terça-feira, março 02, 2010

Novo Presidente na Escola de Engenharia

Foi eleito Paulo Pereira para Presidente da Escola de Engenharia, com 11 votos a favor e 3 votos em branco.

e-mail de felicitações enviado ontem para todo@eng.uminho.pt pelo candidato vencido:

Caros colegas

Venho desta forma felicitar o Professor Paulo Pereira pela sua eleição para a Presidência da Escola de Engenharia.
Como disse na altura a minha candidatura não era antagónica mas procurava abranger aspectos que não estavam claramente definidos na sua candidatura.
Assim, espero que a minha candidatura tenha servido para esclarecer a sua candidatura e no futuro fortalecer o seu mandato.

Saudações Académicas


Jaime I. N. Rocha Gomes

sábado, fevereiro 27, 2010

Audições para a Presidência da Escola de Engenharia

Decorreu na última Quarta feira a audiência pública dos candidatos à Presidência. Dois candidatos, eu e o colega Paulo Pereira. Calhou-me ser o segundo a apresentar a minha candidatura. Tal como eu pretendia, foi um exercíciio interessante em que se apresentaram programas que não sendo alternativos focavam aspectos diferentes do futuro da Engenharia. Independentemente do resultado, dei o meu tempo por bem empregue, por expôr aquilo que eu penso serem aspectos menos claros que os novos estatutos nos legaram e possíveis contradições que as duas listas eleitas podem provocar numa governação de compromisso entre as pretensões de ambas as listas. Será algo que o Conselho de Escola tem que estar atento durante o mandato que se inicia, seja qual for o Presidente. Devo dizer que as perguntas do Conselho Geral foram muito pertinentes e que demonstram uma preocupação séria do que se adivinha que vem aí, seja com o contrato de confiança seja com o processo de Bolonha. Só não percebi as perguntas dos representantes dos investigadores e dos alunos, que pareciam mais preocupados com a sua situação profissional do que propriamente com aspectos que podem afligir os seus colegas. Talvez por inexperiência, estes membros do Conselho Geral não se apercebem que por muito que os candidatos a Presidente gostassem, não podem resolver problemas que são determinados por entidades externas. Por exemplo, a acreditação de um curso pela Ordem dos Engenheiros não depende do Presidente da Escola. A estabilidade de emprego dos bolseiros também não depende nem do Presidente nem sequer da Universidade: depende da política do Ministério. Mas à parte estas inconsistências, todo o processo foi muito gratificante. Independentemente do resultado, já valeu a pena concorrer e penso estarmos todos de parabéns, os candidatos a Presidente e o Conselho Geral.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Candidatura à Presidência da Escola de Engenharia

e-mail enviado hoje à lista todos@eng.uminho.pt:

Caros colegas membros da Escola da Engenharia

Hoje foi aceite pela Comissão eleitoral a minha candidatura à Presidência da Escola de Engenharia.
A minha candidatura é autónoma e independente de qualquer lista eleita para o Conselho de Escola. Só por si este facto demonstra que as minhas intenções não transmitem ambições de grupos de interesses dentro da Engenharia e que o que me move é tão só o debate de ideias e a sugestão de caminhos a seguir, porventura alternativos aos de outras candidaturas.
Não é uma candidatura contra ninguém, e muito menos contra o candidato da lista maioritária do Conselho de Escola, a quem saúdo, mas uma candidatura que pretende ser construtiva, pois sempre pensei que não é com monólogos que se alcançam as melhores soluções. A Engenharia enfrenta muitos desafios nos próximos anos e todos somos precisos para os enfrentar.
Não acredito nas soluções dos mais poderosos, que tendem a solucionar as questões muito com o objectivo quase eleitoralista, em que se for necessário fazerem concessões para se manterem no poder, fá-las-ão. Acredito mais na confrontação de ideias e em soluções distintas para cada caso. Se não se puder a curto prazo ir para soluções distintas, então deve-se procurar proteger os mais fracos para manter uma qualidade mínima, ou seja, os departamentos mais pequenos não podem ser prejudicados pela lógica eleitoralista.
Em breve divulgarei o meu programa, entretanto já entregue á Comissão Eleitoral.

