É sintomático que aqueles candidatos que não pertenciam ou não eram apoiados pelas facções que constituiram listas no Conselho Geral das Universidades tenham tido poucos ou nenhuns votos na sua candidatura para reitor. Aconteceu em várias Universidades e na nossa também. Aquela ideia idealista e até romântica por parte do Ministro de ter alguém vindo de qualquer parte do Mundo para ser reitor da UM, baseado no seu currículo, caiu por terra com a eleição sempre por esmagadora maioria dos candidatos da casa, e entre aqueles apoiados pela lista que ganhou as eleições para o Conselho Geral. Todo o espectáculo dos concursos internacionais foi um desperdício e perda de tempo para os candidatos que não sabiam ao que vinham. É desprestigiante para o Ministério e para o País. Quando é que nos deixamos destas coisas? De querer parecer mas não ser como aqueles que procuramos imitar, neste caso as Universidades anglo-saxónicas? Por muitas leis que se façam, caímos sempre naquela particularidade tão portuguesa, o compadrio.
Os Conselhos de Escola que são a réplica do Conselho Geral seguem o mesmo padrão. É evidente que neste caso sendo candidatos internos sabem ao que vão, e quando alguém independente das lista representadas no Conselho se candidata, como foi o meu caso, é só para divulgar as suas ideias, sabendo perfeitamente que as lista votam disciplinadamente segundo a orientação dos seus cabeças de lista. Há quem não entenda isto, e só veja a lógica dos números. Alguém duvida que se o plebiscito fosse directamente efectuado por todos os membros da Universidade no caso do Conselho Geral e por todos os membros da Escola, no caso da Escola, o resultado seria muito diferente?
Tal como no País, numa Universidade há poucas oportunidades para alguém que não esteja envolvido na lógica "partidária" divulgar as suas ideias. Uma candidatura individual é uma das formas de divulgar e discutir ideias, embora a participação de outros individuais seja muito pequena, por não haver uma organização "partidária", o que é sempre de lamentar.
Com a miniaturização das Assembleias de Escola, com centenas de membros onde todos os doutores estavam representados, para Conselhos de Escola com 11 professores, a oportunidade para se discutirem ideias perde-se. Talvez o exercício em que me vi envolvido de apresentação de uma a candidatura e discussão dos seus princípios tenha sido o último debate institucional da Escola de Engenharia. Os próximos debates serão à porta fechada entre os membros do Conselho de Escola, somente 11 professores. É um adeus a uma era, que o anterior Presidente de Escola, actual reitor, já tinha referido na sua última sessão da Assembleia, com alguma premonição que na altura ninguém ligou mas que agora se percebe tão claramente. Vozes independentes que na Assembleia se pronunciavam e eram ouvidas, provocando o que de mais elementar há numa democracia, o debate, ficam arredadas para sempre dessa oportunidade.
Restam a essas vozes esta forma de divulgarem as suas ideias, um blogue, que nunca substituirá o debate vivo mas que de alguma maneira compensará a sua frustração.
Comigo funciona!
terça-feira, março 09, 2010
quarta-feira, março 03, 2010
Início de um novo mandato na Escola de Engenharia: o (des)equilíbrio forçado
Tomou hoje posse o novo Presidente da Escola de Engenharia. Ao contrário da maior parte das outras Escolas não foi eleito por unanimidade, mas sim por maioria, o que só abona a favor da democracia na Universidade e como já disse anteriormente, reforça a sua legitimidade no cargo.
Na sua tomada de posse o reitor anunciou que as Escolas vão ter maior autonomia. Depreende-se daqui que a distribuição de verbas e de lugares do quadro pelos departamentos não são definidos pela Reitoria mas sim pela Presidência da Escola.
