem o vai suceder? Será que preparou a sua sucessão na Escola? Claro que mesmo sendo preparado pelo António Cunha, quem o suceder não vai ser uma réplica do que foi A.C. Mas, não terá já uma equipa sucedânea da anterior? E se ganhar, não ficará demasiado dependente do Reitor A.C., uma vez que a sua candidatura à Escola foi orientada ("coached") por A.C.?
Talvez se levante a ponta do véu quando soubermos mais sobre as candidaturas ao Conselho de Escola e quem se apresenta como cabeça de lista.
Como se pode verificar no Twitter ao lado, iniciei hoje um desafio aos membros da Escola para se juntarem num Movimento que eventualmente se canditará ao Conselho de Escola, tenha esse Movimento condições para tal. Com isso pretendo demarcar-me precisamente de outras listas que eventualmente venham a aparecer e que possam estar ligadas à anterior hierarquia. Também pretendo demarcar-me de candidaturas anteriores para outros ógãos,com lógicas totalmente diferentes daquilo que deve ser uma lista para uma Escola.
Talvez se levante a ponta do véu quando soubermos mais sobre as candidaturas ao Conselho de Escola e quem se apresenta como cabeça de lista.
Como se pode verificar no Twitter ao lado, iniciei hoje um desafio aos membros da Escola para se juntarem num Movimento que eventualmente se canditará ao Conselho de Escola, tenha esse Movimento condições para tal. Com isso pretendo demarcar-me precisamente de outras listas que eventualmente venham a aparecer e que possam estar ligadas à anterior hierarquia. Também pretendo demarcar-me de candidaturas anteriores para outros ógãos,com lógicas totalmente diferentes daquilo que deve ser uma lista para uma Escola.
Novo Reitor
Foi eleito para Reitor por maioria de votos o Professor António Cunha.
Parabéns e felicidades no seu novo cargo são os votos expressos pelo Movimento NDNR e que também subscrevo. Embora eu tenho tido uma atitude crítica em relação à sua postura que por vezes teve como Presidente da Escola de Engenharia, reconheço que no fim do seu mandato através de workshops que organizou, procurou trazer alguma mudança para a Escola, o que nos dá a esperança de o fazer também para a UM.
Parabéns e felicidades no seu novo cargo são os votos expressos pelo Movimento NDNR e que também subscrevo. Embora eu tenho tido uma atitude crítica em relação à sua postura que por vezes teve como Presidente da Escola de Engenharia, reconheço que no fim do seu mandato através de workshops que organizou, procurou trazer alguma mudança para a Escola, o que nos dá a esperança de o fazer também para a UM.
terça-feira, outubro 06, 2009
Uma agradável surpresa nas candidaturas a Reitor
Só assisti à apresentação do candidato Artur Águas. Embora não tendo podido assistir à apresentação de António Cunha por impedimento profissional, penso que não teria sido surpreendido, por conhecer as suas ideias e o seu percurso na Escola de Engenharia ao longo dos anos. Agora, Artur Águas realmente surpreendeu-me. Porquê? Porque estava à espera de um A. Cunha nº2 e eis que surge uma personagem aparentemente liberta de clichés e do “politicamente correcto”. Sem complexos de Professor, transmitiu a ideia de que a avaliação dos alunos é para ser pública, atirando por terra a defesa de um membro do CG de que a UM é pioneira neste tipo de avaliação e que ela é avaliada pelos Directores de Departamento e de Curso! Defendeu as "Artes" como nenhum engenheiro o consegue fazer, sugerindo que tal como nos EUA a Universidade fosse o Centro Cultural da cidade onde se insere. Ideias originais, que lhe saíram da manga, como um Instituto Galego no seio da UM ou um pequeno estúdio de cinema experimental num departamento de "Artes". Talvez o único problema fosse a falta de tempo para abranger as Letras, quando confrontado com uma pergunta sobre a sua importância para uma Universidade que segue a óptica do mercado e do lucro, referindo-se só ao lado das Artes criativas, publicidade e cinema. No entanto não deixou de responder a uma pergunta rasteira de um membro do CG, que muito cheio da sua excelência em língua portuguesa, e esquecendo que o que estava em causa não era pavonear o seu ego mas ouvir o candidato a reitor, o lembrou que o mérito que o candidato referiu como sendo condição para um Reitor, também se reflecte na escrita que por sinal, na sua apresentação, teria erros ortográficos! Respondeu humildemente, o que é raro em Professores Catedráticos, que o português que escrevia podia não ser Queiroziano mas era aquele que era adequado para transmitir uma mensagem, directo e objectivo, coisa que este seu interlocutor não é! Aliás, o seu estilo revelou aquilo que viemos a descobrir mais tarde, a sua vivência nos EUA durante o doutoramento. O seu estilo irreverente, “atrevendo-se” a desafiar uma situação já há muito estabelecida na UM, mesmo não atingindo um objectivo que nem o próprio acredita, referindo-se a uma muito remota hipótese de ser eleito, foi sem dúvida uma lufada de ar fresco na teia de interesses em que se tornou a UM nos últimos anos.
Um muito obrigado a Artur Águas por nos ter permitido sonhar com uma UM nova, mesmo que fosse só por uma ou duas horas de intervalo na rotina do dia-a- dia de um professor da UM.
Um muito obrigado a Artur Águas por nos ter permitido sonhar com uma UM nova, mesmo que fosse só por uma ou duas horas de intervalo na rotina do dia-a- dia de um professor da UM.
sábado, outubro 03, 2009
Triste saída de cena
O reitor em exercício teve que submeter a proposta de aprovação dos novos estatutos dos Serviços de Acção Social da UM ao Conselho Geral porque assim o RJIES o exige. É esta uma vantagem do RJIES em relação ao que era anteriormente, em que o Reitor não tinha que submeter as suas propostas a nenhum órgão da UM e fazia como bem queria. O que sucede é que o C.G. aprovou o documento, embora tudo indicasse que não o deveria ter feito uma vez que o Senado não foi ouvido por não terem ainda sido indigitados os membros do Senado. Mas sendo assim, porque não se esperou para que o Senado entrasse em funções? Ou ainda, porque não esperou o reitor em exercício para que o novo reitor tomasse posse? Penso que sabemos qual a resposta: não haveria a certeza de o novo reitor propor o novo Estatuto tal cmo está, especialmente se o Senado desse um voto desfavorável. Sendo assim, pergunta-se: o que forçou o reitor a propôr no limite do seu mandato este Estatuto, ainda por cima, polémico (ver em post do dia 13)? Ou se não foi forçado, que é que o move? O dever de retribuir favores? A vontade de mostrar que ainda manda? Querer um último "show-down" com o C.G.? Sabe-se que de facto teve uma atitude de "birra", ou mesmo de chantagem segundo opinião de membros do C.G., na reunião com o C.G. para conseguir a aprovação, o que significa que esta última hipótese concretizou-se, não se sabendo no entanto se foi uma consequência da sua ânsia de aprovar o Estatuto ou se foi de facto uma intenção de confrontar o C.G, mostrando desta forma quem ainda manda na UM.
E continuamos nós na UM ao sabor dos humores do reitor até ao último dia do seu mandato.
Que triste saída de cena!
E continuamos nós na UM ao sabor dos humores do reitor até ao último dia do seu mandato.
Que triste saída de cena!
terça-feira, setembro 29, 2009
Um Ministro do Ensino Superior diferente por favor
Este Ministro tentou de facto inovar, com a introdução do RJIES e o novo ECDU.
Alguns aspectos destes dois documentos são positivos, a meu ver. Mas na realidade o que mudou verdadeiramente em relação aos anteriores documentos? Muito pouco, a não ser a possibilidade das Universidades passarem a Fundações, que talvez fosse o único verdadeiro objectivo do Ministro ao introduzir o RJIES. Senão vejamos: Introduziu o Conselho Geral, que seria uma grande novidade. Antes havia a Assembleia da Universidade. Qual a diferença já que o CG elege o Reitor e a Assembleia também elegia? Só se for que o CG pode fiscalizar o Reitor enquanto que a Assembleia não tinha esses poderes. Mas a fiscalização é relativa, e necessita de uma maioria absoluta para ter verdadeiras consequências (demmissão do reitor, por exemplo). O Senado já existia. O Conselho Administrativo também, etc, etc. Portanto que novidades há? No caso da UM, se houve novidades essas foram introduzidas pelos Estatutos da própria Universidade, que aproveitou os novos Estatutos para juntar duas Unidades Orgânicas numa só, e para conferir o estatuto de Escola ao Departamento Autónomo da Arquitectura (anunciado na última reunião do CG e a meu ver prematuramente). Nas Unidades Orgânicas também não há grandes alterações ao que acontecia anteriormente, a não ser a figura do Conselho de Escola, que por analogia com o Conselho Geral elege o Presidente de Escola e fiscaliza a sua actividade.
Fica pois a sensação que foi quase tudo cosmética, menos para aquelas Universidades escolhidas para se transformarem em Fundações. As verdadeiras intenções do Ministro não serão de separar estas Universidades de outras possibilitando que de futuro tenham orçamentos superiores às restantes e que se distanciem, qual Oxford e Cambridge? Tal como na Ciência (ver post anterior), as manias de ter uns escolhidos entre os demais para alcançarem a excelência voltam a ser visíveis. Na Ciênca foram aqueles que foram escolhidos para "colaborarem" com o MIT. Nas Universidades são as Fundações que também são só para alguns (tanto num como noutro caso sem concurso).
No caso do ECDU, foi tudo feito para ficar tudo na mesma, pelo menos na Universidade, com a agravante de haver uma intenção de se desfazer dos docentes que poderiam estar a mais (leitores e Professores sem Nomeação Definitiva). Até alguns, os Professores Auxiliares mesmo com Nomeação Definitiva não se livram de daqui a uns anos com dois pareceres negativos serem dispensados, por não terem tenure.
No Politécnico têm que todos ir a concurso, mesmo os que estão lá há anos, para assim se poderem eliminar mais alguns docentes.
Não vamos ter saudades deste Ministro que ainda por cima acumulou o Ensino Superior com o da Ciência. Esperemos que o futuro Governo não caia na mesma asneira. Havendo dois Ministros diferentes, as probalidades de um ser bom serão melhores, ou não?
Alguns aspectos destes dois documentos são positivos, a meu ver. Mas na realidade o que mudou verdadeiramente em relação aos anteriores documentos? Muito pouco, a não ser a possibilidade das Universidades passarem a Fundações, que talvez fosse o único verdadeiro objectivo do Ministro ao introduzir o RJIES. Senão vejamos: Introduziu o Conselho Geral, que seria uma grande novidade. Antes havia a Assembleia da Universidade. Qual a diferença já que o CG elege o Reitor e a Assembleia também elegia? Só se for que o CG pode fiscalizar o Reitor enquanto que a Assembleia não tinha esses poderes. Mas a fiscalização é relativa, e necessita de uma maioria absoluta para ter verdadeiras consequências (demmissão do reitor, por exemplo). O Senado já existia. O Conselho Administrativo também, etc, etc. Portanto que novidades há? No caso da UM, se houve novidades essas foram introduzidas pelos Estatutos da própria Universidade, que aproveitou os novos Estatutos para juntar duas Unidades Orgânicas numa só, e para conferir o estatuto de Escola ao Departamento Autónomo da Arquitectura (anunciado na última reunião do CG e a meu ver prematuramente). Nas Unidades Orgânicas também não há grandes alterações ao que acontecia anteriormente, a não ser a figura do Conselho de Escola, que por analogia com o Conselho Geral elege o Presidente de Escola e fiscaliza a sua actividade.
Fica pois a sensação que foi quase tudo cosmética, menos para aquelas Universidades escolhidas para se transformarem em Fundações. As verdadeiras intenções do Ministro não serão de separar estas Universidades de outras possibilitando que de futuro tenham orçamentos superiores às restantes e que se distanciem, qual Oxford e Cambridge? Tal como na Ciência (ver post anterior), as manias de ter uns escolhidos entre os demais para alcançarem a excelência voltam a ser visíveis. Na Ciênca foram aqueles que foram escolhidos para "colaborarem" com o MIT. Nas Universidades são as Fundações que também são só para alguns (tanto num como noutro caso sem concurso).
No caso do ECDU, foi tudo feito para ficar tudo na mesma, pelo menos na Universidade, com a agravante de haver uma intenção de se desfazer dos docentes que poderiam estar a mais (leitores e Professores sem Nomeação Definitiva). Até alguns, os Professores Auxiliares mesmo com Nomeação Definitiva não se livram de daqui a uns anos com dois pareceres negativos serem dispensados, por não terem tenure.
No Politécnico têm que todos ir a concurso, mesmo os que estão lá há anos, para assim se poderem eliminar mais alguns docentes.
Não vamos ter saudades deste Ministro que ainda por cima acumulou o Ensino Superior com o da Ciência. Esperemos que o futuro Governo não caia na mesma asneira. Havendo dois Ministros diferentes, as probalidades de um ser bom serão melhores, ou não?
domingo, setembro 27, 2009
Um Ministro da Ciência diferente por favor
Hoje no jornal Público há um artigo que refere um acordo entre a Universidade do Porto e a de Sheffield no Reino Unido, por iniciativa de uma spin-off. Sheffield (incluindo arredores) será uma cidade da mesma dimensão que o grande Porto. Era uma cidade industrial que sofreu uma depressão a partir do declínio da sua principal indústria (do aço). Eu próprio constatei esse declínio ao passar na auto-estrada nos anos 80 que atravessava a parte industrial da cidade. Era de facto desolador o cenário de fábricas abandonadas. Aparentemente criou-se na cidade um dinamismo impulsionado por uma instituição denominada "Creative Sheffield", através da formação de licenciados nas áreas das novas tecnologias, com a cumplicidade da Universidade de Sheffield, e o arranque de um Parque Tecnológico. Não houve por parte da Universidade uma associação a uma Universidade como o MIT, mas só com recursos próprios e o apoio do Governo. Nós por cá o que fizemos? Dizem-nos que nos associámos ao MIT, o melhor laboratório do Mundo (eu diria que não foi uma associação mas uma contratação dum serviço de formação). Mas o que é que isso custou? Poder-se-ia investir em associações mais próximas e sem subserviência como parece estar a acontecer entre a Universidade do Porto e a de Sheffield? Podia-se. Mas era preciso uma humildade que o nosso Ministro não tem. O que se pretendia era um resultado rápido, tipo "penso-rápido" e não um trabalho que só desse resultados daqui a uns anos. Talvez para o Ministro ainda ir a tempo de beneficiar de hipotéticos resultados surpreendentes que provocariam o tal salto tecnológico que seria o objectivo do governo. Outra "mania" do Ministro foi o investimento que fez no CERN, o laboratório Europeu onde está o "acelerador de partículas", um sistema de que provocaria a fusão nuclear, como alternativa à actual cisão nuclear. Tudo à grande e à Francesa. Também participamos no ESA, o programa europeu de exploração do espaço. Para quê? Em primeiro lugar porquê? Mais uma vez o Ministro de bicos de pés perante as grandes potência Europeias e perante os EUA (no caso do MIT).
Esperemos que o novo governo, que tudo indica seja do PS outra vez, não coloque lá este Ministro de novo.
Esperemos que o novo governo, que tudo indica seja do PS outra vez, não coloque lá este Ministro de novo.
sábado, setembro 19, 2009
As eleições para a Escola de Engenharia podem trazer mudança?
Em breve haverá eleições para o Conselho de Escola da Escola de Engenharia. Quais os aspectos que se assemelham e aquele que diferenciam esta eleição da eleição para o Conselho Geral da Universidade? A estrutura e as funções são semelhantes, sendo que ambos os órgãos elegem o responsável que preside à instituição (Reitor num caso e Presidente da Escola noutro), se é que se pode chamar instituição à Escola. Ambos têm funções fiscalizadoras do governo da instituição. Mas as semelhanças acabam aqui. O Reitor está muito afastado do dia-a-dia dos docentes, enquanto o Presidente da Escola estará muito mais perto dos docentes e das suas actividades, ao Presidir ao Conselho de Gestão e ao Conselho Científico. O Presidente também tem poderes em relação à estrutura da Escola, nomeadamente no que respeita à formação de novas sub-unidades orgânicas, ouvido o Conselho de Escola, o que não acontece com o Reitor no que se refere a novas Unidades Orgânicas. Quer isto dizer que o Presidente de Escola, pode iniciar um processo de auscultação aos departamentos, que já tinha sido iniciado durante as "workshops" promovidas pelo anterior Presidente. É um processo que requer mais tempo do que aquele que foi atribuído durante a workshop, e o Presidente tem tempo (3 anos) para o fazer.
A meu ver esta será a verdadeira mudança que a Escola precisa. Tudo o resto será cosmética. Mesmo havendo mais que uma lista concorrente, atrevo-me a sugerir que os programas das listas concorrentes serão muito semelhantes, referindo aspectos consensuais como a excelência da Investigação e dos cursos da Escola, a ligação ao exterior, o empreendedorismo, e outros aspectos que embora tenham a sua evolução natural, também concordo que nunca é demais trazer ao debate nestas alturas em que há discussão de ideias. No entanto, os aspectos mais delicados, que mexem com o futuro dos docentes, como a reorganização departamental por exemplo, ficam por discutir. É altura de os docentes saírem da sua letargia e da sua posição confortável, e de discutirem a actual estrutura da Escola, herdada dos anos 70!
Os tempos são outros, já não se justificando por exemplo departamentos divididos só segundo sectores industriais e coincidentes com cursos para formação de engenheiros para esses sectores (Têxtil, Mecânica, Polímeros, e até Civil). Sendo evidente que estes cursos devem existir, até pela elevada procura para os sectores mais populares (Civil e Mecânica), é também verdade que esta situação não se manterá por muito mais tempo, dependendo da evolução do emprego nos próprios sectores de actividade. Até que houve evolução nos cursos, como por exemplo o advento de cursos horizontais como o de Engenharia de Materiais, então porque não houve evolução nos departamentos com a formação de um Departamento de Engenharia de Materiais? Talvez porque na altura da formação do curso, os materiais estavam divididos pelos vários departamentos, não havendo qualquer ligação entre eles. Agora, porém, tudo é diferente, sendo os materiais utilizados em varias formas e abrangendo várias áreas, especialmente com o advento dos compósitos e dos nanomateriais. Onde se situam por exemplo os compósitos de polímeros e fibras? Nos polímeros ou na têxtil? E os nanomateriais aplicados em revestimentos de têxteis ou de polímeros ou de metais? E as tintas com polímeros e pigmentos aplicadas em metais, ou na construção civil ou Naval?
