domingo, fevereiro 15, 2009

As árvores da Quinta dos Peões e as eleições para o Conselho Geral

Quem passar agora na estrada entre o campus de Gualtar e a Quinta dos Peões, que era conhecida por lá se fazerem os concertos do "enterro da gata", depara com um cenário desolador de ausência das árvores que ladeavam a estrada do lado da Quinta dos Peões. A Quinta já tinha sido uma quinta experimental do Ministério da Agricultura, tendo sido negociada entre a Camara, a Universidade e um empreiteiro, não me recorda qual mas sem dúvida um dos muito badalados em Braga como tendo beneficiado do crescimento anárquico que a cidade sofreu com o consentimento e até o encorajamento da Camara. O acordo sofreu várias alterações e se me lembro a última era de que parte seria para a Universidade, a parte central, e a lateral seria para "equipamentos", salvo erro as instalações da GNR ou coisa parecida. O que é certo é que o derrube das árvores foi feito à socapa da Academia e daqueles que passam por ali todos ou quase todos os dias e daqueles que agora têm a vista desoladora que se observa das salas de aulas e dos gabinetes virados para a frente do edifício principal. Esta insensibilidade da reitoria em relação ás árvores já aconteceu quando deitaram abaixo uns sobreiros, sem autorização do Ministério do Ambiente, quando das obras para as instalações do edifício para os SASUM, salvo erro.
Uma reitoria insensível a árvores será uma reitoria sensível a pessoas? Ou será uma reitoria ávida de obras de fachada tal como a Camara de Braga?
Outra questão é se tal como em política, em vésperas de eleição para o Conselho Geral, será que um "governo de gestão", neste caso por analogia, a reitoria, devia sancionar obras (negativamente) relevantes para a Academia? Ou o negócio com a Camara e com o empreiteiro devia ser divulgado, referendado e analisado posteriormente pelo Conselho Geral, que é o orgão que já a partir de 2 de Março sanciona a estratégia do reitor para a UM? Qual a pressa para o inicio da obra na Quinta dos Peões, começando pelo abate das árvores? Será a causa as eleições para o Conselho Geral de 2 de Março? Ficam as perguntas no ar ou vamos fazê-las na campanha para ao Conselho Geral? Veremos nas próximas semanas.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

O investimento em I&D na indústria

Não tenho muita paciência para estatísticas sobre o Ensino Superior, mas recomendo para quem esteja anteressado que visite http://polike.blogspot.com/ Aqui podem-se ver estatisticas e comentários sobre essas estatísticas, sobre a I&D e o Ensino Superior. Uma estatística em particular surpreendeu-me: a afirmação por parte do MCES que o investimento das empresas em I&D foi superior ao investimento por parte do Estado. Foi razão suficiente para subirmos no ranking mundial de inovação de 22º para 17º.
Quem acredita nestas estatísticas? Só quem não conhece as outras estatísticas: o nº de patentes registadas por empresas portuguesas ou os novos produtos portugueses no mercado. Ainda há outra questão, se as estatisticas incluem empresas transnacionais: o grau e a complexidade de incorporação nacional nos produtos de elevado conteúdo tecnológico fabricados em Portugal. Depois de analisarem estes dados, digam-me: acreditam nestas estatísticas?

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Morreu John Updike

Para quem não conhece, recomendo a leitura do livro mais famoso de John Updike, que só ficou agora conhecido da muitos de vós por ter morrido e isso ter sido noticiado, da trilogia Rabbit (Coelho), e ficam a conhecer através duma vida do sr Rabbit como a vida nos EUA era no período desde o pós-guerra até aos anos 80 para o comum dos mortais. E porque é que isto tem algum interesse para nós portugueses? A não ser que nos interessemos por livros bem escritos duma forma despretenciosa, que é o meu caso, ou nos interessemos pela vida do outro lado do Atlântico, que poucos se interessam a não ser que seja a dos actores de Hollywood, não tem de facto qualquer interesse. Agora, se pensarmos um bocadinho que este foi um dos escritores mais considerados das últimas décadas, naquela que é a maior potencia editorial do Mundo mas que afinal de contas não teve um Fernando Pessoa, e nós aqui no nosso cantinho, neste país com tanta rodagem literária, não temos escritores que retratem o País duma forma tão eficiente e aliciante, e só temos escritores de ficção e um nóbel (gosto muito do Saramago mas quem sou eu para dizer que também fazia falta um não-nobel que retratasse o País real mas com vírgulas?)ou potenciais nóbeis que com palavrões pensam dar mais autenticidade aos romances (A.L.A.), ou no outro extremo os jornalistas-escritores que estão muito na moda (mas que a meu ver faziam melhor se ficassem pelos telejornais e deixarem-se de brincar aos escritores), então já começamos a pensar que também podiamos ter uns Johns Updikes que espelhassem melhor a vida em Portugal.

