Todos os anos vou ao Algarve mas ao contrário de muitos portugueses só vou por 3 ou 4 dias, para dar uns mergulhos na água mais quente de Portugal e para rever amigos e familiares que por lá também andam. Já lá vão os tempos em que passava duas semanas de praia intensa, normalmente em Cabanas de Tavira. Gosto mais daquele lado do Algarve por ter a Ria Formosa pelo meio, o que nos obriga a atravessá-la de barco para chegar à costa, em si uma experiência agradável. Nos últimos anos alternei com a Manta Rota, para não perder tempo a atravessar a Ria e para não ter que esperar pelo barco. Embora esta praia seja também muito agradável com água a temperaturas muito confortáveis, a muita gente que lá vai, faz desta praia uma espécie de aglomerados de corpos dispostas entre as zonas concessionadas como se fossem sardinhas em lata. Claro está que eu ia para a periferia destas zonas mas mesmo assim tinha que colar-me aos guardas-sol num dos lados. Não sei como celebridades como o Passos Coelho escolhe esta praia para passar férias mas suponho que não terá que ir para a periferia das zonas não concessionadas para espetar a sua sombrinha ou guarda-sol.
Este ano decidi voltar a atravessar a Ria, desta vez na Fuseta (ou Fuzeta) uma vez que a travessia é muito rápida e os barcos partem todos os 15 minutos e demoram também 15 minutos a atravessar a Ria. A praia, que eu não conhecia, é excelente e melhorou muito desde que as casas e barracos forma deitados a baixo pelo temporal e agora pelos bulldozers. Recomendo vivamente esta praia a quem não procure celebridades, porque não as há. Ora os 15 minutos fazem-me ainda lembrar o bocado das férias que se seguiu que era um viagem à Escócia, aproveitando umas milhas e fazendo as reservas em hotéis pela internet, portanto umas "self-catering holidays" duma semana.
Acontece que os bilhetes foram marcados para Londres com mudança em aeroportos diferentes, Heathrow e Gatwick, para seguir para Edinburgo. O vôo chegou atrasado a Heathrow e o tranfer seria por nossa conta, tendo eu que adquirir os bilhetes num guiché da National Express, perdendo algum tempo para tal e correr para o autocarro que partia todos os 15 minutos. Claro que quando chegámos a Heathrow o check-in já tinha fechado há 15 minutos. Felizmente "deram-nos" bilhetes para o vôo seguinte.
Sobre as férias não vou dizer muito somente referir que gostei bastante o suficiente para querer voltar. Além de Edinburgo ser um cidade espantosa, toda em pedra sem edifícios como as Amoreiras em Lisboa a estragar a fotografia, havia o "Fringe Festival de Edinburgo" que dá para todos os gostos (fomos só ver uma peça de teatro mas há quem vá todos os dias a mais que um espectáculo).O único senão é a multidão, muito como na Manta Rota, só que vestida e entalada numa Avenida conhecida pro Royal Mile, em vez de entalada entre zonas concessionadas de "Royal Sand" (único sítio onde se vê areia). Á volta partimos para Londres-Heathrow e chegámos atrasados 15 minutos. Foi o suficiente para perder o autocarro que nos levara a Gatwick porque mesmo com o bilhete pré-comprado obrigaram-me a ir para a fila comfirmar o lugar, quando não havia lugares marcados! O autocarro que apanhámos ia vazio o que significa que o exercício de marcar o lugar foi dispensável. Quando chegámos a Gatwick a mesma história: perdemos o avião, por 15 minutos (a funcionária disse que o check-in tinha fechado há 20 minutos, mas eu quero crer que sendo sexta feira 13, tinha sido mesmo há 15 minutos). Depois de muito argumentar, emitiram novos bilhetes para o dia seguinte, mas não deram voucher para o hotel argumentando que 3 horas é tempo suficiente para mudar de aeroporto. Gostaria que alguém da TAP fizesse o exercício de mudar de aeroporto nas circunstâncias que enfrentámos para provar que é possível. A propósito a TAP não permite fazer o check-in directo de Edinburgo para o Porto, porque não se responsabilizam da bagagem chegar a tempo na mudança de aeroporto! Mas para os passageiros já admitem que é perfeitamente possível. Façamos as contas: a viagem leva 1 hora e meia de autocarro; o check-in tem que ser pelo menos meia hora antes. Esperar pela mala, ir para a fila confirmar o bilhete, outra meia hora. Resta-nos meia hora de corrida entre terminais, isto se não houver atrasos nos aviões, o que no nosso caso aconteceu, tanto na ida como na vinda.
Mas resta-nos a consolação que nos puseram sempre no voo seguinte, o que não me aconteceu quando viajei com a Easy-jet, pelo simples motivo que as low-cost estão sempre cheias. Dessa vez, em Junho, fiquei em terra.
domingo, agosto 15, 2010
domingo, julho 25, 2010
Avaliação de docentes na Escola de Engenharia: recuo nos avaliadores e "ponderação" ao estilo de Bolonha
Após discussão em plenário e análise de propostas de alteração, a Escola de Engenharia propôs outro documento em que se nota que houve um recuo na divergência que havia com o documento geral de avaliação, o RAD-UM, que serviu de base à elaboração do RAD-EEUM, nomeadamente no que respeitava aos avaliadores. O bom senso prevaleceu e já não são os Directores de departamento que avaliam os docentes. Tal como já foi aqui escrito, seria também uma aberração em termos de ECDU, uma vez que os Directores de Departamentos, poderiam não ser da mesma área específica do avaliado e poderiam ter um grau inferior ao avaliado. Os avaliadores são agora, tal como estipula o documento de base, o RAD-UM, Professores catedráticos nomeados pela Comissão avaliadora. Espera-se que agora o documento seja rapidamente homologado, uma vez que não há discrepâncias de maior com o documento base, o que será positivo para os docentes que já estão há muito à espera da subida de escalão, congelada que foi durante anos pelo senhor Ministro da tutela. A nova condição para a mudança de escalão é que tenham excelente durante duas avaliações consecutivas ou quando somarem 9 pontos, que será na maior parte dos casos obtida em três avaliações consecutivas (antes a subida era automática).