Saudações Académicas

Jaime Rocha Gomes

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Contrato de confiança

Esta semana, no dia 17, foi o dia da Universidade e segundo relatos do que consistiram as comemorações, o Ministro já veio mais vezes à UM nos meses em que o novo reitor assumiu funções, do que durante o segundo mandato do anterior reitor. Um “contrato de confiança” foi assinado entre a tutela e a UM que pode permitir á UM ter uma situação financeira mais folgada do que nos últimos anos. Mais verba significa mais folga para promoções na carreira e melhores condições para a componente pedagógica, beneficiando professores e alunos. Estamos pois de parabéns e parece que a diplomacia funcionou melhor que a confrontação. No entanto há uma moeda de troca que consiste essencialmente na Universidade conseguir mais alunos e isso só é possível com alunos que não fazem parte do contingente vindo directamente do ensino secundário. É necessário recrutar alunos que estão fora do ensino normal ou que já o terminaram e querem regressar. Neste caso os cursos têm que forçosamente ser pós-laborais. É aqui que surgem as dúvidas; até que ponto se conseguem os alunos suficientes nestas condições. Para o departamento do qual faço parte, o departamento de engenharia têxtil, isto não é novidade e os professores e alunos, muitas vezes com sacrifício das suas vidas pessoais, conseguem atingir os mesmos níveis de sucesso que com os cursos diurnos.
Mas este é um caso especial em que se trata de um departamento que de outra maneira não teria alunos, ou muito poucos, e por isso os docentes não pensam duas vezes. Mas outros departamentos em que os cursos diurnos estão cheios, qual é o incentivo para os docentes leccionarem em horários pós-laborais? Como será feito a escolha? Serão aqueles que têm menos força no departamento, ou por serem menos graduados ou por outras razões que infelizmente ainda existem na nossa sociedade, como o compadrio, que serão "enviados" para esse horário? Se isso acontecer, há dois factores que são de lamentar, a injustiça perante tal actuação, mas também quem sai prejudicado de tal situação, os alunos. São os alunos que não terão porventura professores provenientes de uma escolha equilibrada de professores, ou seja, professores mais experientes juntamente com outros mais jovens.
Não sei se alguma vez teremos esse problema, mas se o tivermos pelo menos significa que temos alunos neste regime e que o contrato de confiança se cumpre nos dois sentidos. As outras considerações, a seu tempo, terão que ser acauteladas porque o sucesso dos cursos pós-laborais depende da motivação dos docentes, e isso depende duma distribuição de serviço docente justa entre horários laborais e pós-laborais.

sábado, fevereiro 06, 2010

O Macdonalds no Campus?

O que é que faz um Macdonald´s na Quinta dos Peões, aquele espaço que fica entre o campus de Gualtar e o INL-Instituto de Nanotecnologias? Ficando situado na Quinta dos Peões supõe-se que foi do conhecimento da UM a sua instalação naquele sítio já que a ocupação da Quinta dois Peões tem sido objecto de negociações entre o proprietário, Rodrigues Névoa, a Câmara e a UM (ver comentário sobre planos da UM para a "sua parte" da Quinta dos Peões) desde que foi vendido pelo Estado/Câmara a Rodrigues Névoa. Terá sido uma forma dos estudantes terem alternativa á cantina? Terá sido uma forma de mostrar a internacionalização da oferta gastronómica a visitantes da UM? Ou terá sido mais do interesse do Presidente da Autarquia no que respeita à sua predilecção por esta Multinacional como aliás também o fez mesmo no centro da cidade, num edifício alugado a um café e uma barbearia, que foi também "modernizado" desta forma (o que na altura também causou muita estranheza)?
Suponho que esta predilecção do Sr. presidente da Câmara não será pelos hamburgers propriamente ditos...
De qualquer forma, num lugar de ensino e investigação, onde o informal e o inconformismo dos estudantes devia ser a norma, temos uma cadeia Americana que alimenta gente muito jovem, normalmente acompanhada pelos pais, não propriamente o aluno típico da Universidade. Ou será que a Macdonalds pensou que os estudantes seriam a sua principal fonte de receitas? Nesse caso a negociata seria ainda mais óbvia entre o Presidente da Câmara e a cadeia Americana. Mas a localização da Macdonald's nas proximidades da UM não creio de facto que seja a razão do sucesso e das filas de carros que vemos a entrar e a sair do "drive-in". Seja ali ou noutro sítio as enchentes das famílias com filhos que têm que alimentar sem muito trabalho e despesa sucedem-se diariamente, e ainda por cima com o agrado dos jovens, independentemente de ser uma alimentação desaconselhada e conotada nos EUA como de "engorda pobres" (embora ainda com algum status aqui, vá-se lá saber porquê).
Portanto, não será tempo da Reitoria incluir no pacote a negociar com Rodrigues Névoa e a Câmara ó Macdonald's "do Campus"? É que já chega da UM ser referenciada como aquele edifício grande ao pé do Macdonald's! Seria mais apropriado e digno ser referenciado como "aquele edifício grande com um espaço verde em frente a uma rotunda". Isto se não encherem aquele espaço com torres de um futuro Parque de Ciência e Tecnologia e sede da Associação de Estudantes, como já foi sugerido pelo reitor a um órgão de comunicação social.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Os Estatutos dos Centros - o "case study" do CCTT

