sexta-feira, abril 24, 2009

A conclusão dos estatutos das Escolas e o género dos cooptados

Na semana que passou, muita tinta correu sobre a ausência de mulheres entre os membros cooptados e pouco se comentou os Estatutos da Escola de Engenharia. Começando pelos Estatutos, uma vez que é o que inspira menos comentários e deixando o mais picante para o fim, não me surpreendeu o que foi formulado, uma vez que como já tinha previsto, o essencial já estava decidido e só faltava preencher o texto com mais pormenor por baixo de cada título. Os Departamentos ficaram como estão e os Centros também. Era aqui que se poderia ter feito algo, mas não se fez. O resto já se sabia: Directores de departamento no Conselho de Gestão sem direito a voto, Directores dos Centros representados no Conselho Científico, eleições por listas para os diversos orgãos, etc. Não se optou por membros externos para o Conselho de Escola e essa decisão foi anterior a toda a polémica que entretanto veio para a um-net sobre os cooptados do C.G. É pena, uma vez que nas Engenharias seria muito útil a opinião de empresários e industriais sobre a empregabilidade nos cursos ou a relação Universidade - Indústria, por exemplo. Houve um acto singelo que me despertou a curiosidade que foi o e-mail enviado a informar que não se incluiria nos Estatutos a obrigatoriedade do Presidente de Escola ter exclusividade. É estranho que se tenha sentido a necessidade de estabelecer este grau de liberdade! Pelo menos assume-se que é necessário que fique claro entre ter ou não exclusividade, o que não acontece regra geral. Ao passarmos por gabinetes vazios em determinados departamentos, fica a sensação que essa exclusividade não existe em muitos casos, e no entanto não há a necessidade de a declarar. Porquê neste caso?
Quanto aos membros cooptados do C.G., o facto de não haver membros cooptados do sexo feminino atribuo a esse não ter sido um critério, uma vez que não estava especificado nos Estatutos. Mais do que essa "falha", suponho que ninguém ainda notou que os membros cooptados são personalidades ligadas à banca (sendo a banca um sector muito criticado pelo seu papel no despoletar da crise) á justiça (da qual ninguém se orgulha), á indústria (menos mal), na ciência temos alguém que virá de propósito dos EUA ás reuniões do CG, temos alguém que está ligado à Universidade Católica e ao Porto, e por último temos alguém ligado á cultura dum museu...do Porto. Nada mau. E ainda falam da falta de mulheres? Concordo mas também diria que temos falta de inspiração e de representatividade regional! Para colmatar estas lacunas, eu punha a Maria José Morgado na justiça, da banca não punha ninguém e talvez o substituísse pelo arquitecto Souto Moura (responsável pela muito do que se fez na recuperação do Centro histórico de Guimarães e pela obra de arte que é o estádio do Braga), um Matemático ou Físico português que esteja em Londres, Paris ou outro Centro Europeu de excelência como cientista (sempre é mais perto que os EUA), A Elisa Ferreira em vez do Braga da Cruz (embora seja candidata à Câmara do Porto fez mais pelo Vale do Ave onde o Pólo de Azurém está inserido que o Braga da Cruz no período que o antecedeu como Presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte), e na cultura alguém ligado ao Museu Alberto Sampaio de Guimarães, também ligado ao pólo de Azurém. Ao menos as sessões seriam de certeza mais animadas do que as que se adivinham com personalidades como o Laborinho Lúcio e o Braga da Cruz que, por muito mérito que indubitavelmente têm, não são conhecidos pelo seu magnetismo pessoal...

segunda-feira, abril 13, 2009

O Novo ECDU-proposta do Ministério

Pode-se ler no site da FENPROF a proposta do Ministério sujeita a discussão com os sindicatos do novo Estatuto da Carreira Docente Universitária (ECDU). A novidade está na forma como a estabilidade do emprego se altera e na avaliação dos docentes cada três anos, estando estas duas questões interligadas.

quarta-feira, abril 08, 2009

O novo estatuto da carreira docente: agora a avaliação é a valer

Segundo informação do Ministro Mariano Gago, as novidades principais não são propriamente novidades. Já abordei aqui que era previsível que fosse adaptado a progressão automática nos escalões de três em três anos, ao sistema das restantes carreiras da Função Pública que agora dependem de uma avaliação sujeita a quotas. O comportamento pedagógico e científico dos docentes deve ser sujeito ao escrutínio de um júri. Para muitos departamentos que não têm vagas, estas já sujeitas a quotas, esta é mais uma má notícia. Só uns poucos, previsivelmente 5%, terão excelente e poderão ser promovidos de imediato. Os outros terão que esperar. Por outro lado, se for como se prevê que também haverá medidas punitivas para quem tiver três avaliações negativas sucessivas, possivelmente a saída da docência, eventualmente para outras funções na Função Pública ou mesmo o despedimento.
Mas para quem como eu costuma ir à Universidade durante os períodos em que não há aulas, ao deparar com os parques automóveis vazios, verifica que a preocupação em fazer currículo por parte de grande parte dos docentes, não é grande. Ou será que só se faz currículo durante o período de aulas? Até no ensino secundário essa situação tem vindo a ser invertida, por força das novas regras. Os médicos já picam o ponto em muitos hospitais. Isto por abusos que duraram anos na assiduidade. Será que o Ensino Superior também precisa de novas regras para garantir a assiduidade?
Quanto à avaliação, no Ensino Superior a avaliação era constante na progressão de categoria, por haver muitas vagas. Com o ocupar das vagas ao longo dos anos, esse ritmo diminuiu muito. Mas os docentes precisam de ser avaliados para não se perder o dinamismo desses anos. Com esta medida, introduz-se novamente uma nova dinâmica nas avaliações. Na Escola de Engenharia fez-se durante anos a avaliação bienal, mas sem quaisquer consequências para os avaliados. Agora é trianual e é a valer. Vejamos se estamos à altura desse desafio nos nossos departamentos.