A ponderação também foi alterada em alguns critérios, sendo aqueles que provocaram mais discussão no plenário os que mais se alteraram. Assim, no que respeita ás publicações científicas, o número de autores tem mais peso na alteração da pontuação que antes, chegando aos 50% de ponderação para 4 autores o que estará mais de acordo com o que de facto acontece, uma vez que com mais de dois autores, um sendo o autor e o outro o "supervisor", o trabalho de todos dificilmente terá o mesmo grau de empenho e execução, para não falar de iniciativa e grau de dificuldade, que o trabalho de um só autor. Haverá sempre um grau de injustiça quando um autor trabalha mais que os outros e todos são contemplados da mesma forma, mas cabe ao autor principal evitar que isso aconteça, não recorrendo a terceiros que exijam que o seu nome faça parte da publicação. Cabe também ao supervisor não fazer esse exercício de trocar nomes entre equipas, só com o intuito de multiplicar o número de publicações. Essa prática tem vindo a ser mais comum nos últimos anos em grandes equipas, com a consequente inflação de publicações para alguns, que aparecem com centenas de publicações sem muitas vezes terem tido qualquer interferência no trabalho. Seria até mais justo que a ordenação dos autores pesasse na classificação final. Por exemplo, seguindo a norma instalada que o primeiro da lista de autores foi quem fez grande parte do trabalho e o último é o supervisor ou o "chefe" da equipa, o primeiro autor teria o uma ponderação de 50%, o último (supervisor que supostamente teve a ideia do trabalho e orientou) 25%, e os restantes 25% seriam divididos pelos restantes autores. Mas enfim, a proposta já é bastante mais justa do que anteriormente, e quanto mais "entropia" se mete no sistema mais complicado se torna, e isso também não ajuda nada à distinção entre quem realmente vale uma classificação de "excelente" e quem através de uma infinidade de critérios conseguiu lá chegar, sem realmente o merecer. Isto é o que acontece, após Bolonha, cada vez mais na avaliação dos alunos com a proliferação de trabalhos em detrimento de testes e exames. Há uma maior subjectividade na análise de trabalhos (dissertações) do que em testes e exames, disso não há dúvida, e com todas as componentes que constituem a avaliação, incluindo a autoavaliação dos alunos, a dissertação em si, a apresentação, "a presença em palco" e outras componentes que os docentes se lembrem de introduzir, acabam quase todos por ter a mesma nota. Na Avaliação dos docentes com tantas componentes pode acontecer o mesmo, com quase todos os docente nivelados (por cima ou por baixo, mas desconfio que será por cima). Por exemplo na componente de investigação há 15 possibilidades de pontuação, havendo mesmo equivalências estranhas, como a equiparação dum artigo numa publicação internacional a um "artigo" numa publicação dum livro de Actas duma conferência internacional, desde que estejam ambas no ISI web of knowledge, como se um artigo que é examinado por vários "referees" ao pormenor se comparasse com uma apresentação numa conferência, transcrita para um livro da Actas, em que na maioria dos casos a Comissão Científica da conferência limita-se a verificar a relevãncia do "abstract" para o tema da conferência e a confirmar idoniedade dos autores. No caso dos docentes ainda há a possibilidade de alternativa de escolha na ponderação (ensino/investigação é a mais óbvia, sendo que o docente escolhe aquela que mais lhe convém), o que "corrige" desvios para classificações inferiores.
Mas enfim, podemos dizer que o Ministro teve aquilo que merecia, ao retirar a subida de escalão automática de escalão por razões economicistas, pois quem faz a avaliação não está a pensar nesses termos, mas tão só em passar por mais esta burocracia sem fazer "muitas ondas".
