domingo, agosto 04, 2013

O mérito a quem o merece: colaboração com a indúsria e spin-offs da UM

A UM é das Universidades portuguesas a que mais contribui para o tecido industrial do País, Quem o afirma é a Reitoria e a vice-reitoria, conforme veio publicado no Público hoje e no Correio e no Diário do Minho ontem. No Publico dá-se como principal exemplo a empresa DST e referem-se alguns exemplos de novidades em empresas têxteis, transferidas pela Universidade, como por exemplo um fato de bombeiro que transmite sinais de perigo pro intermédio de sensores. Há no entanto dois exemplos que figuram no artigo do público que não tiveram origem na Universidade, sendo um do CeNTI -Centro de Nanotecnologias de Famalicão e outro na TMG automotive também há dúvidas se originou na UM. Com tantos exemplos de projetos e empresas bem sucedidas com origem na UM, não precisavam os repórteres de andar à pesca de projetos e empresas. Há a Impetus, empresa de prestígio de "underwear" que desenvolveu uma solução para incontinentes; há a Locatoni que fabrica equipamento de desporto para a equipa do Guimarães com propriedades de dry-release, mantendo o corpo seco; há a Endutex que produz revestimentos para outdoors e outras aplicações que inovou em alguns destes produtos em parceria com a UM. Quanto a empresas, não foram mencionadas spin-offs da UM, que embora não faturem tanto como a DST, são no entanto fruto do empreendedorismo de investigadores da UM. Não como a DST que já existia muito antes, sendo um negócio de família, não obstante com todo o mérito que merece um dos seus filhos por se ter formado na UM e ter uma visão de expansão correta, colaborando com a UM e alavancando a imagem da sua empresa desta forma.
A primeira spin-off de base Tecnológica da UM foi a Micropolis, fundada em 2001, agora Devan-Micropolis por ter sido vendida a uma empresa belga /(Devan), mas que continua a laborar em Portugal, no TecMaia, comercializando um produto inovador de acabamento funcional que garante uma temperatura constante de conforto junto ao corpo. Na venda a Universidade vendeu a patente que suportava a tecnologia, sendo a primeira transação do género efetuada pela UM. Foi um caso de sucesso em empreendedorismo com a empresa de capitais de risco, a PME Capital, a vender a sua participação, largamente maioritária, com lucro.
Há uma lista de spin-offs no site da Tecminho que vale a pena visitar para constatar que a vocação dos empreendedores da UM continua, com um número apreciável de spin-offs formadas nos últimos anos que procuram transformar o tecido empresenrial e industrial do Minho com uma maioria de empresas têxteis, metalomecânicas e de construção civil em empresas biotecnologia, química verde, materiais, software (onde a UM já tem tradição em empresas como a Primavera fundadas por ex-alunos), eletrónica, entre outras.
São estes os exemplos que nos devemos orgulhar, totalmente nascidos na UM !

sábado, julho 20, 2013

Projeto da quinta dos peões avança sem auscultação à população

Em notícia avançada pelo diário do minho é difundido  o desfecho do percurso da quinta dos peões: foi decidido em reunião da Assembleia da Câmara de Braga por maioria, merecendo os votos favoráveis também dos partidos da oposição. A quinta dos peões era do Estado, mais propriamente do Ministério da Agricultura, saíu para a Câmara para logo de seguida ser vendida ao senhor Rodrigues Névoa. Nunca se percebeu porque é que não reverteu para a UM uma vez que estava contígua aos terrenos destinados à UM, mas deste tipo de mistérios está a cidade de Braga cheia, por isso não espanta. Também à boa maneira do que se tem feito em Braga, um espaço verde, talvez o único que restava naquela zona da cidade tão saturada de trânsito devido à entrada do campus de Gualtar da Universidade, vai dá lugar a mais cimento, mais trânsito e estrangulamentos, para não falar da poluição, uma vez que se vai construir um centro de congressos e a associação de estudantes !
A oposição aprova provavelmente porque é influenciada por designações nobres dadas aos edifícios que lá se constroem e supostamente beneficiam a Universidade, tais como o centro de congressos e o centro de empreendedorismo. Essa é a cenoura meus senhores ! Quem fica com a fava? São os utentes do campus de Gualtar, professores, alunos e funcionários, claro. Mas esses não foram consultados. Que me conste não houve uma auscultação à população como é costume nestes casos, quanto mais aos utentes do campus. Assim vai a câmara de Braga, tomando decisões estruturantes em vésperas de eleições autárquicas, não fosse o diabo tecê-las e o próximo executivo estudar melhor esta questão e decidir manter o espaço verde !