quarta-feira, abril 01, 2009

Não marcamos golos (2): Universidades falham processo de Bolonha

A propósito de um artigo no DN, também citado pelo blogue Universidade Alternativa que refere principalmente a forma apressada como foi implementado e o "corte-e-cose" que foi efectuado para passar cursos de 4 anos para 3 anos:

Os resultados da forma apressada como os cursos foram "adaptados" a Bolonha, talvez tenha sido pior para os cursos que passaram de 4 para 3 anos, porque aqueles que passaram a Mestrados integrados, mantiveram os cinco anos e pouco mudou, excepto o nome. Muitos dos cursos de 3 anos não têm, nem podem ter, a missão que lhes estava atribuida: conferir uma profissão ao licencado, muito como os Bachelor of Science do Reino Unido ou o grau conferido pelos "Colleges" dos EUA. Muito à maneira do desenrascanço e do "menor esforço", fazem-se reuniões para aparentar trabalho, projectos integrados que, salvo raras excepções, são tudo menos integrados, e inventa-se trabalho para os professores como seja a tutoria. Teoricamente até podia funcionar este esquema. Mas são várias as razões porque não funciona: Seja porque os alunos não trazem do ensino secundário a formação sólida que os ingleses e americanos trazem dos seus sistemas de ensino pré-Universitário, muito virados para a especialização. Seja porque as aulas práticas ou teórico-práticas desapareceram para dar lugar aos projectos, que de prático têm pouco mas antes mais de copy-paste da "internet". Seja porque falta uma sequência de disciplinas (agora UCs) que sustente as UCs dos últimos anos, por terem cortado muitas UCs do(s) primeiros(s) ano(s), consequência do encurtamento dos cursos de 4 para 3 anos.
Para finalizar, tudo isto é uma frustação enorme para muitos professores que acreditam e se aplicam a Bolonha, mas que se vêem envolvidos por esta realidade!

segunda-feira, março 30, 2009

Não marcamos golos

Portugal mais uma vez não marcou golos. Não sei quantos jogos sem marcar... Mas não é esse o drama de Portugal? Faz que faz mas não faz..Senão vejamos: na política durante muitos anos ameaçou-se que seriamos líderes na Europa e até tivemos uma cimeira com o nome de Lisboa, mas mais uma vez esse nome não quer dizer que estejamos a ganhar terreno na Europa, mas tão só foi o nome da cidade onde se deu a conferência. Também na política interna, se falou de Regionalização. Ficou na gaveta. Fez-se muito jogo de meio-campo e nada de golos. Na Educação desde o 25 de Abril que se investe na alfabetização e que se verifica? Que somos dos mais analfabetos da Europa, com uma classe idosa analfabeta, uma etnia (a cigana) também analfabeta e uma classe que embora saiba ler e escrever sofre de analfabetismo cultural, apreciando um tipo de música e de programas do mais simples imaginável, e uma classe de jovens maioritariamente sem memória do que Portugal foi e conhecedores da palavra digitalizada mas não escrita. Como se podem marcar golos assim? Na indústria, subsídio-dependente, faz-se os possíveis por se manter à tona de água, portanto nem perto da baliza estão. Nos serviços, temos o Simplex e aí menos mal, mas quando reparamos temos situações onde ainda se exige o reconhecimento presencial da assinatura! Na sector terciário temos os hiper a ganhar dinheiro mas sem produzir e sem gerar empregos duradouros, tudo varrido a recibos verdes e ordenados mínimos, e os bancos a ter lucros, antes da crise, obscenos, mas sem servir os clientes, antes servindo-se a si próprios. O País ainda teve que nacionalizar quando as coisas correram mal e vamos todos pagar por isso. Aqui o golo foi na própria baliza!
No ensino secundário, fazem-se manifestações em que se exige uma outra avaliação da do Ministério, com muito alarido. Quando se pergunta que avaliação propõem os professores, percebemos que é tudo só para empatar (sem golos) porque suspeito que a maioria não quer avaliação nenhuma.
E o Ensino Superior?
É melhor deixar isso para depois, porque haverá muito para "empatar"!

domingo, março 22, 2009

A cooptação de elementos externos para o CG

Embora um pouco atrasado,não quero deixar de difundir o texto do blog Empreender, sobre como devia ser a cooptação de elementos externos para o Conselho Geral. Tal como o autor do blog, Vasco Eiriz, mais tarde volta a escrever em "A escolha de conselheiros externos", espero que como é referido a equipa cooptada seja a que melhor serve os interesses da Universidade e não a que melhor serve os interesses das listas que se candidataram ao CG.

