domingo, setembro 27, 2009

Um Ministro da Ciência diferente por favor

Hoje no jornal Público há um artigo que refere um acordo entre a Universidade do Porto e a de Sheffield no Reino Unido, por iniciativa de uma spin-off. Sheffield (incluindo arredores) será uma cidade da mesma dimensão que o grande Porto. Era uma cidade industrial que sofreu uma depressão a partir do declínio da sua principal indústria (do aço). Eu próprio constatei esse declínio ao passar na auto-estrada nos anos 80 que atravessava a parte industrial da cidade. Era de facto desolador o cenário de fábricas abandonadas. Aparentemente criou-se na cidade um dinamismo impulsionado por uma instituição denominada "Creative Sheffield", através da formação de licenciados nas áreas das novas tecnologias, com a cumplicidade da Universidade de Sheffield, e o arranque de um Parque Tecnológico. Não houve por parte da Universidade uma associação a uma Universidade como o MIT, mas só com recursos próprios e o apoio do Governo. Nós por cá o que fizemos? Dizem-nos que nos associámos ao MIT, o melhor laboratório do Mundo (eu diria que não foi uma associação mas uma contratação dum serviço de formação). Mas o que é que isso custou? Poder-se-ia investir em associações mais próximas e sem subserviência como parece estar a acontecer entre a Universidade do Porto e a de Sheffield? Podia-se. Mas era preciso uma humildade que o nosso Ministro não tem. O que se pretendia era um resultado rápido, tipo "penso-rápido" e não um trabalho que só desse resultados daqui a uns anos. Talvez para o Ministro ainda ir a tempo de beneficiar de hipotéticos resultados surpreendentes que provocariam o tal salto tecnológico que seria o objectivo do governo. Outra "mania" do Ministro foi o investimento que fez no CERN, o laboratório Europeu onde está o "acelerador de partículas", um sistema de que provocaria a fusão nuclear, como alternativa à actual cisão nuclear. Tudo à grande e à Francesa. Também participamos no ESA, o programa europeu de exploração do espaço. Para quê? Em primeiro lugar porquê? Mais uma vez o Ministro de bicos de pés perante as grandes potência Europeias e perante os EUA (no caso do MIT).
Esperemos que o novo governo, que tudo indica seja do PS outra vez, não coloque lá este Ministro de novo.

sábado, setembro 19, 2009

As eleições para a Escola de Engenharia podem trazer mudança?