Por outro lado a Engenharia assimilou a Escola de Arquitectura por uns tempos e agora deixou fugir a sua tutela. Onde pertence a Arquitectura? às Artes ou à Engenharia Civil? Esta discussão também ainda não terminou, até talvez tenha morrido à nascença ao incluir nos Estatutos da UM a decisão da autonomização da Escola de Arquitectura ao Conselho Geral da UM. Pois se o Design está na Escola de Engenharia, porque não a Arquitectura? Ou então o Design vai para a Escola de Arquitectura!
Esta discussão é importante para o futuro da Escola e deve ser assumida pelo Conselho Geral, mas principalmente pelo futuro Presidente da Escola.
Por isso, para mim, as eleições para o Conselho de Escola devem ter em vista a eleição de docentes e investigadores que possam influenciar esta discussão e também a própria eleição dum Presidente que a promova.
A meu ver esta será a verdadeira mudança que a Escola precisa. Tudo o resto será cosmética. Mesmo havendo mais que uma lista concorrente, atrevo-me a sugerir que os programas das listas concorrentes serão muito semelhantes, referindo aspectos consensuais como a excelência da Investigação e dos cursos da Escola, a ligação ao exterior, o empreendedorismo, e outros aspectos que embora tenham a sua evolução natural, também concordo que nunca é demais trazer ao debate nestas alturas em que há discussão de ideias. No entanto, os aspectos mais delicados, que mexem com o futuro dos docentes, como a reorganização departamental por exemplo, ficam por discutir. É altura de os docentes saírem da sua letargia e da sua posição confortável, e de discutirem a actual estrutura da Escola, herdada dos anos 70!
Os tempos são outros, já não se justificando por exemplo departamentos divididos só segundo sectores industriais e coincidentes com cursos para formação de engenheiros para esses sectores (Têxtil, Mecânica, Polímeros, e até Civil). Sendo evidente que estes cursos devem existir, até pela elevada procura para os sectores mais populares (Civil e Mecânica), é também verdade que esta situação não se manterá por muito mais tempo, dependendo da evolução do emprego nos próprios sectores de actividade. Até que houve evolução nos cursos, como por exemplo o advento de cursos horizontais como o de Engenharia de Materiais, então porque não houve evolução nos departamentos com a formação de um Departamento de Engenharia de Materiais? Talvez porque na altura da formação do curso, os materiais estavam divididos pelos vários departamentos, não havendo qualquer ligação entre eles. Agora, porém, tudo é diferente, sendo os materiais utilizados em varias formas e abrangendo várias áreas, especialmente com o advento dos compósitos e dos nanomateriais. Onde se situam por exemplo os compósitos de polímeros e fibras? Nos polímeros ou na têxtil? E os nanomateriais aplicados em revestimentos de têxteis ou de polímeros ou de metais? E as tintas com polímeros e pigmentos aplicadas em metais, ou na construção civil ou Naval?
Por outro lado a Engenharia assimilou a Escola de Arquitectura por uns tempos e agora deixou fugir a sua tutela. Onde pertence a Arquitectura? às Artes ou à Engenharia Civil? Esta discussão também ainda não terminou, até talvez tenha morrido à nascença ao incluir nos Estatutos da UM a decisão da autonomização da Escola de Arquitectura ao Conselho Geral da UM. Pois se o Design está na Escola de Engenharia, porque não a Arquitectura? Ou então o Design vai para a Escola de Arquitectura!
Esta discussão é importante para o futuro da Escola e deve ser assumida pelo Conselho Geral, mas principalmente pelo futuro Presidente da Escola.
Por isso, para mim, as eleições para o Conselho de Escola devem ter em vista a eleição de docentes e investigadores que possam influenciar esta discussão e também a própria eleição dum Presidente que a promova.
domingo, setembro 13, 2009
Mais do mesmo por parte do reitor
Foi divulgada (ver em "Liberdade na UM") a promoção dos Directores de Secção dos Serviços de Acção Social à posição de Director de Serviço com um acréscimo de salário relevante, como consequência das alterações efectuadas à orgânica dos SAS, por despacho RT-46/2009 de 31 de Julho. Há alguns aspectos deste despacho que são contestados pelo autor do texto, sendo um deles o facto o Senado não ter sido consultado. Mas o mais grave quanto a mim é o de, mais uma vez, serem aqueles que mais fielmente serviram o reitor, que são escolhidos para estes lugares, criando uma situação de injuistiça perante os restantes funcionários da UM. Segundo o mesmo texto, haverá mais lugares de Director de Serviços dos SAS do que em toda a Universidade! Depois de haver suspeitas que os concursos para estes lugares foram desde o início menos que transparentes, agora, no momento da partida do reitor, surgem as promoções como que a desafiar tudo e todos: críticos, tribunais e a imprensa. Como se a UM já não tivesse suficiente publicidade negativa na imprensa! (ver post anterior sobre este tema).
domingo, setembro 06, 2009
O empreendedorismo da UM e a publicidade dada pelo Diário do Minho
A julgar pelos investimentos que a UM tem feito nos últimos anos (ver post anterior) deviamos ser uma das Universidades com mais empreendedores, empresas spin-offs, ou empresários por conta própria bem sucedidos. Sem contar com as empresas de Serviços, que não são bem empresas independentes da UM mas mais propriamente empresas que utilizam as estruturas universitárias muito para além do período de incubação, as empresas registadas como spin-offs contam-se pelos dedos de uma mão.
Quais as razões? Muitas vezes se justifica esta falta de empreendedores como sendo culpa da mentalidade conservadora dos licenciados, o que não deixa de ter algum fundamento. Senão, vejamos: quem vai para a Universidade vai porque quer tirar um curso, como é óbvio. Mas a pergunta seguinte será: para quê? e a resposta não será a politicamente correcta de querer aprender, mas antes que com um "canudo" terá mais hipóteses de ter um emprego e não será qualquer emprego, na mente da maioria, mas antes um emprego com um ordenado razoável e principalmente com estabilidade. Ora aqui está o busílis da questão: um empreendedor nunca deve pensar na estabilidade! É contrária á própria ideia de empreendedorismo. Não é por acaso que as empresas mais bem sucedidas nas Novas Tecnologias foram fundadas por estudantes que deixaram a Universidade a meio do curso: Microsoft e Google para mencionar apenas duas.
Haverá muitos outros casos que não terão sido assim, mas foram formadas por licenciados (seria interessante saber se estes licenciados eram alunos exemplares ou simplesmente acabaram o curso...)ou mesmo por professores, mas a excepção parece confirmar a regra. Em qualquer entrevista a estes empreendedores, normalmente o que eles dizem é que já não tinham muito mais a prender e a Universidade não lhes ia ensinar nada de novo. Claro que por esta altura eles já tinham uma ideias do que poderiam desenvolver no mundo empresarial. No entanto não deixa de reflectir no tipo de ensino que se faz nas Universidades.
Claro que não tendo a performance das Universidades Americanas, o cenário será pior nas Universidades na Europa e em particular em Portugal. A cultura na Universidade Portuguesa também não incentiva em nada o ensino para o empreendedorismo. Em primeiro lugar os Professores estão eles próprios preocupados com a sua estabilidade e não têm uma postura de empreendedorismo na sua própria carreira. Dão aulas, fazem alguma investigação e alguns fazem alguma gestão nos vários órgãos e sub-orgão da Universidade.
Podemos portanto até aceitar que a UM faça um esforço de investimento em empresas ou Associações viradas para o empreendedorismo, tais como o 2B Partner e o SpinPark. Não será essa o maior “pecado” do reitor AGR, mas antes o de não ter envolvido outros colegas de participarem neste esforço, talvez como já foi referido, por ter uma política de concentrar em apenas numa ou duas pessoas da sua confiança a tarefa de representar a UM nos órgão de Administração dessas empresas e Associações. A culpa também não pode ser atribuída quase exclusivamente a quem aceitou essa incumbência, como quis fazer querer o jornalista do DM. Numa empresa ou Instituição, quem é nomeado não pode facilmente recusar, especialmente se é o Vice-Reitor com esse pelouro, que é o caso de Manuel Mota. É estranho o artigo em que aparece como grande culpado M.M. É caso para perguntar a quem interessa. O incentivo que M.M. tem dado ao empreendedorismo só tem que ser elogiado, mas já a fobia do reitor de não abrir o leque a outros, isso sim, já tem que ser condenado.
Esta forma de governar pela Reitoria, não é nova. Vem detrás, de outras Reitorias e o resultado está á vista. O empreendedorismo dos próprios docentes está moribundo, dando lugar a um seguidismo que torna o ambiente escolástico e amorfo, com o contágio inevitável aos alunos, que eles próprios ficam sem entusiasmo e sem “rasgo”.
Assim, só com um nova política em que muitos mais colegas estão envolvidos se pode espalhar a cultura do empreendedorismo. Esperemos que o futuro reitor tenha percebido que este não é o caminho e que delegue e distribua por muitos mais colegas essa tarefa nobre do empreendedorismo!
Quais as razões? Muitas vezes se justifica esta falta de empreendedores como sendo culpa da mentalidade conservadora dos licenciados, o que não deixa de ter algum fundamento. Senão, vejamos: quem vai para a Universidade vai porque quer tirar um curso, como é óbvio. Mas a pergunta seguinte será: para quê? e a resposta não será a politicamente correcta de querer aprender, mas antes que com um "canudo" terá mais hipóteses de ter um emprego e não será qualquer emprego, na mente da maioria, mas antes um emprego com um ordenado razoável e principalmente com estabilidade. Ora aqui está o busílis da questão: um empreendedor nunca deve pensar na estabilidade! É contrária á própria ideia de empreendedorismo. Não é por acaso que as empresas mais bem sucedidas nas Novas Tecnologias foram fundadas por estudantes que deixaram a Universidade a meio do curso: Microsoft e Google para mencionar apenas duas.
Haverá muitos outros casos que não terão sido assim, mas foram formadas por licenciados (seria interessante saber se estes licenciados eram alunos exemplares ou simplesmente acabaram o curso...)ou mesmo por professores, mas a excepção parece confirmar a regra. Em qualquer entrevista a estes empreendedores, normalmente o que eles dizem é que já não tinham muito mais a prender e a Universidade não lhes ia ensinar nada de novo. Claro que por esta altura eles já tinham uma ideias do que poderiam desenvolver no mundo empresarial. No entanto não deixa de reflectir no tipo de ensino que se faz nas Universidades.
Claro que não tendo a performance das Universidades Americanas, o cenário será pior nas Universidades na Europa e em particular em Portugal. A cultura na Universidade Portuguesa também não incentiva em nada o ensino para o empreendedorismo. Em primeiro lugar os Professores estão eles próprios preocupados com a sua estabilidade e não têm uma postura de empreendedorismo na sua própria carreira. Dão aulas, fazem alguma investigação e alguns fazem alguma gestão nos vários órgãos e sub-orgão da Universidade.
Podemos portanto até aceitar que a UM faça um esforço de investimento em empresas ou Associações viradas para o empreendedorismo, tais como o 2B Partner e o SpinPark. Não será essa o maior “pecado” do reitor AGR, mas antes o de não ter envolvido outros colegas de participarem neste esforço, talvez como já foi referido, por ter uma política de concentrar em apenas numa ou duas pessoas da sua confiança a tarefa de representar a UM nos órgão de Administração dessas empresas e Associações. A culpa também não pode ser atribuída quase exclusivamente a quem aceitou essa incumbência, como quis fazer querer o jornalista do DM. Numa empresa ou Instituição, quem é nomeado não pode facilmente recusar, especialmente se é o Vice-Reitor com esse pelouro, que é o caso de Manuel Mota. É estranho o artigo em que aparece como grande culpado M.M. É caso para perguntar a quem interessa. O incentivo que M.M. tem dado ao empreendedorismo só tem que ser elogiado, mas já a fobia do reitor de não abrir o leque a outros, isso sim, já tem que ser condenado.
Esta forma de governar pela Reitoria, não é nova. Vem detrás, de outras Reitorias e o resultado está á vista. O empreendedorismo dos próprios docentes está moribundo, dando lugar a um seguidismo que torna o ambiente escolástico e amorfo, com o contágio inevitável aos alunos, que eles próprios ficam sem entusiasmo e sem “rasgo”.
Assim, só com um nova política em que muitos mais colegas estão envolvidos se pode espalhar a cultura do empreendedorismo. Esperemos que o futuro reitor tenha percebido que este não é o caminho e que delegue e distribua por muitos mais colegas essa tarefa nobre do empreendedorismo!
segunda-feira, agosto 31, 2009
Mais Publicidade negativa na imprensa do Minho
UNIVERSIDADE COLOCA DINHEIRO EM "CLUBE DE RICOS" DE BRAGA
Este foi o título com que mimosearam a UM no Diário do Minho hoje, um artigo de uma página sobre o investimento da UM na empresa capital de risco 2B Partner-Sociedade Capital de Risco, SA. Outros sócios desta sociedade são empresas conhecidas de Braga, tais como a DST (a título de exemplo) e uma Associação, a AIM.
O artigo refere a posição do Tribunal de Contas que considerou a participação da UM nesta empresa ilegal, mesmo depois da argumentação do reitor A. Guimarães Rodrigues que não havendo legislação específica no que respeita à participação de Universidades em empresas deste tipo, significaria que nada haveria em contrário. Segundo o supremo de juízes do TC é precisamente a ausência de regulamentação específica que torna ilegal o envolvimento da UM na 2B Partner! Parece haver aqui alguma ingenuidade(ou impunidade?) na argumentação de AGR...
Embora a empresa tenha como Presidente do Assembleia a UM, na pessoa do seu Vice-Reitor Professor Manuel Mota desde 2007, E tenha um capital social de 750 000 euros, não há qualquer divulgação no site da UM sobre esta empresa o que se estranha quando outras empresas do mesmo género, tais como a SpinValor, uma empresa do mesmo tipo, capital de risco, mas muito mais modesta, está mencionada. Resta acrescentar que fazendo uma pesquisa num motor de busca da net com o nome da empresa, não aparece qualquer actividade desde a sua fundação.
Além deste artigo, logo na página seguinte aparece outro com o título “PARTICIPAÇÃO DA UM EM PRIVADOS ACUMULAM PREJUÍZOS”, referindo o jornalista que o Tribunal de contas também estranhou o facto de em quase todas as sociedades em que a UM participa ser o Professor Manuel Mota que representa a UM. Neste artigo é referido mais uma vez a verba que a UM transferiu em 2007 para as sociedades em que participa: 2 milhões de euros, já divulgado no relatório oficial do TC e referido aqui neste blog. O artigo refere que são 17 as entidades em que a UM participa! Só não vi nas várias sociedades a referência à Fundação Lloyd Braga, que sabemos que existe mas não sabemos o que faz! Por outro lado, descobrimos coisas interessantes no relatório do Tribunal de Contas, tais como a participação da UM desde 2005 duma entidade chamada CENTITVC-Centro de Nanotecnologias e Materiais Técnicos Funcionais e Inteligentes, e que teve com este Centro em 2007 perdas de 230 00 euros, dos quais 65000 com pessoal (qual pessoal? Note-se que este Centro está sediado em Famalicão, nas instalações do CITEVE-Centro Tecnológico Têxtil) e 155 000 outros custos aproximadamente. Note-se que a variação entre 2006 e 2007 foi de 500%! Mais um investimento desastroso por explicar entre muitos outros. Ou será que o reitor ao demitir-se lava dali as suas mãos? Pelo menos uma nota de imprensa com explicações sobre as actividades das participadas nos último dois anos (pós-relatório do TC) seria o mínimo. Afinal estão quantidades avultadas em questão e o próprio reitor expôs-se ao anunciar medidas extremas para poupar, dada a aparente penúria da UM, tais como o corte de energia, quando aparentemente desperdiçava dinheiro nestas entidades em que participava!
Este foi o título com que mimosearam a UM no Diário do Minho hoje, um artigo de uma página sobre o investimento da UM na empresa capital de risco 2B Partner-Sociedade Capital de Risco, SA. Outros sócios desta sociedade são empresas conhecidas de Braga, tais como a DST (a título de exemplo) e uma Associação, a AIM.
O artigo refere a posição do Tribunal de Contas que considerou a participação da UM nesta empresa ilegal, mesmo depois da argumentação do reitor A. Guimarães Rodrigues que não havendo legislação específica no que respeita à participação de Universidades em empresas deste tipo, significaria que nada haveria em contrário. Segundo o supremo de juízes do TC é precisamente a ausência de regulamentação específica que torna ilegal o envolvimento da UM na 2B Partner! Parece haver aqui alguma ingenuidade(ou impunidade?) na argumentação de AGR...
Embora a empresa tenha como Presidente do Assembleia a UM, na pessoa do seu Vice-Reitor Professor Manuel Mota desde 2007, E tenha um capital social de 750 000 euros, não há qualquer divulgação no site da UM sobre esta empresa o que se estranha quando outras empresas do mesmo género, tais como a SpinValor, uma empresa do mesmo tipo, capital de risco, mas muito mais modesta, está mencionada. Resta acrescentar que fazendo uma pesquisa num motor de busca da net com o nome da empresa, não aparece qualquer actividade desde a sua fundação.
Além deste artigo, logo na página seguinte aparece outro com o título “PARTICIPAÇÃO DA UM EM PRIVADOS ACUMULAM PREJUÍZOS”, referindo o jornalista que o Tribunal de contas também estranhou o facto de em quase todas as sociedades em que a UM participa ser o Professor Manuel Mota que representa a UM. Neste artigo é referido mais uma vez a verba que a UM transferiu em 2007 para as sociedades em que participa: 2 milhões de euros, já divulgado no relatório oficial do TC e referido aqui neste blog. O artigo refere que são 17 as entidades em que a UM participa! Só não vi nas várias sociedades a referência à Fundação Lloyd Braga, que sabemos que existe mas não sabemos o que faz! Por outro lado, descobrimos coisas interessantes no relatório do Tribunal de Contas, tais como a participação da UM desde 2005 duma entidade chamada CENTITVC-Centro de Nanotecnologias e Materiais Técnicos Funcionais e Inteligentes, e que teve com este Centro em 2007 perdas de 230 00 euros, dos quais 65000 com pessoal (qual pessoal? Note-se que este Centro está sediado em Famalicão, nas instalações do CITEVE-Centro Tecnológico Têxtil) e 155 000 outros custos aproximadamente. Note-se que a variação entre 2006 e 2007 foi de 500%! Mais um investimento desastroso por explicar entre muitos outros. Ou será que o reitor ao demitir-se lava dali as suas mãos? Pelo menos uma nota de imprensa com explicações sobre as actividades das participadas nos último dois anos (pós-relatório do TC) seria o mínimo. Afinal estão quantidades avultadas em questão e o próprio reitor expôs-se ao anunciar medidas extremas para poupar, dada a aparente penúria da UM, tais como o corte de energia, quando aparentemente desperdiçava dinheiro nestas entidades em que participava!
quarta-feira, agosto 26, 2009
As eleições em cima das férias: quem beneficia?