Já aqui foi comentada a renovação adiada dos Centros de I&D da Escola de Engenharia, muito devido ao facto dos estatutos da Escola não preverem o limite de mandato para o Director do Centro. Outro aspecto para o qual alertei para os estatutos da Escola de Engenharia foi a falta de linhas de orientação em relação aos Centros, o que poderia perverter a lógica subjacente aos Centros, que são constituídos por investigadores e nisso se diferenciam dos Departamentos, que são constituídos por docentes, e que poderia resultar que nos Centros de I&D os direitos venham a ser diferentes para uns e outros, privilegiando os docentes. Como que a dar-me razão, o Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil do qual faço parte, estipulou nos seus estatutos aprovados por maioria, tendo contra os votos dos investigadores como é óbvio e alguns docentes nos quais me incluo eu, uns estatutos em que distinguem os direitos dos docentes e dos investigadores. Como exemplo desta atitude premeditada pela actual Direcção, propôs e viu aprovada a constituição da Comissão Científica em que os docentes doutorados têm todos lugar e os investigadores são representados por um único colega, tendo-se ainda dividido os investigadores entre aqueles que têm um contrato de 5 anos e aqueles que têm um contrato de 1 ano, quando por exemplo no Conselho de Escola não há qualquer distinção entre docentes e investigadores, tenham mais ou menos de 5 anos de vínculo à UM, e no Conselho Científico a única diferença é entre os investigadores com 5 anos (investigadores auxiliares) e os que têm menos de cinco anos. Não se entende! Isto é, no órgão para o qual foram contratados, o Centro, não têm os mesmos direitos que os docentes, e nos órgão acima deste, ao qual respondem precisamente os Centros como unidades sub-orgânicas que são, os investigadores têm esses direitos. Espero que os colegas que me ouviram argumentar desta forma percebam duma vez por todas que o Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil não é uma ilha, mas deve respeitar a lógica dos estatutos da Unidade orgânica a que pertence, ou seja a Escola de Engenharia.
Não havendo consenso quanto a este assunto no Conselho de Escola de Engenharia, a Assessoria Jurídica da UM deve ser solicitada pela Escola a dar um parecer, sendo certo que a Escola de Engenharia não poderá, a meu ver, contemporizar com este tipo de atitude avulsa por parte duma sua sub-unidade orgânica. A meu ver este assunto deve até ser considerado como um "case study" pela Assessoria jurídica, uma vez que pode servir como precedente noutros Centros de I&D.