Não serei o único a descortinar no Conselho de Escola uma representação de interesses muito díspares, como referi na minha candidatura. Os membros do Departamento de Informática , por exemplo, estarão à espera que o Presidente, em quem votaram, responda ás suas exigências de maior transparência na retribuição devida aos departamentos que mais verbas captam para a Universidade, leia-se maior proporcionalidade desta retribuição com o número de alunos e eventualmente com as "overheads" dos projectos. A retribuição será em termos de orçamento, de áreas ocupadas e de vagas de lugares do quadro. Não sei como o Presidente vai agir e que ponderação irá utilizar e como os outros departamentos irão reagir, mas ao agradar a uns, vai ter que enfrentar a crítica e a desmotivação de outros, muitas vezes menos reivindicativos devido à sua menor dimensão e menor visibilidade. Veremos como percorrerá este longo caminho dos seus dois mandatos que pretende, sendo o primeiro de análise e o segundo de execução de um plano estratégico, com tantas contradições entre os membros das duas listas. Será um caminho longo e penoso que segundo o seu programam se inicia propriamente daqui a três anos, depois de executada a análise para o plano estratégico. Esperemos que não se fique pela análise após três anos, tendo sucumbido às contradições do órgão de que depende, o CE, que alguém já se referiu como sendo um "saco cheio de gatos", porque nessa altura haverá de novo eleições para o Conselho de Escola, e o senhor que se segue, se não for ele, não seguirá certamente o seu programa estratégico delineado durante os três anos do seu mandato. Seria tempo perdido e tempo é o que temos menos para desperdiçar, a julgar pelos desafios que temos pela frente.
Para o ajudar tem o apoio de vários quadrantes da Universidade, sendo o mais óbvio a julgar pelos seus vices, o quadrante profundamente ligado ao passado da governação da Escola e da própria Universidade.
Para já temos um mandato de três anos, que espero que ele exerça com firmeza e justiça, e com total independência em relação aos vários sectores que o apoiaram. Não se deve esquecer que tal como o Presidente da República em relação aos portugueses, ele deve ser o Presidente de todos os membros da Engenharia e não só daqueles que já andam nestas lides há muitos anos e que se servem dos Presidentes para continuar no topo da pirâmide.
Na sua tomada de posse o reitor anunciou que as Escolas vão ter maior autonomia. Depreende-se daqui que a distribuição de verbas e de lugares do quadro pelos departamentos não são definidos pela Reitoria mas sim pela Presidência da Escola.
Não serei o único a descortinar no Conselho de Escola uma representação de interesses muito díspares, como referi na minha candidatura. Os membros do Departamento de Informática , por exemplo, estarão à espera que o Presidente, em quem votaram, responda ás suas exigências de maior transparência na retribuição devida aos departamentos que mais verbas captam para a Universidade, leia-se maior proporcionalidade desta retribuição com o número de alunos e eventualmente com as "overheads" dos projectos. A retribuição será em termos de orçamento, de áreas ocupadas e de vagas de lugares do quadro. Não sei como o Presidente vai agir e que ponderação irá utilizar e como os outros departamentos irão reagir, mas ao agradar a uns, vai ter que enfrentar a crítica e a desmotivação de outros, muitas vezes menos reivindicativos devido à sua menor dimensão e menor visibilidade. Veremos como percorrerá este longo caminho dos seus dois mandatos que pretende, sendo o primeiro de análise e o segundo de execução de um plano estratégico, com tantas contradições entre os membros das duas listas. Será um caminho longo e penoso que segundo o seu programam se inicia propriamente daqui a três anos, depois de executada a análise para o plano estratégico. Esperemos que não se fique pela análise após três anos, tendo sucumbido às contradições do órgão de que depende, o CE, que alguém já se referiu como sendo um "saco cheio de gatos", porque nessa altura haverá de novo eleições para o Conselho de Escola, e o senhor que se segue, se não for ele, não seguirá certamente o seu programa estratégico delineado durante os três anos do seu mandato. Seria tempo perdido e tempo é o que temos menos para desperdiçar, a julgar pelos desafios que temos pela frente.
Para o ajudar tem o apoio de vários quadrantes da Universidade, sendo o mais óbvio a julgar pelos seus vices, o quadrante profundamente ligado ao passado da governação da Escola e da própria Universidade.