As eleições para Reitor e para as Escolas serão já a seguir às férias, mais uma vez beneficiando a estrutura instalada. O "timing" pode não ser intencional, mas que dá muito jeito a quem já está no terreno há mais tempo, isso não há dúvida. Já quando foi para o Conselho Geral apanharam-se as férias de Natal pelo meio, fazendo com que novas listas de possíveis candidatos fizessem um esforço de mobilização hercúleo, coisa que as listas já existentes não necessitavam. Para tornar ainda mais difícil a concorrência estipulou-se a obrigatoriedade de cada lista apresentar 100 subscritores, além dos candidatos e suplentes. Alguém duvida que esta exigência não foi inocente? Veremos agora qual a estratégia para as próximas eleições para as listas das Escolas, se será a mesma ou outra ainda mais "inocente".
Se queremos uma nova estrutura, queremos também que se dê uma oportunidade a outros, porque os que lá estiveram, nas Escolas e nas Pro-reitorias e Vice-reitorias já tiveram a sua vez e não têm muito que se orgulhar, a julgar pelo relatório do Tribunal de Contas. Por outro lado, o que a UM conseguiu em termos científicos dificilmente se pode atribuir aos seus gestores. Houve até oportunidades que dificilmente se repetirão, como seja o financiamento ao projecto conjunto com o MIT, que foi administrado na UM por A.C, actual candidato a reitor e suponho que também pelo Vice Reitor M.M. Não quero fazer juízo sobre os resultados para a UM de tal projecto, mas desconfio que foram só membros da lista liderada por A.C. ao Conselho Geral e seus apoiantes/subscritores que beneficiaram do financiamento referido, não contando com os bolseiros que presumo foram seleccionados através de concurso. Muitas vezes isto acontece por ser uma gestão "empresarial" em que se quer avançar rápido e com gente que se conhece e portanto se pode mais facilmente "comandar" e acompanhar. Pode por isso não ter nada de político por detrás nem sequer qualquer intenção de beneficiar alguém. O que é um facto é que da parte de quem recebe, há sempre um reconhecimento que tende a sobrepor-se ao juízo do próprio quando se trata de decidir sobre quem apoiar futuramente em cargos de gestão, se quem ele já conhece e de quem obteve uma mostra de confiança, ou um candidato desconhecido. Formam-se assim as "clientelas" que em qualquer altura, tempo lectivo ou férias, são fáceis de mobilizar para fins eleitorais.
Há que mudar o estilo de governação e distribuir o financiamento da UM neste e noutros projectos, por via do concurso interno, para aqueles mais capazes e não para os que estão mais próximos do gestor financeiro do projecto.
Esperemos que os candidatos a Reitor e às Presidências das Escolas venham com uma nova postura, sejam eles os mesmos de sempre ou outros, porque convençam-se que é através da gestão democrática que os líderes se afirmam e merecem o respeito da comunidade académica e não através do incentivo ao clientelismo!
Se queremos uma nova estrutura, queremos também que se dê uma oportunidade a outros, porque os que lá estiveram, nas Escolas e nas Pro-reitorias e Vice-reitorias já tiveram a sua vez e não têm muito que se orgulhar, a julgar pelo relatório do Tribunal de Contas. Por outro lado, o que a UM conseguiu em termos científicos dificilmente se pode atribuir aos seus gestores. Houve até oportunidades que dificilmente se repetirão, como seja o financiamento ao projecto conjunto com o MIT, que foi administrado na UM por A.C, actual candidato a reitor e suponho que também pelo Vice Reitor M.M. Não quero fazer juízo sobre os resultados para a UM de tal projecto, mas desconfio que foram só membros da lista liderada por A.C. ao Conselho Geral e seus apoiantes/subscritores que beneficiaram do financiamento referido, não contando com os bolseiros que presumo foram seleccionados através de concurso. Muitas vezes isto acontece por ser uma gestão "empresarial" em que se quer avançar rápido e com gente que se conhece e portanto se pode mais facilmente "comandar" e acompanhar. Pode por isso não ter nada de político por detrás nem sequer qualquer intenção de beneficiar alguém. O que é um facto é que da parte de quem recebe, há sempre um reconhecimento que tende a sobrepor-se ao juízo do próprio quando se trata de decidir sobre quem apoiar futuramente em cargos de gestão, se quem ele já conhece e de quem obteve uma mostra de confiança, ou um candidato desconhecido. Formam-se assim as "clientelas" que em qualquer altura, tempo lectivo ou férias, são fáceis de mobilizar para fins eleitorais.
Há que mudar o estilo de governação e distribuir o financiamento da UM neste e noutros projectos, por via do concurso interno, para aqueles mais capazes e não para os que estão mais próximos do gestor financeiro do projecto.
Esperemos que os candidatos a Reitor e às Presidências das Escolas venham com uma nova postura, sejam eles os mesmos de sempre ou outros, porque convençam-se que é através da gestão democrática que os líderes se afirmam e merecem o respeito da comunidade académica e não através do incentivo ao clientelismo!
domingo, agosto 09, 2009
A ferrovia como meio de acessibilidade aos dois pólos da UM
Ora aqui está algo que o novo Conselho Geral e o novo reitor se deveriam empenhar na suas actividades de defesa da Universidade num contexto mais amplo: o conceito de acessibilidade mais fácil, ecológica e mais barata, para os dois pólos e entre os dois pólos: a ferrovia.
Recomendo uma leitura atenta deste post no blog Avenida Central aos futuros dirigentes da UM.
Recomendo uma leitura atenta deste post no blog Avenida Central aos futuros dirigentes da UM.
sábado, agosto 08, 2009
Férias antes de eleições-descansar para unir forças!
Uns já entraram de férias e outros, como é o meu caso, estão prestes a entrar. Claro que as férias são para descansar mas para muitos são a transição para outros voos. É o caso dos políticos, que têm as eleições à porta, e em muito menor escala, para a maioria das Universidades, que vão ter as eleições para os novos órgãos definidos pelo novo regulamento RJIES. No caso da UM, como o reitor demorou em se demitir, também vamos ter as eleições para reitor. No caso da maioria das outras Universidades o reitor já foi eleito e já está em funções. Com este atraso significa que já estamos numa situação de desvantagem em relação às outras instituições nas negociações que seguramente virão aí entre o Ministério e as Universidades. Podemos agradecer ao nosso reitor este atraso. Quando a lista de candidatura ao Conselho Geral a que pertenci sugeriu uma mudança de reitor para entrar no Novo Ciclo, era precisamente para evitar esta situação de indefinição que a UM viveu nos últimos meses. Mas mais vale tarde que nunca, e os novos responsáveis pelos diversos órgãos, incluindo o que estará no topo da hierarquia, o reitor, saberão começar de novo, com mais ânimo e motivação, uma vez que estão legitimados pelo voto. Por isso o voto é tão importante, seja qual for o sentido. Desde que legitime os ocupantes dos vários cargos, é o mais importante. Em primeiro lugar, a meu ver, deve haver mais que um candidato para o cargo de Reitor e mais tarde para Presidentes de Escola. Não havendo mais que um candidato, uma elevada abstenção ou número de votos em branco seria muito mau para essa legitimação, o que deveria levar os ocupantes desses cargos a reflectir, seja o futuro reitor ou sejam os futuros Presidentes de Escola.
E aqui é que está o problema. Na UM ao longo dos anos, fosse por desinteresse ou por clientelismo, só um grupo de docentes se movimentou para se candidatar ou eleger colegas, no caso da massa amorfa desinteressada ou da clientela, para esses lugares. O Universo fora desse grupo, que embora fosse sofrendo algumas alterações pontuais manteve-se muito uniforme, era um universo sem ligação entre os seus vários membros, talvez por não haver muito em comum entre eles, a não ser uma vaga noção de injustiça, o que embora possa ser uma boa base para se construir um movimento, não seria suficiente. Entretanto surgiu o RJIES que trouxe uma oportunidade para a “oposição” se mobilizar para tentar por essa via ter uma voz nos vários órgãos da Universidade e no curto espaço de tempo desde que foi anunciado, formaram-se na UM dois movimentos claramente da oposição e um que teve a sua origem na anterior hierarquia, mas que acabou por se distanciar do reitor nos momentos finais da candidatura ao Conselho Geral, muito por mérito da força dos grupos da oposição junto do eleitorado, que prenunciavam um Novo Ciclo. Essa oposição, na qual me incluo, deve agora mostrar que não é simplesmente aquele conjunto inicial de insatisfeitos, mas que tem um projecto de mudança e que consegue unir forças para atingir essa mudança. Se o fizer, estou convencido que os eleitores corresponderão a esse anseio de mudança com uma votação expressiva.
.
E aqui é que está o problema. Na UM ao longo dos anos, fosse por desinteresse ou por clientelismo, só um grupo de docentes se movimentou para se candidatar ou eleger colegas, no caso da massa amorfa desinteressada ou da clientela, para esses lugares. O Universo fora desse grupo, que embora fosse sofrendo algumas alterações pontuais manteve-se muito uniforme, era um universo sem ligação entre os seus vários membros, talvez por não haver muito em comum entre eles, a não ser uma vaga noção de injustiça, o que embora possa ser uma boa base para se construir um movimento, não seria suficiente. Entretanto surgiu o RJIES que trouxe uma oportunidade para a “oposição” se mobilizar para tentar por essa via ter uma voz nos vários órgãos da Universidade e no curto espaço de tempo desde que foi anunciado, formaram-se na UM dois movimentos claramente da oposição e um que teve a sua origem na anterior hierarquia, mas que acabou por se distanciar do reitor nos momentos finais da candidatura ao Conselho Geral, muito por mérito da força dos grupos da oposição junto do eleitorado, que prenunciavam um Novo Ciclo. Essa oposição, na qual me incluo, deve agora mostrar que não é simplesmente aquele conjunto inicial de insatisfeitos, mas que tem um projecto de mudança e que consegue unir forças para atingir essa mudança. Se o fizer, estou convencido que os eleitores corresponderão a esse anseio de mudança com uma votação expressiva.
.
sábado, agosto 01, 2009
Falhas na Gestão da UM
José Abreu do semanário SOL neste seu artigo, parece saber mais do que muitos de nós sobre o passado da UM...pelo menos dos menos atentos. A ser verdade, seria mais matéria a investigar segundo a nova lei sobre o enriquecimento ilícito de gestores de altos cargos da Função Pública, neste caso duma Universidade, com base nos sinais exteriores de riqueza...
quinta-feira, julho 30, 2009
Candidatura a Reitor
Como se esperava, o cabeça da Lista C (candidatura ao Conselho Geral), António Cunha, que ganhou as eleições para o CG em termos de percentagem mas com o mesmo número de lugares que as outras duas lista juntas,anunciou a sua candidatura a Reitor da UM. O mesmo António Cunha que liderou a anterior lista, conotada com o actual reitor, agora demissionário, para a Assembleia Estatutária. Agora pergunta-se: é a candidatura da continuidade?
Só o próprio poderá responder e a Academia terá que acreditar ou não, porque uma coisa é certa, tudo se conjuga para a sua eleição. Senão vejamos: os membros externos que constituem um terço dos membros do Conselho Geral, foram cooptados por maioria pela lista C com a ajuda dos estudantes. Estes por sua vez estão conotados na sua maioria com a Associação de Estudantes que sempre manifestou a sua solidariedade com o actual reitor e que votou com a lista C, na altura sem dúvida a mais próxima do actual reitor. Isto é novidade para alguém da Academia minimamente informado sobre a política Universitária "top-down" dos últimos anos? Não penso que seja. Mas que é preocupante e não oferece garantias de uma verdadeira mudança, isso é, independentemente da vontade de mudar do próprio A.C., uma vez que a máquina já está há muito montada e quem vai em primeira classe neste comboio de interesses instalados, não passa facilmente para a segunda classe.
Só o próprio poderá responder e a Academia terá que acreditar ou não, porque uma coisa é certa, tudo se conjuga para a sua eleição. Senão vejamos: os membros externos que constituem um terço dos membros do Conselho Geral, foram cooptados por maioria pela lista C com a ajuda dos estudantes. Estes por sua vez estão conotados na sua maioria com a Associação de Estudantes que sempre manifestou a sua solidariedade com o actual reitor e que votou com a lista C, na altura sem dúvida a mais próxima do actual reitor. Isto é novidade para alguém da Academia minimamente informado sobre a política Universitária "top-down" dos últimos anos? Não penso que seja. Mas que é preocupante e não oferece garantias de uma verdadeira mudança, isso é, independentemente da vontade de mudar do próprio A.C., uma vez que a máquina já está há muito montada e quem vai em primeira classe neste comboio de interesses instalados, não passa facilmente para a segunda classe.
quinta-feira, julho 23, 2009
Auditoria á Universidade do Minho
Foi divulgada na um-net um e-mail contendo excertos da auditoria efectuada á Universidade do Minho em 2007, cujo texto completo pode ser consultado também aqui.
O texto é longo e muito crítico em relação a muitos aspectos da governação financeira da UM, concluindo com um parecer "desfavorável", com recomendações para o futuro. Não havendo qualquer orgão que fiscalizasse internamente nem o Conselho Administrativo, que curiosamente e malgrado a sua designação não tem um Administrador, nem o próprio Reitor,não se sabe se as recomendações do Tribunal de Contas foram seguidas em 2008 e 2009. Talvez agora com o Conselho Geral as coisas funcionem de maneira diferente. Isso não impede que se devam explicações à comunidade académica, a serem apresentadas pelo responsavel máximo da instiutição durante este período. Em vez de discursos de circunstância e apelos ao Governo para mais financiamento, precisávamos de relatórios sobre o que a Universidade andou a "fazer" nos últimos anos com o dinheiro do Estado, em última instância, dinheiro de todos nós. Salta á vista por exemplo participações da UM em entidades privadas e fundações da ordem dos 2 milhões de euros. Este número não me é estranho, penso que seria o valor necessário para o pagamento do subsídio de férias que o responsável máximo da institutição referiu ser necessário para pagar o subsídio de férias dos docentes e funcionários da UM em 2008. Corrijam-me se estou enganado!
O texto é longo e muito crítico em relação a muitos aspectos da governação financeira da UM, concluindo com um parecer "desfavorável", com recomendações para o futuro. Não havendo qualquer orgão que fiscalizasse internamente nem o Conselho Administrativo, que curiosamente e malgrado a sua designação não tem um Administrador, nem o próprio Reitor,não se sabe se as recomendações do Tribunal de Contas foram seguidas em 2008 e 2009. Talvez agora com o Conselho Geral as coisas funcionem de maneira diferente. Isso não impede que se devam explicações à comunidade académica, a serem apresentadas pelo responsavel máximo da instiutição durante este período. Em vez de discursos de circunstância e apelos ao Governo para mais financiamento, precisávamos de relatórios sobre o que a Universidade andou a "fazer" nos últimos anos com o dinheiro do Estado, em última instância, dinheiro de todos nós. Salta á vista por exemplo participações da UM em entidades privadas e fundações da ordem dos 2 milhões de euros. Este número não me é estranho, penso que seria o valor necessário para o pagamento do subsídio de férias que o responsável máximo da institutição referiu ser necessário para pagar o subsídio de férias dos docentes e funcionários da UM em 2008. Corrijam-me se estou enganado!
quarta-feira, julho 08, 2009
As sub-unidades orgânicas de ontem e hoje
Na Escola de Engenharia perdeu-se uma boa oportunidade de fazer uma reestruturação das suas sub-unidades orgânicas. Não sei se houve reestruturação noutras Unidades Orgânicas ou não, mas duvido. Regem-se todas pelo mesmo diapasão: a lei do menor esforço!
Não querendo isto dizer que não são as sub-unidades "adequadas". Mas com o mundo que temos hoje, "adequado" não chega. As engenharias clássicas serão sempre necessárias. Mas o que é clássico? Não há dúvida que a engenharia civil é uma "clássica", embora há áreas, como a dos materiais, que mudaram muito nos últimos anos e possívelmente não deveriam fazer parte deste departamento. Há outros departamentos clássicos, como o de Engenharia Mecânica que possivelmente têm áreas que não têm muito a ver com o nome como a Termodinâmica e outras do género que estariam melhor num departamento de "Ciências de Engenharia" que nunca devia ter sido extinto, a meu ver. As outras engenharias que não são clássicas mas nasceram com as "novas" Universidades, tais como a do Minho, numa altura que fazia sentido apoiar a indústria local, caso da Engenharia Têxtil e a Engenharia de Polímeros. Só que a indústria têxtil de hoje já não tem muito a ver com a de então. Utiliza muita electrónica, informática, novos materiais, biotecnologia, já para não falar de "marca própria" o que implica design e distribuição. Esta e outras indústrias são portanto clientes de outro tipo de engenheiros, de outros departamentos, tais como Engenharias Electrónica, Informática, Biotecnológica e Produção e Sistemas. Aliás estas últimas duas engenharias quase não têm "indústria" própria. Aliás a indústria têxtil é tanto deles como do departamento de Engenharia Têxtil. Só que eles não o assumem, referindo-se à indústria muitas vezes em termos pouco elogiosos, como “tradicional”, de “baixa tecnologia”, etc. Mas se perguntarmos qual a indústria de “alta tecnologia” que corresponde aos seus departamentos, qual é a resposta? Infelizmente nem a electrónica na maior parte dos casos já é de alta tecnologia. As empresas são internacionais, os produtos são concebidos lá fora e nós cá quase só seguimos instruções, no fabrico dos circuitos integrados ou na montagem de rádios, só para falar de duas empresas muito conhecidas, uma em Vila do Conde e outra em Braga, e uma delas infelizmente na falência. A biotecnologia apoia que indústria própria? A farmacêutica? Puro engano. Talvez a alimentar e a cervejeira. E estas não são tradicionais? E a informática? Fazem programas informáticos? Em que empresas? As maiores empresas informáticas mais uma vez são internacionais e com honrosas excepções, a maior parte dos produtos já vêm concebidos de origem.Tenho ideia que os engenheiros electrónicos acabam por usar o seu know-how mais em empresas nacionais ditas tradicionais, como por exemplo a têxtil e o calçado. Não quero minimizar o que os Departamentos representam, mas é bom que se desmistifique algumas ilusões de “grandeur”.