sábado, março 21, 2009

Low-cost nas viagens e nas Universidades

Ir a uma conferência em Low-cost tornou-se normal para muitos professores e investigadores, procurando assim poupar alguns euros da bolsa disponível. Se o preço parece apetecível, como tem vindo a ser denunciado recentemente, não é bem o que parece. Paga-se o check-in, as malas, o seguro, o cartão de crédito, as sandes, o café, o excesso de peso acima dos 15 Kilos quando normalmente o peso limite é de 20 Kgs, etc. No futuro próximo serão as idas à casa de banho que serão pagas. Tudo somado não será muito mais que viajar na TAP ou noutra empresa de "bandeira". Ainda por cima para o reembolso é necessário o recibo que por ausência de balcões no aeroporto do Porto, têm que ser pedidos à sede, sem haver a certeza que vem "direitinho". Há ainda essa preocupação.
Mesmo que se poupe dinheiro, temos o resto. O aeroporto de Low-cost tem o aspecto duma estação de autocarros, com o povo a amontoar-se nos locais de check-in e de controlo. Talvez por isso sejam tão maltratados pelas empregadas no check-in, como se tratasse de "crowd control" e não de servir o cliente. Eu por exemplo fui recebido com o comentário que "já tinha dito três vezes que o limite de 15 Kg foi ultrapassado". Primeiro não disse três vezes, só uma, e depois mesmo que o limite tivesse sido ultrapassado, o cliente, eu neste caso, devia ser informado com profissionalismo, como sempre fui noutras companhias.
Uma vez no avião, não vale a pena pensar que se pode ter um descanso: os bancos não reclinam! E beber um copo de água que seja, temos que pagar, e não é pouco (somado ao resto já ultrapassa um bilhete da TAP).
A viagem de autocarro da empresa, a Terravision, é algo terceiro-mundista. É sujo, o condutor mais parece um serial killer, com travagens de "emergência" contantes, e o aspecto interior do autocarro condiz com o da empresa: Low-wash!
Tanto para partir como ao chegar ao destino, o condutor permanece no sítio, e os ocupantes como que por intuição põesm e retiram as malas. É tudo feito pelos clientes, mas nem por isso têm desconto.
É um pouco como a fast food, em que os clientes é que põem as bandejas no sítio, para poupar mão-de-obra e despejam o lixo no sítio próprio. São treinados para o fazerem. Não tarda muito, é-lhes dada a massa da pizza ou o hamburguer congelado á entrada e ordeiramente, metem -nos no micro-ondas ou forno disponível ao balcão, e assim as empresas Fast food não precisam dos empregados para o fazer.
Já foi anunciado que a Ryan Air vai acabar com o check-in e dispensar os empregados que estão ao balcão. Qualquer dia dispensam as hospedeiras de bordo e põem uma caixa automática com sandes e bebida a bordo.
Sintomático é a recolha dos restos, que as hospedeiras chamam apropriadamente "rubbish" (lixo). Assim não precisam de ter uma empresa de limpeza a limpar entre os voos. Observando a saída dos passageiros do avião que nos levou, verifiquei que não havia tempo para essa limpeza, uma vez que entrámos logo de seguida. Havia papéis no chão e outros sinais de falta desse serviço de limpeza, que não menciono para não ferir susceptibilidades.
Enfim, estamos a caminhar rapidamente para o auto-serviço. O cliente é que acaba por fazer quase tudo. É um pouco como aqueles programas em que o artista ou o actor acaba por ser o próprio concorrente. Sai quase a custo zero para o programa, não ter que pagar a actores.
Penso que no Ensino Superior o mais parecido talvez seja a Universidade Aberta, embora já tenha visto teses no Ensino Superior em que o proponente do trabalho foi o próprio candidato.
Com a tendência das low-cost não será que o ensino caminha para o low-cost também?
Já lá vai o tempo em que as secretárias escreviam os ofícios dos professores. Com o aparecimento dos computadores, foi o início e com os programas como o e-mail a serem usados como ferramenta principal, o próprio docente já faz tudo, desde o edital para bolsas às consultas para compra de equipamento. Agora com o ajuste directo deu-se um passo atrás e preenche-se um papel o que com o mundo cada vez mais informatizado parece um contra-senso. Parece que isto vai ser alterado o que é uma pena porque me fazia lembrar o antigamente com uma certa nostalgia (o tempo em que tínhamos os ofícios escritos pelas secretárias).
Enfim, pertencemos a uma rede de tratamento de documentação. Imaginem se os professores do ensino secundário tivessem que fazer o que nós fazemos (encomendar equipamento, matérias primas, escrever editais para bolsas, etc). Seria um protesto nacional. Nós o que fazemos? Isto e muito mais, desde que nos digam o que é preciso fazer. Somos obedientes, é isso.
Sabemos que é tudo em prol do Low-cost e como bons portugueses, isso agrada-nos.