A ponderação também foi alterada em alguns critérios, sendo aqueles que provocaram mais discussão no plenário os que mais se alteraram. Assim, no que respeita ás publicações científicas, o número de autores tem mais peso na alteração da pontuação que antes, chegando aos 50% de ponderação para 4 autores o que estará mais de acordo com o que de facto acontece, uma vez que com mais de dois autores, um sendo o autor e o outro o "supervisor", o trabalho de todos dificilmente terá o mesmo grau de empenho e execução, para não falar de iniciativa e grau de dificuldade, que o trabalho de um só autor. Haverá sempre um grau de injustiça quando um autor trabalha mais que os outros e todos são contemplados da mesma forma, mas cabe ao autor principal evitar que isso aconteça, não recorrendo a terceiros que exijam que o seu nome faça parte da publicação. Cabe também ao supervisor não fazer esse exercício de trocar nomes entre equipas, só com o intuito de multiplicar o número de publicações. Essa prática tem vindo a ser mais comum nos últimos anos em grandes equipas, com a consequente inflação de publicações para alguns, que aparecem com centenas de publicações sem muitas vezes terem tido qualquer interferência no trabalho. Seria até mais justo que a ordenação dos autores pesasse na classificação final. Por exemplo, seguindo a norma instalada que o primeiro da lista de autores foi quem fez grande parte do trabalho e o último é o supervisor ou o "chefe" da equipa, o primeiro autor teria o uma ponderação de 50%, o último (supervisor que supostamente teve a ideia do trabalho e orientou) 25%, e os restantes 25% seriam divididos pelos restantes autores. Mas enfim, a proposta já é bastante mais justa do que anteriormente, e quanto mais "entropia" se mete no sistema mais complicado se torna, e isso também não ajuda nada à distinção entre quem realmente vale uma classificação de "excelente" e quem através de uma infinidade de critérios conseguiu lá chegar, sem realmente o merecer. Isto é o que acontece, após Bolonha, cada vez mais na avaliação dos alunos com a proliferação de trabalhos em detrimento de testes e exames. Há uma maior subjectividade na análise de trabalhos (dissertações) do que em testes e exames, disso não há dúvida, e com todas as componentes que constituem a avaliação, incluindo a autoavaliação dos alunos, a dissertação em si, a apresentação, "a presença em palco" e outras componentes que os docentes se lembrem de introduzir, acabam quase todos por ter a mesma nota. Na Avaliação dos docentes com tantas componentes pode acontecer o mesmo, com quase todos os docente nivelados (por cima ou por baixo, mas desconfio que será por cima). Por exemplo na componente de investigação há 15 possibilidades de pontuação, havendo mesmo equivalências estranhas, como a equiparação dum artigo numa publicação internacional a um "artigo" numa publicação dum livro de Actas duma conferência internacional, desde que estejam ambas no ISI web of knowledge, como se um artigo que é examinado por vários "referees" ao pormenor se comparasse com uma apresentação numa conferência, transcrita para um livro da Actas, em que na maioria dos casos a Comissão Científica da conferência limita-se a verificar a relevãncia do "abstract" para o tema da conferência e a confirmar idoniedade dos autores. No caso dos docentes ainda há a possibilidade de alternativa de escolha na ponderação (ensino/investigação é a mais óbvia, sendo que o docente escolhe aquela que mais lhe convém), o que "corrige" desvios para classificações inferiores.
Mas enfim, podemos dizer que o Ministro teve aquilo que merecia, ao retirar a subida de escalão automática de escalão por razões economicistas, pois quem faz a avaliação não está a pensar nesses termos, mas tão só em passar por mais esta burocracia sem fazer "muitas ondas".
terça-feira, julho 20, 2010
Plenário da Escola de Engenharia sobre Regulamento de Avaliação dos Docentes
Ontem, segunda-feira, houve um plenário para apresentação e colocação de questões sobre o RAD-EEUM, o regulamento da Escola de Engenharia para a Avaliação dos docentes. O documento é extenso e bastante completo no que respeita a fórmulas de cálculo e o tipo de produção científica, pedagógica e de extensão universitária, que poderá ser apresentada como currículo (curiosamente o único tipo de produção científica que não é considerado é a publicação em livros e revistas nacionais, o que diz muito sobre a nossa auto-estima). Pode-se dizer que quem fez o documento teve a preocupação da objectividade e o resultado poderia ser realmente uma avaliação objectiva, uma vez que tudo tem uma classificação, desde o artigo numa revista internacional de grande prestígio à apresentação em conferências internacionais, desde que faça parte das Actas de conferência ( proceedings). O problema é que, segundo o que percebi quando coloquei uma questão sobre ponderação e um comentário sobre actas (proceedings), toda esta objectividade cai por terra quando se abre a malha e se permite que a ponderação seja à medida do freguês (em linguagem de merceeiro, já que as fórmulas também são de "papel e lápis"). Salvaguardando a minha possível má interpretação, percebi que o mais importante em todo este processo, não era avaliar rigorosamente o docente, mas antes avaliar a auto-avaliação do docente, que não é exactamente a mesma coisa. Assim, foi exemplificado que se um docente é mais forte numa determinada componente da avaliação, ele próprio confere a ponderação máxima a essa componente para assim obter a pontuação máxima. Por exemplo, a ponderação da componente científica vai de 20% a 60% e a componente pedagógica também vai de 20% a 60%. Um docente que tenha muitas aulas, tenha feito uns textos pedagógicos (ou copiado os antigos pois não há um controle em relação a isso) e tenha uma avaliação dos alunos muito positiva (poderá até ser por ter distribuído notas altas a todos antes de ser avaliado), mas não tem qualquer publicação científica em três anos e terá um ou dois proceedings e umas presenças em júris do 2º e 3º ciclo (até poderá ser por nomeação..), escolherá a ponderação 20% para a componente científica e 60% para a componente pedagógica. Outro docente que seguindo as regras actuais (e não as que são propostas pela Informática de equiparar alguns proceedings a publicações em revista internacionais) e tem vários artigos em revistas internacionais, deu as suas aulas que tem que tal como o colega do exemplo anterior, fez os apontamento tal como o colega, mas não relevou esta componente porque acredita que a excelência está na componente científica e não no que é pago para fazer (ensinar), porá a ênfase nesta componente atribuindo à componente científica 60% e à pedagógica 20%. Considerando que a outra componente de gestão e extensão universitária será equivalente para ambos os casos, e que seja relevante, podemos ter a mesma classificação de excelente para os dois casos.