Em breve haverá eleições para o Conselho de Escola da Escola de Engenharia. Quais os aspectos que se assemelham e aquele que diferenciam esta eleição da eleição para o Conselho Geral da Universidade? A estrutura e as funções são semelhantes, sendo que ambos os órgãos elegem o responsável que preside à instituição (Reitor num caso e Presidente da Escola noutro), se é que se pode chamar instituição à Escola. Ambos têm funções fiscalizadoras do governo da instituição. Mas as semelhanças acabam aqui. O Reitor está muito afastado do dia-a-dia dos docentes, enquanto o Presidente da Escola estará muito mais perto dos docentes e das suas actividades, ao Presidir ao Conselho de Gestão e ao Conselho Científico. O Presidente também tem poderes em relação à estrutura da Escola, nomeadamente no que respeita à formação de novas sub-unidades orgânicas, ouvido o Conselho de Escola, o que não acontece com o Reitor no que se refere a novas Unidades Orgânicas. Quer isto dizer que o Presidente de Escola, pode iniciar um processo de auscultação aos departamentos, que já tinha sido iniciado durante as "workshops" promovidas pelo anterior Presidente. É um processo que requer mais tempo do que aquele que foi atribuído durante a workshop, e o Presidente tem tempo (3 anos) para o fazer.
A meu ver esta será a verdadeira mudança que a Escola precisa. Tudo o resto será cosmética. Mesmo havendo mais que uma lista concorrente, atrevo-me a sugerir que os programas das listas concorrentes serão muito semelhantes, referindo aspectos consensuais como a excelência da Investigação e dos cursos da Escola, a ligação ao exterior, o empreendedorismo, e outros aspectos que embora tenham a sua evolução natural, também concordo que nunca é demais trazer ao debate nestas alturas em que há discussão de ideias. No entanto, os aspectos mais delicados, que mexem com o futuro dos docentes, como a reorganização departamental por exemplo, ficam por discutir. É altura de os docentes saírem da sua letargia e da sua posição confortável, e de discutirem a actual estrutura da Escola, herdada dos anos 70!
Os tempos são outros, já não se justificando por exemplo departamentos divididos só segundo sectores industriais e coincidentes com cursos para formação de engenheiros para esses sectores (Têxtil, Mecânica, Polímeros, e até Civil). Sendo evidente que estes cursos devem existir, até pela elevada procura para os sectores mais populares (Civil e Mecânica), é também verdade que esta situação não se manterá por muito mais tempo, dependendo da evolução do emprego nos próprios sectores de actividade. Até que houve evolução nos cursos, como por exemplo o advento de cursos horizontais como o de Engenharia de Materiais, então porque não houve evolução nos departamentos com a formação de um Departamento de Engenharia de Materiais? Talvez porque na altura da formação do curso, os materiais estavam divididos pelos vários departamentos, não havendo qualquer ligação entre eles. Agora, porém, tudo é diferente, sendo os materiais utilizados em varias formas e abrangendo várias áreas, especialmente com o advento dos compósitos e dos nanomateriais. Onde se situam por exemplo os compósitos de polímeros e fibras? Nos polímeros ou na têxtil? E os nanomateriais aplicados em revestimentos de têxteis ou de polímeros ou de metais? E as tintas com polímeros e pigmentos aplicadas em metais, ou na construção civil ou Naval?
Por outro lado a Engenharia assimilou a Escola de Arquitectura por uns tempos e agora deixou fugir a sua tutela. Onde pertence a Arquitectura? às Artes ou à Engenharia Civil? Esta discussão também ainda não terminou, até talvez tenha morrido à nascença ao incluir nos Estatutos da UM a decisão da autonomização da Escola de Arquitectura ao Conselho Geral da UM. Pois se o Design está na Escola de Engenharia, porque não a Arquitectura? Ou então o Design vai para a Escola de Arquitectura!
Esta discussão é importante para o futuro da Escola e deve ser assumida pelo Conselho Geral, mas principalmente pelo futuro Presidente da Escola.
Por isso, para mim, as eleições para o Conselho de Escola devem ter em vista a eleição de docentes e investigadores que possam influenciar esta discussão e também a própria eleição dum Presidente que a promova.

domingo, setembro 13, 2009

Mais do mesmo por parte do reitor

Foi divulgada (ver em "Liberdade na UM") a promoção dos Directores de Secção dos Serviços de Acção Social à posição de Director de Serviço com um acréscimo de salário relevante, como consequência das alterações efectuadas à orgânica dos SAS, por despacho RT-46/2009 de 31 de Julho. Há alguns aspectos deste despacho que são contestados pelo autor do texto, sendo um deles o facto o Senado não ter sido consultado. Mas o mais grave quanto a mim é o de, mais uma vez, serem aqueles que mais fielmente serviram o reitor, que são escolhidos para estes lugares, criando uma situação de injuistiça perante os restantes funcionários da UM. Segundo o mesmo texto, haverá mais lugares de Director de Serviços dos SAS do que em toda a Universidade! Depois de haver suspeitas que os concursos para estes lugares foram desde o início menos que transparentes, agora, no momento da partida do reitor, surgem as promoções como que a desafiar tudo e todos: críticos, tribunais e a imprensa. Como se a UM já não tivesse suficiente publicidade negativa na imprensa! (ver post anterior sobre este tema).