A meu ver estaríamos todos melhor se fossemos mais flexíveis, sem estas amarras dos departamentos e estivéssemos divididos em três ou quatro grandes áreas. Por exemplo: 1) Engenharia Civil (sem os materiais), 2) Ciências de Engenharia, que incluiria grande parte da Produção e Sistemas e a Mecânica e a componente científica da engenharia têxtil (Química, por exemplo) e da engenharia de Polímeros, 3) uma Engenharia que podia ser de Projecto que incluiria a Mecânica, Polímeros e Têxtil e 4) a Engenharia Electrónica que incluísse a Electricidade e as energias renováveis e, “last but not least”, 4) a Engenharia de Materiais, aglomerando todos os grupos que desenvolvem diferentes materiais nos diversos departamentos.
Quanto á Informática, penso que é uma ciência/engenharia à parte, constituindo um departamento autónomo, como tem vindo a ser proposto pelo próprio
Mesmo que não fosse a divisão ideal, seria ao menos uma pedrada no charco, e motivaria muita gente para uma tarefa que valesse a pena. Agora, fazer novos estatutos para tudo ficar na mesma é que devia fazer pensar…que é tudo a brincar e não para levar a sério.
Não querendo isto dizer que não são as sub-unidades "adequadas". Mas com o mundo que temos hoje, "adequado" não chega. As engenharias clássicas serão sempre necessárias. Mas o que é clássico? Não há dúvida que a engenharia civil é uma "clássica", embora há áreas, como a dos materiais, que mudaram muito nos últimos anos e possívelmente não deveriam fazer parte deste departamento. Há outros departamentos clássicos, como o de Engenharia Mecânica que possivelmente têm áreas que não têm muito a ver com o nome como a Termodinâmica e outras do género que estariam melhor num departamento de "Ciências de Engenharia" que nunca devia ter sido extinto, a meu ver. As outras engenharias que não são clássicas mas nasceram com as "novas" Universidades, tais como a do Minho, numa altura que fazia sentido apoiar a indústria local, caso da Engenharia Têxtil e a Engenharia de Polímeros. Só que a indústria têxtil de hoje já não tem muito a ver com a de então. Utiliza muita electrónica, informática, novos materiais, biotecnologia, já para não falar de "marca própria" o que implica design e distribuição. Esta e outras indústrias são portanto clientes de outro tipo de engenheiros, de outros departamentos, tais como Engenharias Electrónica, Informática, Biotecnológica e Produção e Sistemas. Aliás estas últimas duas engenharias quase não têm "indústria" própria. Aliás a indústria têxtil é tanto deles como do departamento de Engenharia Têxtil. Só que eles não o assumem, referindo-se à indústria muitas vezes em termos pouco elogiosos, como “tradicional”, de “baixa tecnologia”, etc. Mas se perguntarmos qual a indústria de “alta tecnologia” que corresponde aos seus departamentos, qual é a resposta? Infelizmente nem a electrónica na maior parte dos casos já é de alta tecnologia. As empresas são internacionais, os produtos são concebidos lá fora e nós cá quase só seguimos instruções, no fabrico dos circuitos integrados ou na montagem de rádios, só para falar de duas empresas muito conhecidas, uma em Vila do Conde e outra em Braga, e uma delas infelizmente na falência. A biotecnologia apoia que indústria própria? A farmacêutica? Puro engano. Talvez a alimentar e a cervejeira. E estas não são tradicionais? E a informática? Fazem programas informáticos? Em que empresas? As maiores empresas informáticas mais uma vez são internacionais e com honrosas excepções, a maior parte dos produtos já vêm concebidos de origem.Tenho ideia que os engenheiros electrónicos acabam por usar o seu know-how mais em empresas nacionais ditas tradicionais, como por exemplo a têxtil e o calçado. Não quero minimizar o que os Departamentos representam, mas é bom que se desmistifique algumas ilusões de “grandeur”.
A meu ver estaríamos todos melhor se fossemos mais flexíveis, sem estas amarras dos departamentos e estivéssemos divididos em três ou quatro grandes áreas. Por exemplo: 1) Engenharia Civil (sem os materiais), 2) Ciências de Engenharia, que incluiria grande parte da Produção e Sistemas e a Mecânica e a componente científica da engenharia têxtil (Química, por exemplo) e da engenharia de Polímeros, 3) uma Engenharia que podia ser de Projecto que incluiria a Mecânica, Polímeros e Têxtil e 4) a Engenharia Electrónica que incluísse a Electricidade e as energias renováveis e, “last but not least”, 4) a Engenharia de Materiais, aglomerando todos os grupos que desenvolvem diferentes materiais nos diversos departamentos.
Quanto á Informática, penso que é uma ciência/engenharia à parte, constituindo um departamento autónomo, como tem vindo a ser proposto pelo próprio
Mesmo que não fosse a divisão ideal, seria ao menos uma pedrada no charco, e motivaria muita gente para uma tarefa que valesse a pena. Agora, fazer novos estatutos para tudo ficar na mesma é que devia fazer pensar…que é tudo a brincar e não para levar a sério.
sábado, julho 04, 2009
O novo ECDU (5) e a Extensão Universitária-timidez na reforma
Quando se esperava que o novo ECDU viesse alterar substancialmente as várias formas que um professor pudesse contribuir para a Universidade e para o meio empresarial , vemos que as únicas referências a estes aspectos de ligação ao exterior são muito tímidas. No artigo 4, alínea c), aparece como uma das novas funções dos docentes a seguinte descrição:
- Participar em tarefas de extensão universitária, de divulgação científica e de valorização económica e social do conhecimento.
Mas que novidade! Há quanto tempo os docentes "participam" extensão universitária? Há 20 anos? Quando é que foram implementados os PSECS na UM?
Quando se esperava que as actividades de extensão universitária fossem uma das componentes obrigatórias de avaliação curricular, o que aparece no artigo 50, nº6´, são 3 componentes do currículo: a) científica, b) pedagógica e c):
-Outras actividades que hajam sido desenvolvidas pelo candidato no âmbito das atribuições dos docentes universitários.
Neste "saco" cabem lá tantas actividades, que a extensão universitária é completamente diluída. Senão vejamos o que diz o artigo 4 sobre as restantes atribuições.
d) Participar na gestão das respectivas instituições universitárias;
e) Participar em outras tarefas distribuídas pelos órgãos de gestão competentes e
que decorram da actividade de docente universitário.
No que respeita à gestão não há nada a dizer. Mas e a alínea e) que refere "outras" actividades?
Quer isto dizer que a extensão universitária está sujeita ao critério do júri que pode substituí-la por "outras" tarefas distribuídas pelos órgãos de gestão competentes...que não estão definidas, ou seja, podem ser a tarefas de elaboração de mapas de distribuição de serviço docente, organização de visitas, organização de eventos tais como recepção de convidados, elaboração de folhetos, etc.
Mais uma vez perdeu-se a oportunidade de incentivar a extensão universitária. E quando me refiro á extensão universitária, estou-me a referir a projectos de I&D em conjunto com empresas e formação de empresas "spin-off" de base tecnológica como prioritárias. É disto que o País precisa para se inovar. Não é de uma Universidade fechada intramuros que olha para o seu próprio umbigo como sendo o centro do Universo.
- Participar em tarefas de extensão universitária, de divulgação científica e de valorização económica e social do conhecimento.
Mas que novidade! Há quanto tempo os docentes "participam" extensão universitária? Há 20 anos? Quando é que foram implementados os PSECS na UM?
Quando se esperava que as actividades de extensão universitária fossem uma das componentes obrigatórias de avaliação curricular, o que aparece no artigo 50, nº6´, são 3 componentes do currículo: a) científica, b) pedagógica e c):
-Outras actividades que hajam sido desenvolvidas pelo candidato no âmbito das atribuições dos docentes universitários.
Neste "saco" cabem lá tantas actividades, que a extensão universitária é completamente diluída. Senão vejamos o que diz o artigo 4 sobre as restantes atribuições.
d) Participar na gestão das respectivas instituições universitárias;
e) Participar em outras tarefas distribuídas pelos órgãos de gestão competentes e
que decorram da actividade de docente universitário.
No que respeita à gestão não há nada a dizer. Mas e a alínea e) que refere "outras" actividades?
Quer isto dizer que a extensão universitária está sujeita ao critério do júri que pode substituí-la por "outras" tarefas distribuídas pelos órgãos de gestão competentes...que não estão definidas, ou seja, podem ser a tarefas de elaboração de mapas de distribuição de serviço docente, organização de visitas, organização de eventos tais como recepção de convidados, elaboração de folhetos, etc.
Mais uma vez perdeu-se a oportunidade de incentivar a extensão universitária. E quando me refiro á extensão universitária, estou-me a referir a projectos de I&D em conjunto com empresas e formação de empresas "spin-off" de base tecnológica como prioritárias. É disto que o País precisa para se inovar. Não é de uma Universidade fechada intramuros que olha para o seu próprio umbigo como sendo o centro do Universo.
segunda-feira, junho 29, 2009
Daniel Luis
Não conheço o Daniel nem vi o que publicou no blog que ofendeu os colegas de Departamento. Até pode ser que o que ele escreveu fosse ofensivo. Acredito que sim, senão seria difícil um departamento inteiro manifestar o seu repúdio.
A notícia correu pelos jornais nacionais o que não abona nada a favor da UM.
Será que nestes casos não se justificaria um tribunal arbitral interno, com professores independente, nomeadamente sem estarem envolvidos ou fazerem parte do dito departamento, de avaliar a justiça da pena que Daniel Luis está pelos vistos prestes a sofrer, o desemprego? Não é de facto normal não dar a um Assistente a possibilidade de ter mais um biénio para completar a sua tese. É no mínimo duvidoso que a anterior tomada de posição do Departamento não tenha influenciado a sua não aceitação desta prerrogativa dos Assistentes, que normalmente é um proforma.
A notícia correu pelos jornais nacionais o que não abona nada a favor da UM.
Será que nestes casos não se justificaria um tribunal arbitral interno, com professores independente, nomeadamente sem estarem envolvidos ou fazerem parte do dito departamento, de avaliar a justiça da pena que Daniel Luis está pelos vistos prestes a sofrer, o desemprego? Não é de facto normal não dar a um Assistente a possibilidade de ter mais um biénio para completar a sua tese. É no mínimo duvidoso que a anterior tomada de posição do Departamento não tenha influenciado a sua não aceitação desta prerrogativa dos Assistentes, que normalmente é um proforma.
sábado, junho 27, 2009
Debate em Azurém sobre o ECDU
A questão que aparece na última mensagem deste blog, foi posta aos representantes sindicais durante um debate que teve lugar ontem no campus de Azurém da UM. A resposta é que os Professores Auxiliares sem Nomeação Definitiva não têm qualquer protecção e poderão ficar no desemprego e os que têm a Nomeação Definitiva irão para o Quadro de Mobilidade especial que lhes assegura um emprego noutro lugar em funções semelhantes, mas pouco provável que seja no Ensino Superior visto que não há lugares.
Outra das informações prestadas por Manuel Carlos Silva da FENPROF foi no que respeita ao que se conseguiu para as Universidades em comparação com os Politécnicos. Embora considere que os docentes do Politécnico estão numa situação pior porque têm que fazer concurso para entrarem, alguns com anos de casa podem não assegurar o seu lugar, houve no entanto ganhos consideráveis no topo da carreira, com a introdução duma nova categoria o Professor Adjunto Principal. Durante o debate sobre este assunto, especulou-se que teria sido devido á pressão junto do Ministro do CSISP, Conselho Superior do Ensino Superior Politécnico, que junto com os presidentes de Câmara das várias cidades onde se situam os Politécnicos, terão pressionado o Ministro nesse sentido. Como esse lugar de Professor Coordenador Principal tem a mesma remuneração que o de Professor Catedrático, então podemos dizer que isso significa uma desvalorização da carreira Universitária, questão que também foi realçada por um dos organizadores do debate, o colega Fernando Castro, que questionou se a desvalorização de carreira duma maneira geral não vai significar que teremos menos candidatos de mérito aos lugares da Universidade que poderão optar como alternativa ao Politécnico? Pedro Oliveira frisou que a carreira do Politécnico na exige que o docente publique papers, nem outras formas de apresentação de resultados de I&D, pelo que não compreende como é que o topo da carreira Politécnica é equiparada á da Universidade, onde as exigências em termos de progressão é muito superior. Manuela Carlos Silva adiantou que há muitos Professores Coordenadores sem sequer terem doutoramento. Embora o Ministro exija que o lugar exija o grau de doutor, houve quem dissesse da assistência que até isso seria agora mais acessível, com doutoramentos conseguidos lá fora sabe-se lá como u até que o novo esquema do programa doutoral também facilitava a obtenção do grau, graças a Bolonha.
Enfim, está tudo feito para mais uma vez se desvalorizar a carreira docente Universitária sem a tornar mais segura em relação á estabilidade de emprego.
Não se percebe é porquê que os Reitores, tal como os seus colegas do CSISP não defenderam os interesses das Universidades. Talvez tivessem barafustado em relação ao Financiamento há uns meses atrás, mas em relação aos seus colegas...nada.
É lamentável como alguém disse da assistência, a situação de deslize que desde que o topo da carreira universitária perdeu em relação aos juízes, se tem vindo a verificar agora mais uma vez com este novo ECDU.
Outra das informações prestadas por Manuel Carlos Silva da FENPROF foi no que respeita ao que se conseguiu para as Universidades em comparação com os Politécnicos. Embora considere que os docentes do Politécnico estão numa situação pior porque têm que fazer concurso para entrarem, alguns com anos de casa podem não assegurar o seu lugar, houve no entanto ganhos consideráveis no topo da carreira, com a introdução duma nova categoria o Professor Adjunto Principal. Durante o debate sobre este assunto, especulou-se que teria sido devido á pressão junto do Ministro do CSISP, Conselho Superior do Ensino Superior Politécnico, que junto com os presidentes de Câmara das várias cidades onde se situam os Politécnicos, terão pressionado o Ministro nesse sentido. Como esse lugar de Professor Coordenador Principal tem a mesma remuneração que o de Professor Catedrático, então podemos dizer que isso significa uma desvalorização da carreira Universitária, questão que também foi realçada por um dos organizadores do debate, o colega Fernando Castro, que questionou se a desvalorização de carreira duma maneira geral não vai significar que teremos menos candidatos de mérito aos lugares da Universidade que poderão optar como alternativa ao Politécnico? Pedro Oliveira frisou que a carreira do Politécnico na exige que o docente publique papers, nem outras formas de apresentação de resultados de I&D, pelo que não compreende como é que o topo da carreira Politécnica é equiparada á da Universidade, onde as exigências em termos de progressão é muito superior. Manuela Carlos Silva adiantou que há muitos Professores Coordenadores sem sequer terem doutoramento. Embora o Ministro exija que o lugar exija o grau de doutor, houve quem dissesse da assistência que até isso seria agora mais acessível, com doutoramentos conseguidos lá fora sabe-se lá como u até que o novo esquema do programa doutoral também facilitava a obtenção do grau, graças a Bolonha.
Enfim, está tudo feito para mais uma vez se desvalorizar a carreira docente Universitária sem a tornar mais segura em relação á estabilidade de emprego.
Não se percebe é porquê que os Reitores, tal como os seus colegas do CSISP não defenderam os interesses das Universidades. Talvez tivessem barafustado em relação ao Financiamento há uns meses atrás, mas em relação aos seus colegas...nada.
É lamentável como alguém disse da assistência, a situação de deslize que desde que o topo da carreira universitária perdeu em relação aos juízes, se tem vindo a verificar agora mais uma vez com este novo ECDU.
sexta-feira, junho 26, 2009
As Reformas no Superior levadas ao extremo
Imaginem uma conjugação de factores que este Ministro engendrou:
1-Um curso com menos de 10 alunos
2- um corte no financiamento das Universidades
3-O novo ECDU e o RJIES introduzidos pelo Ministro, já a funcionar
Agora imaginem que o Departamento responsável pelo curso tem um excesso de Professores. Vejamos uma conjugação possível de acontecimentos:
1º-O Reitor tem um orçamento apertado para gerir
2º-O RJIES refere que o Conselho Geral tem competência para extinguir Departamentos
3º-O ECDU estipula que os Professores sem "tenure" podem ser dispensados se houver restruturação de serviços
Será tudo isto não passa de uma grande coincidência?
1-Um curso com menos de 10 alunos
2- um corte no financiamento das Universidades
3-O novo ECDU e o RJIES introduzidos pelo Ministro, já a funcionar
Agora imaginem que o Departamento responsável pelo curso tem um excesso de Professores. Vejamos uma conjugação possível de acontecimentos:
1º-O Reitor tem um orçamento apertado para gerir
2º-O RJIES refere que o Conselho Geral tem competência para extinguir Departamentos
3º-O ECDU estipula que os Professores sem "tenure" podem ser dispensados se houver restruturação de serviços
Será tudo isto não passa de uma grande coincidência?
domingo, junho 21, 2009
Avaliação e Competência
Avaliação e Competência: Alguém tem dúvidas que estão relacionadas?
Então porquê tanta contestação daqueles que são os formadores dos futuros engenheiros, médicos, professores, etc? Começando pelos Professores do Ensino Secundário que depois de terem "tirado" a sua licenciatura nunca mais foram avaliados. Estarão eles habilitados a ensinar as futuras gerações deste País? Sabemos como nos anos 80-90 formaram-se Professores aos milhares porque o número de alunos estava a crescer e nasceram cursos de Formação de Professores e Instituições de Ensino desses cursos, Públicas e Privadas, como cogumelos. Qual a certeza que esse processo de formação foi adequado? Não sendo um conhecedor dessa área, não me posso pronunciar com 100% de certeza, mas quando se trata de uma questão de atraso de séculos é sempre de desconfiar quando se tenta recuperar esse atraso numa dúzia de anos...Claro que sendo simultaneamente um bom negócio, nomeadamente para as Instituições privadas, que certeza temos que o negócio não se sobrepôs ao interesse superior da Educação?
Aliás o facilitismo começou logo á entrada. Muitos dos actuais Professores entraram para essas Instituições e mesmo para as do Ensino Público com nota negativa. É evidente que muitos, tenham entrado com nota negativa ou não, tornaram-se bons professores. Mas esses teriam muito a ganhar com uma avaliação e se o processo de avaliação implementado pela ministra é complicado e burocrático, porquê que os sindicatos não apresentam outro? è evidente para muitos que o que os sindicatos querem é uma vitória política e o que muitos professores querem quando contestam e se recusam a cumprir os mínimos duma avaliação Simplex, portanto já supostamente sem a burocracia e a complicação das propostas iniciais, parece ter só um objectivo: não querer qualquer avaliação!
Isto é como aparenta ser a intenção desses professores para quem está de fora. Se não é essa a intenção, então deviam explicar melhor os seus motivos e que avaliação querem, porque senão ficamos sem saber o que pensar.