Mesmo considerando que a componente pedagógica é tão importante como a científica, só o facto de ela não poder ser objectivamente avaliada, pelas razões já apontadas (entre parêntesis), seria razão suficiente para não considerá-las da mesma forma. Outra razão seria a de que um docente é pago para dar aulas e pode passar uma carreira inteira, desde que tenha conseguido a nomeação definitiva, sem fazer qualquer investigação podendo mesmo não pôr os pés na Universidade indo para casa ou para outras actividades, logo após as aulas. No entanto pode por este processo de avaliação ter uma boa classificação, eventualmente excelente, e ultrapassar na promoção de escalões outros que fazendo investigação e dando aulas, não foram tão inventivos em relação à apresentação da componente pedagógica nem tiveram tantos lugares em júri atribuído pelo director de curso, por exemplo.
Se a Escola de Engenharia pretende como foi apresentado no programa eleitoral ser uma das melhores do País, não pode seguir por esta via da Avaliação dos docentes, pela simples razão que está a retirar o incentivo à investigação científica e a pactuar com os que se refugiam em inúmeras tarefas ditas pedagógicas por não terem iniciativa nem capacidade para fazer investigação. Alguns destes estarão já em lugares que influenciam a decisão sobre o regulamento, deturpando todo o processo à nascença e conforme a sua medida. O facto da avaliação dos docentes da Escola ser proposta para ser efectuado pelos Directores dos Departamentos, fazendo tábua rasa do ECDU e do próprio regulamento geral da UM, o RAD-UM, que estipula que se siga a hierarquia e que sejam os mais graduados (neste caso os Professores Catedráticos), a avaliar os outros, vai no mesmo sentido, e desconfio que foi proposto pelas mesmas pessoas que sugeriram que a componente pedagógica fosse tão relevante como a componente científica, porque quem fez as duas propostas, será sempre alguém que não segue o ECDU, e muito provavelmente será alguém, que não sendo Professor Catedrático, ocupa um lugar relevante da orgânica da Escola. Os Professores Catedráticos devem ser avaliados tal como todos os outros, isso não está em causa. O que está em causa é que para todos os docentes, a avaliação deve ser feita por um especialista na matéria que tenha dado provas que o é, seja Catedrático ou não, e não por alguém que se limita a fazer as contas e a atribuir uma classificação segundo as fórmulas, mas alguém que entenda se uma revista científica é relevante, se uma acta (proceedings) é duma conferência de prestígio e se o assunto que o docente foca é relevante e está enquadrado na linha de investigação do Centro e na componente pedagógica saber avaliar se os textos pedagógicos são novos e de boa qualidade. Claro que as revistas e as conferências que aparecem no ISIS com um factor de impacto razoável, podem ser também “somadas” por quem se limita a fazer as contas. Mas mesmo assim há um factor de correcção, que deve ser atribuído pelo docente mais graduado nessa área. No caso da proposta da Escola de Engenharia, existe esse factor, que pode ser uma multiplicação por 1,15, mas também é atribuído pelo Director de Departamento!
È compreensível que a classificação dos docentes não deve ser utilizada para penalizar os docentes na sua progressão pelos escalões remuneratórios e por isso compreende-se que se dê muita atenção à auto-avaliação feita pelo próprio. No entanto, o avaliador deve fazer o seu papel, tendo em conta não só a avaliação do candidato mas os seus próprios critérios. Senão a avaliação em vez de permitir que os docentes progridem, terá o efeito de quase todos serem excelentes e o resto muito-bons, como o era na classificação de funcionários antes do SIADAP. Se não há quotas como há para os funcionários, em que 5% podem ser excelentes, por exemplo, essas quotas aparecerão como consequência da contenção orçamental que perdurará por muitos anos, e então não sei como se vai distinguir entre tantos excelentes, para saber quais serão os x% de excelentes que são super-excelentes!
Mesmo considerando que a componente pedagógica é tão importante como a científica, só o facto de ela não poder ser objectivamente avaliada, pelas razões já apontadas (entre parêntesis), seria razão suficiente para não considerá-las da mesma forma. Outra razão seria a de que um docente é pago para dar aulas e pode passar uma carreira inteira, desde que tenha conseguido a nomeação definitiva, sem fazer qualquer investigação podendo mesmo não pôr os pés na Universidade indo para casa ou para outras actividades, logo após as aulas. No entanto pode por este processo de avaliação ter uma boa classificação, eventualmente excelente, e ultrapassar na promoção de escalões outros que fazendo investigação e dando aulas, não foram tão inventivos em relação à apresentação da componente pedagógica nem tiveram tantos lugares em júri atribuído pelo director de curso, por exemplo.