domingo, setembro 06, 2009

O empreendedorismo da UM e a publicidade dada pelo Diário do Minho

A julgar pelos investimentos que a UM tem feito nos últimos anos (ver post anterior) deviamos ser uma das Universidades com mais empreendedores, empresas spin-offs, ou empresários por conta própria bem sucedidos. Sem contar com as empresas de Serviços, que não são bem empresas independentes da UM mas mais propriamente empresas que utilizam as estruturas universitárias muito para além do período de incubação, as empresas registadas como spin-offs contam-se pelos dedos de uma mão.
Quais as razões? Muitas vezes se justifica esta falta de empreendedores como sendo culpa da mentalidade conservadora dos licenciados, o que não deixa de ter algum fundamento. Senão, vejamos: quem vai para a Universidade vai porque quer tirar um curso, como é óbvio. Mas a pergunta seguinte será: para quê? e a resposta não será a politicamente correcta de querer aprender, mas antes que com um "canudo" terá mais hipóteses de ter um emprego e não será qualquer emprego, na mente da maioria, mas antes um emprego com um ordenado razoável e principalmente com estabilidade. Ora aqui está o busílis da questão: um empreendedor nunca deve pensar na estabilidade! É contrária á própria ideia de empreendedorismo. Não é por acaso que as empresas mais bem sucedidas nas Novas Tecnologias foram fundadas por estudantes que deixaram a Universidade a meio do curso: Microsoft e Google para mencionar apenas duas.
Haverá muitos outros casos que não terão sido assim, mas foram formadas por licenciados (seria interessante saber se estes licenciados eram alunos exemplares ou simplesmente acabaram o curso...)ou mesmo por professores, mas a excepção parece confirmar a regra. Em qualquer entrevista a estes empreendedores, normalmente o que eles dizem é que já não tinham muito mais a prender e a Universidade não lhes ia ensinar nada de novo. Claro que por esta altura eles já tinham uma ideias do que poderiam desenvolver no mundo empresarial. No entanto não deixa de reflectir no tipo de ensino que se faz nas Universidades.
Claro que não tendo a performance das Universidades Americanas, o cenário será pior nas Universidades na Europa e em particular em Portugal. A cultura na Universidade Portuguesa também não incentiva em nada o ensino para o empreendedorismo. Em primeiro lugar os Professores estão eles próprios preocupados com a sua estabilidade e não têm uma postura de empreendedorismo na sua própria carreira. Dão aulas, fazem alguma investigação e alguns fazem alguma gestão nos vários órgãos e sub-orgão da Universidade.
Podemos portanto até aceitar que a UM faça um esforço de investimento em empresas ou Associações viradas para o empreendedorismo, tais como o 2B Partner e o SpinPark. Não será essa o maior “pecado” do reitor AGR, mas antes o de não ter envolvido outros colegas de participarem neste esforço, talvez como já foi referido, por ter uma política de concentrar em apenas numa ou duas pessoas da sua confiança a tarefa de representar a UM nos órgão de Administração dessas empresas e Associações. A culpa também não pode ser atribuída quase exclusivamente a quem aceitou essa incumbência, como quis fazer querer o jornalista do DM. Numa empresa ou Instituição, quem é nomeado não pode facilmente recusar, especialmente se é o Vice-Reitor com esse pelouro, que é o caso de Manuel Mota. É estranho o artigo em que aparece como grande culpado M.M. É caso para perguntar a quem interessa. O incentivo que M.M. tem dado ao empreendedorismo só tem que ser elogiado, mas já a fobia do reitor de não abrir o leque a outros, isso sim, já tem que ser condenado.
Esta forma de governar pela Reitoria, não é nova. Vem detrás, de outras Reitorias e o resultado está á vista. O empreendedorismo dos próprios docentes está moribundo, dando lugar a um seguidismo que torna o ambiente escolástico e amorfo, com o contágio inevitável aos alunos, que eles próprios ficam sem entusiasmo e sem “rasgo”.
Assim, só com um nova política em que muitos mais colegas estão envolvidos se pode espalhar a cultura do empreendedorismo. Esperemos que o futuro reitor tenha percebido que este não é o caminho e que delegue e distribua por muitos mais colegas essa tarefa nobre do empreendedorismo!