Para já temos um mandato de três anos, que espero que ele exerça com firmeza e justiça, e com total independência em relação aos vários sectores que o apoiaram. Não se deve esquecer que tal como o Presidente da República em relação aos portugueses, ele deve ser o Presidente de todos os membros da Engenharia e não só daqueles que já andam nestas lides há muitos anos e que se servem dos Presidentes para continuar no topo da pirâmide.
terça-feira, março 02, 2010
Os SASUM promovem a maquilhagem
Temos recentemente recebido e-mails do responsável pelos SASUM sobre alguns assuntos menos académicos, como por exemplo os malefícios da obesidade e a aprendizagem da maquilhagem. Até que são coisas interessantes para muitas pessoas e que regularmente vemos na TV a serem apresentados por especialistas na matéria. Aqui dentro dos Campi pelos vistos são as farmácias (ou parafarmácias) recentemente instaladas que são especialistas na matéria. Não estou a admirado com estas especialidades destes estabelecimentos. Não sabia era que fazia parte dos estatutos dos SASUM a promoção de negócios instalados nos campi. Talvez seja essa a razão da contratação de mais oito técnicos superiores, para que os SASUM se possam também dedicar a estes cuidados tão importantes para o corpo humano.
Novo Presidente na Escola de Engenharia
Foi eleito Paulo Pereira para Presidente da Escola de Engenharia, com 11 votos a favor e 3 votos em branco.
e-mail de felicitações enviado ontem para todo@eng.uminho.pt pelo candidato vencido:
Caros colegas
Venho desta forma felicitar o Professor Paulo Pereira pela sua eleição para a Presidência da Escola de Engenharia.
Como disse na altura a minha candidatura não era antagónica mas procurava abranger aspectos que não estavam claramente definidos na sua candidatura.
Assim, espero que a minha candidatura tenha servido para esclarecer a sua candidatura e no futuro fortalecer o seu mandato.
Saudações Académicas
Jaime I. N. Rocha Gomes
e-mail de felicitações enviado ontem para todo@eng.uminho.pt pelo candidato vencido:
Caros colegas
Venho desta forma felicitar o Professor Paulo Pereira pela sua eleição para a Presidência da Escola de Engenharia.
Como disse na altura a minha candidatura não era antagónica mas procurava abranger aspectos que não estavam claramente definidos na sua candidatura.
Assim, espero que a minha candidatura tenha servido para esclarecer a sua candidatura e no futuro fortalecer o seu mandato.
Saudações Académicas
Jaime I. N. Rocha Gomes
sábado, fevereiro 27, 2010
Audições para a Presidência da Escola de Engenharia
Decorreu na última Quarta feira a audiência pública dos candidatos à Presidência. Dois candidatos, eu e o colega Paulo Pereira. Calhou-me ser o segundo a apresentar a minha candidatura. Tal como eu pretendia, foi um exercíciio interessante em que se apresentaram programas que não sendo alternativos focavam aspectos diferentes do futuro da Engenharia. Independentemente do resultado, dei o meu tempo por bem empregue, por expôr aquilo que eu penso serem aspectos menos claros que os novos estatutos nos legaram e possíveis contradições que as duas listas eleitas podem provocar numa governação de compromisso entre as pretensões de ambas as listas. Será algo que o Conselho de Escola tem que estar atento durante o mandato que se inicia, seja qual for o Presidente. Devo dizer que as perguntas do Conselho Geral foram muito pertinentes e que demonstram uma preocupação séria do que se adivinha que vem aí, seja com o contrato de confiança seja com o processo de Bolonha. Só não percebi as perguntas dos representantes dos investigadores e dos alunos, que pareciam mais preocupados com a sua situação profissional do que propriamente com aspectos que podem afligir os seus colegas. Talvez por inexperiência, estes membros do Conselho Geral não se apercebem que por muito que os candidatos a Presidente gostassem, não podem resolver problemas que são determinados por entidades externas. Por exemplo, a acreditação de um curso pela Ordem dos Engenheiros não depende do Presidente da Escola. A estabilidade de emprego dos bolseiros também não depende nem do Presidente nem sequer da Universidade: depende da política do Ministério. Mas à parte estas inconsistências, todo o processo foi muito gratificante. Independentemente do resultado, já valeu a pena concorrer e penso estarmos todos de parabéns, os candidatos a Presidente e o Conselho Geral.
segunda-feira, fevereiro 22, 2010
Candidatura à Presidência da Escola de Engenharia
e-mail enviado hoje à lista todos@eng.uminho.pt:
Caros colegas membros da Escola da Engenharia
Hoje foi aceite pela Comissão eleitoral a minha candidatura à Presidência da Escola de Engenharia.