Se a Escola de Engenharia pretende como foi apresentado no programa eleitoral ser uma das melhores do País, não pode seguir por esta via da Avaliação dos docentes, pela simples razão que está a retirar o incentivo à investigação científica e a pactuar com os que se refugiam em inúmeras tarefas ditas pedagógicas por não terem iniciativa nem capacidade para fazer investigação. Alguns destes estarão já em lugares que influenciam a decisão sobre o regulamento, deturpando todo o processo à nascença e conforme a sua medida. O facto da avaliação dos docentes da Escola ser proposta para ser efectuado pelos Directores dos Departamentos, fazendo tábua rasa do ECDU e do próprio regulamento geral da UM, o RAD-UM, que estipula que se siga a hierarquia e que sejam os mais graduados (neste caso os Professores Catedráticos), a avaliar os outros, vai no mesmo sentido, e desconfio que foi proposto pelas mesmas pessoas que sugeriram que a componente pedagógica fosse tão relevante como a componente científica, porque quem fez as duas propostas, será sempre alguém que não segue o ECDU, e muito provavelmente será alguém, que não sendo Professor Catedrático, ocupa um lugar relevante da orgânica da Escola. Os Professores Catedráticos devem ser avaliados tal como todos os outros, isso não está em causa. O que está em causa é que para todos os docentes, a avaliação deve ser feita por um especialista na matéria que tenha dado provas que o é, seja Catedrático ou não, e não por alguém que se limita a fazer as contas e a atribuir uma classificação segundo as fórmulas, mas alguém que entenda se uma revista científica é relevante, se uma acta (proceedings) é duma conferência de prestígio e se o assunto que o docente foca é relevante e está enquadrado na linha de investigação do Centro e na componente pedagógica saber avaliar se os textos pedagógicos são novos e de boa qualidade. Claro que as revistas e as conferências que aparecem no ISIS com um factor de impacto razoável, podem ser também “somadas” por quem se limita a fazer as contas. Mas mesmo assim há um factor de correcção, que deve ser atribuído pelo docente mais graduado nessa área. No caso da proposta da Escola de Engenharia, existe esse factor, que pode ser uma multiplicação por 1,15, mas também é atribuído pelo Director de Departamento!
È compreensível que a classificação dos docentes não deve ser utilizada para penalizar os docentes na sua progressão pelos escalões remuneratórios e por isso compreende-se que se dê muita atenção à auto-avaliação feita pelo próprio. No entanto, o avaliador deve fazer o seu papel, tendo em conta não só a avaliação do candidato mas os seus próprios critérios. Senão a avaliação em vez de permitir que os docentes progridem, terá o efeito de quase todos serem excelentes e o resto muito-bons, como o era na classificação de funcionários antes do SIADAP. Se não há quotas como há para os funcionários, em que 5% podem ser excelentes, por exemplo, essas quotas aparecerão como consequência da contenção orçamental que perdurará por muitos anos, e então não sei como se vai distinguir entre tantos excelentes, para saber quais serão os x% de excelentes que são super-excelentes!
segunda-feira, julho 19, 2010
As SCUTS e o interior
As SCUTS foram inicialmente propostas, entre outras razões, como um incentivo para as empresas e populações se fixarem no interior do País. Mais tarde, ou em simultâneo, fizeram-se SCUTS que davam muito jeito às populações da costa. Agora quem mais se queixa são as populações da costa! Está-se a ver que não se pode neste País planear seja o que for com alguma lógica. E quando se planeia e executa já é tarde. Da população dos aldeias do interior pouco resta, estando a maioria da população mais jovem emigrada. As SCUTS que não vão em direcção a Espanha, por onde passa o tráfego internacional de mercadorias, têm um movimento muito reduzido precisamente porque passa por zonas escassamente povoadas. As suas populações viajam agora de companhia aéreas de "low-cost", para a Suiça, França, Luxemburgo e outros países onde estão emigrados, a preços que podem ficar abaixo de muitas portagens que estão planeadas para essas SCUTS. Que já vieram tarde e não vão cumprir o objectivo de povoar o interior é mais que certo. Mas enfim, pode-se aceitar que outras actividades como o turismo aumentará com estas vias de comunicação mais rápidas e que as SCUTS do interior já beneficiaram o desenvolvimento das cidades intermédias do interior, como se pode ver numa visita a Viseu, Vila Real ou mesmo Bragança que embora não esteja ainda completada, o que já está construído facilita muito o acesso.
Mas pode-se por exemplo dizer que as cidades que beneficiaram de SCUTS no litoral beneficiaram da mesma forma? Penso que não, ao contrário, tornaram-se satélites das cidades donde originam as SCUTS, e algumas mais próximas mesmo dormitórios, como Vila do Conde em relação ao Porto. Por isso diria que a intenção original estava correcta: as SCUTS só faziam sentido para o desenvolvimento do interior, dando-se um prazo para esse desenvolvimento, que neste momento dado o período de crise, já não será suportável prolongar.
Mas pode-se por exemplo dizer que as cidades que beneficiaram de SCUTS no litoral beneficiaram da mesma forma? Penso que não, ao contrário, tornaram-se satélites das cidades donde originam as SCUTS, e algumas mais próximas mesmo dormitórios, como Vila do Conde em relação ao Porto. Por isso diria que a intenção original estava correcta: as SCUTS só faziam sentido para o desenvolvimento do interior, dando-se um prazo para esse desenvolvimento, que neste momento dado o período de crise, já não será suportável prolongar.
segunda-feira, julho 12, 2010
Avaliação dos Professores da Escola de Engenharia 1- Professores Catedráticos avaliados por Professores Associados e Auxiliares?
Numa primeira leitura do regulamento de Avaliação de Professores da Escola de Engenharia (EEUM), deparamos com uma filosofia que até parece revolucionária, de tão caricata que é. Diz o novo regulamento que considera o ECDU, mas adapta-o à orgânica da Escola de Engenharia, como se esta fosse diferente das outras Escolas, e entrega a avaliação ao Directores de Departamento, referindo , e cito "a centralidade que atribuiu aos Departamentos na gestão dos recursos materiais e humanos da EEUM" ! (artº32, nº1, do RAD-EEUM).
