Foi anunciado recentemente pelo Vice Reitor Vasco Teixeira o retorno de algum apoio do GAP em Azurém para candidaturas a projectos. O "Prálemd'Azurém" congratula-se com esta medida que vai inverter um pouco o êxodo dos vários serviços de Azurém nos últimos anos. Aquele que foi o mais marcante, pela negativa, foi o abandono dos Serviços Técnicos daquele que é o Pólo mais tecnológico da UM. Pergunta-se: para que servem tantos funcionários sentados nas suas secretárias em Gualtar quando grande parte do apoio técnico será em Azurém? Faz lembrar um pouco o que acontecia na Ministério da Agricultura não há muito tempo atrás, em que haviam mais funcionários administrativos no Ministério do que agricultores! Porque se sub-contratam serviços básicos de "remendos" (canalizadores, trolhas) com tantos funcionários nos serviços? Quando é urgente, no caso duma fuga de água dum radiador, como já presenciei, é necessário recorrer ao que há à mão, no caso um trolha que estava a trabalhar no Departamento de Engenharia Civil! No edifício mais antigo, aqueles que trabalham em laboratórios sabem das dificuldades que enfrentam, quando querem ar comprimido, arranjo duma fuga de água ou transporte de equipamento, por exemplo. Duma maneira geral as instalações são velhas, precisam de apoio constante e algumas são de envergonhar qualquer responsável quando comparadas com outras instituições congéneres. As instalações tecnológicas mais recentes estão entregues a meia dúzia de departamentos, como por exemplo o Departamento e Centro de Polímeros, ou estão inseridas em instalações dos Centros Tecnlógicos (PIEP) em terrenos e infra-estruturas cedidas, pelo menos parcialmente, pela Universidade. Seria justo que outros departamentos tivessem agora o mesmo tratamento. Num contexto de crise, fala-se muito em prioridades. Outros no passado já tiveram a sua prioridade. Não será tempo de abordar o investimento em infra-estruturas numa lógica de novas prioridades? Porque não se instala de raiz um laboratório de Nanomateriais por exemplo? Vai-se deixar que outros o façam? A ligação ao laboratório de Nanotecnologia de Braga só se fará se a UM mostrar que tem uma estrutura no seu seio que pode colaborar em pé de igualdade com este laboratório. Mas esse não seria a meu ver o objectivo principal dum laboratório de Nanomateriais, uma vez que prevê-se que se fará nesse laboratório mais investigação fundamental ligada à saúde do que I&D com possibilidade de aplicação na nossa indústria ou mesmo na indústria europeia. Ou ainda, porque não se cria uma incubadora de empresas “spin-off” de base tecnológica? A proximidade com a instituição onde se encontram os investigadores seria uma grande vantagem. Veja-se o exemplo do Spin-Park que não consegue atrair as empresas spin-off da UM, mesmo estando a UM a uns escassos 10 Kilómetros aproximadamente. O facto é que se um investigador quiser ir à spin-off que criou perde uma manhã ou uma tarde, quando se fosse dentro do campus ia e vinha sem perturbar muito a sua vida profissional na Universidade.
Resumindo, venha o GAP, venham os Serviços Técnicos, que ajuda muito, mas venham também os investimentos em novas infra-estruturas, seja com verbas do contrato confiança, seja com verbas do FEDER ou doutros programas de financiamento. Os responsáveis pela instituição, O Conselho Geral e os Conselhos de Escola que trabalhem em conjunto com reitor e Presidentes de Escola, respectivamente, em soluções deste tipo (nanomateriais, incubadora de empresas…) para o futuro, porque tenho a certeza que motivariam uma boa parte da comunidade académica em Azurém a acompanhá-los.
quarta-feira, abril 14, 2010
sexta-feira, abril 09, 2010
O futuro do IPCA passa pela integração na UM?
Numa referência ao IPCA, Instituto Politécnico do Cávado, por parte do Presidente do Conselho Geral da UM o engenheiro Braga de Cruz, foi dito que não teria futuro e sugerido que fosse integrado na UM como terceiro pólo. Penso que para esta instituição e para o seu futuro, não há nada pior que anunciar o seu hipotético fim.
Não conheço a instituição e não conheço a sua génese, mas suponho que nasceu no período áureo da frequência de alunos no Ensino Superior Público, tal como muitos outros politécnicos e Universidades privadas. Estas, se têm dificuldades fecham, por seguirem uma lógica do lucro. As públicas, supõe-se que têm outra lógica e que é um serviço público, tal como outras instituições públicas o são. Pode haver uma reestruturação, sem dúvida que será necessária, mas não penso que terá um fim. Seria o primeiro caso de um politécnico a fechar as portas, que me lembre. Também penso que os sub-sistemas foram criados para serem diferentes, e é estranho que um Presidente de um Conselho Geral sugira anular essa diferença administrativamente integrando o IPCA na UM! Será mais importante a meu ver, arrumar a casa do que arranjar mais confusão. Já há áreas que se sobrepõem dentro da própria UM, por isso não temos necessidade de mais sobreposições de cursos que aconteceriam com a integração do IPCA.
Quanto à existência de dois sub-sistemas, o Universitário e o do Politécnico, tenho consciência que Bolonha veio baralhar muito essa divisão, com as Universidades a leccionarem cursos de três anos que antes eram exclusivos dos Politécnicos. Mas daí a baralharem tudo e darem as cartas de novo, como se os cursos fossem iguais, penso que seria admitir o falhanço de Bolonha, porque essa não era a intenção de quem pensou em Bolonha, disso tenho a certeza.
Não conheço a instituição e não conheço a sua génese, mas suponho que nasceu no período áureo da frequência de alunos no Ensino Superior Público, tal como muitos outros politécnicos e Universidades privadas. Estas, se têm dificuldades fecham, por seguirem uma lógica do lucro. As públicas, supõe-se que têm outra lógica e que é um serviço público, tal como outras instituições públicas o são. Pode haver uma reestruturação, sem dúvida que será necessária, mas não penso que terá um fim. Seria o primeiro caso de um politécnico a fechar as portas, que me lembre. Também penso que os sub-sistemas foram criados para serem diferentes, e é estranho que um Presidente de um Conselho Geral sugira anular essa diferença administrativamente integrando o IPCA na UM! Será mais importante a meu ver, arrumar a casa do que arranjar mais confusão. Já há áreas que se sobrepõem dentro da própria UM, por isso não temos necessidade de mais sobreposições de cursos que aconteceriam com a integração do IPCA.
Quanto à existência de dois sub-sistemas, o Universitário e o do Politécnico, tenho consciência que Bolonha veio baralhar muito essa divisão, com as Universidades a leccionarem cursos de três anos que antes eram exclusivos dos Politécnicos. Mas daí a baralharem tudo e darem as cartas de novo, como se os cursos fossem iguais, penso que seria admitir o falhanço de Bolonha, porque essa não era a intenção de quem pensou em Bolonha, disso tenho a certeza.
sábado, março 27, 2010
Progamas Doutorais em Engenharia
Antes eram doutoramentos. Agora são programas doutorais. Diferenças que detectei entre um e outro, no caso do programa doutoral em Engenharia Têxtil:
1)-Antes só se entrava em doutoramento com Mestrado e por sua vez no Mestrado só se entrava com 14 de média, ou currículo equivalente. Agora pode-se entrar com o Mestrado Integrado, que não é muito mais e ás vezes menos que a antiga licenciatura de 5 anos, com nota de 10 e/ou algum currículo. Portanto de uma assentada eliminou-se o Mestrado pelo meio e baixou-se a média para 10! Ao fim e ao cabo, significa que se pode chegar a doutor qualquer aluno que tenha sempre sido um aluno que conseguia os mínimos para passar ao longo de todo o seu percurso, desde o secundário ao Universitário.
2)- O programa Doutoral tem 4 Opções no primeiro ano nas áreas de Tecnologias Complementares, com 140 horas cada uma e 5 ECTS. O que são? Têm nomes do género: Metodologias da investigação. Qual a necessidade de tantas horas de disciplinas que procuram ensinar ao aluno as competências que ele iria adquirir ao longo do seu doutoramento? A pesquisa ensina-se? Os professores dessas UCs que mais-valia conferem à pesquisa?
Imagino que um aluno que entra para doutoramento não quer mais aulas de "encher". Muitos já vêm do Mestrado com a tese delineada e com a pesquisa iniciada. Tudo isto só faz sentido para os professores de cartilha mas não para investigadores. Estar-se a transformar o doutoramento que era uma tese de investigação num curso é, a meu ver, o caminho para retirar aquilo que de melhor havia nas Universidades, ao estilo anglo-saxónico, e introduzir mais matéria inerte, desnecessária e desmotivadora, muito ao estilo do continente europeu (a velha Europa). Se isto é Bolonha então prefiro Londres ou Nova Iorque, como quem diz, prefiro o ensino experimental ao napoleónico.
