sábado, maio 11, 2013

O ensino em inglês para brasileiros

O conselho de reitores veio a público protestar pelo facto de os alunos oriundos do Brasil irem agora ser encaminhados para os EUA e outros países onde se ensina em inglês. Não sei qual é o grande problema que se pensa existir. Fala-se em perdas de propinas mas os alunos brasileiros pagam  mesmo que os portugueses e não serão em número tão elevado que faça assim tanta mossa nas contas das Universidades. Fala-se também em perda de ligação cultural. Talvez haja um pouco de perda nesse sentido, embora seja difícil de antever. Depende muito se alguns destes alunos no futuro chegue a um lugar relevante na cultura brasileira, De outro modo, não será diferente de outros brasileiros que se encontram em Portugal a trabalhar. Também se receia um "downgrade" do ranking mundial das universidades portuguesas. Neste caso, receia-se mais a imagem do que a realidade, porque de facto não são os alunos brasileiros que contribuem de alguma forma significativa com o nível de publicações, patentes ou outras manifestações científicas ou mesmo culturais (livros, pintura, design e outras manifestações de cultura) oriundos das universidade portuguesas. Infelizmente sabemos que muitos dos alunos brasileiros não são muito diferentes dos alunos de Erasmus na sua atitude, ou seja, primeiro conhecer o País, nesta caso a Europa, conviver, que no caso dos brasileiros acaba mais por ser entre eles do que com outras nacionalidades, e só depois vêm os estudos. Para as universidades, isto não as preocupa, por isso deixem-se de hipocrisias. Se os estudantes saírem com um canudo, não interessa se aprenderam alguma coisa ou não. Não são da nossa responsabilidade. É essa no intimo a atitude dos professores perante o interesse final dos alunos brasileiros, que é o canudo, seja com uma boa nota ou não. Este é o meu pressentimento embora não tenha provas. Não é possível com o tempo que eles estão cá e a preparação deficiente que trazem, fazer muito mais do que esperar que pelo menos saiam com um diploma, porque disso depende o futuro destes jovens no país deles e o professor não terá que explicar porque não o passou, quando interrogado por estas instituições que se preocupam tanto com os resultados na pauta e agora também com a  imagem das suas instituições e do país. "Let it go" e procurem alternativas. Se os brasileiros não querem, há quem queira. Há sempre!
O Ministro da Ciência do Brasil afirma que a razão de mudarem o rumo dos seus bolseiros para países como os EUA é para os bolseiros brasileiros aprenderem inglês ao mesmo tempo que tiram os seus mestrados e doutoramentos. Muitos acham que é desculpa. Muitos desconfiam que os responsáveis brasileiros não consideram que se desenvolverão científicamente com o que se aprende em Portugal. Uma coisa que já devíamos saber é o Brasil não olha para a língua portuguesa e para o seu património como os portugueses. Foram ensinados na escola que os portuguese estragaram o Brasil depois de o descobrir, matando índios e instaurando um sistema burocrático e paralisador que impediu o seu desenvolvimento. Os EUA por outro lado, foram desenvolvidos por colonos que não tinham nem a burocracia nem o atraso dos portugueses, misturando- se aqui um pouco o fator cultural de um povo com a religião católica, considerada também imobilizadora. Pois pode muito bem ter algum fundo de verdade, pois Portugal também sofreu e sofre estes constrangimentos. Mas ninguém deve renegar os seus pais por serem isto ou aquilo, e muito menos por serem mais pobres que outros. Os filhos desenvolvem-se segundo as suas próprias capacidades e não podem culpar os pais pelas suas falhas ao longo da vida. Assim são as nações.
O inglês é importante mas se os brasileiros não têm a facilidade de outros povos em falar inglês, o problema é seu e não dos seus antepassados, uma vez que estes desenrascam-se muito bem nesta como noutras línguas.

