segunda-feira, outubro 03, 2011

Acesso motorizado à UM: obras úteis ou de fachada?

Voltamos ao dia a dia de entrada na UM pelos nossos próprios meios, normalmente o automóvel. O que deveria ser um processo simples, torna-se muitas vezes um processo complicado. Ora são as barreiras que baixam a meio e podem danificar os carros, como se pode ler em UM para todos, ou são as filas intermináveis na entrada norte daqueles que esperam pacientemente que os seguranças expliquem a carros sem a vinheta de entrada, os mistérios do estacionamento nos parques da UM. Sim, porque o tempo que demora muitas vezes essa conversa, faz pensar que de um mistério se trata.
Fizeram agora duas auto-estradas para entrada e saída na UM (lado sul) mas continuam os problemas mencionados no lado norte. Porquê que não introduzem mais uma entrada, para aqueles que têm cartão de parques condicionado, do lado norte? Em Azurém existe essa possibilidade o que torna o trânsito mais célere, mas em Gualtar obrigam-se os funcionários, professores e outros demais a ficar na fila dos que não têm esse cartão, fazendo perder tempo precioso a esses utentes, exceptuando alunos membros da Associação e outros que não dão aulas nem picam o ponto que conseguem cartões não se sabe como (e já agora porque não dizê-lo: que enchem os lugares dos parques condicionados à discrição reduzindo o número de lugares disponíveis para aqueles que realmente precisam). Pode-se argumentar que os que têm cartão que se dirijam para a entrada sul. Mas quem diz isso não sabe ou não quer saber que essa "voltinha" pode demorar 15 minutos ou mais devido ao trânsito na rua por fora da UM em frente à Quinta dos peôes e que faz a ligação entre as duas entradas. Esse trânsito acrescido iria aliás entupir ainda mais a entrada sul, o que já causa enormes problemas na rotunda imediatamente junto à entrada, e onde passam autocarros e muitos carros que vêm de Gualtar para o centro (a propósito, de quem foi a brilhante ideia de meter uma passadeira mesmo á saída da rotunda para quem entra na nova "auto-estrada " de acesso às cancelas da UM do lado sul?). Enfim...quando se fez a obra os engenheiros estavam de férias? Afinal era Agosto!

sexta-feira, setembro 09, 2011

Estilos de poder

Vêm aí cortes que implicam despedimentos e/ou perda de poder de compra dos Professores da UM. Nesta fase crítica da Universidade do Minho o que sabemos é-nos transmitido na forma de números: tantos por cento de cortes de Professores convidados. Nem uma palavra aos visados, de conforto ou de justificação do porquê que foram eles os escolhidos. Nem um comunicado fosse escrito ou falado pelo sr. Reitor (pelo menos que viesse a público). Já tivemos como ocupante anterior do cargo um reitor mudo em relação a uma explicação aos visados de que iria cativar as suas verbas provenientes dos seus projectos; agora temos um reitor que corta a direito sem grandes explicações, e já não são verbas de projectos, são salários que ferem o nível de vida de muitos Professores e que inevitavelmente lhes vai causar sérios problemas pessoais. É um estilo de líder apolítico e tecnocrata, já para não falar da falta de sensibilidade social,um pouco como o Ministro das Finanças actual. Pode ser que as coisas mudem com o tempo e que o reitor fique mais temperado e mais maleável com o continuado malhar do Ministro no orçamento da UM (linguagem de engenharia talvez apropriada a quem se dirige)... e mude de estilo.
Ficar-lhe-ia bem.

domingo, setembro 04, 2011

Os cortes na UM são cegos?