domingo, janeiro 31, 2010

O Orçamento dos SASUM: uma ilha (da Madeira) na UM

Segundo informação do blogue NDNR, que está presente no Conselho Geral com dois membros eleitos e pensa e muito bem que o que lá se passa deve ser acessível a toda a Academia, o orçamento dos SASUM foi aprovado no CG com a ajuda dos votos dos membros externos, com o argumento que os SASUM não podem ficar sem orçamento por muito mais tempo. Até parece que estamos a falar do orçamento do País em que o Governo também consegue os votos de outros partidos com o mesmo argumento. Mas uma coisa é o País outra coisa são os SASUM! Não caiamos no ridículo, senhores cooptados!
É melhor aprovar um orçamento despesista, incluindo contratações de técnicos superiores numa altura em que o resto da UM aperta o cinto e as contratações estão há muito congeladas, ou reservar a sua aprovação a uma proposta mais consonante com o período que vivemos? Mais uma vez há uma analogia com o orçamento do País, que é o da Madeira, considerado escandaloso quando comparado com o dos Açores, mas que como tem à frente alguém muito influente e incómodo, o Alberto João Jardim, há muita pressão para a sua aprovação. Será que podemos supor que à escala da UM os SASUM são a Madeira da UM? Até parece, quando pensamos em quem está à frente destes serviços e na sua influência junto do anterior reitor e agora também parece que junto do actual reitor.
Talvez tenha sido este o verdadeiro motivo da aprovação do orçamento, tal como o foi com a aprovação dos seus estatutos já com este Conselho Geral mas ainda com o anterior reitor, e referido aqui neste blogue.

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Quinta dos Peões:fechar o cerco à UM-Gualtar

Foi divulgado na imprensa através duma entrevista do reitor ao Diário do Minho, as intenções da Universidade para com a Quinta dos Peões, o espaço em frente ao campus de Gualtar. A proposta da UM, como contrapartida da aceitação da construção de prédios ou vivendas de luxo pelo actual dono, Rodrigues Névoa conforme se lê na entrevista completa na versão em papel do DM, é a de uma instalação de um parque Tecnológico do género do TagusPark.
Não deixa de ser caricato comparar esta proposta com o TagusPark, quer pela sua dimensão quer pela sua relevância, mas comparando o terreno disponível na Quinta dos Peões e o terreno onde se situa o TagusPark em Oeiras, diríamos que a ideia até não seria má...mas noutro local. Aqui, no pouco terreno que vai sobrar depois da ocupação dos terrenos com equipamentos do sr. Rodrigues Névoa, se construírem só pode ser em altura e então...fecha-se o cerco ao campus a sul com esta iniciativa, iniciada há anos pela construção de prédios a poente e atrás com uma urbanização junto ao hospital, já que a nascente já existia a estrada de Adaúfe e prédios (se a geografia não estiver perfeitamente correcta, pelo menos os quatro lados deste campus estão identificados para quem conhece o campus).
No início da vida da UM esta quinta era uma quinta de experimentação do Ministério da Agricultura. Depois foi vendida a um particular, o Sr. Rodrigues Névoa (esse mesmo do escândalo de Lisboa) o que na altura causou muita estranheza, e de seguida o PDM passou de agrícola para urbano, pela mão do ainda actual Presidente da Câmara (Mesquita Machado) sendo permitido construir e consequentemente o valor do terreno deve ter subido exponencialmente (conhecemos outros casos semelhantes lá para os lados de Gondomar). Nessa altura o sr. Rodrigues Névoa, segundo o artigo do DM, queria construir vivendas luxuosas, depois "equipamentos" que seriam de dimensões bastantes maiores, deixando no meio um corredor para a UM respirar (prevendo-se um desvio da estrada que se situa entre a UM e esta quinta para poderem os alunos desfrutar deste pequeno espaço verde). Agora, nem corredor vai haver, sugerindo-se a bem do progresso, uns edifícios do género das torres do Tagus Park ! No entanto para calar os estudantes está também prometido estudar a possibilidade da Associação também passar para a quinta, com um prédio a condizer com a fidelidade que esta Associação, eleita com uma abstenção de mais ou menos 95%, tem demonstrado para com as reitorias anteriores e agora com esta, a julgar pelo sentido das votações no Conselho Geral.
A vontade de projectar a UM no exterior está patente nas intenções do reitor. No entanto quando quiserem promover a UM, nomeadamente o campus de Gualtar, não vão conseguir tirar uma fotografia da fachada sem estes edifícios pela frente, a não ser que seja com uma lente de olho de peixe a uma distância de uns dez metros (e mesmo assim não abrange todo o campus). Espaços verdes, nem vê-los!
Cerca-se a UM com betão e vidro, perde-se qualidade de vida no campus. Afinal nestes últimos anos dentro do próprio campus multiplicaram-se as estruturas de betão espelhadas, e se a moda pega, teremos uma Quinta dos Peões transparente, senão na essência, pelo menos na aparência.