Por outro lado, temos os exames, feitos por professores, que resultam cada vez mais em notas mais altas. Porquê? Será para concluirmos que afinal temos bons professores independentemente de não serem avaliados? Ou será uma forma de passar o problema da fraca formação dos alunos para o patamar seguinte, as Universidades e os Politécnicos? É que os Professores do Ensino Superior Universitário já se queixam que os alunos entram nas Universidades cada vez mais mal preparados...
Parece-me que a irresponsabilidade tem limites e é altura de todos serem avaliados como deve ser, os alunos e os Professores, sob pena de não termos no País recursos humanos para enfrentarmos o desafio da tão propalada sociedade do Conhecimento.
Aliás com a implementação do processo de Bolonha da forma como o foi, a avaliação pode-se adiar novamente para o segundo ciclo, uma vez que a avaliação contínua tende a ser feita em grupo, e não individualmente.
Oxalá me engane. Mas também já muito se disse que Bolonha não está a ser aplicada como se pretendia, mas antes a ser adaptada aos interesses de cada um.
E não será só em Portugal, mas isso não nos devia confortar porque já não competimos só com a Europa, mas como se gosta de afirmar repetidamente quando se fala em economia e globalização, competimos com todo o mundo.
Então porquê tanta contestação daqueles que são os formadores dos futuros engenheiros, médicos, professores, etc? Começando pelos Professores do Ensino Secundário que depois de terem "tirado" a sua licenciatura nunca mais foram avaliados. Estarão eles habilitados a ensinar as futuras gerações deste País? Sabemos como nos anos 80-90 formaram-se Professores aos milhares porque o número de alunos estava a crescer e nasceram cursos de Formação de Professores e Instituições de Ensino desses cursos, Públicas e Privadas, como cogumelos. Qual a certeza que esse processo de formação foi adequado? Não sendo um conhecedor dessa área, não me posso pronunciar com 100% de certeza, mas quando se trata de uma questão de atraso de séculos é sempre de desconfiar quando se tenta recuperar esse atraso numa dúzia de anos...Claro que sendo simultaneamente um bom negócio, nomeadamente para as Instituições privadas, que certeza temos que o negócio não se sobrepôs ao interesse superior da Educação?
Aliás o facilitismo começou logo á entrada. Muitos dos actuais Professores entraram para essas Instituições e mesmo para as do Ensino Público com nota negativa. É evidente que muitos, tenham entrado com nota negativa ou não, tornaram-se bons professores. Mas esses teriam muito a ganhar com uma avaliação e se o processo de avaliação implementado pela ministra é complicado e burocrático, porquê que os sindicatos não apresentam outro? è evidente para muitos que o que os sindicatos querem é uma vitória política e o que muitos professores querem quando contestam e se recusam a cumprir os mínimos duma avaliação Simplex, portanto já supostamente sem a burocracia e a complicação das propostas iniciais, parece ter só um objectivo: não querer qualquer avaliação!
Isto é como aparenta ser a intenção desses professores para quem está de fora. Se não é essa a intenção, então deviam explicar melhor os seus motivos e que avaliação querem, porque senão ficamos sem saber o que pensar.
Por outro lado, temos os exames, feitos por professores, que resultam cada vez mais em notas mais altas. Porquê? Será para concluirmos que afinal temos bons professores independentemente de não serem avaliados? Ou será uma forma de passar o problema da fraca formação dos alunos para o patamar seguinte, as Universidades e os Politécnicos? É que os Professores do Ensino Superior Universitário já se queixam que os alunos entram nas Universidades cada vez mais mal preparados...
Parece-me que a irresponsabilidade tem limites e é altura de todos serem avaliados como deve ser, os alunos e os Professores, sob pena de não termos no País recursos humanos para enfrentarmos o desafio da tão propalada sociedade do Conhecimento.
Aliás com a implementação do processo de Bolonha da forma como o foi, a avaliação pode-se adiar novamente para o segundo ciclo, uma vez que a avaliação contínua tende a ser feita em grupo, e não individualmente.
Oxalá me engane. Mas também já muito se disse que Bolonha não está a ser aplicada como se pretendia, mas antes a ser adaptada aos interesses de cada um.
E não será só em Portugal, mas isso não nos devia confortar porque já não competimos só com a Europa, mas como se gosta de afirmar repetidamente quando se fala em economia e globalização, competimos com todo o mundo.
quinta-feira, junho 18, 2009
Sindicatos do Ensino Superior Politécnico?
Os professores do Ensino Superior Universitário têm vindo a perceber que a luta dos sindicatos, nomeadamente do SNESUP, tem sido centrada no Ensino Superior Politécnico.
Pelo que percebi, o Ministro quer que a entrada de todos os docentes para o Politécnico seja por concurso, o que despoletou a viva contestação do SNESUP (ver por exemplo a discussão em redor deste assunto em Cassandra, disponibilizada pelo blogue Universidade Alternativa. )
Nas Universidades já é assim desde sempre, por isso não se entende muito bem este dispêndio de energia gasto nesta contestação. Por outro lado, o Ministro equiparou os Professores Coordenadores dos Politécnicos aos Professores Catedráticos das Universidades, nomeadamente no que respeita aos salários. Houve alguna contestação por parte dos Sindicatos a reclamar que devia haver uma actualização de salário dos Professores do Ensino Superior Universitário? Que eu saiba não.
Quando se formou o SNESUP, lembro-me que o argumento era que a FENPROF não servia os interesses os Professores do Ensino Superior, pois concentravam todas as suas energias na defesa dos Professores do Ensino Secundário. Será que agora também é necessário fazer um sindicato só para os Professores do Ensino Superior Universitário?
Todos sabemos os problemas de precariedade de emprego dos leitores. Mas no entanto não se ouviu na Assembleia da República esta semana, os deputados, que presume-se puseram as questões ao Ministro que os Sindicatos lhes entregaram, a pôr questões ao Ministro sobre os leitores ou outros docentes das Universidades da mesma forma e intensidade que o fizeram para os do Politécnico.
Nem a questão da tenure dos Professores Auxiliares mereceu destaque.
Infelizmente neste País quem "berra" mais é quem consegue alguma coisa, e ninguém está a "berrar" pelos leitores nem pelos Professores Auxiliares nem quaisquer outros do Ensino Superior Universitário. É a triste conclusão a que se chega com esta trapalhada toda das negociações entre Ministro e Sindicatos.
.
Pelo que percebi, o Ministro quer que a entrada de todos os docentes para o Politécnico seja por concurso, o que despoletou a viva contestação do SNESUP (ver por exemplo a discussão em redor deste assunto em Cassandra, disponibilizada pelo blogue Universidade Alternativa. )
Nas Universidades já é assim desde sempre, por isso não se entende muito bem este dispêndio de energia gasto nesta contestação. Por outro lado, o Ministro equiparou os Professores Coordenadores dos Politécnicos aos Professores Catedráticos das Universidades, nomeadamente no que respeita aos salários. Houve alguna contestação por parte dos Sindicatos a reclamar que devia haver uma actualização de salário dos Professores do Ensino Superior Universitário? Que eu saiba não.
Quando se formou o SNESUP, lembro-me que o argumento era que a FENPROF não servia os interesses os Professores do Ensino Superior, pois concentravam todas as suas energias na defesa dos Professores do Ensino Secundário. Será que agora também é necessário fazer um sindicato só para os Professores do Ensino Superior Universitário?
Todos sabemos os problemas de precariedade de emprego dos leitores. Mas no entanto não se ouviu na Assembleia da República esta semana, os deputados, que presume-se puseram as questões ao Ministro que os Sindicatos lhes entregaram, a pôr questões ao Ministro sobre os leitores ou outros docentes das Universidades da mesma forma e intensidade que o fizeram para os do Politécnico.
Nem a questão da tenure dos Professores Auxiliares mereceu destaque.
Infelizmente neste País quem "berra" mais é quem consegue alguma coisa, e ninguém está a "berrar" pelos leitores nem pelos Professores Auxiliares nem quaisquer outros do Ensino Superior Universitário. É a triste conclusão a que se chega com esta trapalhada toda das negociações entre Ministro e Sindicatos.
.
domingo, junho 14, 2009
UNIVERSIDADES consideram insuficientes resultados da revisão dos estatutos de carreira?
A Fenprof divulgou uma nota no seu site, com o título FENPROF considera insuficientes resultados da revisão dos estatutos de carreira e solicita negociação suplementar.
Lidos os resultados alcançados, e considerando a posição do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) veículada pelo Público (mais uma vez) no dia 9 deste mês, pergunta-se: E as Universidades, o CRUP; porque não se pronuncia sobre a sua satisfação com os resultados da negociação?
Lidos os resultados alcançados, e considerando a posição do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) veículada pelo Público (mais uma vez) no dia 9 deste mês, pergunta-se: E as Universidades, o CRUP; porque não se pronuncia sobre a sua satisfação com os resultados da negociação?
domingo, junho 07, 2009
O Ministro da Ciência e as experiências com o Ensino Superior
Muitos se lembram quando o actual Ministro era Ministro da Investigação Científica e o do Ensino Superior era outro. Dizem que ele não queria ser também Ministro do Ensino Superior. Agora percebe-se porquê. Não tinha jeito.
Na Investigação Científica o investimento soma e segue. No ensino, desce e emagrece.
O Ensino Superior mais parece que é para o Ministro uma experiência científica da sua área, a Física: estica, estica para verficar a elasticidade e a resistência da estrutura Universitária e dos Politécnicos, e a dos próprios professores.
O resultado não se sabe ainda, mas poderá até acontecer que o próprio investigador, o Ministro, consiga uma publicação numa revista da especialidade. Mas o problema é que a matéria prima remanescente (os próprios professores) pode escassear para futuras experiências..
Na Investigação Científica o investimento soma e segue. No ensino, desce e emagrece.
O Ensino Superior mais parece que é para o Ministro uma experiência científica da sua área, a Física: estica, estica para verficar a elasticidade e a resistência da estrutura Universitária e dos Politécnicos, e a dos próprios professores.
O resultado não se sabe ainda, mas poderá até acontecer que o próprio investigador, o Ministro, consiga uma publicação numa revista da especialidade. Mas o problema é que a matéria prima remanescente (os próprios professores) pode escassear para futuras experiências..
terça-feira, junho 02, 2009
O novo ECDU (4) - Protesto 3 de Junho
Conforme se pode ler no site da Fenprof e nos e-mails entretanto enviados para toda a Academia pela Fenprof e pelo SNESUP, vai haver uma concentração em Lisboa de docentes do Ensino Superior organizada por estes dois sindicatos como protesto da posição irredutível do Ministério nas negociações com os sindicatos.
Embora um pouco em cima do acontecimento, com certeza devido à urgência da situação, finalmente os sindicatos estão a mobilizar-se. Mais vale tarde que nunca. Vamos ver se ainda se vai a tempo de evitar que se mantenha um Estatuto que tem como aspecto mais preocupante a precariedade do emprego docentes,nomeadamente dos leitores e dos Professores Auxiliares.
Embora um pouco em cima do acontecimento, com certeza devido à urgência da situação, finalmente os sindicatos estão a mobilizar-se. Mais vale tarde que nunca. Vamos ver se ainda se vai a tempo de evitar que se mantenha um Estatuto que tem como aspecto mais preocupante a precariedade do emprego docentes,nomeadamente dos leitores e dos Professores Auxiliares.
sexta-feira, maio 29, 2009
Politécnicos satisfeitos com abertura do Ministério
Notícia no jornal Público aproveitada do blogue Universidade Alternativa
Comentário: Já foi aqui insinuado que os Sindicatos estão a conseguir mais cedências do Ministério em relação aos Politécnicos, por terem nas suas estruturas uma maior representatividade deste sub-sector do Ensino Superior. Será que esta notícia vem confirmar as minhas suspeitas?
Comentário: Já foi aqui insinuado que os Sindicatos estão a conseguir mais cedências do Ministério em relação aos Politécnicos, por terem nas suas estruturas uma maior representatividade deste sub-sector do Ensino Superior. Será que esta notícia vem confirmar as minhas suspeitas?
segunda-feira, maio 25, 2009
O novo ECDU(3)-O peso do traje
É lamentável o que está a acontecer ao Ensino Superior, nomeadamente o Universitário (por conhecer melhor). O ministro deve estar orgulhoso de ter conseguido manter os docentes do Ensino Superior, especialmente os universitários, quietinhos enquanto põe e dispõe das suas vidas profissionais. Tira-lhes a nomeação definitiva, tira-lhes a estabilidade de emprego, congela-lhes a progressão dos escalões dos últimos anos, condiciona a subida de escalões que antes era automática, e outras maldadezinhas escondidas nos novos Estatutos.
Há uns anos, fez-se uma greve aos exames por muito menos. Agora, pese embora as queixas dos sindicatos, o ministro dá-lhes umas migalhas para os professores do Politécnico e os Sindicatos adormecem e limitam-se a fazer contrapropostas que sabem não ter qualquer hipótese de serem aceites.
De quem é a culpa? Dos sindicatos mas também de todos nós. Dos sindicatos porque têm uma lógica de números e não só de justiça, apoiando os que mais peso têm na sua estrutura; de todos nós porque somos os srs Professores que não "gostam" destas coisas como greves e manifestações. Vejam os professores do ensino secundário: mesmo com os seus casacos de classe média as sras professoras vão ás manifestações, descem do seu pedestal e fazem barulho, apitam, gritam, enfim, muito diferente das manifestações do 1º de Maio, mas mesmo assim, de reconhecido militantismo.
Nós vamos sendo eliminados um a um. Primeiro os Assistentes, depois os leitores, depois os Professores Auxiliares, e finalmente, através duma qualquer remodelação de serviço todos os outros mesmo os com "tenure".
Os Reitores, diminuídos depois de terem sido chamados de incompetentes na gestão universitária pelo ministro, acanham-se e pouco fazem senão queixarem-se do financiamento, como se não fosse mais frágil a situação dos professores do que o financiamento (sabemos que o ministro acaba sempre por compor o orçamento antes do Natal, como se fosse o Pai Natal).
Agora quase sem exames para fazer greve, uma vez que a avaliação é contínua e só quase há exames de recurso, que nos resta? Até nisso os professores do superior têm azar, com a entrada de Bolonha já não há avaliação organizada e centralizada...se fossemos militares, passeávamos de farda, enfermeiros de bata, nós pareceríamos ridículos se fossemos de traje...mas é uma ideia.
Tudo menos ficar sentados á espera do machado (axe) do ministro!
Há uns anos, fez-se uma greve aos exames por muito menos. Agora, pese embora as queixas dos sindicatos, o ministro dá-lhes umas migalhas para os professores do Politécnico e os Sindicatos adormecem e limitam-se a fazer contrapropostas que sabem não ter qualquer hipótese de serem aceites.
De quem é a culpa? Dos sindicatos mas também de todos nós. Dos sindicatos porque têm uma lógica de números e não só de justiça, apoiando os que mais peso têm na sua estrutura; de todos nós porque somos os srs Professores que não "gostam" destas coisas como greves e manifestações. Vejam os professores do ensino secundário: mesmo com os seus casacos de classe média as sras professoras vão ás manifestações, descem do seu pedestal e fazem barulho, apitam, gritam, enfim, muito diferente das manifestações do 1º de Maio, mas mesmo assim, de reconhecido militantismo.
Nós vamos sendo eliminados um a um. Primeiro os Assistentes, depois os leitores, depois os Professores Auxiliares, e finalmente, através duma qualquer remodelação de serviço todos os outros mesmo os com "tenure".
Os Reitores, diminuídos depois de terem sido chamados de incompetentes na gestão universitária pelo ministro, acanham-se e pouco fazem senão queixarem-se do financiamento, como se não fosse mais frágil a situação dos professores do que o financiamento (sabemos que o ministro acaba sempre por compor o orçamento antes do Natal, como se fosse o Pai Natal).
Agora quase sem exames para fazer greve, uma vez que a avaliação é contínua e só quase há exames de recurso, que nos resta? Até nisso os professores do superior têm azar, com a entrada de Bolonha já não há avaliação organizada e centralizada...se fossemos militares, passeávamos de farda, enfermeiros de bata, nós pareceríamos ridículos se fossemos de traje...mas é uma ideia.
Tudo menos ficar sentados á espera do machado (axe) do ministro!
quarta-feira, maio 20, 2009
Estatutos da Escola de Engenharia - mais incongruências
Ao ler de novo o artigo 43 que define o eleitorado, para além do que já foi referido sobre a falta de lógica da elegibilidade dos investigadores doutorados mesmo sem qualquer contrato, podendo até fazer parte dum Centro de Investigação com um aquisição de prestação de serviços, há ainda a considerar que como só lhes é exigido um ano de casa para serem eleitos para um órgão em que podem permanecer 3 anos, supõe-se que poderão permanecer neste orgão mesmo depois de abandonarem a UM (depois de um ano no Centro).
É o que dá a pressa de "puxar a brasa á nossa sardinha" nesta ementa "á la carte", tal como foi referido na última mensagem deste blogue.
Outro exemplo de discrepâncias deste artigo nº43, e neste caso trata-se de uma contradição com outro artigo (21), é no que se refere a outro órgão, o Conselho Científico.
Diz o número 1 do artigo 21:
1. O conselho cientifico é composto por vinte e cinco membros, eleitos de acordo
com o regulamento do órgão, assim distribuídos:
a) o presidente da escola, que preside;
b) doze representantes eleitos dos professores e investigadores de carreira;
c) dez representantes dos centros de I&D associados a Escola, reconhecidos e
avaliados positivamente, nos termos da lei;
d) dois representantes eleitos dos outros docentes e investigadores em tempo
Na alínea b) refere explicitamente que os investigadores devem ser de carreira.
No artigo 43 como já foi mencionado, considera-se que para o corpo dos Professores e Investigadores, estes podem ser investigadores doutorados sem qualquer contrato administrativo!
Já começam a ser muitos erros. É melhor o texto voltar á base e desta vez, meus senhores, não vão com tanta sede ao pote!
É o que dá a pressa de "puxar a brasa á nossa sardinha" nesta ementa "á la carte", tal como foi referido na última mensagem deste blogue.
Outro exemplo de discrepâncias deste artigo nº43, e neste caso trata-se de uma contradição com outro artigo (21), é no que se refere a outro órgão, o Conselho Científico.
Diz o número 1 do artigo 21:
1. O conselho cientifico é composto por vinte e cinco membros, eleitos de acordo
com o regulamento do órgão, assim distribuídos:
a) o presidente da escola, que preside;
b) doze representantes eleitos dos professores e investigadores de carreira;
c) dez representantes dos centros de I&D associados a Escola, reconhecidos e
avaliados positivamente, nos termos da lei;
d) dois representantes eleitos dos outros docentes e investigadores em tempo
Na alínea b) refere explicitamente que os investigadores devem ser de carreira.