segunda-feira, agosto 31, 2009

Mais Publicidade negativa na imprensa do Minho

UNIVERSIDADE COLOCA DINHEIRO EM "CLUBE DE RICOS" DE BRAGA
Este foi o título com que mimosearam a UM no Diário do Minho hoje, um artigo de uma página sobre o investimento da UM na empresa capital de risco 2B Partner-Sociedade Capital de Risco, SA. Outros sócios desta sociedade são empresas conhecidas de Braga, tais como a DST (a título de exemplo) e uma Associação, a AIM.
O artigo refere a posição do Tribunal de Contas que considerou a participação da UM nesta empresa ilegal, mesmo depois da argumentação do reitor A. Guimarães Rodrigues que não havendo legislação específica no que respeita à participação de Universidades em empresas deste tipo, significaria que nada haveria em contrário. Segundo o supremo de juízes do TC é precisamente a ausência de regulamentação específica que torna ilegal o envolvimento da UM na 2B Partner! Parece haver aqui alguma ingenuidade(ou impunidade?) na argumentação de AGR...
Embora a empresa tenha como Presidente do Assembleia a UM, na pessoa do seu Vice-Reitor Professor Manuel Mota desde 2007, E tenha um capital social de 750 000 euros, não há qualquer divulgação no site da UM sobre esta empresa o que se estranha quando outras empresas do mesmo género, tais como a SpinValor, uma empresa do mesmo tipo, capital de risco, mas muito mais modesta, está mencionada. Resta acrescentar que fazendo uma pesquisa num motor de busca da net com o nome da empresa, não aparece qualquer actividade desde a sua fundação.
Além deste artigo, logo na página seguinte aparece outro com o título “PARTICIPAÇÃO DA UM EM PRIVADOS ACUMULAM PREJUÍZOS”, referindo o jornalista que o Tribunal de contas também estranhou o facto de em quase todas as sociedades em que a UM participa ser o Professor Manuel Mota que representa a UM. Neste artigo é referido mais uma vez a verba que a UM transferiu em 2007 para as sociedades em que participa: 2 milhões de euros, já divulgado no relatório oficial do TC e referido aqui neste blog. O artigo refere que são 17 as entidades em que a UM participa! Só não vi nas várias sociedades a referência à Fundação Lloyd Braga, que sabemos que existe mas não sabemos o que faz! Por outro lado, descobrimos coisas interessantes no relatório do Tribunal de Contas, tais como a participação da UM desde 2005 duma entidade chamada CENTITVC-Centro de Nanotecnologias e Materiais Técnicos Funcionais e Inteligentes, e que teve com este Centro em 2007 perdas de 230 00 euros, dos quais 65000 com pessoal (qual pessoal? Note-se que este Centro está sediado em Famalicão, nas instalações do CITEVE-Centro Tecnológico Têxtil) e 155 000 outros custos aproximadamente. Note-se que a variação entre 2006 e 2007 foi de 500%! Mais um investimento desastroso por explicar entre muitos outros. Ou será que o reitor ao demitir-se lava dali as suas mãos? Pelo menos uma nota de imprensa com explicações sobre as actividades das participadas nos último dois anos (pós-relatório do TC) seria o mínimo. Afinal estão quantidades avultadas em questão e o próprio reitor expôs-se ao anunciar medidas extremas para poupar, dada a aparente penúria da UM, tais como o corte de energia, quando aparentemente desperdiçava dinheiro nestas entidades em que participava!

quarta-feira, agosto 26, 2009

As eleições em cima das férias: quem beneficia?