domingo, abril 28, 2013

Lisboa, Porto e resto do País

Porquê que os media nomeadamente a televisão, incluindo a RTP paga por todos nós, tratam o resto do País como se de parolos se tratassem e alimentam-nos com festas e festarolas em que a chamada musica pimba impera? Até parece que querem manter o interior ignorante reservando para as duas maiores cidades o País culturalmente superior, tendo o CCB e a Casa da Música a como bolsas culturais num país culturalmente desertificado. Mesmo em cidades de dimensão intermédia,  como Braga e  Guimarães, os sucedâneos destes dois bastiões da cultura, como o Teatro Circo e o Palácio Vila Flôr não têm nada que se pareça em termos de programação cultural. Foram no entanto feitos esforços pelos presidentes das camaras destas duas cidades para ter algo parecido que facultasse estas cidades de algumas atividades culturais. Com a aproximação das autárquicas, será bom que se pense nesta vertente, a cultural, porque com os cortes na cultura, do governo não virá nada, e se vier será para as duas grandes cidades como sempre foi (não consta que o CCB tenha sido financiado com fundos da câmara de Lisboa nem a casa da música pela câmara do Porto !).
Há outra vertente, a das obra públicas, que têm unicamente beneficiado estas duas cidades, mas pagas por todos nós, como são os metros do Porto e de Lisboa. O mais escandaloso são estas negociações que estas empresas fizeram, os chamados "swaps", que nos irão penalizar ainda mais. São os juros especulativos, a serem pagos aos bancos, que já forma denunciados por todos, governo e oposição, que nos vão particularmente penalizar. Isto para os utentes destas das cidades terem um sistema de transporte que é muito mais barato que os praticado pelos TUB, os transportes de Braga, por exemplo.
Isto para concluir que a captação de pessoas para os distritos de Braga e Guimarães, será mais difícil do que para Lisboa e Porto. Com meios culturais mais pobres, as profissões como médicos por exemplo, vão privilegiar estas duas cidades, e com os transportes mais baratos e melhores, as universidades também são prejudicadas por tudo isto: os aluno pagam menos em Lisboa e Porto o que também conta para a sua escolha.
As Universidades e os serviços (saúde, tribunais, etc) destas duas cidades intermédias, Braga e Guimarães, ficarão sempre para trás se não se investir na cultura e nos transportes. A crise não pode servir de desculpa. Há outras formas de poupar dinheiro.

terça-feira, abril 16, 2013

A escrita inteligente

Escrever com escrita inteligente como é o caso deste post, tem as suas vantagens por acabar o que começamos e de corrigir automaticamente o que escrevemos. No entanto tornamo-nos preguiçosos e descuidados com o que escrevemos. Não sendo uma ferramenta de ensino, não se aprende nada com ela. Faz-me lembrar algum do ensino que se faz por cá. A internet serve como a escrita inteligente nos trabalhos que muitos alunos apresentam e muito professores (não ) corrigem. Escreve-se uma palavra chave e já está: o texto aparece-nos à nossa frente para completar a nossa palavra chave e daí  a aparecer um texto completo, que depois e uma questão de fazer um rearranjo para não ser detetado ou uma tradução caso seja em português, e também assim evitar a detecção de plágio.
Vivemos num mundo de facilitismos e quando as coisas se complicam não temos como fazer face a elas. Por isso aqueles que aparentam ser os melhores alunos, no mundo real não são os melhores profissionais. Sempre disse isso aos alunos e não será necessário dize-lo lá fora no mundo empresarial porque os empresários já conhecem esta realidade. Mas a culpa não e dos bons alunos, mas sim dos pais, que querem mostrar os êxitos dos filhos como sendo os seus, como se de trofeus se tratassem. Há excepções em alguma profissões mais cientificas, como médicos, biólogos, físicos, etc. Mas quando tanto se fala de empreendedorismo, esquecem-se que o melhor empreendedor será o que tem menos currículo por não ter os argumentos que um bom aluno com uma boa nota tem, para se acomodar num emprego estável e com futuro. Pelo menos era assim antes, porque agora têm que ser quase todos empreendedores porque empregos estáveis não há e com futuro...bem, só se o governo e a troika se forem embora antes que acabem com o futuro deste pais. E assim foi a primeira experiência da escrita inteligente...ou pouco inteligente, depende da perspectiva. O acordo ortográfico também não faz ainda parte desta escrita inteligente talvez para disfarçar a falta de acentos nos as e és, ou talvez seja um snob da escrita que o impingiu ao Steve Jobs  ou ao sósia que o substituiu. E já chega de escrita "inteligente" porque essa e para gente preguiçosa, e assim acabo por onde comecei.