sexta-feira, março 13, 2009

A lógica do poder nas eleições para o Conselho Geral

Acabámos de ter uma eleição para o Conselho Geral da UM. Pertenci a uma lista para o Conselho Geral, a lista B. Conseguiu a lista B eleger 2 "conselheiros". São dois elementos que no Conselho Geral vão poder expressar as posições que a lista B tomou em relação a muitos aspectos da vida Universitária. No entanto, no essencial, não se prevê que a UM mudará muito. Em primeiro lugar a lista C, composta por elementos que detêm posições de poder na UM há vários anos, embora não tendo manifestado um apoio incondicional ao actual Reitor, não o criticando e até afirmando que tinham orgulho do que por aqui se fez nos últimos anos, indirectamente mostraram que eram apoiantes das políticas da UM, nomeadamente o seu responsável máximo, o Reitor.
A questão é que a lista C, numa lógica de assumir o poder, não podia defender abertamente o Reitor, e chegou-se a demarcar para fins eleitorais da sua tutela. E, temos que admitir, que a sua estratégia funcionou. Obtiveram a maioria, quando em eleições anteriores para a Assembleia Estatutária, não o conseguiram. Não sei até que ponto o Reitor com tamanha "deslealdade" dos seus antigos apoiantes se vai manter no seu lugar. Não há nenhuma Universidade que não tivesse tido a "lista do Reitor" como candidata ao Conselho Geral. A lógica é a de reeleger o Reitor ou ao menos dar-lhe legitimidade no caso de o mesmo continuar até terminar o seu mandato. Neste caso, a anterior "lista do Reitor", demarcou-se do Reitor e deixou-o sem legitimidade de continuar. Aliás a lista C, veio recentemente afirmar, utilizando uma frase da lista B, que quer um Novo Ciclo! A lista B usou esta frase como campanha para "Um novo Conselho Geral -Um novo Reitor". Será que a lista C quer dizer o mesmo? No mínimo a lista C devia clarificar esta sua frase!
Outra estratégia que demonstra a lógica de poder por parte da lista C, transmitido pelo seu cabeça de lista no debate havido em Azurém, foi a campanha que fez contra o facto da lista B ser representada por mais que um elemento não apresentando o cabeça de lista como sendo o único representante da lista.
Talvez não se tivesse transmitido a mensagem á Academia que para o Conselho Geral não se estão a eleger 3 representantes dos professores e investigadores, mas sim 12!
Ou talvez os académicos, tão afastados têm estado da vivência democrática, só conseguem entender a lógica "do chefe". O que é um facto, é que a personificação da lista no cabeça de lista do seu líder, o António Cunha, parece ter dado resultado. Já no caso da lista A parece não ter dado tanto resultado. Quererá isto dizer que na confusão que se instalou sobre as funções do Conselho Geral, tendo ficado só a noção que era o orgão que elegia o Reitor, as eleições serviram para plebiscitar o futuro Reitor da UM?
A lista B, propositadamente, não tinha um cabeça de lista "reitorável", precisamente para mostrar que não era disso que se tratava nesta eleição. Pelos vistos, foi ingenuidade pensar que a Academia estaria preparada para eleger um corpo de docentes, quando a maioria o que queria era marcar já uma posição na eleição do Reitor.
Não se pode no entanto culpar a Academia por querer eleger o Reitor. Seria muito mais democrático se assim fosse, e não estaria a eleição entregue a um "colégio eleitoral", que ainda por cima tem elementos não eleitos pela Academia, os membros externo. Pode-se argumentar que estes membros ao serem cooptados seriam dessa forma eleitos indirectamente. Nada mais ilusório. A cooptação destes membros será alvo de negociações entre as várias listas e eles poderão não representar a proporcionalidade das listas no CG. Essa é a próxima função do Conselho Geral e será interessante verificar se representam proporcionalmente as listas ou não.

terça-feira, março 03, 2009

O Resultado da eleição para o CG

Não é engano, o título é mesmo o resultado e não "os resultados".
Porquê? Analisando os resultados agora divulgados pela Reitoria, em termos percentuais a lista C ganhou com 48,5% dos votos, embora não com maioria absoluta como anunciado pela lista.
Mas na realidade o que se verifica é um empate efectivo entre a lista C, mais conotada com o estado actual da UM, com 6 lugares no Conselho Geral, e as outras duas listas com um total de 6 lugares (4 da lista A e 2 da lista B)que se reclamam da "oposição" à hierarquia dominante na UM.
Por isso o resultado que vai emergir nas várias votações que vão ocorrer no CG vai depender dos outros corpos, os estudantes (4), os membros cooptados (6) e o único funcionário eleito (1). Fazendo um pouco de futurologia, sabendo que os membros cooptados estarão "grosso-modo" proporcionalmente representados pelas listas, quem vai fazer a diferença serão os estudantes, uma vez que 1 voto do funcionário facilmente será absorvido pelos 4 votos dos estudantes.
Com este aparente equilibro de forças o "status quo" poderá manter-se por mais cinco anos e meio, assim os estudantes o queiram.
Vamos aguardar um ano e meio pela saída do Reitor para ver se assim vai ser.
Estamos nas mãos deles ou doutros que tomarão o seu lugar.
É quase aberrante uma Universidade depender dos estudantes nas decisões que quase só dizem respeito aos Professores e funcionários (financiamento do qual 90% são salários, ligação ao exterior, etc..é só ver s atribuições do reitor!). Para os alunos existem os Conselhos Pedagógico em que têm paridade com os professores e o Senado.
É caso para dizer: porque não têm os professores um voto também na Associação de Estudantes? A relevância é quase a mesma que a presença dos estudantes no C.G. (Ao menos podiam ter uma palavra a dizer sobre os excessos que se fazem nas praxes!).
Mas quem fez o RJIES e os Estatutos não imaginou que poderia haver situações de empate ente professores/investigadores? Não imaginava que uma Universidade, como foi o caso da UM, decidiu atribuir ao CG o poder de fixar as propinas?
Poderão os alunos negociar as propinas como contrapartida para outras negociações em cima da mesa? E o financiamento da UM como fica? Com propinas zero por exemplo? Quantos professores/investigadores vão para a rua agora que com o novo Estatuto todos prevêem que em tudo vai ser igual ao das carreiras da Função Pública, podendo fechar serviços e dispensar pessoal desses serviços?
O Ministro não pensou nisso ou é uma forma maquiavélica de conseguir dispensar pessoal?
Ficamos na dúvida.

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

O protagonismo oratório evidenciado nos debates pela lista A

A candidatura ao Conselho Geral trouxe ao de cima o melhor e o lado menos bom da natureza humana, em particular nas listas A e C.
O melhor foi, a meu ver, o voluntarismo de todos os que se empenharam neste processo eleitoral sacrificando muito do seu tempo a bem de todos. O pior, a meu ver, terá sido a procura do protagonismo
Na nossa lista, a B, sempre nos pautámos por não haver líderes mas sim uma espécie de troika que uma vez no Conselho Geral actuaria em grupo para defender o seu ideário.
Assim quando fomos a debate, não nos incomodou particularmente o facto da nossa cabeça-de-lista estar ausente, nos Açores, e por isso não poder participar no debate. De acordo com esta nossa postura, foi solicitado que fossemos representados por três elementos das posições cimeiras da lista. Tal não foi aceite, mas havendo quase um consenso na aceitação de dois elementos por parte de duas listas, a lista A continuou a insistir em ser representada por um só elemento na mesa, o cabeça de lista Prof. Licinio Lima.
Para uma lista que se diz representante da cidadania dentro da Universidade, da democracia plena, da participação de todos nos destinos da UM, é estranho esta procura de protagonismo e, sendo aceite pelos outros membros da lista, que ela se transforme numa espécie de culto da personalidade por parte dos outros membros da lista.
O Professor Licinio Lima, como tivemos ocasião de verificar, é um óptimo orador. Mas será o debate para o Conselho Geral uma questão de oratória ou antes uma forma de tentar entender as questões dos outros intervenientes e da assistência e tentar dar resposta ás perguntas que hoje mais preocupam os professores e investigadores, com informação útil? O que se verificou foi mais um "discurso tipo comício" em que numa atitude professoral e de postura antagónica mais do que colaborante em relação ao interlocutor, se atiravam chavões em vez de respostas directas.
Ora o que o Professor e Investigador quer não são chavões, mas respostas!
A única proposta concreta que se ouviu no debate por parte da lista A, foi para se alargar a plateia para o orador, desta vez no Conselho Geral, ao sugerir que as reuniões fossem abertas a todos os que quisessem assistir!