As eleições para Reitor e para as Escolas serão já a seguir às férias, mais uma vez beneficiando a estrutura instalada. O "timing" pode não ser intencional, mas que dá muito jeito a quem já está no terreno há mais tempo, isso não há dúvida. Já quando foi para o Conselho Geral apanharam-se as férias de Natal pelo meio, fazendo com que novas listas de possíveis candidatos fizessem um esforço de mobilização hercúleo, coisa que as listas já existentes não necessitavam. Para tornar ainda mais difícil a concorrência estipulou-se a obrigatoriedade de cada lista apresentar 100 subscritores, além dos candidatos e suplentes. Alguém duvida que esta exigência não foi inocente? Veremos agora qual a estratégia para as próximas eleições para as listas das Escolas, se será a mesma ou outra ainda mais "inocente".
Se queremos uma nova estrutura, queremos também que se dê uma oportunidade a outros, porque os que lá estiveram, nas Escolas e nas Pro-reitorias e Vice-reitorias já tiveram a sua vez e não têm muito que se orgulhar, a julgar pelo relatório do Tribunal de Contas. Por outro lado, o que a UM conseguiu em termos científicos dificilmente se pode atribuir aos seus gestores. Houve até oportunidades que dificilmente se repetirão, como seja o financiamento ao projecto conjunto com o MIT, que foi administrado na UM por A.C, actual candidato a reitor e suponho que também pelo Vice Reitor M.M. Não quero fazer juízo sobre os resultados para a UM de tal projecto, mas desconfio que foram só membros da lista liderada por A.C. ao Conselho Geral e seus apoiantes/subscritores que beneficiaram do financiamento referido, não contando com os bolseiros que presumo foram seleccionados através de concurso. Muitas vezes isto acontece por ser uma gestão "empresarial" em que se quer avançar rápido e com gente que se conhece e portanto se pode mais facilmente "comandar" e acompanhar. Pode por isso não ter nada de político por detrás nem sequer qualquer intenção de beneficiar alguém. O que é um facto é que da parte de quem recebe, há sempre um reconhecimento que tende a sobrepor-se ao juízo do próprio quando se trata de decidir sobre quem apoiar futuramente em cargos de gestão, se quem ele já conhece e de quem obteve uma mostra de confiança, ou um candidato desconhecido. Formam-se assim as "clientelas" que em qualquer altura, tempo lectivo ou férias, são fáceis de mobilizar para fins eleitorais.
Há que mudar o estilo de governação e distribuir o financiamento da UM neste e noutros projectos, por via do concurso interno, para aqueles mais capazes e não para os que estão mais próximos do gestor financeiro do projecto.
Esperemos que os candidatos a Reitor e às Presidências das Escolas venham com uma nova postura, sejam eles os mesmos de sempre ou outros, porque convençam-se que é através da gestão democrática que os líderes se afirmam e merecem o respeito da comunidade académica e não através do incentivo ao clientelismo!

domingo, agosto 09, 2009

A ferrovia como meio de acessibilidade aos dois pólos da UM

Ora aqui está algo que o novo Conselho Geral e o novo reitor se deveriam empenhar na suas actividades de defesa da Universidade num contexto mais amplo: o conceito de acessibilidade mais fácil, ecológica e mais barata, para os dois pólos e entre os dois pólos: a ferrovia.
Recomendo uma leitura atenta deste post no blog Avenida Central aos futuros dirigentes da UM.

sábado, agosto 08, 2009

Férias antes de eleições-descansar para unir forças!

Uns já entraram de férias e outros, como é o meu caso, estão prestes a entrar. Claro que as férias são para descansar mas para muitos são a transição para outros voos. É o caso dos políticos, que têm as eleições à porta, e em muito menor escala, para a maioria das Universidades, que vão ter as eleições para os novos órgãos definidos pelo novo regulamento RJIES. No caso da UM, como o reitor demorou em se demitir, também vamos ter as eleições para reitor. No caso da maioria das outras Universidades o reitor já foi eleito e já está em funções. Com este atraso significa que já estamos numa situação de desvantagem em relação às outras instituições nas negociações que seguramente virão aí entre o Ministério e as Universidades. Podemos agradecer ao nosso reitor este atraso. Quando a lista de candidatura ao Conselho Geral a que pertenci sugeriu uma mudança de reitor para entrar no Novo Ciclo, era precisamente para evitar esta situação de indefinição que a UM viveu nos últimos meses. Mas mais vale tarde que nunca, e os novos responsáveis pelos diversos órgãos, incluindo o que estará no topo da hierarquia, o reitor, saberão começar de novo, com mais ânimo e motivação, uma vez que estão legitimados pelo voto. Por isso o voto é tão importante, seja qual for o sentido. Desde que legitime os ocupantes dos vários cargos, é o mais importante. Em primeiro lugar, a meu ver, deve haver mais que um candidato para o cargo de Reitor e mais tarde para Presidentes de Escola. Não havendo mais que um candidato, uma elevada abstenção ou número de votos em branco seria muito mau para essa legitimação, o que deveria levar os ocupantes desses cargos a reflectir, seja o futuro reitor ou sejam os futuros Presidentes de Escola.
E aqui é que está o problema. Na UM ao longo dos anos, fosse por desinteresse ou por clientelismo, só um grupo de docentes se movimentou para se candidatar ou eleger colegas, no caso da massa amorfa desinteressada ou da clientela, para esses lugares. O Universo fora desse grupo, que embora fosse sofrendo algumas alterações pontuais manteve-se muito uniforme, era um universo sem ligação entre os seus vários membros, talvez por não haver muito em comum entre eles, a não ser uma vaga noção de injustiça, o que embora possa ser uma boa base para se construir um movimento, não seria suficiente. Entretanto surgiu o RJIES que trouxe uma oportunidade para a “oposição” se mobilizar para tentar por essa via ter uma voz nos vários órgãos da Universidade e no curto espaço de tempo desde que foi anunciado, formaram-se na UM dois movimentos claramente da oposição e um que teve a sua origem na anterior hierarquia, mas que acabou por se distanciar do reitor nos momentos finais da candidatura ao Conselho Geral, muito por mérito da força dos grupos da oposição junto do eleitorado, que prenunciavam um Novo Ciclo. Essa oposição, na qual me incluo, deve agora mostrar que não é simplesmente aquele conjunto inicial de insatisfeitos, mas que tem um projecto de mudança e que consegue unir forças para atingir essa mudança. Se o fizer, estou convencido que os eleitores corresponderão a esse anseio de mudança com uma votação expressiva.
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sábado, agosto 01, 2009