Os cortes das Universidades vêm dar o seu contributo forçado à dívida. Que seja. Mas quem sairá prejudicado? Os professores convidados serão os primeiros a serem despedidos segundo instruções do reitor. À primeira vista parece bem uma vez que são "convidados". No entanto muitos destes Professores estão há anos nesta situação só porque as contratações estão congeladas. Não estão por opção! E muitos fazem mais serviço do que os contratados, uma vez que não podem dizer que não ao seu vínculo precário. Quem vai fazer o trabalho deles? Quem sofre? Os alunos, claro! Se os cortes não são cegos porque estão direccionados aos mais fracos, são cegos no que respeita às consequências, porque quem tem mais professores convidados é quem mais vai sofrer e possivelmente cursos vão fechar nestas Escolas por essa razão. Houve muitas promoções recentes entre os funcionários para Directores, talvez seja aqui que se deva também começar a cortar. Afinal o Governo não está a cortar chefias intermédias em várias instituições por não se justificar tantas chefias? Na UM aumentaram-se o número de Divisões para acomodaram mais chefes e desta forma promoverem funcionários que até não teriam nem os anos de serviço nem as qualificações que normalmente são exigidas para essas funções. Chegou-se ao ridículo de fazerem Divisões que aparentam não chegar sequer à meia dúzia de funcionários portanto sem qualquer massa crítica (é como se os romanos tivessem nas suas legiões centúrias com menos de cem romanos e os centuriões as comandassem)! Não seria também de reestruturar as Divisões e poupar também aqui? Fizeram-se ainda promoções à pressa em Serviços como que adivinhando o que vinha aí: o congelamento até 2003 nas promoções d a Função Pública anunciado esta semana. É assim que querem mobilizar as pessoas desta casa? Chama-se a isto em inglês um "pre-emptive attack", em linguagem militar. Antes dos cortes é preciso “atacar”, mas para o benefício de alguns. Quando isto acontece, normalmente não são os mais capazes que são promovidos como é evidente. São aqueles cujo "currículo" as chefias, leia-se Director, conhecem melhor. Agora os outros funcionários que estiveram anos à espera, que melhoraram o seu currículo, até que passaram a licenciados, podendo ser promovidos pelo seu esforço, ficam mais uma vez sem qualquer esperança de ver os seus justos desígnios alcançados.
No caso dos professores, fez-se um Regulamento de avaliação o RAD, “para inglês ver”. É mais uma auto-avaliação do que uma avaliação por terceiros. Só 15% da avaliação no RAD da Engenharia é que pesa a avaliação do avaliador! Ora por muito incompetentes que os professores sejam nunca vão ter a avaliação que pudesse distinguir o trigo do joio. E depois criticamos os professores do ensino secundário que não querem ser avaliados e torcem-se todos por uma auto-avaliaçãozinha. Nós vamos pelo mesmo caminho! Quando chegar a altura depois de 2013 para retomar as promoções e enviar alguns para a mobilidade, não haverá bases para o fazer. E os cortes serão realmente cegos, porque nessa altura vai haver despedimentos, com o rumo que as coisas levam.
Sejamos corajosos e arrume-se a casa, preparando-a para os maus tempos que se avizinham, e por uma vez façamo-lo duma forma objectiva, sem compadrios nem mediocridade.

sábado, setembro 03, 2011

Os cortes no Ensino Superior

Os cortes abrangem as Universidades. Até aqui nada demais, uma vez que a prioridade deste Governo nos cortes não é como se julgava na gordura do Estado, mas apesar de gestos simbólicos de cortes nas gravatas e nos motoristas, os cortes vão para aquilo que é o essencial para os portugueses menos privilegiados, ou seja, as urgências hospitalares na saúde, o subsidio de Natal que para muitos servia para cobrir despesas que o ordenado não cobria, nos transportes públicos, etc. Despesismo da Madeira não é atacado ao contrário do despesismo do anterior governo que serve de desculpa para o acréscimo dos impostos. Promoções nas Forças Armadas sancionadas, ao arrepio do que já tinha decidido o governo anterior, ao declarar ilegais essas promoções; enfim, o corte não é assim tão cego como se julga, porque se fosse também os muito ricos, á excepção do Américo Amorim que não é rico e pertence à classe trabalhadora segundo afirma, seriam taxados nas suas fortunas. O argumento de Passos Coelho que assim os outros ricos, nomeadamente estrangeiros, não investem se isso for para a frente, dá vontade de perguntar se o P.C quer Portugal equiparado às repúblicas das bananas, com salários baixos e sem impostos para quem investe. Esse dinheiro que entra também não fica lá como se pode ver no seu nível de vida e como se comprovou nos últimos anos com a saída das empresas estrangeiras para outros locais de mão de obra mais barata. A não ser que seja essa a estratégia do P.C., baixar o custo da mão de obra em simultâneo com as benesses para esses potenciais investidores milionários. O que é certo que esses senhores, Amorim, Belmiro e Soares (Pingo Doce) ganharam dinheiro muito à custa do trabalho dos outros e de mão de obra barata (quanto se paga para fazer rolhas?) e agora seria altura de compensar um pouco o Estado do qual beneficiaram (sem falar nos programas de auxílio do Estado, Pedip e QRENs de que beneficiaram largo).