A minha candidatura é autónoma e independente de qualquer lista eleita para o Conselho de Escola. Só por si este facto demonstra que as minhas intenções não transmitem ambições de grupos de interesses dentro da Engenharia e que o que me move é tão só o debate de ideias e a sugestão de caminhos a seguir, porventura alternativos aos de outras candidaturas.
Não é uma candidatura contra ninguém, e muito menos contra o candidato da lista maioritária do Conselho de Escola, a quem saúdo, mas uma candidatura que pretende ser construtiva, pois sempre pensei que não é com monólogos que se alcançam as melhores soluções. A Engenharia enfrenta muitos desafios nos próximos anos e todos somos precisos para os enfrentar.
Não acredito nas soluções dos mais poderosos, que tendem a solucionar as questões muito com o objectivo quase eleitoralista, em que se for necessário fazerem concessões para se manterem no poder, fá-las-ão. Acredito mais na confrontação de ideias e em soluções distintas para cada caso. Se não se puder a curto prazo ir para soluções distintas, então deve-se procurar proteger os mais fracos para manter uma qualidade mínima, ou seja, os departamentos mais pequenos não podem ser prejudicados pela lógica eleitoralista.
Em breve divulgarei o meu programa, entretanto já entregue á Comissão Eleitoral.
Saudações Académicas
Jaime Rocha Gomes
Caros colegas membros da Escola da Engenharia
Hoje foi aceite pela Comissão eleitoral a minha candidatura à Presidência da Escola de Engenharia.
A minha candidatura é autónoma e independente de qualquer lista eleita para o Conselho de Escola. Só por si este facto demonstra que as minhas intenções não transmitem ambições de grupos de interesses dentro da Engenharia e que o que me move é tão só o debate de ideias e a sugestão de caminhos a seguir, porventura alternativos aos de outras candidaturas.
Não é uma candidatura contra ninguém, e muito menos contra o candidato da lista maioritária do Conselho de Escola, a quem saúdo, mas uma candidatura que pretende ser construtiva, pois sempre pensei que não é com monólogos que se alcançam as melhores soluções. A Engenharia enfrenta muitos desafios nos próximos anos e todos somos precisos para os enfrentar.
Não acredito nas soluções dos mais poderosos, que tendem a solucionar as questões muito com o objectivo quase eleitoralista, em que se for necessário fazerem concessões para se manterem no poder, fá-las-ão. Acredito mais na confrontação de ideias e em soluções distintas para cada caso. Se não se puder a curto prazo ir para soluções distintas, então deve-se procurar proteger os mais fracos para manter uma qualidade mínima, ou seja, os departamentos mais pequenos não podem ser prejudicados pela lógica eleitoralista.
Em breve divulgarei o meu programa, entretanto já entregue á Comissão Eleitoral.
Saudações Académicas
Jaime Rocha Gomes
sexta-feira, fevereiro 19, 2010
Contrato de confiança
Esta semana, no dia 17, foi o dia da Universidade e segundo relatos do que consistiram as comemorações, o Ministro já veio mais vezes à UM nos meses em que o novo reitor assumiu funções, do que durante o segundo mandato do anterior reitor. Um “contrato de confiança” foi assinado entre a tutela e a UM que pode permitir á UM ter uma situação financeira mais folgada do que nos últimos anos. Mais verba significa mais folga para promoções na carreira e melhores condições para a componente pedagógica, beneficiando professores e alunos. Estamos pois de parabéns e parece que a diplomacia funcionou melhor que a confrontação. No entanto há uma moeda de troca que consiste essencialmente na Universidade conseguir mais alunos e isso só é possível com alunos que não fazem parte do contingente vindo directamente do ensino secundário. É necessário recrutar alunos que estão fora do ensino normal ou que já o terminaram e querem regressar. Neste caso os cursos têm que forçosamente ser pós-laborais. É aqui que surgem as dúvidas; até que ponto se conseguem os alunos suficientes nestas condições. Para o departamento do qual faço parte, o departamento de engenharia têxtil, isto não é novidade e os professores e alunos, muitas vezes com sacrifício das suas vidas pessoais, conseguem atingir os mesmos níveis de sucesso que com os cursos diurnos.