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Mais 100 decidiram apoiar a lista C

Como membro da lista B, concorrente da C, não posso senão ficar impressionado com tamanha adesão! Mas também fico intrigado com a forma como foi anunciada: "decidiram apoiar", significando exactamente o quê? E de que forma teria ocorrido tal adesão? Será que tomaram a iniciativa de contactar o cabeça de lista ou o mandatário, por e-mail, por telefone, telemóvel, correio interno, pessoalmente, como?
Imagine-se um destes colegas no seu percurso de demonstração de apoio: pensa no assunto, talvez por ter lido os textos entretanto publicados pela lista, pega no telefone e liga para o cabeça de lista ou mandatário. Que diz? Olhe, eu li este ou aquele texto e sinto uma grande sintonia com a vossa maneira de pensar e de ser. Gostaria que adicionassem o meu nome aos demais subscritores e fizessem dessa minha adesão o uso que entenderem melhor.
Ou então seria um e-mail espontâneo, e portanto do género: Sentindo-me muito enquadrado pelo vosso lema "Uma Universidade das pessoas", sendo eu uma dessas pessoas, gostaria que me incluissem na lista das pessoas. Cumprimentos...uma pessoa!
Ou então pelo correio interno: Exmos Srs, venho por este meio demonstrar a mimha disponibilidade para integrar a Vossa Lista como subscritor (uma vez que já não posso ser suplente). Pede deferimento...Um vosso servo.
Ou então pessoalmente: Você aqui? Que coincidência: ia mesmo agora contactá-lo para apoiar a vossa lista. Porquê? Não sei, talvez por pensar que isto é o destino, nós nos encontrarmos assim, sem contar...
Ou então pelo telemóvel: Estou? Olhe sou eu, o tal a quem você uma vez dirigiu a palavra: Ora bem decidi apoiar-vos pela simpatia que demonstraram para comigo. Como? aparecendo numa lista de apoiantes, claro. Não venha o diabo tecê-las.
Bem podiam rematar:Todos decidimos por espontânea vontade "and most sincerely". Decidimos o quê? Já nos esquecemos mas você vai nos lembrar publicando o nosso nome na net. Todos terminariam da seguinte forma: Um abraço
um dos 100 apoiantes tardios mas seguros e orgulhosos do que espontanemaente fizemos.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

De como uma campanha se pode distanciar da realidade

Foi difundida na UM net a mensagem de interpelação às listas candidatas ao Conselho Geral com o título "De como uma campanha se pode distanciar da realidade...".
Gostaria de comentar a título pessoal as questões nesta mensagem colocadas ás listas.
1ºFinanciamento da Universidade
Este assunto por muito que nos preocupe, não tem uma solução fácil e á vista. Se por um lado temos tido o nosso reitor muito activo a reclamar justiça na distribuição de verbas por parte do Ministério, e com actuações esporádicas e a meu ver desastrosas para tapar o o buraco financeiro, tal como a acção de em 2007 ir buscar aos projectos de ensino e de I&D verbas sem sequer discutir o assunto com os responsáveis pelos respectivos Centros de Custos (ver texto), temos de facto um silêncio ensurdecedor por parte das listas candidatas. No entanto há umas mais silenciosas que outras. A lista em que me integro, a lista B, já se pronunciou sobre este assunto procurando trazê-lo a debate, tanto na conferência de imprensa como no site e no blogue. È certo que não apontou soluções, mas também é certo que com a continuação do Reitor na UM também não será fácil ao Conselho Geral apresentar soluções inovadoras,uma vez que é o Reitor que define a estratégia. Embora a estratégia seja sancionada pelo Conselho geral, não se vislumbra um volte-face nas relações entre o Ministério e o actual Reitor. Por estas e outra razões derivadas do legado do actual reitor, a lista B pede um Novo Ciclo a partir do dia em que o Conselho Geral entre em funções, com a saída do actual Reitor e a entrada de um novo Reitor que traga uma nova visão mais fresca e mais em consonância com a estratégia do que virá a ser o Novo Conselho Geral.
Nas relações entre a Universidade e a tutela, a diplomacia é muito importante. Os responsáveis das outras Universidades têm sabido usá-la, mas ainda ontem se viu no dia da Universidade que esse não é o caminho escolhido pelo nosso Reitor, mas sim a política e o confronto, na continuação de outras acções como o ter aproveitado a presença da líder da oposição em Braga para fazer as suas queixas. A meu ver, a política não é para aqui chamada, só complica!

2º Como colmatar a deficiente máquina administrativa instalada na Academia?
Partilho esta sua opinião, aliás expressa num pequeno texto no site da lista B
O problema é sempre o mesmo: será que mantendo-se o actual Reitor em funções por mais ano e meio, vai mudar alguma coisa durante esse período? Já duas listas pelo menos se referiram à Descentralização: a lista B e a lista C. No entanto a lista B quer mudanças já! Será que a outra também as quer já?