terça-feira, agosto 30, 2011

Uma rentrée universitária atribulada

Ao aproximar o novo ano lectivo e o fim do ano financeiro, demite-se a Vice-Reitora que tem o pelouro das finanças da Universidade, Margarida Proença. A altura não podia ser pior, principalmente com o aproximar do fim do ano e do fechar de contas, que é sempre um quebra cabeças para a instituição. Daqui se podem tirar várias ilações: Uma é que o reitor foi apanhado de surpresa, precisamente porque não iria demitir a pessoa que instituiu e que controla todo um novo processo de contabilização das despesas, com a introdução de dimensões e outras designações que aparecem na página da intranet que dá acesso à contabilidade dos projectos e que são para muitos ainda um mistério.
Outra possível ilação é que foi o reitor que a demitiu, mesmo em má altura, aproveitou as férias tal como fazem as empresas, para arrumar a casa. Mas nesse caso, demitiu porquê? Tal como aparece noutro blogue, se a demitisse teria alguém já na manga, o que parece não ser o caso, senão teria anunciado a sua substituição e não a sua demissão.
Há aqui toda uma telenovela por desvendar se o reitor não vier explicar os porquês da demissão. Em jogo está a estabilidade e a celeridade dos processos na Divisão Financeira e Patrimonial e em última análise, a imagem da Universidade perante a tutela, em momentos de crise que exigem uma gestão muito profissional e criteriosa das contas deste ano que está próximo do fim.
Aguarda-se pois uma substituição célere e suave, com a ajuda activa de quem cessa funções na passagem do testemunho.

segunda-feira, agosto 22, 2011

O corporativismo alastra

Está visto. Quem manda são as corporações. São os sindicatos (corporações mais propriamente) dos professores que fizeram recuar sucessivos governos na avaliação até chegar ao ponto em que não vão ser avaliados (já não vão ser os mais antigos..), são os polícias que fazem greve disfarçada de baixa médica por razões psicológicas (único na Europa e talvez no mundo esta capacidade de improviso dos portugueses), são os militares que fazem promoções à revelia do estatuto geral da função pública que não permite aos restantes funcionários tal desrespeito pelo Estado (por não terem armas?), foram os juízes que mantiveram os seus dois meses de férias, são os maquinistas da CP que param um inteiro sistema de transporte, por também acharem que estão acima dos outros funcionários do Estado ou de empresas públicas e autarquias ao exigirem desbloqueamento das remunerações, e agora veja-se bem... são os árbitros!
Porque não hão-de os árbitros fazer birra também?
Afinal foi só o Sporting que os pôs em causa, nada de mais. Têm o F.C.Porto e o Benfica mudos e indiferente, e principalmente o FCPorto que tanto os apaparicou no passado com fruta e outras guloseimas (segundo escutas de telemóveis por todos ouvidas). Percebo pouco de futebol e não é só por ser adepto do Sporting. Poderia ter sido e pode ainda ser ao contrário: ter o Sporting e o Benfica a apaparicá-los e quem se trama é o FCPorto, se não se mudar radicalmente a mentalidade destas corporações.
As corporações (incluindo alguns sindicatos que actuam como tal) jogam com as divisões na nossa sociedade. As profissionais (professores, juízes, e outras) jogaram com a divisão política, apoiando-se nos partidos da oposição ao governo para alcançarem os seus objectivos. Os árbitros jogam com a rivalidade entre os três grandes clubes, posicionando-se com os que na altura estão na liderança. Tudo porque neste País ainda não se aprendeu que a Justiça, seja a justiça profissional em que todos devem ser tratados da mesma forma ao serem ou não avaliados, seja a dos tribunais, ou a do futebol, não deve estar ao serviço de quem berra mais (leia-se, quem tem mais acesso aos media)ou quem mais intimida a sociedade, seja com a sua força latente, no caso das forças armadas, seja com a falta de segurança das populações, no caso da Polícia, seja com a educação dos nossos filhos, no caso dos professores, ou seja com o nosso tempo livre e estado de espírito, no caso dos árbitros. Num Estado de Direito, deve, isso sim, estar ao serviço do País, que é algo que muitos se esquecem quando olham para os seus previlégios (actuais, futuros ou em risco). Já não bastava a crise.