Pergunta-se: que tem a gestão dos recursos a ver com a qualidade e principalmente com a avaliação da qualidade, seja dos materiais, seja dos Professores? Para que servem as orientações do ECDU, a hierarquização dos Professores em Catedráticos, Associados e Auxiliares? Numa estrutura em que os Directores de Departamento fossem todos Catedráticos, poderia eventualmente ser aceitável que fosse esse Professor o avaliador, embora em departamentos heterogéneos a tarefa devesse ser distribuída pelos Professores mais graduados de cada uma das áreas do departamento. No entanto, a maioria dos Departamentos está entregue a Professores Associados e alguns poderão ser entregues a Professores Auxiliares, pelo menos o regulamento da EEUM assim o permite (artº 37, nº2, do regulamento da EEUM).
Qual a razão de entregar a avaliação dos Professores a um gestor (podemos considerar que um Director de Departamento é essencialmente isso)? Será porque o regulamento está feito de uma forma tão "métrica" que qualquer gestor pode fazer a grelha de avaliação, baseando-se nos índices e fórmulas para as várias componentes (científica, pedagógica, de gestão) que não precisa de ser um especialista? Bom, nesse caso, nos concursos para lugares do quadro , também poderemos ter um júri constituído por gestores! Não serão necessárias as regras do ECDU que estabelece que devem ser Professores de categoria superior à do candidato a fazerem parte do júri!
E quem vai avaliar a avaliação que o Director de Departamento fez? Ficará tudo nas mãos deste gestor? Não será demasiado poder para alguém que não tem currículo que justifique tal encargo (supondo que não é um Professor que já passou pelas categoria daqueles que está a avaliar)?
Enfim, ficam estas perguntas ao novo Presidente de Escola, que de novo não tem nada em relação aos do passado...é sempre o receio que lhes fuja algum controlo sobre a sua Unidade, ou sub-unidade, para outros que são imprevisíveis, os Professores Catedráticos. Afinal estes podem não obedecer à mesma lógica de seguidismo que os Directores de Departamento em relação ao Presidente da Escola.
Pergunta-se: que tem a gestão dos recursos a ver com a qualidade e principalmente com a avaliação da qualidade, seja dos materiais, seja dos Professores? Para que servem as orientações do ECDU, a hierarquização dos Professores em Catedráticos, Associados e Auxiliares? Numa estrutura em que os Directores de Departamento fossem todos Catedráticos, poderia eventualmente ser aceitável que fosse esse Professor o avaliador, embora em departamentos heterogéneos a tarefa devesse ser distribuída pelos Professores mais graduados de cada uma das áreas do departamento. No entanto, a maioria dos Departamentos está entregue a Professores Associados e alguns poderão ser entregues a Professores Auxiliares, pelo menos o regulamento da EEUM assim o permite (artº 37, nº2, do regulamento da EEUM).
Qual a razão de entregar a avaliação dos Professores a um gestor (podemos considerar que um Director de Departamento é essencialmente isso)? Será porque o regulamento está feito de uma forma tão "métrica" que qualquer gestor pode fazer a grelha de avaliação, baseando-se nos índices e fórmulas para as várias componentes (científica, pedagógica, de gestão) que não precisa de ser um especialista? Bom, nesse caso, nos concursos para lugares do quadro , também poderemos ter um júri constituído por gestores! Não serão necessárias as regras do ECDU que estabelece que devem ser Professores de categoria superior à do candidato a fazerem parte do júri!
E quem vai avaliar a avaliação que o Director de Departamento fez? Ficará tudo nas mãos deste gestor? Não será demasiado poder para alguém que não tem currículo que justifique tal encargo (supondo que não é um Professor que já passou pelas categoria daqueles que está a avaliar)?
Enfim, ficam estas perguntas ao novo Presidente de Escola, que de novo não tem nada em relação aos do passado...é sempre o receio que lhes fuja algum controlo sobre a sua Unidade, ou sub-unidade, para outros que são imprevisíveis, os Professores Catedráticos. Afinal estes podem não obedecer à mesma lógica de seguidismo que os Directores de Departamento em relação ao Presidente da Escola.
sábado, julho 10, 2010
A Avaliação "objectiva" dos Professores Universitários
Com a entrada em vigor do novo ECDU, surge a avaliação dos docentes como processo de promoção na carreira, um pouco à semelhança do SIADAP para os funcionários públicos. Para os docentes este é um processo necessariamente mais complicado. Como propostas à avaliação dos docentes temos desde o texto clássico apresentados pelas Universidades, como a UM, e já divulgado, em que se privilegiam as publicações (artigos científicos/papers) em revistas internacionais, até ao texto de um catedrático da Universidade do Porto em que não considera as publicações e citações como sendo relevantes, sugerindo que são fruto do conhecimento pessoal ou profissional do autor por parte dos avaliadores. Entre estes dois extremos haverá uma posição de consenso que tomará em linha de conta as especificidades de cada Escola, como aliás é a intenção da reitoria ao circular o projecto de avaliação pelas várias Unidades e sub-unidades orgânicas. Mas se há aspectos que diferenciam as unidades orgânicas, havendo uma componente tecnológica nas Escolas de Engenharia e Ciências que se podem traduzir em patentes e protótipos, por exemplo, já nas Escolas das Ciências Humanas não será natural exigir esse tipo de produção científica aos seus docentes. Por outro lado, nas Humanidades será mais relevante a publicação de livros do que artigos científicos, poe exemplo.