Mas este é um caso especial em que se trata de um departamento que de outra maneira não teria alunos, ou muito poucos, e por isso os docentes não pensam duas vezes. Mas outros departamentos em que os cursos diurnos estão cheios, qual é o incentivo para os docentes leccionarem em horários pós-laborais? Como será feito a escolha? Serão aqueles que têm menos força no departamento, ou por serem menos graduados ou por outras razões que infelizmente ainda existem na nossa sociedade, como o compadrio, que serão "enviados" para esse horário? Se isso acontecer, há dois factores que são de lamentar, a injustiça perante tal actuação, mas também quem sai prejudicado de tal situação, os alunos. São os alunos que não terão porventura professores provenientes de uma escolha equilibrada de professores, ou seja, professores mais experientes juntamente com outros mais jovens.
Não sei se alguma vez teremos esse problema, mas se o tivermos pelo menos significa que temos alunos neste regime e que o contrato de confiança se cumpre nos dois sentidos. As outras considerações, a seu tempo, terão que ser acauteladas porque o sucesso dos cursos pós-laborais depende da motivação dos docentes, e isso depende duma distribuição de serviço docente justa entre horários laborais e pós-laborais.
Mas este é um caso especial em que se trata de um departamento que de outra maneira não teria alunos, ou muito poucos, e por isso os docentes não pensam duas vezes. Mas outros departamentos em que os cursos diurnos estão cheios, qual é o incentivo para os docentes leccionarem em horários pós-laborais? Como será feito a escolha? Serão aqueles que têm menos força no departamento, ou por serem menos graduados ou por outras razões que infelizmente ainda existem na nossa sociedade, como o compadrio, que serão "enviados" para esse horário? Se isso acontecer, há dois factores que são de lamentar, a injustiça perante tal actuação, mas também quem sai prejudicado de tal situação, os alunos. São os alunos que não terão porventura professores provenientes de uma escolha equilibrada de professores, ou seja, professores mais experientes juntamente com outros mais jovens.
Não sei se alguma vez teremos esse problema, mas se o tivermos pelo menos significa que temos alunos neste regime e que o contrato de confiança se cumpre nos dois sentidos. As outras considerações, a seu tempo, terão que ser acauteladas porque o sucesso dos cursos pós-laborais depende da motivação dos docentes, e isso depende duma distribuição de serviço docente justa entre horários laborais e pós-laborais.
sábado, fevereiro 06, 2010
O Macdonalds no Campus?
O que é que faz um Macdonald´s na Quinta dos Peões, aquele espaço que fica entre o campus de Gualtar e o INL-Instituto de Nanotecnologias? Ficando situado na Quinta dos Peões supõe-se que foi do conhecimento da UM a sua instalação naquele sítio já que a ocupação da Quinta dois Peões tem sido objecto de negociações entre o proprietário, Rodrigues Névoa, a Câmara e a UM (ver comentário sobre planos da UM para a "sua parte" da Quinta dos Peões) desde que foi vendido pelo Estado/Câmara a Rodrigues Névoa. Terá sido uma forma dos estudantes terem alternativa á cantina? Terá sido uma forma de mostrar a internacionalização da oferta gastronómica a visitantes da UM? Ou terá sido mais do interesse do Presidente da Autarquia no que respeita à sua predilecção por esta Multinacional como aliás também o fez mesmo no centro da cidade, num edifício alugado a um café e uma barbearia, que foi também "modernizado" desta forma (o que na altura também causou muita estranheza)?
Suponho que esta predilecção do Sr. presidente da Câmara não será pelos hamburgers propriamente ditos...