No artigo 43 como já foi mencionado, considera-se que para o corpo dos Professores e Investigadores, estes podem ser investigadores doutorados sem qualquer contrato administrativo!
Já começam a ser muitos erros. É melhor o texto voltar á base e desta vez, meus senhores, não vão com tanta sede ao pote!
sexta-feira, maio 15, 2009
Apresentação do Conselho Geral: confusão instalada
Está criada a confusão! Foi anunciada a "apresentação" do Conselho Geral. Dia 18 de Maio. Somos informados por nota do Gabinete de imagem e Comunicação que no mesmo dia terá lugar a 1ª reunião do Conselho Geral onde serão investidos os membros cooptados.
Mas é a 1ª reunião do Conselho Geral!?..Ou é a reunião onde serão investidos os membros cooptados e será esta a sua primeira reunião?
E quanto à apresentação? O Conselho Geral já não foi apresentado quando tomou posse? Ou será que é a apresentação dos membros cooptados? Inclino-me mais para a segunda hipótese...mas fico na dúvida. Somos informados ainda que haverá uma intervenção do Presidente do Conselho Geral, suponho que recém investido, nesse mesmo dia. E o Reitor também faz uma intervenção. Qual a relevância? Não deveria ser só o Presidente a intervir? Afinal são orgãos independentes um do outro. Talvez seja uma intervenção de boas vindas aos membros externos o que seria simpático se não fosse o facto de ser o Conselho Geral o órgão que elege o reitor e aprova o que o reitor apresenta ao...CG.
Não deveria ser ao contrário?
O Conselho Geral dava posse pública aos membros cooptados, o Presidente tomava a palavra e convidava o Reitor a apresentar o seu plano estratégico!?
Até parece que há uma corrida ao pódio entre o Reitor e o Presidente do Conselho Geral.
Adivinham-se tempos conturbados: Uma Universidade estagnada, em que vamos ter mais do mesmo, em que não se faz a renovação que era talvez a única parte positiva do RJIES, em que os problemas financeiros se agravam, em que outras Universidades aumentam a sua distância em relação à UM por terem todas as estruturas e governo a trabalhar em conjunto e não em concorrência como parece estar a acontecer com estes indícios de protagonismo na apresentação que se anuncia.
Deixem-me pensar numa Universidade em que o Reitor permite ao Conselho Geral exercer as suas funções desde o primeiro dia e não um ano depois. Uma Universidade em que o reitor é magnânime e humilde ao ponto de deixar o lugar para que um novo ciclo se inicie. Uma Universidade em que a democracia funcione e haja realmente uma alternativa a quem governou muitos anos nos vários orgãos da UM. Enfim, deixem-me pensar em algo que nos dê esperança!
Mas é a 1ª reunião do Conselho Geral!?..Ou é a reunião onde serão investidos os membros cooptados e será esta a sua primeira reunião?
E quanto à apresentação? O Conselho Geral já não foi apresentado quando tomou posse? Ou será que é a apresentação dos membros cooptados? Inclino-me mais para a segunda hipótese...mas fico na dúvida. Somos informados ainda que haverá uma intervenção do Presidente do Conselho Geral, suponho que recém investido, nesse mesmo dia. E o Reitor também faz uma intervenção. Qual a relevância? Não deveria ser só o Presidente a intervir? Afinal são orgãos independentes um do outro. Talvez seja uma intervenção de boas vindas aos membros externos o que seria simpático se não fosse o facto de ser o Conselho Geral o órgão que elege o reitor e aprova o que o reitor apresenta ao...CG.
Não deveria ser ao contrário?
O Conselho Geral dava posse pública aos membros cooptados, o Presidente tomava a palavra e convidava o Reitor a apresentar o seu plano estratégico!?
Até parece que há uma corrida ao pódio entre o Reitor e o Presidente do Conselho Geral.
Adivinham-se tempos conturbados: Uma Universidade estagnada, em que vamos ter mais do mesmo, em que não se faz a renovação que era talvez a única parte positiva do RJIES, em que os problemas financeiros se agravam, em que outras Universidades aumentam a sua distância em relação à UM por terem todas as estruturas e governo a trabalhar em conjunto e não em concorrência como parece estar a acontecer com estes indícios de protagonismo na apresentação que se anuncia.
Deixem-me pensar numa Universidade em que o Reitor permite ao Conselho Geral exercer as suas funções desde o primeiro dia e não um ano depois. Uma Universidade em que o reitor é magnânime e humilde ao ponto de deixar o lugar para que um novo ciclo se inicie. Uma Universidade em que a democracia funcione e haja realmente uma alternativa a quem governou muitos anos nos vários orgãos da UM. Enfim, deixem-me pensar em algo que nos dê esperança!
sexta-feira, maio 08, 2009
O reitor e o Conselho Geral: quem se demite primeiro (das suas funções)?
A partir da informação lida no blogue Empreender intitulada Mudanças Algarvias , que refere o pedido de demissão do reitor da Universidade do Algarve , dei comigo a pensar na campanha em que participei e que sugeria que o reitor da UM devia-se demitir para dar lugar á eleição de um novo reitor, uma vez que é esta a principal tarefa do Conselho Geral. De facto não faz sentido um Conselho Geral a funcionar ao mesmo tempo que um reitor que continua a seguir a sua política anterior, sem se sujeitar: 1º ao escrutínio do Conselho Geral e 2º à estratégia delineada pelo Conselho Geral para a Universidade. Se estas são as únicas funções do Conselho Geral, que fazem os nossos conselheiros entretanto?
É triste fazermos parte duma instituição adiada no tempo. Já muito foi dito sobre o passado da governação do reitor da UM e dos seus "ajudantes de campo", que não deixará saudades a não ser a de uma elite que ocupou os lugares-chave da instituição tais como os Serviços Sociais, a rede UM-net, que controlou durante muito tempo e duma forma mais subtil ainda a vigia, e outros serviços onde consta, a julgar pelas denúncias dos funcionários, que houve promoções meteóricas de gente ligada ou bafejada por ter a sorte, ou a habilidade natural dos oportunistas, de conseguirem a confiança de quem governa.
Tenho a certeza se hoje o reitor fosse a votos na comunidade académica perdia por uma larga margem. Mas a democracia tem destas coisas. Não há eleições directas em muitos sectores da sociedade, e no Ensino Superior nunca houve um 25 de Abril que implementasse esse direito fundamental da democracia. Antes era a Assembleia da Universidade que elegia o reitor e era a farsa que se verificou durante anos: a Assembleia era eleita anos antes da eleição do reitor ter lugar, sem ninguém sequer saber quem eram os candidatos a reitor ao eleger os membros da Assembleia.
Acontece que agora, mesmo depois de uma alteração profunda dos estatutos, em que tantos se esforçaram tanto para que a democracia funcionasse através de uma eleição amplamente divulgada e participada, ao contrário das eleições para a Assembleia da Universidade que eram um exercício de uns tantos, sempre os mesmos, e uma votação que não ia muito além dos 30% dos eleitores, podemos estar novamente numa situação semelhante se o reitor actual não se demitir já: temos um intervalo de mais de um ano entre a eleição do órgão que elege o reitor e o acto em si de eleição do reitor por este órgão.
Será que o reitor não compreende isto? Será que não percebe que já não tem o apoio da Academia? A própria lista que se dizia "do reitor" demarcou-se dele no período eleitoral! Talvez por perceberem isso mesmo, que não interessava estarem associados a quem não tinha o apoio da Academia...O facto é que não é justo para a Academia que se adiem as decisões urgentes a tomar nos próximos tempos. Não nos esqueçamos que além do novo estatuto da UM o novo ECDU vai estar em vigor em breve. E que autoridade tem um reitor não eleito pelo Conselho Geral de implementar o RJIES ou mesmo o ECDU?
O que é que o mantém no lugar? É um mistério.
A partir de agora está em contagem decrescente e quanto mais tempo passa mais o reitor e o Conselho Geral se afundam nas contradições de governação que o reitor causou ao não anunciar a sua demissão. Os outros reitores na sua grande maioria já o fizeram. Do que é que está á espera?
E o Conselho Geral admite não exercer as suas funções durante este período? Quem se demite afinal das suas funções para dar lugar a uma clarificação do que deveria ser o início do primeiro ano de funcionamento do RJIES? O reitor ou o Conselho Geral?
É triste fazermos parte duma instituição adiada no tempo. Já muito foi dito sobre o passado da governação do reitor da UM e dos seus "ajudantes de campo", que não deixará saudades a não ser a de uma elite que ocupou os lugares-chave da instituição tais como os Serviços Sociais, a rede UM-net, que controlou durante muito tempo e duma forma mais subtil ainda a vigia, e outros serviços onde consta, a julgar pelas denúncias dos funcionários, que houve promoções meteóricas de gente ligada ou bafejada por ter a sorte, ou a habilidade natural dos oportunistas, de conseguirem a confiança de quem governa.
Tenho a certeza se hoje o reitor fosse a votos na comunidade académica perdia por uma larga margem. Mas a democracia tem destas coisas. Não há eleições directas em muitos sectores da sociedade, e no Ensino Superior nunca houve um 25 de Abril que implementasse esse direito fundamental da democracia. Antes era a Assembleia da Universidade que elegia o reitor e era a farsa que se verificou durante anos: a Assembleia era eleita anos antes da eleição do reitor ter lugar, sem ninguém sequer saber quem eram os candidatos a reitor ao eleger os membros da Assembleia.
Acontece que agora, mesmo depois de uma alteração profunda dos estatutos, em que tantos se esforçaram tanto para que a democracia funcionasse através de uma eleição amplamente divulgada e participada, ao contrário das eleições para a Assembleia da Universidade que eram um exercício de uns tantos, sempre os mesmos, e uma votação que não ia muito além dos 30% dos eleitores, podemos estar novamente numa situação semelhante se o reitor actual não se demitir já: temos um intervalo de mais de um ano entre a eleição do órgão que elege o reitor e o acto em si de eleição do reitor por este órgão.
Será que o reitor não compreende isto? Será que não percebe que já não tem o apoio da Academia? A própria lista que se dizia "do reitor" demarcou-se dele no período eleitoral! Talvez por perceberem isso mesmo, que não interessava estarem associados a quem não tinha o apoio da Academia...O facto é que não é justo para a Academia que se adiem as decisões urgentes a tomar nos próximos tempos. Não nos esqueçamos que além do novo estatuto da UM o novo ECDU vai estar em vigor em breve. E que autoridade tem um reitor não eleito pelo Conselho Geral de implementar o RJIES ou mesmo o ECDU?
O que é que o mantém no lugar? É um mistério.
A partir de agora está em contagem decrescente e quanto mais tempo passa mais o reitor e o Conselho Geral se afundam nas contradições de governação que o reitor causou ao não anunciar a sua demissão. Os outros reitores na sua grande maioria já o fizeram. Do que é que está á espera?
E o Conselho Geral admite não exercer as suas funções durante este período? Quem se demite afinal das suas funções para dar lugar a uma clarificação do que deveria ser o início do primeiro ano de funcionamento do RJIES? O reitor ou o Conselho Geral?
sábado, maio 02, 2009
Mensagem aos Professores Auxiliares sobre o novo ECDU
Ao ler o novo ECDU na transversal, o que transparece é aquilo que muitos receiam: uma maior precariedade do emprego. Porquê? O Governo não está a apostar no ensino? Não faz sentido implementar o ensino obrigatório até ao 12ºano e não preparar as Universidades para acolher esse nº maior de alunos que vêm do ensino secundário.
E não confundamos precariedade com avaliação! Ninguém que quer um ensino de qualidade pode concordar que não haja avaliação periódica. Mas essa avaliação, não sendo positiva, não deve ser a razão para os Professores perderem o seu vínculo á Instituição! Deve sim ser uma avaliação pela positiva e premiar os que obtenham uma boa classificação. Se virmos os casos de sucesso, verificamos que não foi pelo castigo que foram alcançados, mas pelo incentivo. O Estado gasta muito dinheiro a formar professores universitários para poder depois descartá-los. Não faz isso com os do ensino primário nem do ensino secundário, que não custam tanto a formar por não terem que ter o doutoramento, também não o deve fazer em relação aos do Ensino Superior.
No entanto, esta situação não é da responsabilidade dos professores associados e catedráticos, como alguns querem fazer crer. Só o ministro deve ser responsabilizado. Estes professores já foram avaliados, bem ou mal não interessa, foram avaliados segundo as regras e o ECDU anterior. Os professores auxiliares um dia serão também associados e catedráticos, se fizerem uma progressão normal de carreira, e não gostarão de ouvir por parte dos seus colegas mais novos, ou menos qualificados, acusações de serem eles prepotentes.
Há com ceteza professores associados e catedráticos que abusam da sua posição hierárquica. Também há professores auxiliares que abusam da sua posição hierárquica em relação aos seus alunos. Há infelizmente pessoas em todos os lugares que usam e abusam da sua posição e intimidam quem está num lugar inferior e em alguns casos vão para além da intimidação e abusando da sua posição hierárquica, atrofiam a independência de pensamento dessas pessoas ao ponto de as tornar incapazes de decidir e de se tornarem em professores e investigadores verdadeiramente autónomos e competentes.
O instinto de grupo é muitas vezes o recurso dos mais fracos para se protegerem deste estado de coisas. O sindicato é um desses grupos que tem a missão de defender os seus membros. Normalmente quanto maior for uma classe, maior a força do sindicato. Veja-se o sindicato dos professores. Mobilizam milhares e conseguem intimidar qualquer ministro. No Ensino Superior os sindicatos são maioritariamente constituídos pelos professores dos Politécnicos. É natural que sejam estes os mais beneficiados nas negociações com o ministro. Infelizmente é a lei de quem "berra" mais é que consegue. A proximidade das eleições não ajuda.
Quando agora nos referimos às avaliações, temos que diferenciar entre dois tipos: aquela que já se fazia através de concurso para o lugar de professor associado ou catedrático, e as novas avaliações para mudança de escalão. Pessoalmente confio mais nas avaliações feitas por concurso para os lugares académicos que são efectuadas por professores da especialidade, e agora com o novo ECDU, maioritariamente de fora da instituição do candidato. Será mais imparcial que uma avaliação que será definida, segundo os novos estatutos da Escola de Engenharia, pelo Presidente da Escola e é muito natural que ele designe os Directores de Departamento para coordenarem essa avaliação, que não terá obrigatoriamente avaliadores externos.
Se esta avaliação só servisse para promover financeiramente o candidato, não seria grave a constituição do júri não ser maioritariamente composto por membros externos à instituição e portanto não ser o mais imparcial possível. Mas com o novo Estatuto pode ter implicações no próprio emprego do professor auxiliar que não tenha nomeação definitiva e mesmo que a tenha, se houver uma reestruturação dos serviços, o que não é provável mas é possível, também pode ser dispensado. Por isso, recomendo aos professores auxiliares que tenham muito cuidado ao elegerem o seu Director de Departamento, em vez de culpabilizarem os seus colegas associados e catedráticos que não terão muito a ver com esta avaliação. Escolham aqueles que mostraram no passado menos propensão á arbitrariedade e á promoção e protecção dos seus mais fiéis apoiantes. Essa seria a minha escolha e recomendo que seja a vossa.
E não confundamos precariedade com avaliação! Ninguém que quer um ensino de qualidade pode concordar que não haja avaliação periódica. Mas essa avaliação, não sendo positiva, não deve ser a razão para os Professores perderem o seu vínculo á Instituição! Deve sim ser uma avaliação pela positiva e premiar os que obtenham uma boa classificação. Se virmos os casos de sucesso, verificamos que não foi pelo castigo que foram alcançados, mas pelo incentivo. O Estado gasta muito dinheiro a formar professores universitários para poder depois descartá-los. Não faz isso com os do ensino primário nem do ensino secundário, que não custam tanto a formar por não terem que ter o doutoramento, também não o deve fazer em relação aos do Ensino Superior.
No entanto, esta situação não é da responsabilidade dos professores associados e catedráticos, como alguns querem fazer crer. Só o ministro deve ser responsabilizado. Estes professores já foram avaliados, bem ou mal não interessa, foram avaliados segundo as regras e o ECDU anterior. Os professores auxiliares um dia serão também associados e catedráticos, se fizerem uma progressão normal de carreira, e não gostarão de ouvir por parte dos seus colegas mais novos, ou menos qualificados, acusações de serem eles prepotentes.
Há com ceteza professores associados e catedráticos que abusam da sua posição hierárquica. Também há professores auxiliares que abusam da sua posição hierárquica em relação aos seus alunos. Há infelizmente pessoas em todos os lugares que usam e abusam da sua posição e intimidam quem está num lugar inferior e em alguns casos vão para além da intimidação e abusando da sua posição hierárquica, atrofiam a independência de pensamento dessas pessoas ao ponto de as tornar incapazes de decidir e de se tornarem em professores e investigadores verdadeiramente autónomos e competentes.
O instinto de grupo é muitas vezes o recurso dos mais fracos para se protegerem deste estado de coisas. O sindicato é um desses grupos que tem a missão de defender os seus membros. Normalmente quanto maior for uma classe, maior a força do sindicato. Veja-se o sindicato dos professores. Mobilizam milhares e conseguem intimidar qualquer ministro. No Ensino Superior os sindicatos são maioritariamente constituídos pelos professores dos Politécnicos. É natural que sejam estes os mais beneficiados nas negociações com o ministro. Infelizmente é a lei de quem "berra" mais é que consegue. A proximidade das eleições não ajuda.
Quando agora nos referimos às avaliações, temos que diferenciar entre dois tipos: aquela que já se fazia através de concurso para o lugar de professor associado ou catedrático, e as novas avaliações para mudança de escalão. Pessoalmente confio mais nas avaliações feitas por concurso para os lugares académicos que são efectuadas por professores da especialidade, e agora com o novo ECDU, maioritariamente de fora da instituição do candidato. Será mais imparcial que uma avaliação que será definida, segundo os novos estatutos da Escola de Engenharia, pelo Presidente da Escola e é muito natural que ele designe os Directores de Departamento para coordenarem essa avaliação, que não terá obrigatoriamente avaliadores externos.