Falhas na Gestão da UM

José Abreu do semanário SOL neste seu artigo, parece saber mais do que muitos de nós sobre o passado da UM...pelo menos dos menos atentos. A ser verdade, seria mais matéria a investigar segundo a nova lei sobre o enriquecimento ilícito de gestores de altos cargos da Função Pública, neste caso duma Universidade, com base nos sinais exteriores de riqueza...

quinta-feira, julho 30, 2009

Candidatura a Reitor

Como se esperava, o cabeça da Lista C (candidatura ao Conselho Geral), António Cunha, que ganhou as eleições para o CG em termos de percentagem mas com o mesmo número de lugares que as outras duas lista juntas,anunciou a sua candidatura a Reitor da UM. O mesmo António Cunha que liderou a anterior lista, conotada com o actual reitor, agora demissionário, para a Assembleia Estatutária. Agora pergunta-se: é a candidatura da continuidade?
Só o próprio poderá responder e a Academia terá que acreditar ou não, porque uma coisa é certa, tudo se conjuga para a sua eleição. Senão vejamos: os membros externos que constituem um terço dos membros do Conselho Geral, foram cooptados por maioria pela lista C com a ajuda dos estudantes. Estes por sua vez estão conotados na sua maioria com a Associação de Estudantes que sempre manifestou a sua solidariedade com o actual reitor e que votou com a lista C, na altura sem dúvida a mais próxima do actual reitor. Isto é novidade para alguém da Academia minimamente informado sobre a política Universitária "top-down" dos últimos anos? Não penso que seja. Mas que é preocupante e não oferece garantias de uma verdadeira mudança, isso é, independentemente da vontade de mudar do próprio A.C., uma vez que a máquina já está há muito montada e quem vai em primeira classe neste comboio de interesses instalados, não passa facilmente para a segunda classe.

quinta-feira, julho 23, 2009

Auditoria á Universidade do Minho

Foi divulgada na um-net um e-mail contendo excertos da auditoria efectuada á Universidade do Minho em 2007, cujo texto completo pode ser consultado também aqui.
O texto é longo e muito crítico em relação a muitos aspectos da governação financeira da UM, concluindo com um parecer "desfavorável", com recomendações para o futuro. Não havendo qualquer orgão que fiscalizasse internamente nem o Conselho Administrativo, que curiosamente e malgrado a sua designação não tem um Administrador, nem o próprio Reitor,não se sabe se as recomendações do Tribunal de Contas foram seguidas em 2008 e 2009. Talvez agora com o Conselho Geral as coisas funcionem de maneira diferente. Isso não impede que se devam explicações à comunidade académica, a serem apresentadas pelo responsavel máximo da instiutição durante este período. Em vez de discursos de circunstância e apelos ao Governo para mais financiamento, precisávamos de relatórios sobre o que a Universidade andou a "fazer" nos últimos anos com o dinheiro do Estado, em última instância, dinheiro de todos nós. Salta á vista por exemplo participações da UM em entidades privadas e fundações da ordem dos 2 milhões de euros. Este número não me é estranho, penso que seria o valor necessário para o pagamento do subsídio de férias que o responsável máximo da institutição referiu ser necessário para pagar o subsídio de férias dos docentes e funcionários da UM em 2008. Corrijam-me se estou enganado!