1)-Antes só se entrava em doutoramento com Mestrado e por sua vez no Mestrado só se entrava com 14 de média, ou currículo equivalente. Agora pode-se entrar com o Mestrado Integrado, que não é muito mais e ás vezes menos que a antiga licenciatura de 5 anos, com nota de 10 e/ou algum currículo. Portanto de uma assentada eliminou-se o Mestrado pelo meio e baixou-se a média para 10! Ao fim e ao cabo, significa que se pode chegar a doutor qualquer aluno que tenha sempre sido um aluno que conseguia os mínimos para passar ao longo de todo o seu percurso, desde o secundário ao Universitário.
2)- O programa Doutoral tem 4 Opções no primeiro ano nas áreas de Tecnologias Complementares, com 140 horas cada uma e 5 ECTS. O que são? Têm nomes do género: Metodologias da investigação. Qual a necessidade de tantas horas de disciplinas que procuram ensinar ao aluno as competências que ele iria adquirir ao longo do seu doutoramento? A pesquisa ensina-se? Os professores dessas UCs que mais-valia conferem à pesquisa?
Imagino que um aluno que entra para doutoramento não quer mais aulas de "encher". Muitos já vêm do Mestrado com a tese delineada e com a pesquisa iniciada. Tudo isto só faz sentido para os professores de cartilha mas não para investigadores. Estar-se a transformar o doutoramento que era uma tese de investigação num curso é, a meu ver, o caminho para retirar aquilo que de melhor havia nas Universidades, ao estilo anglo-saxónico, e introduzir mais matéria inerte, desnecessária e desmotivadora, muito ao estilo do continente europeu (a velha Europa). Se isto é Bolonha então prefiro Londres ou Nova Iorque, como quem diz, prefiro o ensino experimental ao napoleónico.
domingo, março 21, 2010
Vamos limpar Portugal 1- Universidades
Ontem foi o dia da iniciativa"Vamos Limpar Portugal". Foi e é uma campanha meritória e original sem dúvida.
Sugiro outras campanhas:
Vamos limpar as Universidades...dos yes-men
Vamos limpar as Universidades...dos incompetentes
Vamos limpar as Universidades...dos burocratas
Vamos limpar as Universidades...dos arranjinhos
Vamos limpar as Universidades...dos prémios
Vamos limpar as UNiversidades...dos oportunistas
Vamos limpar as Universidades...dos professores de gabinete
Vamos limpar as Universidades...dos grupos de interesse
Vamos limpar as Universidades...dos carros dos alunos no campus
Vamos limpar as Universidades...das praxes no campus
Vamos limpar as Universidades...do ensino Wikepediano
Vamos limpar as Universidades...do ensino à distância
Vamos limpar as Universidade....dos alunos permanentes
Vamos limpas as Universidades...das disciplinas supérfluas
Vamos limpar as Universidades...dos programas doutorais
Vamos limpar Portugal...
Fico à espera de mais sugestões.
Sugiro outras campanhas:
Vamos limpar as Universidades...dos yes-men
Vamos limpar as Universidades...dos incompetentes
Vamos limpar as Universidades...dos burocratas
Vamos limpar as Universidades...dos arranjinhos
Vamos limpar as Universidades...dos prémios
Vamos limpar as UNiversidades...dos oportunistas
Vamos limpar as Universidades...dos professores de gabinete
Vamos limpar as Universidades...dos grupos de interesse
Vamos limpar as Universidades...dos carros dos alunos no campus
Vamos limpar as Universidades...das praxes no campus
Vamos limpar as Universidades...do ensino Wikepediano
Vamos limpar as Universidades...do ensino à distância
Vamos limpar as Universidade....dos alunos permanentes
Vamos limpas as Universidades...das disciplinas supérfluas
Vamos limpar as Universidades...dos programas doutorais
Vamos limpar Portugal...
Fico à espera de mais sugestões.
domingo, março 14, 2010
Avaliação intercalar
o ECDU sempre previu a avaliação, embora só para os concursos. No entanto entre concursos não havia avaliação e durante muito tempo os concursos estiveram praticamente congelados para muitos departamentos, o que significou que quase nenhuma avaliação, a não ser aquela referente às nomeações definitivas, foi efectuada. Agora que se instalou a avaliação intermédia (entre concursos), muitos se interrogam como será feita esta avaliação, havendo uma proposta já formulada na UM para regulamentar esta avaliação, estando esta a ser discutida pela Academia.
Mais uma vez põe-se a questão do que deve ser avaliado e com que peso. No entanto não é discutido se esta avaliação vai fazer alguma diferença. Pessoalmente penso que só daqui a alguns anos fará alguma diferença, uma vez que a maioria dos professores estão no escalão máximo, devido ao tempo que passaram na mesma categoria. Pode afectar os Professores Auxiliares sem Nomeação Defnitiva. Sabemos no entanto que a maioria dos Professores já tem a Nomeação Definitiva na maioria das Escolas.
Se servir para alguma coisa será mais um treino para os Professores se prepararem para os concursos, um pouco como já se fazia com os relatórios de biénio que algumas Escolas, como a de Engenharia, faziam. Por isso a pergunta impõe-se: para quê tanto sururu em relação às Avaliações?
Mais uma vez põe-se a questão do que deve ser avaliado e com que peso. No entanto não é discutido se esta avaliação vai fazer alguma diferença. Pessoalmente penso que só daqui a alguns anos fará alguma diferença, uma vez que a maioria dos professores estão no escalão máximo, devido ao tempo que passaram na mesma categoria. Pode afectar os Professores Auxiliares sem Nomeação Defnitiva. Sabemos no entanto que a maioria dos Professores já tem a Nomeação Definitiva na maioria das Escolas.
Se servir para alguma coisa será mais um treino para os Professores se prepararem para os concursos, um pouco como já se fazia com os relatórios de biénio que algumas Escolas, como a de Engenharia, faziam. Por isso a pergunta impõe-se: para quê tanto sururu em relação às Avaliações?
terça-feira, março 09, 2010
Eleições para reitor e Presidentes de Escola: A lógica das facções nos Conselhos das Universidades
É sintomático que aqueles candidatos que não pertenciam ou não eram apoiados pelas facções que constituiram listas no Conselho Geral das Universidades tenham tido poucos ou nenhuns votos na sua candidatura para reitor. Aconteceu em várias Universidades e na nossa também. Aquela ideia idealista e até romântica por parte do Ministro de ter alguém vindo de qualquer parte do Mundo para ser reitor da UM, baseado no seu currículo, caiu por terra com a eleição sempre por esmagadora maioria dos candidatos da casa, e entre aqueles apoiados pela lista que ganhou as eleições para o Conselho Geral. Todo o espectáculo dos concursos internacionais foi um desperdício e perda de tempo para os candidatos que não sabiam ao que vinham. É desprestigiante para o Ministério e para o País. Quando é que nos deixamos destas coisas? De querer parecer mas não ser como aqueles que procuramos imitar, neste caso as Universidades anglo-saxónicas? Por muitas leis que se façam, caímos sempre naquela particularidade tão portuguesa, o compadrio.
Os Conselhos de Escola que são a réplica do Conselho Geral seguem o mesmo padrão. É evidente que neste caso sendo candidatos internos sabem ao que vão, e quando alguém independente das lista representadas no Conselho se candidata, como foi o meu caso, é só para divulgar as suas ideias, sabendo perfeitamente que as lista votam disciplinadamente segundo a orientação dos seus cabeças de lista. Há quem não entenda isto, e só veja a lógica dos números. Alguém duvida que se o plebiscito fosse directamente efectuado por todos os membros da Universidade no caso do Conselho Geral e por todos os membros da Escola, no caso da Escola, o resultado seria muito diferente?
Tal como no País, numa Universidade há poucas oportunidades para alguém que não esteja envolvido na lógica "partidária" divulgar as suas ideias. Uma candidatura individual é uma das formas de divulgar e discutir ideias, embora a participação de outros individuais seja muito pequena, por não haver uma organização "partidária", o que é sempre de lamentar.