sábado, julho 13, 2013

Os dois pólos da UM: uma história por contar

A divisão da  Universidade do Minho em dois pólos ocorreu em 1976, contra o desejo da Comissão instaladora que geria a Universidade na altura, e desde então já se fizeram milhares de viagens  entre Braga e Guimarães. Muitos professores e funcionários gastaram do seu próprio  bolso os custos dessas viagens. Já alguém pensou no que se teria poupado só em combustível se não tivesse havido essa divisão? Se a universidade fosse só num sitio como estava previsto? Quando a auto-estrada foi construída, a pensar sem dúvida nos dois pólos da universidade e no negócio que isso traria, somou-se ao combustível as portagens, as mais caras do país por km. Não seria demais a concessionária pagar parte dos lucros que tem com os alunos e professores à  universidade ! E o prejuízo para a vida dos professores que foram destacados para Guimarães e viajaram durante anos num pequeno autocarro (mais tarde foi substituído por um transporte comum com o dos alunos)? Para evitar este incómodo as novas engenharias, a Biológica por exemplo, conseguiu ficar em Braga, quando o acordo inicial era de que as engenharias ficariam em Guimarães. Houve outras engenharias que se dividiram em duas, como os Polímeros. No entanto  a sua maior incidência era no pólo de Azurém em Guimarães. Isso não evitou no entanto, desmultiplicações desnecessárias dos professores entre pólos, agravado pelo arranque de cursos, como o de engenharia de materiais, com a participação de departamentos sediados em Guimarães, o de Engenharia Mecânica e o de Engenharia de Polímeros. Claro que estas constantes viagens e estadias nos dois pólos tiveram consequências no atendimento dos alunos, na orientação de mestrados e doutoramentos e nos currícula dos professores.Tudo feito em cima do joelho para remediar uma situação anormal de uma universidade com dois pólos, e fruto do interesse de professores com influencia junto do centro de decisões, ou seja, junto da reitoria e do poder político da altura.
A transferência de cursos para Guimarães em 1976 seria com o objetivo de desenvolver a cidade. Guimarães demorou muito tempo a obter aquilo que dizia ter direito, O desenvolvimento da cidade com a vinda dos estudantes e professores ocorreu bastante mais tarde, e ainda hoje muito aquém do que Braga beneficiou. Qual a razão? Não me ocorre nada mais do que dar-se o caso que durante muitos anos os primeiros anos eram em Braga e os alunos já estariam hospedados em Braga. Mas e nos últimos anos quando isso deixou de ser a norma e os cursos eram lecionados na totalidade em Guimarães? Continua o movimento de alunos e professores entre as duas cidades. Conclui-se que entre o que se perdeu para a região, com uma universidade dividida e necessariamente prejudicada por essa razão, e o que se ganhou para Guimarães, ficou a região prejudicada e o país gastou mais dinheiro, sem contar com o desperdício para os professores e alunos à conta das deslocações diárias.
Razão tinha a Comissão Instaladora, com Lloyd Braga como Presidente e onde pontuavam figuras como Barbosa Romero e Santos Simões, de querer ficar unida. independentemente do local. É interessante folhear as páginas de um documento na forma de livro publicado em 1976 pela ADMIN-Associação dos Interesses do Minho, e encontrar nos vários capítulos relatos de documentos que relatam as várias etapas do processo, desde o despacho do Ministério da Educação de então (MIEC) que dividiu a universidade em duas, o despacho 61/76, passando pela posição tomada pela comissão nomeada elo Conselho Pedagógico da UM, da qual faziam parte Luis Soares, Sérgio Machado dos Santos, Chainho Pereira, António Guimarães Rodrigues e Jaime Rocha Gomes (eu próprio, acabado de chegar à Universidade no início desse ano !). Embora mais novo que os outros elementos e sendo ainda só assistente convidado, senti como os outros que este seria um erro cujas consequencias perdurariam durante anos. Infelizmente, não nos enganámos.