quarta-feira, julho 08, 2009

As sub-unidades orgânicas de ontem e hoje

Na Escola de Engenharia perdeu-se uma boa oportunidade de fazer uma reestruturação das suas sub-unidades orgânicas. Não sei se houve reestruturação noutras Unidades Orgânicas ou não, mas duvido. Regem-se todas pelo mesmo diapasão: a lei do menor esforço!
Não querendo isto dizer que não são as sub-unidades "adequadas". Mas com o mundo que temos hoje, "adequado" não chega. As engenharias clássicas serão sempre necessárias. Mas o que é clássico? Não há dúvida que a engenharia civil é uma "clássica", embora há áreas, como a dos materiais, que mudaram muito nos últimos anos e possívelmente não deveriam fazer parte deste departamento. Há outros departamentos clássicos, como o de Engenharia Mecânica que possivelmente têm áreas que não têm muito a ver com o nome como a Termodinâmica e outras do género que estariam melhor num departamento de "Ciências de Engenharia" que nunca devia ter sido extinto, a meu ver. As outras engenharias que não são clássicas mas nasceram com as "novas" Universidades, tais como a do Minho, numa altura que fazia sentido apoiar a indústria local, caso da Engenharia Têxtil e a Engenharia de Polímeros. Só que a indústria têxtil de hoje já não tem muito a ver com a de então. Utiliza muita electrónica, informática, novos materiais, biotecnologia, já para não falar de "marca própria" o que implica design e distribuição. Esta e outras indústrias são portanto clientes de outro tipo de engenheiros, de outros departamentos, tais como Engenharias Electrónica, Informática, Biotecnológica e Produção e Sistemas. Aliás estas últimas duas engenharias quase não têm "indústria" própria. Aliás a indústria têxtil é tanto deles como do departamento de Engenharia Têxtil. Só que eles não o assumem, referindo-se à indústria muitas vezes em termos pouco elogiosos, como “tradicional”, de “baixa tecnologia”, etc. Mas se perguntarmos qual a indústria de “alta tecnologia” que corresponde aos seus departamentos, qual é a resposta? Infelizmente nem a electrónica na maior parte dos casos já é de alta tecnologia. As empresas são internacionais, os produtos são concebidos lá fora e nós cá quase só seguimos instruções, no fabrico dos circuitos integrados ou na montagem de rádios, só para falar de duas empresas muito conhecidas, uma em Vila do Conde e outra em Braga, e uma delas infelizmente na falência. A biotecnologia apoia que indústria própria? A farmacêutica? Puro engano. Talvez a alimentar e a cervejeira. E estas não são tradicionais? E a informática? Fazem programas informáticos? Em que empresas? As maiores empresas informáticas mais uma vez são internacionais e com honrosas excepções, a maior parte dos produtos já vêm concebidos de origem.Tenho ideia que os engenheiros electrónicos acabam por usar o seu know-how mais em empresas nacionais ditas tradicionais, como por exemplo a têxtil e o calçado. Não quero minimizar o que os Departamentos representam, mas é bom que se desmistifique algumas ilusões de “grandeur”.
A meu ver estaríamos todos melhor se fossemos mais flexíveis, sem estas amarras dos departamentos e estivéssemos divididos em três ou quatro grandes áreas. Por exemplo: 1) Engenharia Civil (sem os materiais), 2) Ciências de Engenharia, que incluiria grande parte da Produção e Sistemas e a Mecânica e a componente científica da engenharia têxtil (Química, por exemplo) e da engenharia de Polímeros, 3) uma Engenharia que podia ser de Projecto que incluiria a Mecânica, Polímeros e Têxtil e 4) a Engenharia Electrónica que incluísse a Electricidade e as energias renováveis e, “last but not least”, 4) a Engenharia de Materiais, aglomerando todos os grupos que desenvolvem diferentes materiais nos diversos departamentos.
Quanto á Informática, penso que é uma ciência/engenharia à parte, constituindo um departamento autónomo, como tem vindo a ser proposto pelo próprio
Mesmo que não fosse a divisão ideal, seria ao menos uma pedrada no charco, e motivaria muita gente para uma tarefa que valesse a pena. Agora, fazer novos estatutos para tudo ficar na mesma é que devia fazer pensar…que é tudo a brincar e não para levar a sério.