3ºComo implementar a "coesão" quando dentro da mesma academia co-existem diferentes exigências de qualidade e desempenho, geralmente em prejuízo daqueles a quem se impõem os maiores padrões de referência ?

Bom, de facto não tenho argumentos para responder a esta questão. Penso que quando algumas listas falam em coesão, não devem estar a pensar particularmente nesta questão. Aliás pode ser contraditório referir "descentralização" e "coesão" no mesmo texto, mas isso já nos leva a outro tipo de discussão. A meu ver este problema não tem solução fácil, porque em áreas diferentes os padrões de produção científica são necessariamente diferentes. Talvez esta questão e a outra que seque:

4º E como lidar com a tradição perniciosamente instalada na academia de desresponsabilizar ou mesmo desobrigar de exigência de qualidade e desempenho quem está no topo da carreira , mas, em contrapartida, demandar elevados níveis de resposta a quem está na base da carreira ou mesmo no início da profissão ?

..terão a mesma resposta.
A resposta estará no próximo ECDU, Estatuto da Carreira Docente Universitária.

Há elementos na lista B que participam activamente no acompanhamento dos esforços dos Sindicatos em defender um ECDU justo, através da sensibilização dos colegas (blogues, e-mails, etc) que é o meu caso, ou mesmo através da sua posição no sindicato. E mais não se pode fazer, julgo eu.

5º E como responder de forma concertada e eficaz a uma massa estudantil cada vez menos preparada para o raciocínio, para o estudo, imbuída de uma cultura de facilitismo, mas a quem, apesar de tudo, compete à universidade formar e preparar para o mercado de trabalho ?

Não sendo a pessoa mais entendida neste assunto, remeto para textos de colegas meus da lista B, do IEC/IEP que referem as mesmas preocupações e colocam algumas propostas, por exemplo:
A Construção da Autonomia da Aprendizagem no Ensino Superior

Para finalizar, felicito-o pela sua iniciativa e espero que sirva de exemplo para um debate frutuoso a ter lugar nos dias de campanha que se aproximam.

domingo, fevereiro 15, 2009

As árvores da Quinta dos Peões e as eleições para o Conselho Geral

Quem passar agora na estrada entre o campus de Gualtar e a Quinta dos Peões, que era conhecida por lá se fazerem os concertos do "enterro da gata", depara com um cenário desolador de ausência das árvores que ladeavam a estrada do lado da Quinta dos Peões. A Quinta já tinha sido uma quinta experimental do Ministério da Agricultura, tendo sido negociada entre a Camara, a Universidade e um empreiteiro, não me recorda qual mas sem dúvida um dos muito badalados em Braga como tendo beneficiado do crescimento anárquico que a cidade sofreu com o consentimento e até o encorajamento da Camara. O acordo sofreu várias alterações e se me lembro a última era de que parte seria para a Universidade, a parte central, e a lateral seria para "equipamentos", salvo erro as instalações da GNR ou coisa parecida. O que é certo é que o derrube das árvores foi feito à socapa da Academia e daqueles que passam por ali todos ou quase todos os dias e daqueles que agora têm a vista desoladora que se observa das salas de aulas e dos gabinetes virados para a frente do edifício principal. Esta insensibilidade da reitoria em relação ás árvores já aconteceu quando deitaram abaixo uns sobreiros, sem autorização do Ministério do Ambiente, quando das obras para as instalações do edifício para os SASUM, salvo erro.
Uma reitoria insensível a árvores será uma reitoria sensível a pessoas? Ou será uma reitoria ávida de obras de fachada tal como a Camara de Braga?
Outra questão é se tal como em política, em vésperas de eleição para o Conselho Geral, será que um "governo de gestão", neste caso por analogia, a reitoria, devia sancionar obras (negativamente) relevantes para a Academia? Ou o negócio com a Camara e com o empreiteiro devia ser divulgado, referendado e analisado posteriormente pelo Conselho Geral, que é o orgão que já a partir de 2 de Março sanciona a estratégia do reitor para a UM? Qual a pressa para o inicio da obra na Quinta dos Peões, começando pelo abate das árvores? Será a causa as eleições para o Conselho Geral de 2 de Março? Ficam as perguntas no ar ou vamos fazê-las na campanha para ao Conselho Geral? Veremos nas próximas semanas.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

O investimento em I&D na indústria

Não tenho muita paciência para estatísticas sobre o Ensino Superior, mas recomendo para quem esteja anteressado que visite http://polike.blogspot.com/ Aqui podem-se ver estatisticas e comentários sobre essas estatísticas, sobre a I&D e o Ensino Superior. Uma estatística em particular surpreendeu-me: a afirmação por parte do MCES que o investimento das empresas em I&D foi superior ao investimento por parte do Estado. Foi razão suficiente para subirmos no ranking mundial de inovação de 22º para 17º.
Quem acredita nestas estatísticas? Só quem não conhece as outras estatísticas: o nº de patentes registadas por empresas portuguesas ou os novos produtos portugueses no mercado. Ainda há outra questão, se as estatisticas incluem empresas transnacionais: o grau e a complexidade de incorporação nacional nos produtos de elevado conteúdo tecnológico fabricados em Portugal. Depois de analisarem estes dados, digam-me: acreditam nestas estatísticas?