Com a miniaturização das Assembleias de Escola, com centenas de membros onde todos os doutores estavam representados, para Conselhos de Escola com 11 professores, a oportunidade para se discutirem ideias perde-se. Talvez o exercício em que me vi envolvido de apresentação de uma a candidatura e discussão dos seus princípios tenha sido o último debate institucional da Escola de Engenharia. Os próximos debates serão à porta fechada entre os membros do Conselho de Escola, somente 11 professores. É um adeus a uma era, que o anterior Presidente de Escola, actual reitor, já tinha referido na sua última sessão da Assembleia, com alguma premonição que na altura ninguém ligou mas que agora se percebe tão claramente. Vozes independentes que na Assembleia se pronunciavam e eram ouvidas, provocando o que de mais elementar há numa democracia, o debate, ficam arredadas para sempre dessa oportunidade.
Restam a essas vozes esta forma de divulgarem as suas ideias, um blogue, que nunca substituirá o debate vivo mas que de alguma maneira compensará a sua frustração.
Comigo funciona!
Os Conselhos de Escola que são a réplica do Conselho Geral seguem o mesmo padrão. É evidente que neste caso sendo candidatos internos sabem ao que vão, e quando alguém independente das lista representadas no Conselho se candidata, como foi o meu caso, é só para divulgar as suas ideias, sabendo perfeitamente que as lista votam disciplinadamente segundo a orientação dos seus cabeças de lista. Há quem não entenda isto, e só veja a lógica dos números. Alguém duvida que se o plebiscito fosse directamente efectuado por todos os membros da Universidade no caso do Conselho Geral e por todos os membros da Escola, no caso da Escola, o resultado seria muito diferente?
Tal como no País, numa Universidade há poucas oportunidades para alguém que não esteja envolvido na lógica "partidária" divulgar as suas ideias. Uma candidatura individual é uma das formas de divulgar e discutir ideias, embora a participação de outros individuais seja muito pequena, por não haver uma organização "partidária", o que é sempre de lamentar.
Com a miniaturização das Assembleias de Escola, com centenas de membros onde todos os doutores estavam representados, para Conselhos de Escola com 11 professores, a oportunidade para se discutirem ideias perde-se. Talvez o exercício em que me vi envolvido de apresentação de uma a candidatura e discussão dos seus princípios tenha sido o último debate institucional da Escola de Engenharia. Os próximos debates serão à porta fechada entre os membros do Conselho de Escola, somente 11 professores. É um adeus a uma era, que o anterior Presidente de Escola, actual reitor, já tinha referido na sua última sessão da Assembleia, com alguma premonição que na altura ninguém ligou mas que agora se percebe tão claramente. Vozes independentes que na Assembleia se pronunciavam e eram ouvidas, provocando o que de mais elementar há numa democracia, o debate, ficam arredadas para sempre dessa oportunidade.
Restam a essas vozes esta forma de divulgarem as suas ideias, um blogue, que nunca substituirá o debate vivo mas que de alguma maneira compensará a sua frustração.
Comigo funciona!
quarta-feira, março 03, 2010
Início de um novo mandato na Escola de Engenharia: o (des)equilíbrio forçado
Tomou hoje posse o novo Presidente da Escola de Engenharia. Ao contrário da maior parte das outras Escolas não foi eleito por unanimidade, mas sim por maioria, o que só abona a favor da democracia na Universidade e como já disse anteriormente, reforça a sua legitimidade no cargo.
Na sua tomada de posse o reitor anunciou que as Escolas vão ter maior autonomia. Depreende-se daqui que a distribuição de verbas e de lugares do quadro pelos departamentos não são definidos pela Reitoria mas sim pela Presidência da Escola.
Não serei o único a descortinar no Conselho de Escola uma representação de interesses muito díspares, como referi na minha candidatura. Os membros do Departamento de Informática , por exemplo, estarão à espera que o Presidente, em quem votaram, responda ás suas exigências de maior transparência na retribuição devida aos departamentos que mais verbas captam para a Universidade, leia-se maior proporcionalidade desta retribuição com o número de alunos e eventualmente com as "overheads" dos projectos. A retribuição será em termos de orçamento, de áreas ocupadas e de vagas de lugares do quadro. Não sei como o Presidente vai agir e que ponderação irá utilizar e como os outros departamentos irão reagir, mas ao agradar a uns, vai ter que enfrentar a crítica e a desmotivação de outros, muitas vezes menos reivindicativos devido à sua menor dimensão e menor visibilidade. Veremos como percorrerá este longo caminho dos seus dois mandatos que pretende, sendo o primeiro de análise e o segundo de execução de um plano estratégico, com tantas contradições entre os membros das duas listas. Será um caminho longo e penoso que segundo o seu programam se inicia propriamente daqui a três anos, depois de executada a análise para o plano estratégico. Esperemos que não se fique pela análise após três anos, tendo sucumbido às contradições do órgão de que depende, o CE, que alguém já se referiu como sendo um "saco cheio de gatos", porque nessa altura haverá de novo eleições para o Conselho de Escola, e o senhor que se segue, se não for ele, não seguirá certamente o seu programa estratégico delineado durante os três anos do seu mandato. Seria tempo perdido e tempo é o que temos menos para desperdiçar, a julgar pelos desafios que temos pela frente.
Para o ajudar tem o apoio de vários quadrantes da Universidade, sendo o mais óbvio a julgar pelos seus vices, o quadrante profundamente ligado ao passado da governação da Escola e da própria Universidade.
Para já temos um mandato de três anos, que espero que ele exerça com firmeza e justiça, e com total independência em relação aos vários sectores que o apoiaram. Não se deve esquecer que tal como o Presidente da República em relação aos portugueses, ele deve ser o Presidente de todos os membros da Engenharia e não só daqueles que já andam nestas lides há muitos anos e que se servem dos Presidentes para continuar no topo da pirâmide.
Na sua tomada de posse o reitor anunciou que as Escolas vão ter maior autonomia. Depreende-se daqui que a distribuição de verbas e de lugares do quadro pelos departamentos não são definidos pela Reitoria mas sim pela Presidência da Escola.
Não serei o único a descortinar no Conselho de Escola uma representação de interesses muito díspares, como referi na minha candidatura. Os membros do Departamento de Informática , por exemplo, estarão à espera que o Presidente, em quem votaram, responda ás suas exigências de maior transparência na retribuição devida aos departamentos que mais verbas captam para a Universidade, leia-se maior proporcionalidade desta retribuição com o número de alunos e eventualmente com as "overheads" dos projectos. A retribuição será em termos de orçamento, de áreas ocupadas e de vagas de lugares do quadro. Não sei como o Presidente vai agir e que ponderação irá utilizar e como os outros departamentos irão reagir, mas ao agradar a uns, vai ter que enfrentar a crítica e a desmotivação de outros, muitas vezes menos reivindicativos devido à sua menor dimensão e menor visibilidade. Veremos como percorrerá este longo caminho dos seus dois mandatos que pretende, sendo o primeiro de análise e o segundo de execução de um plano estratégico, com tantas contradições entre os membros das duas listas. Será um caminho longo e penoso que segundo o seu programam se inicia propriamente daqui a três anos, depois de executada a análise para o plano estratégico. Esperemos que não se fique pela análise após três anos, tendo sucumbido às contradições do órgão de que depende, o CE, que alguém já se referiu como sendo um "saco cheio de gatos", porque nessa altura haverá de novo eleições para o Conselho de Escola, e o senhor que se segue, se não for ele, não seguirá certamente o seu programa estratégico delineado durante os três anos do seu mandato. Seria tempo perdido e tempo é o que temos menos para desperdiçar, a julgar pelos desafios que temos pela frente.
Para o ajudar tem o apoio de vários quadrantes da Universidade, sendo o mais óbvio a julgar pelos seus vices, o quadrante profundamente ligado ao passado da governação da Escola e da própria Universidade.
Para já temos um mandato de três anos, que espero que ele exerça com firmeza e justiça, e com total independência em relação aos vários sectores que o apoiaram. Não se deve esquecer que tal como o Presidente da República em relação aos portugueses, ele deve ser o Presidente de todos os membros da Engenharia e não só daqueles que já andam nestas lides há muitos anos e que se servem dos Presidentes para continuar no topo da pirâmide.
terça-feira, março 02, 2010
Os SASUM promovem a maquilhagem
Temos recentemente recebido e-mails do responsável pelos SASUM sobre alguns assuntos menos académicos, como por exemplo os malefícios da obesidade e a aprendizagem da maquilhagem. Até que são coisas interessantes para muitas pessoas e que regularmente vemos na TV a serem apresentados por especialistas na matéria. Aqui dentro dos Campi pelos vistos são as farmácias (ou parafarmácias) recentemente instaladas que são especialistas na matéria. Não estou a admirado com estas especialidades destes estabelecimentos. Não sabia era que fazia parte dos estatutos dos SASUM a promoção de negócios instalados nos campi. Talvez seja essa a razão da contratação de mais oito técnicos superiores, para que os SASUM se possam também dedicar a estes cuidados tão importantes para o corpo humano.