Se esta avaliação só servisse para promover financeiramente o candidato, não seria grave a constituição do júri não ser maioritariamente composto por membros externos à instituição e portanto não ser o mais imparcial possível. Mas com o novo Estatuto pode ter implicações no próprio emprego do professor auxiliar que não tenha nomeação definitiva e mesmo que a tenha, se houver uma reestruturação dos serviços, o que não é provável mas é possível, também pode ser dispensado. Por isso, recomendo aos professores auxiliares que tenham muito cuidado ao elegerem o seu Director de Departamento, em vez de culpabilizarem os seus colegas associados e catedráticos que não terão muito a ver com esta avaliação. Escolham aqueles que mostraram no passado menos propensão á arbitrariedade e á promoção e protecção dos seus mais fiéis apoiantes. Essa seria a minha escolha e recomendo que seja a vossa.
domingo, abril 26, 2009
Vale a pena votar para o Senado? E nas eleições Europeias?
Vêm aí as eleições para o Senado. Muitos estarão a pensar que não vale a pena uma vez que não é um orgão executivo da Universidade, mas sim consultivo. Podemos imaginar um paralelo com as eleições para o Parlamento Europeu. A abstenção é sempre elevada neste caso e imaginamos que também para o Senado será elevada.
Todavia, se encararmos as eleições Europeias como um teste ao apoio do partido do Governo, então as eleições têm outro interesse. Assim, podemos pensar similarmente que as eleições para o Senado serão um teste à lista que mais ligações teve com o passado da governação da Universidade do Minho e que acabou por ganhar (tangencialmente) as eleições para o Conselho Geral.
Ou não? Suponho que depende de quão forte é o sentimento de frustração de todos aqueles que nos últimos anos estiveram à margem (e são muitos) da governação e das benesses resultantes dessa governação.
Todavia, se encararmos as eleições Europeias como um teste ao apoio do partido do Governo, então as eleições têm outro interesse. Assim, podemos pensar similarmente que as eleições para o Senado serão um teste à lista que mais ligações teve com o passado da governação da Universidade do Minho e que acabou por ganhar (tangencialmente) as eleições para o Conselho Geral.
Ou não? Suponho que depende de quão forte é o sentimento de frustração de todos aqueles que nos últimos anos estiveram à margem (e são muitos) da governação e das benesses resultantes dessa governação.
sexta-feira, abril 24, 2009
A conclusão dos estatutos das Escolas e o género dos cooptados
Na semana que passou, muita tinta correu sobre a ausência de mulheres entre os membros cooptados e pouco se comentou os Estatutos da Escola de Engenharia. Começando pelos Estatutos, uma vez que é o que inspira menos comentários e deixando o mais picante para o fim, não me surpreendeu o que foi formulado, uma vez que como já tinha previsto, o essencial já estava decidido e só faltava preencher o texto com mais pormenor por baixo de cada título. Os Departamentos ficaram como estão e os Centros também. Era aqui que se poderia ter feito algo, mas não se fez. O resto já se sabia: Directores de departamento no Conselho de Gestão sem direito a voto, Directores dos Centros representados no Conselho Científico, eleições por listas para os diversos orgãos, etc. Não se optou por membros externos para o Conselho de Escola e essa decisão foi anterior a toda a polémica que entretanto veio para a um-net sobre os cooptados do C.G. É pena, uma vez que nas Engenharias seria muito útil a opinião de empresários e industriais sobre a empregabilidade nos cursos ou a relação Universidade - Indústria, por exemplo. Houve um acto singelo que me despertou a curiosidade que foi o e-mail enviado a informar que não se incluiria nos Estatutos a obrigatoriedade do Presidente de Escola ter exclusividade. É estranho que se tenha sentido a necessidade de estabelecer este grau de liberdade! Pelo menos assume-se que é necessário que fique claro entre ter ou não exclusividade, o que não acontece regra geral. Ao passarmos por gabinetes vazios em determinados departamentos, fica a sensação que essa exclusividade não existe em muitos casos, e no entanto não há a necessidade de a declarar. Porquê neste caso?
Quanto aos membros cooptados do C.G., o facto de não haver membros cooptados do sexo feminino atribuo a esse não ter sido um critério, uma vez que não estava especificado nos Estatutos. Mais do que essa "falha", suponho que ninguém ainda notou que os membros cooptados são personalidades ligadas à banca (sendo a banca um sector muito criticado pelo seu papel no despoletar da crise) á justiça (da qual ninguém se orgulha), á indústria (menos mal), na ciência temos alguém que virá de propósito dos EUA ás reuniões do CG, temos alguém que está ligado à Universidade Católica e ao Porto, e por último temos alguém ligado á cultura dum museu...do Porto. Nada mau. E ainda falam da falta de mulheres? Concordo mas também diria que temos falta de inspiração e de representatividade regional! Para colmatar estas lacunas, eu punha a Maria José Morgado na justiça, da banca não punha ninguém e talvez o substituísse pelo arquitecto Souto Moura (responsável pela muito do que se fez na recuperação do Centro histórico de Guimarães e pela obra de arte que é o estádio do Braga), um Matemático ou Físico português que esteja em Londres, Paris ou outro Centro Europeu de excelência como cientista (sempre é mais perto que os EUA), A Elisa Ferreira em vez do Braga da Cruz (embora seja candidata à Câmara do Porto fez mais pelo Vale do Ave onde o Pólo de Azurém está inserido que o Braga da Cruz no período que o antecedeu como Presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte), e na cultura alguém ligado ao Museu Alberto Sampaio de Guimarães, também ligado ao pólo de Azurém. Ao menos as sessões seriam de certeza mais animadas do que as que se adivinham com personalidades como o Laborinho Lúcio e o Braga da Cruz que, por muito mérito que indubitavelmente têm, não são conhecidos pelo seu magnetismo pessoal...
Quanto aos membros cooptados do C.G., o facto de não haver membros cooptados do sexo feminino atribuo a esse não ter sido um critério, uma vez que não estava especificado nos Estatutos. Mais do que essa "falha", suponho que ninguém ainda notou que os membros cooptados são personalidades ligadas à banca (sendo a banca um sector muito criticado pelo seu papel no despoletar da crise) á justiça (da qual ninguém se orgulha), á indústria (menos mal), na ciência temos alguém que virá de propósito dos EUA ás reuniões do CG, temos alguém que está ligado à Universidade Católica e ao Porto, e por último temos alguém ligado á cultura dum museu...do Porto. Nada mau. E ainda falam da falta de mulheres? Concordo mas também diria que temos falta de inspiração e de representatividade regional! Para colmatar estas lacunas, eu punha a Maria José Morgado na justiça, da banca não punha ninguém e talvez o substituísse pelo arquitecto Souto Moura (responsável pela muito do que se fez na recuperação do Centro histórico de Guimarães e pela obra de arte que é o estádio do Braga), um Matemático ou Físico português que esteja em Londres, Paris ou outro Centro Europeu de excelência como cientista (sempre é mais perto que os EUA), A Elisa Ferreira em vez do Braga da Cruz (embora seja candidata à Câmara do Porto fez mais pelo Vale do Ave onde o Pólo de Azurém está inserido que o Braga da Cruz no período que o antecedeu como Presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte), e na cultura alguém ligado ao Museu Alberto Sampaio de Guimarães, também ligado ao pólo de Azurém. Ao menos as sessões seriam de certeza mais animadas do que as que se adivinham com personalidades como o Laborinho Lúcio e o Braga da Cruz que, por muito mérito que indubitavelmente têm, não são conhecidos pelo seu magnetismo pessoal...
segunda-feira, abril 13, 2009
O Novo ECDU-proposta do Ministério
Pode-se ler no site da FENPROF a proposta do Ministério sujeita a discussão com os sindicatos do novo Estatuto da Carreira Docente Universitária (ECDU). A novidade está na forma como a estabilidade do emprego se altera e na avaliação dos docentes cada três anos, estando estas duas questões interligadas.
quarta-feira, abril 08, 2009
O novo estatuto da carreira docente: agora a avaliação é a valer
Segundo informação do Ministro Mariano Gago, as novidades principais não são propriamente novidades. Já abordei aqui que era previsível que fosse adaptado a progressão automática nos escalões de três em três anos, ao sistema das restantes carreiras da Função Pública que agora dependem de uma avaliação sujeita a quotas. O comportamento pedagógico e científico dos docentes deve ser sujeito ao escrutínio de um júri. Para muitos departamentos que não têm vagas, estas já sujeitas a quotas, esta é mais uma má notícia. Só uns poucos, previsivelmente 5%, terão excelente e poderão ser promovidos de imediato. Os outros terão que esperar. Por outro lado, se for como se prevê que também haverá medidas punitivas para quem tiver três avaliações negativas sucessivas, possivelmente a saída da docência, eventualmente para outras funções na Função Pública ou mesmo o despedimento.
Mas para quem como eu costuma ir à Universidade durante os períodos em que não há aulas, ao deparar com os parques automóveis vazios, verifica que a preocupação em fazer currículo por parte de grande parte dos docentes, não é grande. Ou será que só se faz currículo durante o período de aulas? Até no ensino secundário essa situação tem vindo a ser invertida, por força das novas regras. Os médicos já picam o ponto em muitos hospitais. Isto por abusos que duraram anos na assiduidade. Será que o Ensino Superior também precisa de novas regras para garantir a assiduidade?
Quanto à avaliação, no Ensino Superior a avaliação era constante na progressão de categoria, por haver muitas vagas. Com o ocupar das vagas ao longo dos anos, esse ritmo diminuiu muito. Mas os docentes precisam de ser avaliados para não se perder o dinamismo desses anos. Com esta medida, introduz-se novamente uma nova dinâmica nas avaliações. Na Escola de Engenharia fez-se durante anos a avaliação bienal, mas sem quaisquer consequências para os avaliados. Agora é trianual e é a valer. Vejamos se estamos à altura desse desafio nos nossos departamentos.
Mas para quem como eu costuma ir à Universidade durante os períodos em que não há aulas, ao deparar com os parques automóveis vazios, verifica que a preocupação em fazer currículo por parte de grande parte dos docentes, não é grande. Ou será que só se faz currículo durante o período de aulas? Até no ensino secundário essa situação tem vindo a ser invertida, por força das novas regras. Os médicos já picam o ponto em muitos hospitais. Isto por abusos que duraram anos na assiduidade. Será que o Ensino Superior também precisa de novas regras para garantir a assiduidade?
Quanto à avaliação, no Ensino Superior a avaliação era constante na progressão de categoria, por haver muitas vagas. Com o ocupar das vagas ao longo dos anos, esse ritmo diminuiu muito. Mas os docentes precisam de ser avaliados para não se perder o dinamismo desses anos. Com esta medida, introduz-se novamente uma nova dinâmica nas avaliações. Na Escola de Engenharia fez-se durante anos a avaliação bienal, mas sem quaisquer consequências para os avaliados. Agora é trianual e é a valer. Vejamos se estamos à altura desse desafio nos nossos departamentos.
quarta-feira, abril 01, 2009
Não marcamos golos (2): Universidades falham processo de Bolonha
A propósito de um artigo no DN, também citado pelo blogue Universidade Alternativa que refere principalmente a forma apressada como foi implementado e o "corte-e-cose" que foi efectuado para passar cursos de 4 anos para 3 anos:
Os resultados da forma apressada como os cursos foram "adaptados" a Bolonha, talvez tenha sido pior para os cursos que passaram de 4 para 3 anos, porque aqueles que passaram a Mestrados integrados, mantiveram os cinco anos e pouco mudou, excepto o nome. Muitos dos cursos de 3 anos não têm, nem podem ter, a missão que lhes estava atribuida: conferir uma profissão ao licencado, muito como os Bachelor of Science do Reino Unido ou o grau conferido pelos "Colleges" dos EUA. Muito à maneira do desenrascanço e do "menor esforço", fazem-se reuniões para aparentar trabalho, projectos integrados que, salvo raras excepções, são tudo menos integrados, e inventa-se trabalho para os professores como seja a tutoria. Teoricamente até podia funcionar este esquema. Mas são várias as razões porque não funciona: Seja porque os alunos não trazem do ensino secundário a formação sólida que os ingleses e americanos trazem dos seus sistemas de ensino pré-Universitário, muito virados para a especialização. Seja porque as aulas práticas ou teórico-práticas desapareceram para dar lugar aos projectos, que de prático têm pouco mas antes mais de copy-paste da "internet". Seja porque falta uma sequência de disciplinas (agora UCs) que sustente as UCs dos últimos anos, por terem cortado muitas UCs do(s) primeiros(s) ano(s), consequência do encurtamento dos cursos de 4 para 3 anos.
Para finalizar, tudo isto é uma frustação enorme para muitos professores que acreditam e se aplicam a Bolonha, mas que se vêem envolvidos por esta realidade!
Os resultados da forma apressada como os cursos foram "adaptados" a Bolonha, talvez tenha sido pior para os cursos que passaram de 4 para 3 anos, porque aqueles que passaram a Mestrados integrados, mantiveram os cinco anos e pouco mudou, excepto o nome. Muitos dos cursos de 3 anos não têm, nem podem ter, a missão que lhes estava atribuida: conferir uma profissão ao licencado, muito como os Bachelor of Science do Reino Unido ou o grau conferido pelos "Colleges" dos EUA. Muito à maneira do desenrascanço e do "menor esforço", fazem-se reuniões para aparentar trabalho, projectos integrados que, salvo raras excepções, são tudo menos integrados, e inventa-se trabalho para os professores como seja a tutoria. Teoricamente até podia funcionar este esquema. Mas são várias as razões porque não funciona: Seja porque os alunos não trazem do ensino secundário a formação sólida que os ingleses e americanos trazem dos seus sistemas de ensino pré-Universitário, muito virados para a especialização. Seja porque as aulas práticas ou teórico-práticas desapareceram para dar lugar aos projectos, que de prático têm pouco mas antes mais de copy-paste da "internet". Seja porque falta uma sequência de disciplinas (agora UCs) que sustente as UCs dos últimos anos, por terem cortado muitas UCs do(s) primeiros(s) ano(s), consequência do encurtamento dos cursos de 4 para 3 anos.
Para finalizar, tudo isto é uma frustação enorme para muitos professores que acreditam e se aplicam a Bolonha, mas que se vêem envolvidos por esta realidade!
segunda-feira, março 30, 2009
Não marcamos golos
Portugal mais uma vez não marcou golos. Não sei quantos jogos sem marcar... Mas não é esse o drama de Portugal? Faz que faz mas não faz..Senão vejamos: na política durante muitos anos ameaçou-se que seriamos líderes na Europa e até tivemos uma cimeira com o nome de Lisboa, mas mais uma vez esse nome não quer dizer que estejamos a ganhar terreno na Europa, mas tão só foi o nome da cidade onde se deu a conferência. Também na política interna, se falou de Regionalização. Ficou na gaveta. Fez-se muito jogo de meio-campo e nada de golos. Na Educação desde o 25 de Abril que se investe na alfabetização e que se verifica? Que somos dos mais analfabetos da Europa, com uma classe idosa analfabeta, uma etnia (a cigana) também analfabeta e uma classe que embora saiba ler e escrever sofre de analfabetismo cultural, apreciando um tipo de música e de programas do mais simples imaginável, e uma classe de jovens maioritariamente sem memória do que Portugal foi e conhecedores da palavra digitalizada mas não escrita. Como se podem marcar golos assim? Na indústria, subsídio-dependente, faz-se os possíveis por se manter à tona de água, portanto nem perto da baliza estão. Nos serviços, temos o Simplex e aí menos mal, mas quando reparamos temos situações onde ainda se exige o reconhecimento presencial da assinatura! Na sector terciário temos os hiper a ganhar dinheiro mas sem produzir e sem gerar empregos duradouros, tudo varrido a recibos verdes e ordenados mínimos, e os bancos a ter lucros, antes da crise, obscenos, mas sem servir os clientes, antes servindo-se a si próprios. O País ainda teve que nacionalizar quando as coisas correram mal e vamos todos pagar por isso. Aqui o golo foi na própria baliza!
No ensino secundário, fazem-se manifestações em que se exige uma outra avaliação da do Ministério, com muito alarido. Quando se pergunta que avaliação propõem os professores, percebemos que é tudo só para empatar (sem golos) porque suspeito que a maioria não quer avaliação nenhuma.
E o Ensino Superior?
É melhor deixar isso para depois, porque haverá muito para "empatar"!
No ensino secundário, fazem-se manifestações em que se exige uma outra avaliação da do Ministério, com muito alarido. Quando se pergunta que avaliação propõem os professores, percebemos que é tudo só para empatar (sem golos) porque suspeito que a maioria não quer avaliação nenhuma.
E o Ensino Superior?
É melhor deixar isso para depois, porque haverá muito para "empatar"!
domingo, março 22, 2009
A cooptação de elementos externos para o CG
Embora um pouco atrasado,não quero deixar de difundir o texto do blog Empreender, sobre como devia ser a cooptação de elementos externos para o Conselho Geral. Tal como o autor do blog, Vasco Eiriz, mais tarde volta a escrever em "A escolha de conselheiros externos", espero que como é referido a equipa cooptada seja a que melhor serve os interesses da Universidade e não a que melhor serve os interesses das listas que se candidataram ao CG.
sábado, março 21, 2009
Low-cost nas viagens e nas Universidades
Ir a uma conferência em Low-cost tornou-se normal para muitos professores e investigadores, procurando assim poupar alguns euros da bolsa disponível. Se o preço parece apetecível, como tem vindo a ser denunciado recentemente, não é bem o que parece. Paga-se o check-in, as malas, o seguro, o cartão de crédito, as sandes, o café, o excesso de peso acima dos 15 Kilos quando normalmente o peso limite é de 20 Kgs, etc. No futuro próximo serão as idas à casa de banho que serão pagas. Tudo somado não será muito mais que viajar na TAP ou noutra empresa de "bandeira". Ainda por cima para o reembolso é necessário o recibo que por ausência de balcões no aeroporto do Porto, têm que ser pedidos à sede, sem haver a certeza que vem "direitinho". Há ainda essa preocupação.
Mesmo que se poupe dinheiro, temos o resto. O aeroporto de Low-cost tem o aspecto duma estação de autocarros, com o povo a amontoar-se nos locais de check-in e de controlo. Talvez por isso sejam tão maltratados pelas empregadas no check-in, como se tratasse de "crowd control" e não de servir o cliente. Eu por exemplo fui recebido com o comentário que "já tinha dito três vezes que o limite de 15 Kg foi ultrapassado". Primeiro não disse três vezes, só uma, e depois mesmo que o limite tivesse sido ultrapassado, o cliente, eu neste caso, devia ser informado com profissionalismo, como sempre fui noutras companhias.
Uma vez no avião, não vale a pena pensar que se pode ter um descanso: os bancos não reclinam! E beber um copo de água que seja, temos que pagar, e não é pouco (somado ao resto já ultrapassa um bilhete da TAP).