O Comboio Braga-Guimarães e o TGV

Todos sabemos que a auto-estrada Braga-Guimarães foi construida com uma ajudazinha do Euro 2004. Era necessário que os adeptos rapidamente chegassem a um e outro estádio, nas duas cidades, sem atrasos e mais importante, era a imagem do País que estava em jogo! Vejam a força que o futebol tem, que conseguiu ser decisivo naquilo que era mais evidente e que vinha a ser adiado durante anos!
Ora agora há uma outra mega-obra que vem a caminho, o TGV, e já se fala que havendo uma paragem em Braga, os Vimaranenses devem ter um acesso por ferrovia ao termibnal TGV em Braga. Assim, repete-se o processo: só com uma grande obra se satisfazem os anseios de décadas na ligação entre as duas cidades. E eu digo: antes assim que nunca!

quinta-feira, janeiro 29, 2009

A Renovação numa sociedade democrática

Em qualquer organização, seja empresa ou instituição, a renovação é fundamental. Em governos de países democráticos também é evidente que essa renovação é ciclica. Nuns casos leva mais tempo que noutros, mas a renovação normalmente ocorre após um segundo ou terceiro mandato do partido no governo. Ela é essencial porque sem renovação os que ocupam cargos de responsabilidade tornam-se complacentes com o que os rodeia, no que respeita a possíveis injustiças e/ou desinteressados de iniciativas de outros que não os que os rodeiam ou seus dependentes.
Forma-se assim uma teia de interesses, em que todos se autoajudam a manter os respectivos cargos. Por sua vez, esta teia tem uma outra mais ampla de muitos que receosos do seu futuro, não contestam esta supremacia e aceitam-na na convicção que ficarão protegidos de eventuais azares.
A Renovação é necessária, é o que a democracia nos oferece. Podemos ou não aproveitar consoante estejamos satisfeitos com o estado actual das coisas ou não. Isso também diz muito de quem somos e também isso nos deve fazer reflectir.
Pensem nisso.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Eleições para a Assembleia Estatutária da Escola: um "Non-event?"

As listas para a Assembleia Estatutária da Escola de Engenharia aí estão. Não se esperam grandes novidades. Por um lado as conclusões das Workshops promovidas pela Escola de Engenharia sugeria um caminho de "clusterização" de departamentos que não foi depois confirmado por uma sondagem aos departamentos que optaram por ficar imutáveis. A Assembleia já está portanto condicionada por esta tomada de posição por parte dos departamentos. Por outro lado as grandes decisões já foram tomadas pela Assembleia Estatutária da Universidade e encontram-se por exemplo definidos nos Estatutos da UM a estrutura dos Departamentos, do Conselho Científico, do Conselho de Gestão, etc. Não existem por exemplo "clusters" nem podem existir por não estarem previstos nos Estatutos da UM. O que resta? A meu ver só atribuir os nomes aos bois, nomeadamente no que diz respeito aos Departamentos. Ainda poderia haver uma alteração da geometria departamental, com fusões ou cisões, mas no período dum mês vai a Assembleia reverter o que foi já decidido pelos departamentos? Não me parece ser plausível. Como nos Centros de ID não se pode mexer por serem Centros da FCT...não há muito que se pode fazer e conclui-se assim, por muito que nos custe admitir, que não há razões para nos entusiamarmos muito com estas eleições.

segunda-feira, janeiro 19, 2009

O êxodo de Azurém

Depois de escrever a última mensagem sobre assuntos mais "comezinhos", respeitantes ao tratamento que Azurém tem vindo a sofrer no que respeita a alguns dos Serviços Sociais, nesse caso o Grill, lembrei-me de enumerar outros Serviços que ao longo dos últimos anos e ao arrepio dos interesses dos utentes e com o beneplácito da maior Escola representada no campus, a de Engenharia, têm vindo a diminuir, a perder as chefias ou mesmo a desaparecer:
- Serviços Técnicos Perdeu-se a responsável para Braga, significando isto que a Escola de Engenharia, a que mais precisa de apoio técnico, dada a sua natureza, precisa de pedir satisfações em Azurém cada vez que precisa de qualquer apoio mais complexo que mudar uma torneira ou pregar um prego.
- Serviços Jurídicos: Perdeu-se o único Assessor jurídico em Guimarães. Os concursos e outros assuntos, tais como apoio jurídico aos projectos, têm que ir a Braga para serem tratados.
- GAP, gabinete de apoio a projectos: perdeu-se a única efectiva sediada em Guimarães. Tratava dos projectso da Escola de Engenharia e de outros assuntos relacionados com bolsas, etc. Agora quem quer tirar dúvidas ou apoio na escrita de projectos, tem que rumar a Braga.
- Conselho de cursos de Ciências e de outras Escolas- nunca alocaram ninguém para Guimarães. Pautas, etc, devem ir por correio interno. Problemas de alunos, idem aspas.
Qual a razão do êxodo? Centralização de Serviços de apoio para racionalização de custos? Por este andar, com a crise, lá se vão os Serviços Académicos e os (poucos)Serviços Sociais de apoio aos alunos.

A crise já chegou ao grill?