Novo Presidente na Escola de Engenharia
Foi eleito Paulo Pereira para Presidente da Escola de Engenharia, com 11 votos a favor e 3 votos em branco.
e-mail de felicitações enviado ontem para todo@eng.uminho.pt pelo candidato vencido:
Caros colegas
Venho desta forma felicitar o Professor Paulo Pereira pela sua eleição para a Presidência da Escola de Engenharia.
Como disse na altura a minha candidatura não era antagónica mas procurava abranger aspectos que não estavam claramente definidos na sua candidatura.
Assim, espero que a minha candidatura tenha servido para esclarecer a sua candidatura e no futuro fortalecer o seu mandato.
Saudações Académicas
Jaime I. N. Rocha Gomes
e-mail de felicitações enviado ontem para todo@eng.uminho.pt pelo candidato vencido:
Caros colegas
Venho desta forma felicitar o Professor Paulo Pereira pela sua eleição para a Presidência da Escola de Engenharia.
Como disse na altura a minha candidatura não era antagónica mas procurava abranger aspectos que não estavam claramente definidos na sua candidatura.
Assim, espero que a minha candidatura tenha servido para esclarecer a sua candidatura e no futuro fortalecer o seu mandato.
Saudações Académicas
Jaime I. N. Rocha Gomes
sábado, fevereiro 27, 2010
Audições para a Presidência da Escola de Engenharia
Decorreu na última Quarta feira a audiência pública dos candidatos à Presidência. Dois candidatos, eu e o colega Paulo Pereira. Calhou-me ser o segundo a apresentar a minha candidatura. Tal como eu pretendia, foi um exercíciio interessante em que se apresentaram programas que não sendo alternativos focavam aspectos diferentes do futuro da Engenharia. Independentemente do resultado, dei o meu tempo por bem empregue, por expôr aquilo que eu penso serem aspectos menos claros que os novos estatutos nos legaram e possíveis contradições que as duas listas eleitas podem provocar numa governação de compromisso entre as pretensões de ambas as listas. Será algo que o Conselho de Escola tem que estar atento durante o mandato que se inicia, seja qual for o Presidente. Devo dizer que as perguntas do Conselho Geral foram muito pertinentes e que demonstram uma preocupação séria do que se adivinha que vem aí, seja com o contrato de confiança seja com o processo de Bolonha. Só não percebi as perguntas dos representantes dos investigadores e dos alunos, que pareciam mais preocupados com a sua situação profissional do que propriamente com aspectos que podem afligir os seus colegas. Talvez por inexperiência, estes membros do Conselho Geral não se apercebem que por muito que os candidatos a Presidente gostassem, não podem resolver problemas que são determinados por entidades externas. Por exemplo, a acreditação de um curso pela Ordem dos Engenheiros não depende do Presidente da Escola. A estabilidade de emprego dos bolseiros também não depende nem do Presidente nem sequer da Universidade: depende da política do Ministério. Mas à parte estas inconsistências, todo o processo foi muito gratificante. Independentemente do resultado, já valeu a pena concorrer e penso estarmos todos de parabéns, os candidatos a Presidente e o Conselho Geral.
segunda-feira, fevereiro 22, 2010
Candidatura à Presidência da Escola de Engenharia
e-mail enviado hoje à lista todos@eng.uminho.pt:
Caros colegas membros da Escola da Engenharia
Hoje foi aceite pela Comissão eleitoral a minha candidatura à Presidência da Escola de Engenharia.
A minha candidatura é autónoma e independente de qualquer lista eleita para o Conselho de Escola. Só por si este facto demonstra que as minhas intenções não transmitem ambições de grupos de interesses dentro da Engenharia e que o que me move é tão só o debate de ideias e a sugestão de caminhos a seguir, porventura alternativos aos de outras candidaturas.
Não é uma candidatura contra ninguém, e muito menos contra o candidato da lista maioritária do Conselho de Escola, a quem saúdo, mas uma candidatura que pretende ser construtiva, pois sempre pensei que não é com monólogos que se alcançam as melhores soluções. A Engenharia enfrenta muitos desafios nos próximos anos e todos somos precisos para os enfrentar.
Não acredito nas soluções dos mais poderosos, que tendem a solucionar as questões muito com o objectivo quase eleitoralista, em que se for necessário fazerem concessões para se manterem no poder, fá-las-ão. Acredito mais na confrontação de ideias e em soluções distintas para cada caso. Se não se puder a curto prazo ir para soluções distintas, então deve-se procurar proteger os mais fracos para manter uma qualidade mínima, ou seja, os departamentos mais pequenos não podem ser prejudicados pela lógica eleitoralista.
Em breve divulgarei o meu programa, entretanto já entregue á Comissão Eleitoral.
Saudações Académicas
Jaime Rocha Gomes
Caros colegas membros da Escola da Engenharia
Hoje foi aceite pela Comissão eleitoral a minha candidatura à Presidência da Escola de Engenharia.
A minha candidatura é autónoma e independente de qualquer lista eleita para o Conselho de Escola. Só por si este facto demonstra que as minhas intenções não transmitem ambições de grupos de interesses dentro da Engenharia e que o que me move é tão só o debate de ideias e a sugestão de caminhos a seguir, porventura alternativos aos de outras candidaturas.
Não é uma candidatura contra ninguém, e muito menos contra o candidato da lista maioritária do Conselho de Escola, a quem saúdo, mas uma candidatura que pretende ser construtiva, pois sempre pensei que não é com monólogos que se alcançam as melhores soluções. A Engenharia enfrenta muitos desafios nos próximos anos e todos somos precisos para os enfrentar.
Não acredito nas soluções dos mais poderosos, que tendem a solucionar as questões muito com o objectivo quase eleitoralista, em que se for necessário fazerem concessões para se manterem no poder, fá-las-ão. Acredito mais na confrontação de ideias e em soluções distintas para cada caso. Se não se puder a curto prazo ir para soluções distintas, então deve-se procurar proteger os mais fracos para manter uma qualidade mínima, ou seja, os departamentos mais pequenos não podem ser prejudicados pela lógica eleitoralista.
Em breve divulgarei o meu programa, entretanto já entregue á Comissão Eleitoral.
Saudações Académicas
Jaime Rocha Gomes
sexta-feira, fevereiro 19, 2010
Contrato de confiança
Esta semana, no dia 17, foi o dia da Universidade e segundo relatos do que consistiram as comemorações, o Ministro já veio mais vezes à UM nos meses em que o novo reitor assumiu funções, do que durante o segundo mandato do anterior reitor. Um “contrato de confiança” foi assinado entre a tutela e a UM que pode permitir á UM ter uma situação financeira mais folgada do que nos últimos anos. Mais verba significa mais folga para promoções na carreira e melhores condições para a componente pedagógica, beneficiando professores e alunos. Estamos pois de parabéns e parece que a diplomacia funcionou melhor que a confrontação. No entanto há uma moeda de troca que consiste essencialmente na Universidade conseguir mais alunos e isso só é possível com alunos que não fazem parte do contingente vindo directamente do ensino secundário. É necessário recrutar alunos que estão fora do ensino normal ou que já o terminaram e querem regressar. Neste caso os cursos têm que forçosamente ser pós-laborais. É aqui que surgem as dúvidas; até que ponto se conseguem os alunos suficientes nestas condições. Para o departamento do qual faço parte, o departamento de engenharia têxtil, isto não é novidade e os professores e alunos, muitas vezes com sacrifício das suas vidas pessoais, conseguem atingir os mesmos níveis de sucesso que com os cursos diurnos.
Mas este é um caso especial em que se trata de um departamento que de outra maneira não teria alunos, ou muito poucos, e por isso os docentes não pensam duas vezes. Mas outros departamentos em que os cursos diurnos estão cheios, qual é o incentivo para os docentes leccionarem em horários pós-laborais? Como será feito a escolha? Serão aqueles que têm menos força no departamento, ou por serem menos graduados ou por outras razões que infelizmente ainda existem na nossa sociedade, como o compadrio, que serão "enviados" para esse horário? Se isso acontecer, há dois factores que são de lamentar, a injustiça perante tal actuação, mas também quem sai prejudicado de tal situação, os alunos. São os alunos que não terão porventura professores provenientes de uma escolha equilibrada de professores, ou seja, professores mais experientes juntamente com outros mais jovens.