Já há uma experiência de décadas na avaliação de docentes em concursos para lugares do quadro. No entanto a nova realidade traz com ela novos desafios. Por exemplo, qual o peso de patentes em relação a artigos científicos no que respeita às áreas de Ciência e de Engenharia? Com a falta de experiência desta nova realidade, há quem meta no mesmo saco, patentes ainda não concedidas, só com o pedido registado, patentes nacionais e patentes internacionais, quando o grau de exigência e de impacto é muito diferente, tal como o é para os artigos científicos à espera de publicação, em revista nacionais, ou internacionais. E em áreas que estão muito em voga e que serão uma das apostas da reitoria da UM, que são as áreas criativas, como o Design, quais os critérios de avaliação? A componente numérica é fácil de contabilizar, como o número de teses orientadas, número de júris em que participou o candidato, número de comunicações em conferências internacionais e por último, número de artigos em revistas internacionais. Mas a componente do valor intrínseco das teses, comunicações e artigos em revistas internacionais? Como se avalia? E por quem? Não pode com certeza ser avaliado por alguém que não é da área, como por exemplo um engenheiro, como acontece actualmente na maior parte dos casos aos alunos dos cursos de licenciatura e Mestrado nestas áreas, por não quase não haver doutorados em Design (por Escolas de Design). Resumindo, a Avaliação serve para permitir que alguns sejam promovidos ao escalão superior e em determinados caso impedir a sua progressão ou mesmo excluir do ensino Universitário aqueles que ao entrar como Professor Auxiliar não cumprem os mínimos, mas deve servir também para tornar a Universidade melhor, com um melhor currículo e com melhor ensino. Se não for esse o resultado final, a avaliação não cumpriu os objectivos. Por isso sejamos objectivos com a avaliação, porque estará o "ranking" da universidade em jogo, e em última análise o grau de interesse que a Universidade exerce sobre alunos do ensino secundário candidatos ao ensino superior.
Já há uma experiência de décadas na avaliação de docentes em concursos para lugares do quadro. No entanto a nova realidade traz com ela novos desafios. Por exemplo, qual o peso de patentes em relação a artigos científicos no que respeita às áreas de Ciência e de Engenharia? Com a falta de experiência desta nova realidade, há quem meta no mesmo saco, patentes ainda não concedidas, só com o pedido registado, patentes nacionais e patentes internacionais, quando o grau de exigência e de impacto é muito diferente, tal como o é para os artigos científicos à espera de publicação, em revista nacionais, ou internacionais. E em áreas que estão muito em voga e que serão uma das apostas da reitoria da UM, que são as áreas criativas, como o Design, quais os critérios de avaliação? A componente numérica é fácil de contabilizar, como o número de teses orientadas, número de júris em que participou o candidato, número de comunicações em conferências internacionais e por último, número de artigos em revistas internacionais. Mas a componente do valor intrínseco das teses, comunicações e artigos em revistas internacionais? Como se avalia? E por quem? Não pode com certeza ser avaliado por alguém que não é da área, como por exemplo um engenheiro, como acontece actualmente na maior parte dos casos aos alunos dos cursos de licenciatura e Mestrado nestas áreas, por não quase não haver doutorados em Design (por Escolas de Design). Resumindo, a Avaliação serve para permitir que alguns sejam promovidos ao escalão superior e em determinados caso impedir a sua progressão ou mesmo excluir do ensino Universitário aqueles que ao entrar como Professor Auxiliar não cumprem os mínimos, mas deve servir também para tornar a Universidade melhor, com um melhor currículo e com melhor ensino. Se não for esse o resultado final, a avaliação não cumpriu os objectivos. Por isso sejamos objectivos com a avaliação, porque estará o "ranking" da universidade em jogo, e em última análise o grau de interesse que a Universidade exerce sobre alunos do ensino secundário candidatos ao ensino superior.
