sábado, julho 05, 2008

A reestruturação da Escola de Engenharia-parte 2

Continuando a argumentação em redor da restruturação da Escola, há outras áreas transversais importantes que têm que ser consideradas, além da dos Materiais. São elas a do Design e a da Informática. Não sendo um conhecedor destas áreas, atrevo-me no entanto a comentar as propostas já apresentadas nas Workshops que a Escola promoveu pelos diversos intervenientes, já que considero que continua a faltar discussão entre departamentos nesta fase final do processo. Em primeiro lugar o Design e a proposta do Presidente da Escola: um departamento de Design, que suponho seria a consequência do cluster proposto a partir de elementos de vários departamentos que se dedicam mais a esta vertente, não me parece má ideia, até porque poderia beneficiar de sinergias dos vários sectores representados actualmente em departamentos de engenharia Têxtil, Polímeros e Mecânica. Surgiriam novas apostas pedagógicas ligadas ao Design e eventualmente actividades noutras vertentes, científica ou de serviços. A única questão que eu poria seria se este departamento não estaria melhor situado como fazendo parte da futura Escola de Arquictetura ou associado a ela.
Em relação à Informática também se põe a questão se colocação, uma vez que tal como foi argumentado, a Informática vai muito para além da Engenharia. Poderia eventualmente ser considerada uma ciência. Afinal de contas ela é leccionada como tronco comum em muitos cursos, de engenharia, mas também de ciências e até de letras e humanidades. Por outro lado há departamentos de informática que se intitulam de Engenharia, o que talvez tenha mais a ver com a divisão da UM em dois pólos. Também a Matemática tem um departamento autónomo no Pólo de Azurém. Penso que esta divisão ou se faz na totalidade dos departamentos, dividindo a Universidade em dois pólos completamente independentes, ou não se faz de todo, e estes departamentos devem-se fundir com os de origem.
O tempo da fragmentação acabou. É necessário tocar a reunir para sobreviver! Só com massa crítica e com a troca de experiências o mais ampla possível, é que evoluimos. Quanto mais muros mais definhamos.
Penso que três ou quatro grandes departamentos serviriam muito melhor a Escola e a Universidade. Se a Informática e o Design ficarem de fora da Escola, a Engenharia fica mais pequena. Mas o núcleo não é a Escola é o Departamento, e se a Escola diminuir mas os departamentos aumentarem, não ficaremos pior. Pensem nisso.

quarta-feira, julho 02, 2008

A reestruturação da Escola de Engenharia - parte 1

Agora que os departamentos da Escola de Engenharia discutem o seu futuro, é bom que o façam pensando no futuro e não no passado. Assim o exige o RJIES e assim o exigem todos aqueles membros da Academia que perceberam há muito que a evolução da Ciência e da Tecnologia tem sido em grande parte concentrada nos novos materiais. Para uma formação dos futuros alunos não podemos ter uma estrutura do passado. Hoje há grandes áreas que são transversais e que devem ter expressão através da formação de grupos de diferentes sectores, que enriquecem essas áreas com a experiência que trazem desses sectores. É o caso dos Materiais. Sendo uma área transversal aos polímeros, têxteis, metais, construção civil, beneficia do cruzamento de informação entre especialistas destes sectores. Seria lógico que os professores e investigadores destes sectores que trabalham e investigam materiais, formassem uma estrutura de ensino com o objectivo de reforçar essas componentes nos diversos cursos sectoriais existentes (engenharia mecânica, têxtil, de polimeros ou civil)e formassem novos cursos transversais, que substituissem o actual curso de Engenharia de Materiais. Este foi fundado numa época em que nem sequer existiam os materiais funcionais o que leva a supôr que está muito desactualizado.
O cooperativismo e o conservadorismo de que os docentes do Ensino Superior são muitas vezes acusados, não pode prevalecer. Não é só o espírito do RJIES que o exige, é o próprio país. Não há progresso sem quebra de amarras. O situacionismo deve ser combatido. A inércia deve ser combatida. A iniciativa deve ser encorajada.
Diz-se que não se fazem omeletes sem ovos. Eu diria mais. Não se fazem omeletes sem primeiro se partirem as cascas dos ovos!Tenham paciência, façam alguma coisa, não se fiquem no vosso comodismo...