Não sei se alguma vez teremos esse problema, mas se o tivermos pelo menos significa que temos alunos neste regime e que o contrato de confiança se cumpre nos dois sentidos. As outras considerações, a seu tempo, terão que ser acauteladas porque o sucesso dos cursos pós-laborais depende da motivação dos docentes, e isso depende duma distribuição de serviço docente justa entre horários laborais e pós-laborais.
Mas este é um caso especial em que se trata de um departamento que de outra maneira não teria alunos, ou muito poucos, e por isso os docentes não pensam duas vezes. Mas outros departamentos em que os cursos diurnos estão cheios, qual é o incentivo para os docentes leccionarem em horários pós-laborais? Como será feito a escolha? Serão aqueles que têm menos força no departamento, ou por serem menos graduados ou por outras razões que infelizmente ainda existem na nossa sociedade, como o compadrio, que serão "enviados" para esse horário? Se isso acontecer, há dois factores que são de lamentar, a injustiça perante tal actuação, mas também quem sai prejudicado de tal situação, os alunos. São os alunos que não terão porventura professores provenientes de uma escolha equilibrada de professores, ou seja, professores mais experientes juntamente com outros mais jovens.
Não sei se alguma vez teremos esse problema, mas se o tivermos pelo menos significa que temos alunos neste regime e que o contrato de confiança se cumpre nos dois sentidos. As outras considerações, a seu tempo, terão que ser acauteladas porque o sucesso dos cursos pós-laborais depende da motivação dos docentes, e isso depende duma distribuição de serviço docente justa entre horários laborais e pós-laborais.
sábado, fevereiro 06, 2010
O Macdonalds no Campus?
O que é que faz um Macdonald´s na Quinta dos Peões, aquele espaço que fica entre o campus de Gualtar e o INL-Instituto de Nanotecnologias? Ficando situado na Quinta dos Peões supõe-se que foi do conhecimento da UM a sua instalação naquele sítio já que a ocupação da Quinta dois Peões tem sido objecto de negociações entre o proprietário, Rodrigues Névoa, a Câmara e a UM (ver comentário sobre planos da UM para a "sua parte" da Quinta dos Peões) desde que foi vendido pelo Estado/Câmara a Rodrigues Névoa. Terá sido uma forma dos estudantes terem alternativa á cantina? Terá sido uma forma de mostrar a internacionalização da oferta gastronómica a visitantes da UM? Ou terá sido mais do interesse do Presidente da Autarquia no que respeita à sua predilecção por esta Multinacional como aliás também o fez mesmo no centro da cidade, num edifício alugado a um café e uma barbearia, que foi também "modernizado" desta forma (o que na altura também causou muita estranheza)?
Suponho que esta predilecção do Sr. presidente da Câmara não será pelos hamburgers propriamente ditos...
De qualquer forma, num lugar de ensino e investigação, onde o informal e o inconformismo dos estudantes devia ser a norma, temos uma cadeia Americana que alimenta gente muito jovem, normalmente acompanhada pelos pais, não propriamente o aluno típico da Universidade. Ou será que a Macdonalds pensou que os estudantes seriam a sua principal fonte de receitas? Nesse caso a negociata seria ainda mais óbvia entre o Presidente da Câmara e a cadeia Americana. Mas a localização da Macdonald's nas proximidades da UM não creio de facto que seja a razão do sucesso e das filas de carros que vemos a entrar e a sair do "drive-in". Seja ali ou noutro sítio as enchentes das famílias com filhos que têm que alimentar sem muito trabalho e despesa sucedem-se diariamente, e ainda por cima com o agrado dos jovens, independentemente de ser uma alimentação desaconselhada e conotada nos EUA como de "engorda pobres" (embora ainda com algum status aqui, vá-se lá saber porquê).
Portanto, não será tempo da Reitoria incluir no pacote a negociar com Rodrigues Névoa e a Câmara ó Macdonald's "do Campus"? É que já chega da UM ser referenciada como aquele edifício grande ao pé do Macdonald's! Seria mais apropriado e digno ser referenciado como "aquele edifício grande com um espaço verde em frente a uma rotunda". Isto se não encherem aquele espaço com torres de um futuro Parque de Ciência e Tecnologia e sede da Associação de Estudantes, como já foi sugerido pelo reitor a um órgão de comunicação social.
Suponho que esta predilecção do Sr. presidente da Câmara não será pelos hamburgers propriamente ditos...
De qualquer forma, num lugar de ensino e investigação, onde o informal e o inconformismo dos estudantes devia ser a norma, temos uma cadeia Americana que alimenta gente muito jovem, normalmente acompanhada pelos pais, não propriamente o aluno típico da Universidade. Ou será que a Macdonalds pensou que os estudantes seriam a sua principal fonte de receitas? Nesse caso a negociata seria ainda mais óbvia entre o Presidente da Câmara e a cadeia Americana. Mas a localização da Macdonald's nas proximidades da UM não creio de facto que seja a razão do sucesso e das filas de carros que vemos a entrar e a sair do "drive-in". Seja ali ou noutro sítio as enchentes das famílias com filhos que têm que alimentar sem muito trabalho e despesa sucedem-se diariamente, e ainda por cima com o agrado dos jovens, independentemente de ser uma alimentação desaconselhada e conotada nos EUA como de "engorda pobres" (embora ainda com algum status aqui, vá-se lá saber porquê).
Portanto, não será tempo da Reitoria incluir no pacote a negociar com Rodrigues Névoa e a Câmara ó Macdonald's "do Campus"? É que já chega da UM ser referenciada como aquele edifício grande ao pé do Macdonald's! Seria mais apropriado e digno ser referenciado como "aquele edifício grande com um espaço verde em frente a uma rotunda". Isto se não encherem aquele espaço com torres de um futuro Parque de Ciência e Tecnologia e sede da Associação de Estudantes, como já foi sugerido pelo reitor a um órgão de comunicação social.
quarta-feira, fevereiro 03, 2010
Os Estatutos dos Centros - o "case study" do CCTT
Já aqui foi comentada a renovação adiada dos Centros de I&D da Escola de Engenharia, muito devido ao facto dos estatutos da Escola não preverem o limite de mandato para o Director do Centro. Outro aspecto para o qual alertei para os estatutos da Escola de Engenharia foi a falta de linhas de orientação em relação aos Centros, o que poderia perverter a lógica subjacente aos Centros, que são constituídos por investigadores e nisso se diferenciam dos Departamentos, que são constituídos por docentes, e que poderia resultar que nos Centros de I&D os direitos venham a ser diferentes para uns e outros, privilegiando os docentes. Como que a dar-me razão, o Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil do qual faço parte, estipulou nos seus estatutos aprovados por maioria, tendo contra os votos dos investigadores como é óbvio e alguns docentes nos quais me incluo eu, uns estatutos em que distinguem os direitos dos docentes e dos investigadores. Como exemplo desta atitude premeditada pela actual Direcção, propôs e viu aprovada a constituição da Comissão Científica em que os docentes doutorados têm todos lugar e os investigadores são representados por um único colega, tendo-se ainda dividido os investigadores entre aqueles que têm um contrato de 5 anos e aqueles que têm um contrato de 1 ano, quando por exemplo no Conselho de Escola não há qualquer distinção entre docentes e investigadores, tenham mais ou menos de 5 anos de vínculo à UM, e no Conselho Científico a única diferença é entre os investigadores com 5 anos (investigadores auxiliares) e os que têm menos de cinco anos. Não se entende! Isto é, no órgão para o qual foram contratados, o Centro, não têm os mesmos direitos que os docentes, e nos órgão acima deste, ao qual respondem precisamente os Centros como unidades sub-orgânicas que são, os investigadores têm esses direitos. Espero que os colegas que me ouviram argumentar desta forma percebam duma vez por todas que o Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil não é uma ilha, mas deve respeitar a lógica dos estatutos da Unidade orgânica a que pertence, ou seja a Escola de Engenharia.
Não havendo consenso quanto a este assunto no Conselho de Escola de Engenharia, a Assessoria Jurídica da UM deve ser solicitada pela Escola a dar um parecer, sendo certo que a Escola de Engenharia não poderá, a meu ver, contemporizar com este tipo de atitude avulsa por parte duma sua sub-unidade orgânica. A meu ver este assunto deve até ser considerado como um "case study" pela Assessoria jurídica, uma vez que pode servir como precedente noutros Centros de I&D.