De qualquer forma, num lugar de ensino e investigação, onde o informal e o inconformismo dos estudantes devia ser a norma, temos uma cadeia Americana que alimenta gente muito jovem, normalmente acompanhada pelos pais, não propriamente o aluno típico da Universidade. Ou será que a Macdonalds pensou que os estudantes seriam a sua principal fonte de receitas? Nesse caso a negociata seria ainda mais óbvia entre o Presidente da Câmara e a cadeia Americana. Mas a localização da Macdonald's nas proximidades da UM não creio de facto que seja a razão do sucesso e das filas de carros que vemos a entrar e a sair do "drive-in". Seja ali ou noutro sítio as enchentes das famílias com filhos que têm que alimentar sem muito trabalho e despesa sucedem-se diariamente, e ainda por cima com o agrado dos jovens, independentemente de ser uma alimentação desaconselhada e conotada nos EUA como de "engorda pobres" (embora ainda com algum status aqui, vá-se lá saber porquê).
Portanto, não será tempo da Reitoria incluir no pacote a negociar com Rodrigues Névoa e a Câmara ó Macdonald's "do Campus"? É que já chega da UM ser referenciada como aquele edifício grande ao pé do Macdonald's! Seria mais apropriado e digno ser referenciado como "aquele edifício grande com um espaço verde em frente a uma rotunda". Isto se não encherem aquele espaço com torres de um futuro Parque de Ciência e Tecnologia e sede da Associação de Estudantes, como já foi sugerido pelo reitor a um órgão de comunicação social.
Suponho que esta predilecção do Sr. presidente da Câmara não será pelos hamburgers propriamente ditos...
De qualquer forma, num lugar de ensino e investigação, onde o informal e o inconformismo dos estudantes devia ser a norma, temos uma cadeia Americana que alimenta gente muito jovem, normalmente acompanhada pelos pais, não propriamente o aluno típico da Universidade. Ou será que a Macdonalds pensou que os estudantes seriam a sua principal fonte de receitas? Nesse caso a negociata seria ainda mais óbvia entre o Presidente da Câmara e a cadeia Americana. Mas a localização da Macdonald's nas proximidades da UM não creio de facto que seja a razão do sucesso e das filas de carros que vemos a entrar e a sair do "drive-in". Seja ali ou noutro sítio as enchentes das famílias com filhos que têm que alimentar sem muito trabalho e despesa sucedem-se diariamente, e ainda por cima com o agrado dos jovens, independentemente de ser uma alimentação desaconselhada e conotada nos EUA como de "engorda pobres" (embora ainda com algum status aqui, vá-se lá saber porquê).
Portanto, não será tempo da Reitoria incluir no pacote a negociar com Rodrigues Névoa e a Câmara ó Macdonald's "do Campus"? É que já chega da UM ser referenciada como aquele edifício grande ao pé do Macdonald's! Seria mais apropriado e digno ser referenciado como "aquele edifício grande com um espaço verde em frente a uma rotunda". Isto se não encherem aquele espaço com torres de um futuro Parque de Ciência e Tecnologia e sede da Associação de Estudantes, como já foi sugerido pelo reitor a um órgão de comunicação social.
quarta-feira, fevereiro 03, 2010
Os Estatutos dos Centros - o "case study" do CCTT
Já aqui foi comentada a renovação adiada dos Centros de I&D da Escola de Engenharia, muito devido ao facto dos estatutos da Escola não preverem o limite de mandato para o Director do Centro. Outro aspecto para o qual alertei para os estatutos da Escola de Engenharia foi a falta de linhas de orientação em relação aos Centros, o que poderia perverter a lógica subjacente aos Centros, que são constituídos por investigadores e nisso se diferenciam dos Departamentos, que são constituídos por docentes, e que poderia resultar que nos Centros de I&D os direitos venham a ser diferentes para uns e outros, privilegiando os docentes. Como que a dar-me razão, o Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil do qual faço parte, estipulou nos seus estatutos aprovados por maioria, tendo contra os votos dos investigadores como é óbvio e alguns docentes nos quais me incluo eu, uns estatutos em que distinguem os direitos dos docentes e dos investigadores. Como exemplo desta atitude premeditada pela actual Direcção, propôs e viu aprovada a constituição da Comissão Científica em que os docentes doutorados têm todos lugar e os investigadores são representados por um único colega, tendo-se ainda dividido os investigadores entre aqueles que têm um contrato de 5 anos e aqueles que têm um contrato de 1 ano, quando por exemplo no Conselho de Escola não há qualquer distinção entre docentes e investigadores, tenham mais ou menos de 5 anos de vínculo à UM, e no Conselho Científico a única diferença é entre os investigadores com 5 anos (investigadores auxiliares) e os que têm menos de cinco anos. Não se entende! Isto é, no órgão para o qual foram contratados, o Centro, não têm os mesmos direitos que os docentes, e nos órgão acima deste, ao qual respondem precisamente os Centros como unidades sub-orgânicas que são, os investigadores têm esses direitos. Espero que os colegas que me ouviram argumentar desta forma percebam duma vez por todas que o Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil não é uma ilha, mas deve respeitar a lógica dos estatutos da Unidade orgânica a que pertence, ou seja a Escola de Engenharia.