Parece que a crise já chegou ao grill de Azurém...
O peixe já há muito tempo que é de aquacultura ou congelado. Menos mal o primeiro, mas o congelado? Chega a ser deprimente ver os chocos brancos como a cal e senti-los duros como a borracha. Ou a palmeta espalmada, ou os outros peixes de nomes esquisitos também sucedâneos do linguado. Os cozinheiros podem ser artistas, mas o que podem fazer com esta matéria prima? Quanto ao chamado arroz ou feijoada de marisco, cada ano que passa tem menos marisco (congelado). É quase só feijão. Era melhor esquecerem este prato. Se fizerem feijoada façam-na a sério, à moda do Porto.
Há quanto tempo que não há bacalhau? E quando há está bem feito. Mas a matéria prima é cara e os SASUM também estarão em crise...
Quando à carne, não tenho muito a dizer por quase nunca escolher carne. Mas quando a escolho em tranches por exemplo, é mais a gordura que a carne.
E os acompanhamentos? O arroz é acompanhamento para tudo. Não é que me importe muito, mas podiam pôr umas batatas assadas, por exemplo, para variar.
Quanto à bebida, ela é constituída por duas escolhas: sumo de laranja industrial ou água.
Quanto à fruta...cada vez as tangerinas e laranjas estão mais amassadas. Também há laranja descascada, vá lá.
Quem vai ao grill de Gualtar nota uma diferença. Há mais escolha. Há batatas assadas, o peixe até parece fresco, o sumo é natural, há doces e frutas variadas, a carne assada é boa. Claro que se gasta mais ao escolher tudo, mas escolhendo o mesmo acaba-se por não gastar mais que em Azurém. Mesmo que se gastasse haveria muita gente que não se importaria.
Para não falar do Restaurante em Gualtar que não tem equivalente em Azurém.
Até parece que o moto dos SASUM é: "Para Azurém, nem mais um vintém"

domingo, janeiro 18, 2009

(Maus) Pensamentos do ano novo sobre o ensino

Que será do ensino quando os professores estão desmotivados? No ensino secundário é a avaliação duma maneira geral que os desmotiva e concretamente o processo de avaliação previsto pela tutela. No Ensino Superior o que desmotiva os professores? Afinal já são avaliados..
A meu ver é também a avaliação que desmotiva os professores do Ensino Superior.
Senão vejamos: Uma vez feito o doutoramento quais são as etapas seguintes? Nomeação Definitiva é a primeira. O Conselho Científico é quem determina se o candidato terá nomeação definitiva ou não baseando-se em pareceres, segundo o Estatuto.
Não é uma verdadeira avaliação uma vez que quase todos a conseguem, pela simples razão que ninguém quer ser responsável pelo despedimento de um professor que seria o que aconteceria se na Nomeação Definitiva de um Professor Auxiliar o parecer fosse negativo, o que não acontece noutras profissões da Função Pública. Conscientes disto, os avaliadores não avaliam o mérito, refugiando-se numa lei que tem uma malha tão larga que vai desde o currículum científico e pedagógico à relevância do candidato para o Departamento em causa, e o avaliado, consciente deste facto, não se esforça para ter um bom currículum. É portanto uma avaliação tão injusta como perversa. Com a mudança do Estatuto previsto para o princípio deste ano de 2009 a Nomeação Definitiva, para aqueles que já a têm, será substituída por um contrato por tempo indeterminado Reforçado, tal como no resto da Função Pública. Mas futuras Nomeações Definitivas serão contratos por tempo indeterminado mas não Reforçado, o que significa que se os Serviços forem reestruturados e não houver necessidade destes profesores eles poderão ser dispensados!
Deste modo passa-se dum extremo ao outro! Será que a motivação dos professores aumenta com estas mudanças? Não vejo como nem porquê. Esta medida aliás não faz sentido par o Ensino Superior. Não existe para Ensino Secundário, porquê existir no Ensino Superior? Os professores do Ensino Superior têm tanta capacidade de adaptação como os do Ensino Secundário (e Básico) ou não? Afinal foram para o Ensino Superior porque tinham mais capacidade (melhores médias, mais currículum..). A meu ver seria preferível que houvesse successivas avaliações como para os funcionários e só depois de três successivas avaliações negativas se dispensava o professor, sem a fazer depender da reestruturação do serviço. Ao menos só dependia deles e não de uma decisão Administrativa de reestruturação de serviços que, essa sim, desmotiva qualquer um, uma vez que é imprevisível e cega.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

O Ano que aí vem

Agora que entrámos no novo ano de 2009, despedimo-nos dum ano em que foram muitas as contradições e entramos num ano cheio de certezas. Uma delas é a recessão; já não escapamos. Outra é a do desemprego; vai aumentar devido á recessão. Outra é a de que já não há empregos para a vida; as nomeações definitivas na função pública passam a contratos como os do sector privado. As reformas são mais pequenas; já não é o último ordenado que conta, mas uma média dos últimos anos.
Enfim, com tanta depressão que temos para nos animar?
Ora hoje nevou: os flocos eram brancos e leves, davam-nos uma sensação de estarmos num ambiente mais puro...pode ser um bom presságio para o ano que vem aí. Oxalá.
Um Bom ano de 2009 para todos os leitores deste blogue!