Não havendo consenso quanto a este assunto no Conselho de Escola de Engenharia, a Assessoria Jurídica da UM deve ser solicitada pela Escola a dar um parecer, sendo certo que a Escola de Engenharia não poderá, a meu ver, contemporizar com este tipo de atitude avulsa por parte duma sua sub-unidade orgânica. A meu ver este assunto deve até ser considerado como um "case study" pela Assessoria jurídica, uma vez que pode servir como precedente noutros Centros de I&D.
domingo, janeiro 31, 2010
O Orçamento dos SASUM: uma ilha (da Madeira) na UM
Segundo informação do blogue NDNR, que está presente no Conselho Geral com dois membros eleitos e pensa e muito bem que o que lá se passa deve ser acessível a toda a Academia, o orçamento dos SASUM foi aprovado no CG com a ajuda dos votos dos membros externos, com o argumento que os SASUM não podem ficar sem orçamento por muito mais tempo. Até parece que estamos a falar do orçamento do País em que o Governo também consegue os votos de outros partidos com o mesmo argumento. Mas uma coisa é o País outra coisa são os SASUM! Não caiamos no ridículo, senhores cooptados!
É melhor aprovar um orçamento despesista, incluindo contratações de técnicos superiores numa altura em que o resto da UM aperta o cinto e as contratações estão há muito congeladas, ou reservar a sua aprovação a uma proposta mais consonante com o período que vivemos? Mais uma vez há uma analogia com o orçamento do País, que é o da Madeira, considerado escandaloso quando comparado com o dos Açores, mas que como tem à frente alguém muito influente e incómodo, o Alberto João Jardim, há muita pressão para a sua aprovação. Será que podemos supor que à escala da UM os SASUM são a Madeira da UM? Até parece, quando pensamos em quem está à frente destes serviços e na sua influência junto do anterior reitor e agora também parece que junto do actual reitor.
Talvez tenha sido este o verdadeiro motivo da aprovação do orçamento, tal como o foi com a aprovação dos seus estatutos já com este Conselho Geral mas ainda com o anterior reitor, e referido aqui neste blogue.
É melhor aprovar um orçamento despesista, incluindo contratações de técnicos superiores numa altura em que o resto da UM aperta o cinto e as contratações estão há muito congeladas, ou reservar a sua aprovação a uma proposta mais consonante com o período que vivemos? Mais uma vez há uma analogia com o orçamento do País, que é o da Madeira, considerado escandaloso quando comparado com o dos Açores, mas que como tem à frente alguém muito influente e incómodo, o Alberto João Jardim, há muita pressão para a sua aprovação. Será que podemos supor que à escala da UM os SASUM são a Madeira da UM? Até parece, quando pensamos em quem está à frente destes serviços e na sua influência junto do anterior reitor e agora também parece que junto do actual reitor.
Talvez tenha sido este o verdadeiro motivo da aprovação do orçamento, tal como o foi com a aprovação dos seus estatutos já com este Conselho Geral mas ainda com o anterior reitor, e referido aqui neste blogue.
segunda-feira, janeiro 25, 2010
Quinta dos Peões:fechar o cerco à UM-Gualtar
Foi divulgado na imprensa através duma entrevista do reitor ao Diário do Minho, as intenções da Universidade para com a Quinta dos Peões, o espaço em frente ao campus de Gualtar. A proposta da UM, como contrapartida da aceitação da construção de prédios ou vivendas de luxo pelo actual dono, Rodrigues Névoa conforme se lê na entrevista completa na versão em papel do DM, é a de uma instalação de um parque Tecnológico do género do TagusPark.
Não deixa de ser caricato comparar esta proposta com o TagusPark, quer pela sua dimensão quer pela sua relevância, mas comparando o terreno disponível na Quinta dos Peões e o terreno onde se situa o TagusPark em Oeiras, diríamos que a ideia até não seria má...mas noutro local. Aqui, no pouco terreno que vai sobrar depois da ocupação dos terrenos com equipamentos do sr. Rodrigues Névoa, se construírem só pode ser em altura e então...fecha-se o cerco ao campus a sul com esta iniciativa, iniciada há anos pela construção de prédios a poente e atrás com uma urbanização junto ao hospital, já que a nascente já existia a estrada de Adaúfe e prédios (se a geografia não estiver perfeitamente correcta, pelo menos os quatro lados deste campus estão identificados para quem conhece o campus).
No início da vida da UM esta quinta era uma quinta de experimentação do Ministério da Agricultura. Depois foi vendida a um particular, o Sr. Rodrigues Névoa (esse mesmo do escândalo de Lisboa) o que na altura causou muita estranheza, e de seguida o PDM passou de agrícola para urbano, pela mão do ainda actual Presidente da Câmara (Mesquita Machado) sendo permitido construir e consequentemente o valor do terreno deve ter subido exponencialmente (conhecemos outros casos semelhantes lá para os lados de Gondomar). Nessa altura o sr. Rodrigues Névoa, segundo o artigo do DM, queria construir vivendas luxuosas, depois "equipamentos" que seriam de dimensões bastantes maiores, deixando no meio um corredor para a UM respirar (prevendo-se um desvio da estrada que se situa entre a UM e esta quinta para poderem os alunos desfrutar deste pequeno espaço verde). Agora, nem corredor vai haver, sugerindo-se a bem do progresso, uns edifícios do género das torres do Tagus Park ! No entanto para calar os estudantes está também prometido estudar a possibilidade da Associação também passar para a quinta, com um prédio a condizer com a fidelidade que esta Associação, eleita com uma abstenção de mais ou menos 95%, tem demonstrado para com as reitorias anteriores e agora com esta, a julgar pelo sentido das votações no Conselho Geral.
A vontade de projectar a UM no exterior está patente nas intenções do reitor. No entanto quando quiserem promover a UM, nomeadamente o campus de Gualtar, não vão conseguir tirar uma fotografia da fachada sem estes edifícios pela frente, a não ser que seja com uma lente de olho de peixe a uma distância de uns dez metros (e mesmo assim não abrange todo o campus). Espaços verdes, nem vê-los!
Cerca-se a UM com betão e vidro, perde-se qualidade de vida no campus. Afinal nestes últimos anos dentro do próprio campus multiplicaram-se as estruturas de betão espelhadas, e se a moda pega, teremos uma Quinta dos Peões transparente, senão na essência, pelo menos na aparência.
Não deixa de ser caricato comparar esta proposta com o TagusPark, quer pela sua dimensão quer pela sua relevância, mas comparando o terreno disponível na Quinta dos Peões e o terreno onde se situa o TagusPark em Oeiras, diríamos que a ideia até não seria má...mas noutro local. Aqui, no pouco terreno que vai sobrar depois da ocupação dos terrenos com equipamentos do sr. Rodrigues Névoa, se construírem só pode ser em altura e então...fecha-se o cerco ao campus a sul com esta iniciativa, iniciada há anos pela construção de prédios a poente e atrás com uma urbanização junto ao hospital, já que a nascente já existia a estrada de Adaúfe e prédios (se a geografia não estiver perfeitamente correcta, pelo menos os quatro lados deste campus estão identificados para quem conhece o campus).
No início da vida da UM esta quinta era uma quinta de experimentação do Ministério da Agricultura. Depois foi vendida a um particular, o Sr. Rodrigues Névoa (esse mesmo do escândalo de Lisboa) o que na altura causou muita estranheza, e de seguida o PDM passou de agrícola para urbano, pela mão do ainda actual Presidente da Câmara (Mesquita Machado) sendo permitido construir e consequentemente o valor do terreno deve ter subido exponencialmente (conhecemos outros casos semelhantes lá para os lados de Gondomar). Nessa altura o sr. Rodrigues Névoa, segundo o artigo do DM, queria construir vivendas luxuosas, depois "equipamentos" que seriam de dimensões bastantes maiores, deixando no meio um corredor para a UM respirar (prevendo-se um desvio da estrada que se situa entre a UM e esta quinta para poderem os alunos desfrutar deste pequeno espaço verde). Agora, nem corredor vai haver, sugerindo-se a bem do progresso, uns edifícios do género das torres do Tagus Park ! No entanto para calar os estudantes está também prometido estudar a possibilidade da Associação também passar para a quinta, com um prédio a condizer com a fidelidade que esta Associação, eleita com uma abstenção de mais ou menos 95%, tem demonstrado para com as reitorias anteriores e agora com esta, a julgar pelo sentido das votações no Conselho Geral.
A vontade de projectar a UM no exterior está patente nas intenções do reitor. No entanto quando quiserem promover a UM, nomeadamente o campus de Gualtar, não vão conseguir tirar uma fotografia da fachada sem estes edifícios pela frente, a não ser que seja com uma lente de olho de peixe a uma distância de uns dez metros (e mesmo assim não abrange todo o campus). Espaços verdes, nem vê-los!
