domingo, dezembro 18, 2011

Os estatutos da UM atrapalham a renovação de I&D?

Na sequência das opiniões manifestadas pelos grupos, e particularmente pelo grupo em que participei, ficaram por mencionar aqueles exemplos concretos que são específicos das áreas a que cada um dos membros pertence. No meu caso por exemplo, já disse aqui alguns exemplos que dizem respeito à Escola de Engenharia no que respeita a Departamentos. No que respeita a Centros de I&D penso que será mais no sentido de novas áreas que se devem orientar os nossos esforços. Áreas transversais como a Nanotecnologia são por demais evidentes como aquelas em que se devem congregar esforços e aproveitar a existência de diversos pequenos grupos em diversos departamentos e em diferentes Escolas, para se juntarem e desta forma conseguirem sinergias que doutra forma serão difíceis de atingir.
A Nanotecnologia é uma àrea emergente que tem sido descurada pela UM até há pouco tempo. Com a nomeação de um vice-reitor pro-activo neste sentido e de um pró-reitor com formação e especial apetência para esta área, o cenário mudou com particular relevo para cursos que arrancaram nesta área da nanotecnologia e com a participação da UM em projectos com outras entidades ligadas às Nanotecnologias, como o INL. Se não houver agora um movimento neste sentido, dificilmente haverá outro e perder-se-á o momento, que me parece propício.
Como os investigadores pertencem a Escolas diferentes, põe-se a questão dos estatutos da UM terem acomodado os centros dentro das Escolas, perdendo a flexibilidade que poderiam ter se não houvesse essa restrição. É altura talvez de rever esta e outras situações como esta, que deixam a UM amarrada de pés e mãos, muito por culpa de se ter entregue a elaboração dos estatutos da UM às Escolas, defendendo elas a incorporação dos Centros no seu seio.

sexta-feira, dezembro 09, 2011

A consulta em curso à comunidade académica da UM

Algumas notas ocorrem-me sobre a consulta à UM sobre a estratégia para o futuro da UM que está a decorrer até dia 14 deste mês.
A estratégia para a UM está a ser discutida por grupos escolhidos aleatoriamente. Estes grupos são constituídos por membros de diferentes departamentos e de diferentes Serviços. Este facto é positivo por ser uma garantia da abrangência do inquérito, mas pode também ser de difícil logística. No entanto, isto não é desculpa para os membros da Academia escolhidos não participarem naquilo que é uma oportunidade de transmitirem as suas ideias ao Conselho Geral para que este possa actuar de uma forma que pelo menos não vá contra o que a maoria defende. É a velha história dos referendos, com taxas de abstenção muito elevadas, por razões que não são evidentes. Os membros da UM têm que se mentalizar que se eles não se pronunciam outros o farão por eles, e que depois não poderão alegar que não foram consultados. Estão em causa grandes opções numa altura de crise e não se pode meter a cabeça na areia correndo-se o risco de se ser enterrado por ela.

sábado, dezembro 03, 2011

Meio mandato sem Fundação

O reitor fez um balanço positivo do seu mandato nos últimos dois anos, segundo entrevista à rádio universitária. Baseia-se na garantia da qualidade e na melhoria da gestão financeira. Quanto a aspectos ainda não conseguidos, refere obras não executadas nos campi por fala de verbas. Nem uma palavra sobre a passagem da UM a Fundação. Então não era esse o cavalo de batalha do reitor? Soubemos recentemente que o projecto Fundação foi adiado para as calendas gregas. Isto também não é uma obra que não arrancou? Que obras são estas tão importantes em Gualtar e Azurém que o reitor se está a referir que mancharam um pouco o sue mandato? Será a Fundação menos importante, quando na altura de se avançar foi objecto de uma defesa acérrima por parte do reitor? Certo é que não foi devido à falta de esforço por parte do reitor, mas sim pelas mesmas razões que as tais obras não avançaram: a crise. É curioso o que antes era fundamental para a Universidade agora nem sequer é mencionado quando se fala do mandato dos últimos dois anos... Ou será que ainda há esperança do processo de passagem a Fundação ainda arrancar mesmo depois do Governo ter decidido deferir para não se sabe quando esse projecto? Não creio. Já quando o reitor manifestou esse desejo no inicio do seu mandato, já se adivinhava que não era a melhor altura para embarcar em tal aventura, e muitos o avisaram. Não fez caso, mas agora também não o quer admitir. Claro que não por culpa dele, que bem se esforçou, mas de qualquer forma, é isso que distingue um bom líder/político dum que não o é, ou seja, ter ou não ter consciência do grau de sucesso de qualquer empreendimento em que se aposte. Talvez um reitor não tenha que ser nem líder nem político, mas que estas duas componentes são uma parte importante do perfil, disso ninguém tem dúvidas. E pelo menos um líder deve assumir as suas responsabilidades quando as coisas não correm como ele tinha previsto, nem que seja para admitir que "fez mal as contas" e que já foi extemporânea e tardia a sua entrada para "a corrida às Fundações".

sábado, novembro 26, 2011

Estratégias para a UM num cenário de crise: fusão, reconversão ou extinção de departamentos

Num cenário de crise, é evidente que a optimização de recursos faz sentido, tais como a fusão, reconversão ou extinção de departamentos. Mas se muitos concordam com este princípio geral, já quando isso mexe com o seu departamento ou centro de investigação as coisas aí mudam de figura. Temos o exemplo do Departamento de Engenharia Têxtil que é um caso típico de um departamento que tem professores a mais por os seus cursos terem alunos a menos. As causas da diminuição do número de alunos são as que são conhecidas, nomeadamente a pouca atratividade dos cursos face às expectativas dos alunos. Sei que na Escola de Engenharia chegou a ser discutida esta questão da sustentabilidade do departamento, mas não se chegou a parte nenhuma porque os demais departamentos não quiseram fundir ou receber professores de uma eventual extinção do departamento. As razões não as conheço, mas suponho que não serão abonatórias para aqueles que actuaram desta forma. Desconfia-se que se prendem com receios de concorrência de novos elementos para lugares do quadro do seu departamento ou de outros receios que não são palpáveis mas que serão do foro pessoal.
Que eu saiba esta foi a primeira tentativa de mexer com departamentos e falhou. O Presidente da Escola também não impôs a sua vontade, mesmo sabendo que seria uma decisão óbvia fundir, restruturando a geometria departamental da Escola, ou mesmo extinguir um departamento que não é sustentável e distribuir os seus membros por outros departamentos. Poderia tê-lo feito mesmo contra a vontade dos outros departamentos uma vez que o RJIES estipula que os departamentos não têm voto no Conselho de Gestão. Teria que ter o acordo do Conselho de Escola mas não se sabe se foi sequer consultado.
Se este é o resultado da primeira tentativa na UM de fundir, restruturar ou extinguir um departamento e que deu em "nada", é caso para perguntar se vale a pena responder a esta questão do inquérito posto a circular pelo Conselho Geral, se este só serve para constatar o óbvio sem que isso tenha qualquer consequência. O problema é que como muitas vezes acontece nestas situações, qualquer decisão será sempre do desagrado de alguns, que contarão sempre com a manutenção do "status quo" por parte dos seus dirigentes, uma vez que, com honrosas excepções, qualquer dirigente desta casa pensa em primeiro lugar em si e só depois na instituição que deveria servir, e confrontando os seus membros com decisões pouco populares, pode pôr em risco a sua posição ou no mínimo ter "chatices" que tornam o lugar pouco apetecível.