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Morreu John Updike

Para quem não conhece, recomendo a leitura do livro mais famoso de John Updike, que só ficou agora conhecido da muitos de vós por ter morrido e isso ter sido noticiado, da trilogia Rabbit (Coelho), e ficam a conhecer através duma vida do sr Rabbit como a vida nos EUA era no período desde o pós-guerra até aos anos 80 para o comum dos mortais. E porque é que isto tem algum interesse para nós portugueses? A não ser que nos interessemos por livros bem escritos duma forma despretenciosa, que é o meu caso, ou nos interessemos pela vida do outro lado do Atlântico, que poucos se interessam a não ser que seja a dos actores de Hollywood, não tem de facto qualquer interesse. Agora, se pensarmos um bocadinho que este foi um dos escritores mais considerados das últimas décadas, naquela que é a maior potencia editorial do Mundo mas que afinal de contas não teve um Fernando Pessoa, e nós aqui no nosso cantinho, neste país com tanta rodagem literária, não temos escritores que retratem o País duma forma tão eficiente e aliciante, e só temos escritores de ficção e um nóbel (gosto muito do Saramago mas quem sou eu para dizer que também fazia falta um não-nobel que retratasse o País real mas com vírgulas?)ou potenciais nóbeis que com palavrões pensam dar mais autenticidade aos romances (A.L.A.), ou no outro extremo os jornalistas-escritores que estão muito na moda (mas que a meu ver faziam melhor se ficassem pelos telejornais e deixarem-se de brincar aos escritores), então já começamos a pensar que também podiamos ter uns Johns Updikes que espelhassem melhor a vida em Portugal.

O Comboio Braga-Guimarães e o TGV

Todos sabemos que a auto-estrada Braga-Guimarães foi construida com uma ajudazinha do Euro 2004. Era necessário que os adeptos rapidamente chegassem a um e outro estádio, nas duas cidades, sem atrasos e mais importante, era a imagem do País que estava em jogo! Vejam a força que o futebol tem, que conseguiu ser decisivo naquilo que era mais evidente e que vinha a ser adiado durante anos!
Ora agora há uma outra mega-obra que vem a caminho, o TGV, e já se fala que havendo uma paragem em Braga, os Vimaranenses devem ter um acesso por ferrovia ao termibnal TGV em Braga. Assim, repete-se o processo: só com uma grande obra se satisfazem os anseios de décadas na ligação entre as duas cidades. E eu digo: antes assim que nunca!

quinta-feira, janeiro 29, 2009

A Renovação numa sociedade democrática

Em qualquer organização, seja empresa ou instituição, a renovação é fundamental. Em governos de países democráticos também é evidente que essa renovação é ciclica. Nuns casos leva mais tempo que noutros, mas a renovação normalmente ocorre após um segundo ou terceiro mandato do partido no governo. Ela é essencial porque sem renovação os que ocupam cargos de responsabilidade tornam-se complacentes com o que os rodeia, no que respeita a possíveis injustiças e/ou desinteressados de iniciativas de outros que não os que os rodeiam ou seus dependentes.
Forma-se assim uma teia de interesses, em que todos se autoajudam a manter os respectivos cargos. Por sua vez, esta teia tem uma outra mais ampla de muitos que receosos do seu futuro, não contestam esta supremacia e aceitam-na na convicção que ficarão protegidos de eventuais azares.
A Renovação é necessária, é o que a democracia nos oferece. Podemos ou não aproveitar consoante estejamos satisfeitos com o estado actual das coisas ou não. Isso também diz muito de quem somos e também isso nos deve fazer reflectir.
Pensem nisso.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Eleições para a Assembleia Estatutária da Escola: um "Non-event?"

As listas para a Assembleia Estatutária da Escola de Engenharia aí estão. Não se esperam grandes novidades. Por um lado as conclusões das Workshops promovidas pela Escola de Engenharia sugeria um caminho de "clusterização" de departamentos que não foi depois confirmado por uma sondagem aos departamentos que optaram por ficar imutáveis. A Assembleia já está portanto condicionada por esta tomada de posição por parte dos departamentos. Por outro lado as grandes decisões já foram tomadas pela Assembleia Estatutária da Universidade e encontram-se por exemplo definidos nos Estatutos da UM a estrutura dos Departamentos, do Conselho Científico, do Conselho de Gestão, etc. Não existem por exemplo "clusters" nem podem existir por não estarem previstos nos Estatutos da UM. O que resta? A meu ver só atribuir os nomes aos bois, nomeadamente no que diz respeito aos Departamentos. Ainda poderia haver uma alteração da geometria departamental, com fusões ou cisões, mas no período dum mês vai a Assembleia reverter o que foi já decidido pelos departamentos? Não me parece ser plausível. Como nos Centros de ID não se pode mexer por serem Centros da FCT...não há muito que se pode fazer e conclui-se assim, por muito que nos custe admitir, que não há razões para nos entusiamarmos muito com estas eleições.

segunda-feira, janeiro 19, 2009

O êxodo de Azurém

Depois de escrever a última mensagem sobre assuntos mais "comezinhos", respeitantes ao tratamento que Azurém tem vindo a sofrer no que respeita a alguns dos Serviços Sociais, nesse caso o Grill, lembrei-me de enumerar outros Serviços que ao longo dos últimos anos e ao arrepio dos interesses dos utentes e com o beneplácito da maior Escola representada no campus, a de Engenharia, têm vindo a diminuir, a perder as chefias ou mesmo a desaparecer:
- Serviços Técnicos Perdeu-se a responsável para Braga, significando isto que a Escola de Engenharia, a que mais precisa de apoio técnico, dada a sua natureza, precisa de pedir satisfações em Azurém cada vez que precisa de qualquer apoio mais complexo que mudar uma torneira ou pregar um prego.
- Serviços Jurídicos: Perdeu-se o único Assessor jurídico em Guimarães. Os concursos e outros assuntos, tais como apoio jurídico aos projectos, têm que ir a Braga para serem tratados.
- GAP, gabinete de apoio a projectos: perdeu-se a única efectiva sediada em Guimarães. Tratava dos projectso da Escola de Engenharia e de outros assuntos relacionados com bolsas, etc. Agora quem quer tirar dúvidas ou apoio na escrita de projectos, tem que rumar a Braga.
- Conselho de cursos de Ciências e de outras Escolas- nunca alocaram ninguém para Guimarães. Pautas, etc, devem ir por correio interno. Problemas de alunos, idem aspas.
Qual a razão do êxodo? Centralização de Serviços de apoio para racionalização de custos? Por este andar, com a crise, lá se vão os Serviços Académicos e os (poucos)Serviços Sociais de apoio aos alunos.