Cerca-se a UM com betão e vidro, perde-se qualidade de vida no campus. Afinal nestes últimos anos dentro do próprio campus multiplicaram-se as estruturas de betão espelhadas, e se a moda pega, teremos uma Quinta dos Peões transparente, senão na essência, pelo menos na aparência.
domingo, janeiro 24, 2010
A renovação adiada.1-Os Centros de I&D
Agora que se discute os estatutos das sub-unidades orgânicas, nomeadamente os Centros, verifica-se que a vontade de renovação por parte de quem fez os estatutos não é muita, pelo menos na Escola de Engenharia. Um dos únicos artigos homologado pelo reitor em relação aos Centros, foi o de que o mandato dos Directores é renovável, sem qualquer limitação. É de notar que quem fez parte da Assembleia Estatutária por parte dos centros existentes, é quem mais beneficia com esta regra, como que a confirmar que os estatutos foram feitos á medida dos membros da Assembleia Estatutária como já referido anteriormente. O reitor de então, AGR, em vez de questionar este artigo em particular, que podia fazê-lo uma vez que todos os outros órgãos, incluindo as outra sub-unidades orgânicas como os Departamentos, estão sujeitos à limitação de mandatos, o que fez? Foi o de o deixar passar, não se inibindo no entanto de não homologar quase todos os outros, perfeitamente inócuos diga-se de passagem, justificando que compete aos Centros fazer os seus próprios estatutos. Isto até pode ajudar a perpetuar a Direcção do Centro, uma vez que os estatutos sendo aprovados pela maioria afecta ao actual director, pode ditar as regras para os que devem votar e os que não devem votar (excluí-los pelo tipo de contrato que têm ou o tempo de contrato, pela sua produção científica e outras formas de assegurar, intencionalmente não, que o seu lugar não será posto em causa por muitos e muitos anos). É de notar que os Centros assumiram com o o novo estatuto uma posição institucional muito mais importante que os Departamentos, fazendo parte do Conselho Científico, que é órgão que decide as questões mais relevantes para a vida dos docentes e para a própria instituição.
Das duas uma, ou os Centros têm plena autonomia e não deviam ser considerados parte das unidades orgânicas nem estariam representados nos seus órgãos, ou então são suas sub-unidades orgânicas, que o são, e então deve-se ter em atenção os regulamentos que regem as unidades orgânicas, nomeadamente os regulamentos respeitantes à eleição dos seus órgãos máximos, incluindo o próprio Presidente e o Conselho Científico, e fazer destes regulamentos a base dos regulamentos dos Centros.
Das duas uma, ou os Centros têm plena autonomia e não deviam ser considerados parte das unidades orgânicas nem estariam representados nos seus órgãos, ou então são suas sub-unidades orgânicas, que o são, e então deve-se ter em atenção os regulamentos que regem as unidades orgânicas, nomeadamente os regulamentos respeitantes à eleição dos seus órgãos máximos, incluindo o próprio Presidente e o Conselho Científico, e fazer destes regulamentos a base dos regulamentos dos Centros.
domingo, janeiro 17, 2010
Provedor do cidadão universitário
Discute-se neste momento a figura do Provedor do estudante, uma espécie de defensor dos direitos humanos do estudante junto das instâncias de poder da Universidade, nomeadamente junto do Reitor e do Conselho Geral. Face aos atropelos que muitos professores e funcionários da UM se queixam de que foram vítimas nos últimos anos, pergunto: porque não alargar essa função a todos os cidadãos da UM, sejam alunos, professores ou funcionários? Não será a forma de resolver todas as injustiças, mas seria uma forma mais expedita de certos assuntos não terem que ir à justiça dos tribunais que por norma não resolvem nada, tal é a morosidade com que tratam qualquer queixa. Afinal há processos disciplinares dirigidos a professores e funcionários, de cima para baixo, mas não há a possibilidade de processos de defesa, de baixo para cima, de queixas de funcionários ou professores contra os atropelos de que muitas vezes são vítimas por parte dos seus superiores. Em muitas situações estou convicto que muita da falta de motivação patente entre docentes e funcionários, nomeadamente estes últimos, resolver-se-ia se muitos destes atropelos á sua dignidade fossem detectados por esta via. Muitas vezes até se pode tratar de aspectos que têm a ver com as justas aspirações que muitos funcionários e docentes têm e que os sindicatos não resolvem. Temos o exemplo das classificações para progresso na carreira dos funcionários, donde podemos tirar algumas conclusões do que não se deve fazer em futuras avaliações, sejam dos funcionários ou dos professores, começando já com a deste ano, e quando chegar a vez dos professores do que não se deve fazer em relação e estes, embora o cariz da avaliação seja forçosamente diferente. Em relação aos funcionários, é patente o que aconteceu na UM e que foi denunciado noutras instituições, incluindo algumas universidades (embora a UM não tivesse sido uma das denunciadas, sabe-se lá porquê): Os funcionários de topo, técnicos superiores e outros do topo da carreira, receberam por norma excelente: ora como o número de excelentes (e muito bom) obedece a quotas, esgotaram os muito bons, não restando para as outras categorias abaixo das chefias senão alguns muito bons e o resto foi tudo corrido a bom, fosse um excelente funcionário ou não. Há serviços em que todas as chefias tiveram excelente. Se isto não tivesse consequências, como antes do SIAPA em que todos tinham muito bom, podíamos rir da caricatura que era todo este processo. Mas como todos sabemos, agora há consequências na progressão da carreira de cada um e até pode haver dispensa em casos de má qualificação.
Como constatamos pelas notícias recentes, alguns casos estão a ser investigados noutras organizações. E aqui? Com Provedor ou sem, o que o reitor devia fazer, para não se repetir o que aconteceu nos últimos anos, seria mudar os avaliadores nos casos em que se observou manifesto abuso ou incompetência na avaliação; e em segundo lugar, deveria nomear um Provedor provisório que ouvisse as reclamações daqueles que se sentiriam lesados, ou delegava estas funções no Senado, onde existe um Comissão disciplinar.
Outra acção obrigatória seria distribuir as quotas duma forma vertical por todas as categorias , não favorecendo as chefias, porque são elas em muitos casos que são a causa da ineficiência do funcionamento da Função Pública, como todos sabemos. Uma forma justa de o fazer seria ter a mesma proporção de excelentes e muito bons para todas as categorias.
Claro que tudo isto já vai tarde e muitos serão promovidos, ou não conforme o caso, segundo as classificações que obtiveram nas últimas avaliações. Mas isso foi noutra era, a do anterior reitor, em que tínhamos a sensação que as chefias faziam o que muito bem entendiam, com o beneplácito do reitor ou não. Quero crer que estamos noutra era em que existe "accountability", ou seja, que todos respondam pelas suas acções.
Como constatamos pelas notícias recentes, alguns casos estão a ser investigados noutras organizações. E aqui? Com Provedor ou sem, o que o reitor devia fazer, para não se repetir o que aconteceu nos últimos anos, seria mudar os avaliadores nos casos em que se observou manifesto abuso ou incompetência na avaliação; e em segundo lugar, deveria nomear um Provedor provisório que ouvisse as reclamações daqueles que se sentiriam lesados, ou delegava estas funções no Senado, onde existe um Comissão disciplinar.
Outra acção obrigatória seria distribuir as quotas duma forma vertical por todas as categorias , não favorecendo as chefias, porque são elas em muitos casos que são a causa da ineficiência do funcionamento da Função Pública, como todos sabemos. Uma forma justa de o fazer seria ter a mesma proporção de excelentes e muito bons para todas as categorias.
Claro que tudo isto já vai tarde e muitos serão promovidos, ou não conforme o caso, segundo as classificações que obtiveram nas últimas avaliações. Mas isso foi noutra era, a do anterior reitor, em que tínhamos a sensação que as chefias faziam o que muito bem entendiam, com o beneplácito do reitor ou não. Quero crer que estamos noutra era em que existe "accountability", ou seja, que todos respondam pelas suas acções.
domingo, dezembro 27, 2009
As férias não são para todos?
Natal é tempo de repouso para muitos e para a Universidade também. Sabemos que muitos professores não trabalham nos dias imediatamente antes ou depois, ou pelo menos não vão á Universidade a julgar pelos parques de estacionamento vazios (a não ser que deixem o carro em casa). Então porque não dar o mesmo tratamento aos funcionários que não têm qualquer função sem a presença dos professores? Estou a pensar em técnicos de laboratório e funcionários administrativos por exemplo. Seria mais útil que trabalhassem mais uma hora e ir embora às 18:30 nos outros dias do ano do que permanecer nos seus locais de trabalho sem fazer nada durante a época de férias dos professores. Chama-se a isto flexibilidade de horário que parece que não foi descoberto ainda pela Universidade.