sábado, agosto 20, 2011

Consequências de uma antecipada "silly season" de alguns políticos

De volta de umas férias, deparo com notícias que demonstram que nada mudou na política. O que o os partidos da oposição criticavam, aplicam com tanto ou mais afinco que o partido socialista. "Jobs for the boys", aparentemente quase 50% das nomeações para os ministérios foram para detentores do cartão partidário. Ingerência nos média através de uma acção de recompensa pelos bons serviços de Mário Crespo, amigo de Moniz e Moura Guedes, com a sua prometida nomeação para comentador em Washington. Impostos que não se iriam aplicar, afirmado mil vezes por Paulo Portas e reafirmada a vontade de cortar nas despesas, o que se verifica é que nunca tivemos nos últimos anos impostos tão gravosos: subsídio de Natal cortado daqueles que trabalham por conta de outrem e daqueles que estão a recibos verdes. Neste último caso nem a troika foi tão longe. Outro imposto que aumenta é o IVA para compensar as empresas com a queda do TSU (pelos vistos até os bancos beneficiam desta queda, o que é perverso). Enfim, já Miguel Sousa Tavares disse na sua crónica no Expresso que se fosse o Sócrates a tomar estas medidas caía o Carmo e a Trindade. Qual a razão de tão pouca contestação? Estado de graça do governo? Cá para mim é o tomar de consciência que algo correu terrivelmente mal quando se chegou ao ponto da antipatia pessoal pelo Sócrates, alimentada pelos média em grande medida, ter suplantado a razão, ou seja o discernimento dos partidos, ao ponto de haver uma aliança entre partidos como o parido comunista e o BE a aliarem-se a partidos no outro extremo do espectro político, o PSD e o CDS, para deitarem o governo PS abaixo. PCP e BE sucumbiram a pressões dos sindicatos dos professores na questão da avaliação que os impulsionou para outras fantasias, como a de que teriam o povo do seu lado se houvesse eleições, como se os professores representassem o eleitorado (a "silly season" começou muito antes do Verão para estes partidos!). O resultado foi o que se viu. O PCP manteve o seu eleitorado imutável, sem crescer, e o bloco quase desapareceu. Foi o maior favor que fizeram àqueles que sempre criticaram, os que eles designam como os representantes do grande capital e dos latifúndios. A privatização a que sempre se opuseram vai ser muito maior que o que estava previsto, a escola pública vai competir em pé de desigualdade com a privada, as Misericórdias serão subsidiadas com dinheiro tirado ao Serviço Nacional de Saúde numa promiscuidade entre a religião e o Estado, muito do agrado do CDS. Nada disto está no entendimento com a Troika. Quanto à Universidades, nada será como dantes. Já se anunciam cortes de 10%: quando os ordenados constituem 95% das despesas, significa isto cortes nos salários? O reitor já disse que vai cortar em horas extraordinárias dos funcionários (nem me tinha apercebido que as havia) e controlar a progressões (hoje notícia no DN)
A avaliação dos professores no superior não vai ter pois consequências pois não pode haver progressões nem nos escalões nem na carreira de cada professor com este cenário. Qual o incentivo para produzir trabalho científico?
Quanto à avaliação dos professores do secundário, fala-se que os mais velhos, os do escalão 8 e 9 (?) não serão avaliados, pois nas palavras do ministro, estes já são muito bons! Este era o ministro que era exigente! Professores que foram transitando de escalão em escalão só devido à sua idade são muito bons? Deve estar a confundir os professores com o vinho do Porto!
E assim vai o País. Se não estava bem com Sócrates também não é com estes governantes que se vai estar melhor, mesmo contando com o denominador comum da troika. Só se for para aqueles que têm dividendos a receber e não paguem os impostos com que nos brindaram para o Natal.