A crise já chegou ao grill?

Parece que a crise já chegou ao grill de Azurém...
O peixe já há muito tempo que é de aquacultura ou congelado. Menos mal o primeiro, mas o congelado? Chega a ser deprimente ver os chocos brancos como a cal e senti-los duros como a borracha. Ou a palmeta espalmada, ou os outros peixes de nomes esquisitos também sucedâneos do linguado. Os cozinheiros podem ser artistas, mas o que podem fazer com esta matéria prima? Quanto ao chamado arroz ou feijoada de marisco, cada ano que passa tem menos marisco (congelado). É quase só feijão. Era melhor esquecerem este prato. Se fizerem feijoada façam-na a sério, à moda do Porto.
Há quanto tempo que não há bacalhau? E quando há está bem feito. Mas a matéria prima é cara e os SASUM também estarão em crise...
Quando à carne, não tenho muito a dizer por quase nunca escolher carne. Mas quando a escolho em tranches por exemplo, é mais a gordura que a carne.
E os acompanhamentos? O arroz é acompanhamento para tudo. Não é que me importe muito, mas podiam pôr umas batatas assadas, por exemplo, para variar.
Quanto à bebida, ela é constituída por duas escolhas: sumo de laranja industrial ou água.
Quanto à fruta...cada vez as tangerinas e laranjas estão mais amassadas. Também há laranja descascada, vá lá.
Quem vai ao grill de Gualtar nota uma diferença. Há mais escolha. Há batatas assadas, o peixe até parece fresco, o sumo é natural, há doces e frutas variadas, a carne assada é boa. Claro que se gasta mais ao escolher tudo, mas escolhendo o mesmo acaba-se por não gastar mais que em Azurém. Mesmo que se gastasse haveria muita gente que não se importaria.
Para não falar do Restaurante em Gualtar que não tem equivalente em Azurém.
Até parece que o moto dos SASUM é: "Para Azurém, nem mais um vintém"

domingo, janeiro 18, 2009

(Maus) Pensamentos do ano novo sobre o ensino

Que será do ensino quando os professores estão desmotivados? No ensino secundário é a avaliação duma maneira geral que os desmotiva e concretamente o processo de avaliação previsto pela tutela. No Ensino Superior o que desmotiva os professores? Afinal já são avaliados..
A meu ver é também a avaliação que desmotiva os professores do Ensino Superior.
Senão vejamos: Uma vez feito o doutoramento quais são as etapas seguintes? Nomeação Definitiva é a primeira. O Conselho Científico é quem determina se o candidato terá nomeação definitiva ou não baseando-se em pareceres, segundo o Estatuto.
Não é uma verdadeira avaliação uma vez que quase todos a conseguem, pela simples razão que ninguém quer ser responsável pelo despedimento de um professor que seria o que aconteceria se na Nomeação Definitiva de um Professor Auxiliar o parecer fosse negativo, o que não acontece noutras profissões da Função Pública. Conscientes disto, os avaliadores não avaliam o mérito, refugiando-se numa lei que tem uma malha tão larga que vai desde o currículum científico e pedagógico à relevância do candidato para o Departamento em causa, e o avaliado, consciente deste facto, não se esforça para ter um bom currículum. É portanto uma avaliação tão injusta como perversa. Com a mudança do Estatuto previsto para o princípio deste ano de 2009 a Nomeação Definitiva, para aqueles que já a têm, será substituída por um contrato por tempo indeterminado Reforçado, tal como no resto da Função Pública. Mas futuras Nomeações Definitivas serão contratos por tempo indeterminado mas não Reforçado, o que significa que se os Serviços forem reestruturados e não houver necessidade destes profesores eles poderão ser dispensados!
Deste modo passa-se dum extremo ao outro! Será que a motivação dos professores aumenta com estas mudanças? Não vejo como nem porquê. Esta medida aliás não faz sentido par o Ensino Superior. Não existe para Ensino Secundário, porquê existir no Ensino Superior? Os professores do Ensino Superior têm tanta capacidade de adaptação como os do Ensino Secundário (e Básico) ou não? Afinal foram para o Ensino Superior porque tinham mais capacidade (melhores médias, mais currículum..). A meu ver seria preferível que houvesse successivas avaliações como para os funcionários e só depois de três successivas avaliações negativas se dispensava o professor, sem a fazer depender da reestruturação do serviço. Ao menos só dependia deles e não de uma decisão Administrativa de reestruturação de serviços que, essa sim, desmotiva qualquer um, uma vez que é imprevisível e cega.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

O Ano que aí vem

Agora que entrámos no novo ano de 2009, despedimo-nos dum ano em que foram muitas as contradições e entramos num ano cheio de certezas. Uma delas é a recessão; já não escapamos. Outra é a do desemprego; vai aumentar devido á recessão. Outra é a de que já não há empregos para a vida; as nomeações definitivas na função pública passam a contratos como os do sector privado. As reformas são mais pequenas; já não é o último ordenado que conta, mas uma média dos últimos anos.
Enfim, com tanta depressão que temos para nos animar?
Ora hoje nevou: os flocos eram brancos e leves, davam-nos uma sensação de estarmos num ambiente mais puro...pode ser um bom presságio para o ano que vem aí. Oxalá.
Um Bom ano de 2009 para todos os leitores deste blogue!