Há outras repartições do Estado e empresas que fecham em Agosto e entre o Natal e o Fim do Ano. Mas na Universidade temos que ter tudo aberto? Para quê? Só se for para fazer o jeito a alguns que funcionários que preferem férias quando há mais que fazer para poderem descansar em Agosto na Universidade quando não está lá ninguém (nem alunos nem professores) ou á mania de alguns Professores de saber que se por acaso tiverem que ir lá um dia tenham tudo aberto à sua disposição. Claro que há trabalho que tem que ser feito antes do fim do ano, contas que fechar, por exemplo. Mas a excepção faz a regra e esses funcionários que sacrificam muito nesta época deviam ter a compensação adequada noutra altura do ano.
Parece-me que cada vez há mais desigualdade entre docentes e funcionários, e vejo isso com preocupação. O RJIES infelizmente veio acentuar essas desigualdades, não concedendo aos funcionários os direitos de representatividade nos vários órgãos de governo da Universidade que merecem e onde poderiam defender os seus direitos. Até os bolseiros que passam aqui um ano têm mais representatividade que os funcionários (ver em Homologação dos Estatutos da Escola de Engenharia por exemplo) Os funcionários passam cá grande parte da sua vida. Quem fez o RJIES foi o Ministro da Educação e infelizmente temos como Ministro alguém que não vive neste planeta, preferindo a exploração espacial à exploração pessoal. E não é só por ser um físico embora tal possa ter influenciado. Já muitas vezes ouvimos que os professores não são os melhores gestores e a gestão deve ser entregue a profissionais (Reitor, Presidente de Escola, Director de Departamento) e Ministros da Educação? Porque temos que ter um Professor e ainda por cima um teórico (físico?).
Desça à terra senhor Ministro, venha às Universidades, veja quem lá trabalha e verá que não são só cientistas!
Mas não é só o Ministro que manda. A Universidade tem Autonomia e pode alterar este estado de coisas, aliás como o fez o ano passado, embora pelas razões erradas, que consistiu em dramatizar sem necessidade a situação financeira da Universidade, decretando o fecho das instalações para poupança de energia e assim poder pagar o 13º mês (sic). Pelo menos deu para perceber que se poderia fazer o mesmo este ano e nos anos seguintes sem nemhum problema, ou pelo menos nada de grave. Muitos docentes nem vão sentir que há qualquer diferença pois não costumam frequentar a UM nessa altura, tal como foi já referido, mas para muitos funcionários foi uma amostra de como poderiam ser as suas férias de Natal, houvesse mais imaginação e tolerância por parte dos governantes.
Há outras repartições do Estado e empresas que fecham em Agosto e entre o Natal e o Fim do Ano. Mas na Universidade temos que ter tudo aberto? Para quê? Só se for para fazer o jeito a alguns que funcionários que preferem férias quando há mais que fazer para poderem descansar em Agosto na Universidade quando não está lá ninguém (nem alunos nem professores) ou á mania de alguns Professores de saber que se por acaso tiverem que ir lá um dia tenham tudo aberto à sua disposição. Claro que há trabalho que tem que ser feito antes do fim do ano, contas que fechar, por exemplo. Mas a excepção faz a regra e esses funcionários que sacrificam muito nesta época deviam ter a compensação adequada noutra altura do ano.
Parece-me que cada vez há mais desigualdade entre docentes e funcionários, e vejo isso com preocupação. O RJIES infelizmente veio acentuar essas desigualdades, não concedendo aos funcionários os direitos de representatividade nos vários órgãos de governo da Universidade que merecem e onde poderiam defender os seus direitos. Até os bolseiros que passam aqui um ano têm mais representatividade que os funcionários (ver em Homologação dos Estatutos da Escola de Engenharia por exemplo) Os funcionários passam cá grande parte da sua vida. Quem fez o RJIES foi o Ministro da Educação e infelizmente temos como Ministro alguém que não vive neste planeta, preferindo a exploração espacial à exploração pessoal. E não é só por ser um físico embora tal possa ter influenciado. Já muitas vezes ouvimos que os professores não são os melhores gestores e a gestão deve ser entregue a profissionais (Reitor, Presidente de Escola, Director de Departamento) e Ministros da Educação? Porque temos que ter um Professor e ainda por cima um teórico (físico?).
Desça à terra senhor Ministro, venha às Universidades, veja quem lá trabalha e verá que não são só cientistas!
Mas não é só o Ministro que manda. A Universidade tem Autonomia e pode alterar este estado de coisas, aliás como o fez o ano passado, embora pelas razões erradas, que consistiu em dramatizar sem necessidade a situação financeira da Universidade, decretando o fecho das instalações para poupança de energia e assim poder pagar o 13º mês (sic). Pelo menos deu para perceber que se poderia fazer o mesmo este ano e nos anos seguintes sem nemhum problema, ou pelo menos nada de grave. Muitos docentes nem vão sentir que há qualquer diferença pois não costumam frequentar a UM nessa altura, tal como foi já referido, mas para muitos funcionários foi uma amostra de como poderiam ser as suas férias de Natal, houvesse mais imaginação e tolerância por parte dos governantes.
segunda-feira, dezembro 21, 2009
Um Novo ciclo no impacto da Universidade nas empresas?
Quando surgiu o RJIES pensámos que viria aí um Novo Ciclo. Quando veio o novo ECDU pensámos que vinham daí novidades. Nem uma coisa nem outra. Em Portugal não há mudanças que alterem verdadeiramente o status quo. Não há visionários no Governo. Há, isso sim, Ministros que gostam de mostrar estatísticas que no caso do Ensino Superior se resumem a número de doutoramentos, número de publicações, etc. E o custo-beneficio? O que é que se gastou e o que é que o País lucrou com isso? Prestígio? Talvez. Mas e o resto? Houve muitos empregos criados por este investimento? Claro que não. Noutros países mais desenvolvidos são mais pragmáticos, a investigação é em grande parte financiada por empresas, que é caso dos EUA e em grande medida o Reino Unido. As empresas desta forma inovam e criam mais e melhores empregos. Assiste-se cada vez mais à "open-innovation", isto é, inovação fora das empresas e sub-contratada às Universidades e outros centros de I&D. As empresas são na sua maioria grandes empresas duma dimensão que não temos em Portugal. Mas não devia servir de desculpa, uma vez que fazemos as coisas à dimensão do nosso País noutras áreas e temo-nos saído bem. Caso das pequenas empresas que contra todas as previsões são bem sucedidas cá dentro e lá fora. Algumas dessas já são empresas nascidas nas Universidades, como seja Critical Software, Ydreams para mencionar algumas já estabelecidas. Outras, mais perto de casa, como a Micropolis, nascida na UM, tenta a sua sorte numa estratégia que passou pela sua aquisição por outra empresa que já tinha os canais de distribuição estabelecidos. Mas são exemplos que só provam a regra geral do quase total divórcio entre a Universidade e o mundo empresarial.
Muita da investigação é feita em parceria com outros centros de investigação, nacionais e estrangeiros, mas quando as empresas estão envolvidas, normalmente são programas europeus em que elas próprias são subsidiadas. Não há verdadeiramente uma transferência de tecnologia das Universidades para as empresas.
Normalmente os mais capazes de levar a tecnologia ao exterior, não estão envolvidos na governação da Universidade. Sabem que não é para eles mas para aqueles que vivem disso. O que eles querem é que os deixem em paz já que não têm ajudas nem incentivos. Vivem pois alheados da instituição. Acabam por ser iniciativas isoladas. Não devia ser assim, mas com o RJIES e o ECDU e as próprias Universidades a não incentivarem essa ponte com exterior, não haverá uma verdadeira mudança no panorama; continuaremos a trabalhar para as estatísticas.
Muita da investigação é feita em parceria com outros centros de investigação, nacionais e estrangeiros, mas quando as empresas estão envolvidas, normalmente são programas europeus em que elas próprias são subsidiadas. Não há verdadeiramente uma transferência de tecnologia das Universidades para as empresas.
Normalmente os mais capazes de levar a tecnologia ao exterior, não estão envolvidos na governação da Universidade. Sabem que não é para eles mas para aqueles que vivem disso. O que eles querem é que os deixem em paz já que não têm ajudas nem incentivos. Vivem pois alheados da instituição. Acabam por ser iniciativas isoladas. Não devia ser assim, mas com o RJIES e o ECDU e as próprias Universidades a não incentivarem essa ponte com exterior, não haverá uma verdadeira mudança no panorama; continuaremos a trabalhar para as estatísticas.
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