A Avaliação dos professores
Com a entrada em vigor do novo ECDU, sure a avaliação dos docentes como processo de promoção na carreira, um pouco à semelhança do SIADAP para os funcionários públicos. Para os docentes este é um processo necessariamente masi complicado. Como proposta à avaliação dos docentes já resposta ou em vias de.., temos desde o texto clássico apresentado pela UM, e já divulgado, em que se previligiam as publicações (artigos científicos/papers) em revistas internacionais, até ao texto de um catedrático da Universidade do Porto em que não considera as publicações e citações como sendo relevantes, sugerindo que são fruto do conhecimento pessoal ou profissional do autor por parte dos avaliadores. Entre estes dois extremos haverá uma posição de consenso que tomará em linha de conta as especificidades de cada Escola, como aliás é a intenção da reitoria ao circular o projecto de avaliação pelas várias Unidades e sub-unidades orgânicas. Mas se há aspectos que diferenciam as unidades orgânicas, havendo uma componente tecnológica nas Escolas de Engenharia e Ciências que se podem traduzir em patentes e protótipos, por exemplo, já nas Escolas das Ciências Humanas que não será natural exigir aos docentes das Escolas das Ciências Humanas. Nas Humanidades será mais relevante a publicação de livros em relaçaõ ao dos artigos científicos. Já há uma experiência de décadas na avaliação de docentes em concursos para lugares do quadro. No entanto a nova realidade traz com ela novos desafiis. Por exemplo, qual o peso de patentes em relação a artigos científicos no que respeita às áreas de Ciência e de Engenharia? Com a falta de experiência desta nova realidade, há quem meta no mesmo saco, patentes ainda não concedidas, so com o pedido registado, patentes nacionais epatentes internacionais, quando o grau de exig^ncia e de impacto é muito diferente, tal como o é para os artigos científicos à espera de publicação, em revista nacionais e internacionais. E em áreas que estão muito em voga e que serão uma das apostas da reitoria da UM, que sã as áreas criativas, como o Design, quais os critérios de avaliação? A componenete numérica é fácil de contabilizar (número de teses orientadas, numero de júris emq ue participou o candidato, número de comunicações em conferências internacionais e por último, número de artigos em revistas internacionais. Mas a componente do valor intrínseco das teses, comunicações e artigos ém revistas internacionais? Como se avalia? E por quem? Não pode com certeza ser avaliado por alguém que não é da área, como por exemplo um engenheiro, como acontece actualmentena maior parte dos casos aos alunos dos cursos de licenciatura e Mestrado nestas áreas, por não quase não haver doutorados em Design (por Escolas de Design). Resumindo, a Avalação para permitir que alguns sejam promovidos ao escalão superioe e em determinados caso impedir a sua progressão ou mesmo excluir do ensino Univbersitário quelles que ao entrar como Professor Auxiliar não cumprem os mínimos, mas deve servir também para tornar a Universidade melhor, com um melhor currículo e com melhor ensino. Se não for esse o objectivo final, a avaliação não cumpre os objectivos. Por isso sejamos objectivos com a avaliação porque estará o "ranking" da universidade em jogo, e em última análise a attracção que a Universidade exerce sobre alunos do ensino secundário candidatos ao ensino superior.
sexta-feira, julho 02, 2010
As SCUTS e a ferrovia no Minho
Na continuação das mensagens anteriores sobre os SCUTS, e uma vez que o Governo e o PSD já estão a chegar a um compromisso, parece-me de inteira justiça o acordo que se adivinha:que todos paguem; haverá sempre alguém que arranjará uma razão para não pagar: ou porque são do interior, ou porque não há alternativas por estrada normal, ou porque os residentes são pobres, etc. Pegando neste último ponto: os residentes têm um rendimento médio abaixo da média nacional; Mas uma média implica que há uns que têm um rendimento acima e outro abaixo da média. Então destes quais são os que usam as SCUTS. Os mais pobres? Esses viajam para onde? E a gasolina, o desgaste do carro, e outras despesas de viagem, já podem pagar? Tenho a convicção que quem viaja distâncias longas em SCUTS, pode pagar tudo isto, não é pobre e pode também pagar as portagens. Aqueles que na realidade utilizam as auto-estradas ou SCUTS são as empresas e os viajantes que atravessam esses distritos. Quanto às empresas, serão principalmente empresas de tranportes com camiões TIR. Estas empresas que já tiveram tantas facilidades no passado (veja-se como cresceram como cogumelos…) é altura de pagarem os estragos que fizeram com os seus camiões no asfalto das SCUTS portuguesas. E muitas empresas são estrangeiras. Há sempre o argumento que se forem desviadas para as estradas normais estragarão estas estradas, mas não acredito que a maioria o faça pois com o tempo que perdem, não compensa. As empresas de transporte já foram beneficiadas pela política deste e dos anteriores governos de preferirem a autovia à ferrovia. É altura de inverter a situação.
Porque não se fazem ferrovias? Suponho porque não são tão rentáveis. Mas então qual é o critério, a rentabilidade ou o serviço das populações?
No distrito de Braga não há ligação entre várias cidades por ferrovia mas há por auto-estrada. Como por exemplo entre Braga e Guimarães e entre Braga e Esposende/Viana. Isto não é um contrasenso? Seria importante que o Governo ao cobrar nas SCUTS e nas auto-estradas, introduzisse a alternativa da ferrovia. Afinal Braga é a terceira ou quarta cidade do País, e merece o mesmo que outras cidades da mesma dimensão, como Coimbra por exemplo, que é uma cidade muito mais bem servida de ferrovia. Braga é uma cidade onde acaba a linha que vem do Porto, sem continuidade nem alternativa. É a dependencia total do Porto, como se o Norte fosse só o Porto.
O mesmo se pode dizer de Guimarães.
Porque não se fazem ferrovias? Suponho porque não são tão rentáveis. Mas então qual é o critério, a rentabilidade ou o serviço das populações?
No distrito de Braga não há ligação entre várias cidades por ferrovia mas há por auto-estrada. Como por exemplo entre Braga e Guimarães e entre Braga e Esposende/Viana. Isto não é um contrasenso? Seria importante que o Governo ao cobrar nas SCUTS e nas auto-estradas, introduzisse a alternativa da ferrovia. Afinal Braga é a terceira ou quarta cidade do País, e merece o mesmo que outras cidades da mesma dimensão, como Coimbra por exemplo, que é uma cidade muito mais bem servida de ferrovia. Braga é uma cidade onde acaba a linha que vem do Porto, sem continuidade nem alternativa. É a dependencia total do Porto, como se o Norte fosse só o Porto.
O mesmo se pode dizer de Guimarães.
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