Não havendo consenso quanto a este assunto no Conselho de Escola de Engenharia, a Assessoria Jurídica da UM deve ser solicitada pela Escola a dar um parecer, sendo certo que a Escola de Engenharia não poderá, a meu ver, contemporizar com este tipo de atitude avulsa por parte duma sua sub-unidade orgânica. A meu ver este assunto deve até ser considerado como um "case study" pela Assessoria jurídica, uma vez que pode servir como precedente noutros Centros de I&D.
Não havendo consenso quanto a este assunto no Conselho de Escola de Engenharia, a Assessoria Jurídica da UM deve ser solicitada pela Escola a dar um parecer, sendo certo que a Escola de Engenharia não poderá, a meu ver, contemporizar com este tipo de atitude avulsa por parte duma sua sub-unidade orgânica. A meu ver este assunto deve até ser considerado como um "case study" pela Assessoria jurídica, uma vez que pode servir como precedente noutros Centros de I&D.
domingo, janeiro 31, 2010
O Orçamento dos SASUM: uma ilha (da Madeira) na UM
Segundo informação do blogue NDNR, que está presente no Conselho Geral com dois membros eleitos e pensa e muito bem que o que lá se passa deve ser acessível a toda a Academia, o orçamento dos SASUM foi aprovado no CG com a ajuda dos votos dos membros externos, com o argumento que os SASUM não podem ficar sem orçamento por muito mais tempo. Até parece que estamos a falar do orçamento do País em que o Governo também consegue os votos de outros partidos com o mesmo argumento. Mas uma coisa é o País outra coisa são os SASUM! Não caiamos no ridículo, senhores cooptados!
É melhor aprovar um orçamento despesista, incluindo contratações de técnicos superiores numa altura em que o resto da UM aperta o cinto e as contratações estão há muito congeladas, ou reservar a sua aprovação a uma proposta mais consonante com o período que vivemos? Mais uma vez há uma analogia com o orçamento do País, que é o da Madeira, considerado escandaloso quando comparado com o dos Açores, mas que como tem à frente alguém muito influente e incómodo, o Alberto João Jardim, há muita pressão para a sua aprovação. Será que podemos supor que à escala da UM os SASUM são a Madeira da UM? Até parece, quando pensamos em quem está à frente destes serviços e na sua influência junto do anterior reitor e agora também parece que junto do actual reitor.
Talvez tenha sido este o verdadeiro motivo da aprovação do orçamento, tal como o foi com a aprovação dos seus estatutos já com este Conselho Geral mas ainda com o anterior reitor, e referido aqui neste blogue.
É melhor aprovar um orçamento despesista, incluindo contratações de técnicos superiores numa altura em que o resto da UM aperta o cinto e as contratações estão há muito congeladas, ou reservar a sua aprovação a uma proposta mais consonante com o período que vivemos? Mais uma vez há uma analogia com o orçamento do País, que é o da Madeira, considerado escandaloso quando comparado com o dos Açores, mas que como tem à frente alguém muito influente e incómodo, o Alberto João Jardim, há muita pressão para a sua aprovação. Será que podemos supor que à escala da UM os SASUM são a Madeira da UM? Até parece, quando pensamos em quem está à frente destes serviços e na sua influência junto do anterior reitor e agora também parece que junto do actual reitor.
Talvez tenha sido este o verdadeiro motivo da aprovação do orçamento, tal como o foi com a aprovação dos seus estatutos já com este Conselho Geral mas ainda com o anterior reitor, e referido aqui neste blogue.
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