A viagem de autocarro da empresa, a Terravision, é algo terceiro-mundista. É sujo, o condutor mais parece um serial killer, com travagens de "emergência" contantes, e o aspecto interior do autocarro condiz com o da empresa: Low-wash!
Tanto para partir como ao chegar ao destino, o condutor permanece no sítio, e os ocupantes como que por intuição põesm e retiram as malas. É tudo feito pelos clientes, mas nem por isso têm desconto.
É um pouco como a fast food, em que os clientes é que põem as bandejas no sítio, para poupar mão-de-obra e despejam o lixo no sítio próprio. São treinados para o fazerem. Não tarda muito, é-lhes dada a massa da pizza ou o hamburguer congelado á entrada e ordeiramente, metem -nos no micro-ondas ou forno disponível ao balcão, e assim as empresas Fast food não precisam dos empregados para o fazer.
Já foi anunciado que a Ryan Air vai acabar com o check-in e dispensar os empregados que estão ao balcão. Qualquer dia dispensam as hospedeiras de bordo e põem uma caixa automática com sandes e bebida a bordo.
Sintomático é a recolha dos restos, que as hospedeiras chamam apropriadamente "rubbish" (lixo). Assim não precisam de ter uma empresa de limpeza a limpar entre os voos. Observando a saída dos passageiros do avião que nos levou, verifiquei que não havia tempo para essa limpeza, uma vez que entrámos logo de seguida. Havia papéis no chão e outros sinais de falta desse serviço de limpeza, que não menciono para não ferir susceptibilidades.
Enfim, estamos a caminhar rapidamente para o auto-serviço. O cliente é que acaba por fazer quase tudo. É um pouco como aqueles programas em que o artista ou o actor acaba por ser o próprio concorrente. Sai quase a custo zero para o programa, não ter que pagar a actores.
Penso que no Ensino Superior o mais parecido talvez seja a Universidade Aberta, embora já tenha visto teses no Ensino Superior em que o proponente do trabalho foi o próprio candidato.
Com a tendência das low-cost não será que o ensino caminha para o low-cost também?
Já lá vai o tempo em que as secretárias escreviam os ofícios dos professores. Com o aparecimento dos computadores, foi o início e com os programas como o e-mail a serem usados como ferramenta principal, o próprio docente já faz tudo, desde o edital para bolsas às consultas para compra de equipamento. Agora com o ajuste directo deu-se um passo atrás e preenche-se um papel o que com o mundo cada vez mais informatizado parece um contra-senso. Parece que isto vai ser alterado o que é uma pena porque me fazia lembrar o antigamente com uma certa nostalgia (o tempo em que tínhamos os ofícios escritos pelas secretárias).
Enfim, pertencemos a uma rede de tratamento de documentação. Imaginem se os professores do ensino secundário tivessem que fazer o que nós fazemos (encomendar equipamento, matérias primas, escrever editais para bolsas, etc). Seria um protesto nacional. Nós o que fazemos? Isto e muito mais, desde que nos digam o que é preciso fazer. Somos obedientes, é isso.
Sabemos que é tudo em prol do Low-cost e como bons portugueses, isso agrada-nos.
Mesmo que se poupe dinheiro, temos o resto. O aeroporto de Low-cost tem o aspecto duma estação de autocarros, com o povo a amontoar-se nos locais de check-in e de controlo. Talvez por isso sejam tão maltratados pelas empregadas no check-in, como se tratasse de "crowd control" e não de servir o cliente. Eu por exemplo fui recebido com o comentário que "já tinha dito três vezes que o limite de 15 Kg foi ultrapassado". Primeiro não disse três vezes, só uma, e depois mesmo que o limite tivesse sido ultrapassado, o cliente, eu neste caso, devia ser informado com profissionalismo, como sempre fui noutras companhias.
Uma vez no avião, não vale a pena pensar que se pode ter um descanso: os bancos não reclinam! E beber um copo de água que seja, temos que pagar, e não é pouco (somado ao resto já ultrapassa um bilhete da TAP).
A viagem de autocarro da empresa, a Terravision, é algo terceiro-mundista. É sujo, o condutor mais parece um serial killer, com travagens de "emergência" contantes, e o aspecto interior do autocarro condiz com o da empresa: Low-wash!
Tanto para partir como ao chegar ao destino, o condutor permanece no sítio, e os ocupantes como que por intuição põesm e retiram as malas. É tudo feito pelos clientes, mas nem por isso têm desconto.
É um pouco como a fast food, em que os clientes é que põem as bandejas no sítio, para poupar mão-de-obra e despejam o lixo no sítio próprio. São treinados para o fazerem. Não tarda muito, é-lhes dada a massa da pizza ou o hamburguer congelado á entrada e ordeiramente, metem -nos no micro-ondas ou forno disponível ao balcão, e assim as empresas Fast food não precisam dos empregados para o fazer.
Já foi anunciado que a Ryan Air vai acabar com o check-in e dispensar os empregados que estão ao balcão. Qualquer dia dispensam as hospedeiras de bordo e põem uma caixa automática com sandes e bebida a bordo.
Sintomático é a recolha dos restos, que as hospedeiras chamam apropriadamente "rubbish" (lixo). Assim não precisam de ter uma empresa de limpeza a limpar entre os voos. Observando a saída dos passageiros do avião que nos levou, verifiquei que não havia tempo para essa limpeza, uma vez que entrámos logo de seguida. Havia papéis no chão e outros sinais de falta desse serviço de limpeza, que não menciono para não ferir susceptibilidades.
Enfim, estamos a caminhar rapidamente para o auto-serviço. O cliente é que acaba por fazer quase tudo. É um pouco como aqueles programas em que o artista ou o actor acaba por ser o próprio concorrente. Sai quase a custo zero para o programa, não ter que pagar a actores.
Penso que no Ensino Superior o mais parecido talvez seja a Universidade Aberta, embora já tenha visto teses no Ensino Superior em que o proponente do trabalho foi o próprio candidato.
Com a tendência das low-cost não será que o ensino caminha para o low-cost também?
Já lá vai o tempo em que as secretárias escreviam os ofícios dos professores. Com o aparecimento dos computadores, foi o início e com os programas como o e-mail a serem usados como ferramenta principal, o próprio docente já faz tudo, desde o edital para bolsas às consultas para compra de equipamento. Agora com o ajuste directo deu-se um passo atrás e preenche-se um papel o que com o mundo cada vez mais informatizado parece um contra-senso. Parece que isto vai ser alterado o que é uma pena porque me fazia lembrar o antigamente com uma certa nostalgia (o tempo em que tínhamos os ofícios escritos pelas secretárias).
Enfim, pertencemos a uma rede de tratamento de documentação. Imaginem se os professores do ensino secundário tivessem que fazer o que nós fazemos (encomendar equipamento, matérias primas, escrever editais para bolsas, etc). Seria um protesto nacional. Nós o que fazemos? Isto e muito mais, desde que nos digam o que é preciso fazer. Somos obedientes, é isso.
Sabemos que é tudo em prol do Low-cost e como bons portugueses, isso agrada-nos.
sexta-feira, março 13, 2009
A lógica do poder nas eleições para o Conselho Geral
Acabámos de ter uma eleição para o Conselho Geral da UM. Pertenci a uma lista para o Conselho Geral, a lista B. Conseguiu a lista B eleger 2 "conselheiros". São dois elementos que no Conselho Geral vão poder expressar as posições que a lista B tomou em relação a muitos aspectos da vida Universitária. No entanto, no essencial, não se prevê que a UM mudará muito. Em primeiro lugar a lista C, composta por elementos que detêm posições de poder na UM há vários anos, embora não tendo manifestado um apoio incondicional ao actual Reitor, não o criticando e até afirmando que tinham orgulho do que por aqui se fez nos últimos anos, indirectamente mostraram que eram apoiantes das políticas da UM, nomeadamente o seu responsável máximo, o Reitor.
A questão é que a lista C, numa lógica de assumir o poder, não podia defender abertamente o Reitor, e chegou-se a demarcar para fins eleitorais da sua tutela. E, temos que admitir, que a sua estratégia funcionou. Obtiveram a maioria, quando em eleições anteriores para a Assembleia Estatutária, não o conseguiram. Não sei até que ponto o Reitor com tamanha "deslealdade" dos seus antigos apoiantes se vai manter no seu lugar. Não há nenhuma Universidade que não tivesse tido a "lista do Reitor" como candidata ao Conselho Geral. A lógica é a de reeleger o Reitor ou ao menos dar-lhe legitimidade no caso de o mesmo continuar até terminar o seu mandato. Neste caso, a anterior "lista do Reitor", demarcou-se do Reitor e deixou-o sem legitimidade de continuar. Aliás a lista C, veio recentemente afirmar, utilizando uma frase da lista B, que quer um Novo Ciclo! A lista B usou esta frase como campanha para "Um novo Conselho Geral -Um novo Reitor". Será que a lista C quer dizer o mesmo? No mínimo a lista C devia clarificar esta sua frase!
Outra estratégia que demonstra a lógica de poder por parte da lista C, transmitido pelo seu cabeça de lista no debate havido em Azurém, foi a campanha que fez contra o facto da lista B ser representada por mais que um elemento não apresentando o cabeça de lista como sendo o único representante da lista.
Talvez não se tivesse transmitido a mensagem á Academia que para o Conselho Geral não se estão a eleger 3 representantes dos professores e investigadores, mas sim 12!
Ou talvez os académicos, tão afastados têm estado da vivência democrática, só conseguem entender a lógica "do chefe". O que é um facto, é que a personificação da lista no cabeça de lista do seu líder, o António Cunha, parece ter dado resultado. Já no caso da lista A parece não ter dado tanto resultado. Quererá isto dizer que na confusão que se instalou sobre as funções do Conselho Geral, tendo ficado só a noção que era o orgão que elegia o Reitor, as eleições serviram para plebiscitar o futuro Reitor da UM?
A lista B, propositadamente, não tinha um cabeça de lista "reitorável", precisamente para mostrar que não era disso que se tratava nesta eleição. Pelos vistos, foi ingenuidade pensar que a Academia estaria preparada para eleger um corpo de docentes, quando a maioria o que queria era marcar já uma posição na eleição do Reitor.
Não se pode no entanto culpar a Academia por querer eleger o Reitor. Seria muito mais democrático se assim fosse, e não estaria a eleição entregue a um "colégio eleitoral", que ainda por cima tem elementos não eleitos pela Academia, os membros externo. Pode-se argumentar que estes membros ao serem cooptados seriam dessa forma eleitos indirectamente. Nada mais ilusório. A cooptação destes membros será alvo de negociações entre as várias listas e eles poderão não representar a proporcionalidade das listas no CG. Essa é a próxima função do Conselho Geral e será interessante verificar se representam proporcionalmente as listas ou não.
A questão é que a lista C, numa lógica de assumir o poder, não podia defender abertamente o Reitor, e chegou-se a demarcar para fins eleitorais da sua tutela. E, temos que admitir, que a sua estratégia funcionou. Obtiveram a maioria, quando em eleições anteriores para a Assembleia Estatutária, não o conseguiram. Não sei até que ponto o Reitor com tamanha "deslealdade" dos seus antigos apoiantes se vai manter no seu lugar. Não há nenhuma Universidade que não tivesse tido a "lista do Reitor" como candidata ao Conselho Geral. A lógica é a de reeleger o Reitor ou ao menos dar-lhe legitimidade no caso de o mesmo continuar até terminar o seu mandato. Neste caso, a anterior "lista do Reitor", demarcou-se do Reitor e deixou-o sem legitimidade de continuar. Aliás a lista C, veio recentemente afirmar, utilizando uma frase da lista B, que quer um Novo Ciclo! A lista B usou esta frase como campanha para "Um novo Conselho Geral -Um novo Reitor". Será que a lista C quer dizer o mesmo? No mínimo a lista C devia clarificar esta sua frase!
Outra estratégia que demonstra a lógica de poder por parte da lista C, transmitido pelo seu cabeça de lista no debate havido em Azurém, foi a campanha que fez contra o facto da lista B ser representada por mais que um elemento não apresentando o cabeça de lista como sendo o único representante da lista.
Talvez não se tivesse transmitido a mensagem á Academia que para o Conselho Geral não se estão a eleger 3 representantes dos professores e investigadores, mas sim 12!
Ou talvez os académicos, tão afastados têm estado da vivência democrática, só conseguem entender a lógica "do chefe". O que é um facto, é que a personificação da lista no cabeça de lista do seu líder, o António Cunha, parece ter dado resultado. Já no caso da lista A parece não ter dado tanto resultado. Quererá isto dizer que na confusão que se instalou sobre as funções do Conselho Geral, tendo ficado só a noção que era o orgão que elegia o Reitor, as eleições serviram para plebiscitar o futuro Reitor da UM?
A lista B, propositadamente, não tinha um cabeça de lista "reitorável", precisamente para mostrar que não era disso que se tratava nesta eleição. Pelos vistos, foi ingenuidade pensar que a Academia estaria preparada para eleger um corpo de docentes, quando a maioria o que queria era marcar já uma posição na eleição do Reitor.
Não se pode no entanto culpar a Academia por querer eleger o Reitor. Seria muito mais democrático se assim fosse, e não estaria a eleição entregue a um "colégio eleitoral", que ainda por cima tem elementos não eleitos pela Academia, os membros externo. Pode-se argumentar que estes membros ao serem cooptados seriam dessa forma eleitos indirectamente. Nada mais ilusório. A cooptação destes membros será alvo de negociações entre as várias listas e eles poderão não representar a proporcionalidade das listas no CG. Essa é a próxima função do Conselho Geral e será interessante verificar se representam proporcionalmente as listas ou não.
terça-feira, março 03, 2009
O Resultado da eleição para o CG
Não é engano, o título é mesmo o resultado e não "os resultados".
Porquê? Analisando os resultados agora divulgados pela Reitoria, em termos percentuais a lista C ganhou com 48,5% dos votos, embora não com maioria absoluta como anunciado pela lista.
Mas na realidade o que se verifica é um empate efectivo entre a lista C, mais conotada com o estado actual da UM, com 6 lugares no Conselho Geral, e as outras duas listas com um total de 6 lugares (4 da lista A e 2 da lista B)que se reclamam da "oposição" à hierarquia dominante na UM.
Por isso o resultado que vai emergir nas várias votações que vão ocorrer no CG vai depender dos outros corpos, os estudantes (4), os membros cooptados (6) e o único funcionário eleito (1). Fazendo um pouco de futurologia, sabendo que os membros cooptados estarão "grosso-modo" proporcionalmente representados pelas listas, quem vai fazer a diferença serão os estudantes, uma vez que 1 voto do funcionário facilmente será absorvido pelos 4 votos dos estudantes.
Com este aparente equilibro de forças o "status quo" poderá manter-se por mais cinco anos e meio, assim os estudantes o queiram.
Vamos aguardar um ano e meio pela saída do Reitor para ver se assim vai ser.
Estamos nas mãos deles ou doutros que tomarão o seu lugar.
É quase aberrante uma Universidade depender dos estudantes nas decisões que quase só dizem respeito aos Professores e funcionários (financiamento do qual 90% são salários, ligação ao exterior, etc..é só ver s atribuições do reitor!). Para os alunos existem os Conselhos Pedagógico em que têm paridade com os professores e o Senado.
É caso para dizer: porque não têm os professores um voto também na Associação de Estudantes? A relevância é quase a mesma que a presença dos estudantes no C.G. (Ao menos podiam ter uma palavra a dizer sobre os excessos que se fazem nas praxes!).
Mas quem fez o RJIES e os Estatutos não imaginou que poderia haver situações de empate ente professores/investigadores? Não imaginava que uma Universidade, como foi o caso da UM, decidiu atribuir ao CG o poder de fixar as propinas?
Poderão os alunos negociar as propinas como contrapartida para outras negociações em cima da mesa? E o financiamento da UM como fica? Com propinas zero por exemplo? Quantos professores/investigadores vão para a rua agora que com o novo Estatuto todos prevêem que em tudo vai ser igual ao das carreiras da Função Pública, podendo fechar serviços e dispensar pessoal desses serviços?
O Ministro não pensou nisso ou é uma forma maquiavélica de conseguir dispensar pessoal?
Ficamos na dúvida.
Porquê? Analisando os resultados agora divulgados pela Reitoria, em termos percentuais a lista C ganhou com 48,5% dos votos, embora não com maioria absoluta como anunciado pela lista.
Mas na realidade o que se verifica é um empate efectivo entre a lista C, mais conotada com o estado actual da UM, com 6 lugares no Conselho Geral, e as outras duas listas com um total de 6 lugares (4 da lista A e 2 da lista B)que se reclamam da "oposição" à hierarquia dominante na UM.
Por isso o resultado que vai emergir nas várias votações que vão ocorrer no CG vai depender dos outros corpos, os estudantes (4), os membros cooptados (6) e o único funcionário eleito (1). Fazendo um pouco de futurologia, sabendo que os membros cooptados estarão "grosso-modo" proporcionalmente representados pelas listas, quem vai fazer a diferença serão os estudantes, uma vez que 1 voto do funcionário facilmente será absorvido pelos 4 votos dos estudantes.
Com este aparente equilibro de forças o "status quo" poderá manter-se por mais cinco anos e meio, assim os estudantes o queiram.
Vamos aguardar um ano e meio pela saída do Reitor para ver se assim vai ser.
Estamos nas mãos deles ou doutros que tomarão o seu lugar.
É quase aberrante uma Universidade depender dos estudantes nas decisões que quase só dizem respeito aos Professores e funcionários (financiamento do qual 90% são salários, ligação ao exterior, etc..é só ver s atribuições do reitor!). Para os alunos existem os Conselhos Pedagógico em que têm paridade com os professores e o Senado.
É caso para dizer: porque não têm os professores um voto também na Associação de Estudantes? A relevância é quase a mesma que a presença dos estudantes no C.G. (Ao menos podiam ter uma palavra a dizer sobre os excessos que se fazem nas praxes!).
Mas quem fez o RJIES e os Estatutos não imaginou que poderia haver situações de empate ente professores/investigadores? Não imaginava que uma Universidade, como foi o caso da UM, decidiu atribuir ao CG o poder de fixar as propinas?
Poderão os alunos negociar as propinas como contrapartida para outras negociações em cima da mesa? E o financiamento da UM como fica? Com propinas zero por exemplo? Quantos professores/investigadores vão para a rua agora que com o novo Estatuto todos prevêem que em tudo vai ser igual ao das carreiras da Função Pública, podendo fechar serviços e dispensar pessoal desses serviços?
O Ministro não pensou nisso ou é uma forma maquiavélica de conseguir dispensar pessoal?
Ficamos na dúvida.
Subscrever:
Mensagens (Atom)