sábado, julho 04, 2009

O novo ECDU (5) e a Extensão Universitária-timidez na reforma

Quando se esperava que o novo ECDU viesse alterar substancialmente as várias formas que um professor pudesse contribuir para a Universidade e para o meio empresarial , vemos que as únicas referências a estes aspectos de ligação ao exterior são muito tímidas. No artigo 4, alínea c), aparece como uma das novas funções dos docentes a seguinte descrição:
- Participar em tarefas de extensão universitária, de divulgação científica e de valorização económica e social do conhecimento.
Mas que novidade! Há quanto tempo os docentes "participam" extensão universitária? Há 20 anos? Quando é que foram implementados os PSECS na UM?
Quando se esperava que as actividades de extensão universitária fossem uma das componentes obrigatórias de avaliação curricular, o que aparece no artigo 50, nº6´, são 3 componentes do currículo: a) científica, b) pedagógica e c):
-Outras actividades que hajam sido desenvolvidas pelo candidato no âmbito das atribuições dos docentes universitários.
Neste "saco" cabem lá tantas actividades, que a extensão universitária é completamente diluída. Senão vejamos o que diz o artigo 4 sobre as restantes atribuições.

d) Participar na gestão das respectivas instituições universitárias;
e) Participar em outras tarefas distribuídas pelos órgãos de gestão competentes e
que decorram da actividade de docente universitário.

No que respeita à gestão não há nada a dizer. Mas e a alínea e) que refere "outras" actividades?
Quer isto dizer que a extensão universitária está sujeita ao critério do júri que pode substituí-la por "outras" tarefas distribuídas pelos órgãos de gestão competentes...que não estão definidas, ou seja, podem ser a tarefas de elaboração de mapas de distribuição de serviço docente, organização de visitas, organização de eventos tais como recepção de convidados, elaboração de folhetos, etc.
Mais uma vez perdeu-se a oportunidade de incentivar a extensão universitária. E quando me refiro á extensão universitária, estou-me a referir a projectos de I&D em conjunto com empresas e formação de empresas "spin-off" de base tecnológica como prioritárias. É disto que o País precisa para se inovar. Não é de uma Universidade fechada intramuros que olha para o seu próprio umbigo como sendo o centro do Universo.

segunda-feira, junho 29, 2009

Daniel Luis

Não conheço o Daniel nem vi o que publicou no blog que ofendeu os colegas de Departamento. Até pode ser que o que ele escreveu fosse ofensivo. Acredito que sim, senão seria difícil um departamento inteiro manifestar o seu repúdio.
A notícia correu pelos jornais nacionais o que não abona nada a favor da UM.
Será que nestes casos não se justificaria um tribunal arbitral interno, com professores independente, nomeadamente sem estarem envolvidos ou fazerem parte do dito departamento, de avaliar a justiça da pena que Daniel Luis está pelos vistos prestes a sofrer, o desemprego? Não é de facto normal não dar a um Assistente a possibilidade de ter mais um biénio para completar a sua tese. É no mínimo duvidoso que a anterior tomada de posição do Departamento não tenha influenciado a sua não aceitação desta prerrogativa dos Assistentes, que normalmente é um proforma.

sábado, junho 27, 2009

Debate em Azurém sobre o ECDU

A questão que aparece na última mensagem deste blog, foi posta aos representantes sindicais durante um debate que teve lugar ontem no campus de Azurém da UM. A resposta é que os Professores Auxiliares sem Nomeação Definitiva não têm qualquer protecção e poderão ficar no desemprego e os que têm a Nomeação Definitiva irão para o Quadro de Mobilidade especial que lhes assegura um emprego noutro lugar em funções semelhantes, mas pouco provável que seja no Ensino Superior visto que não há lugares.
Outra das informações prestadas por Manuel Carlos Silva da FENPROF foi no que respeita ao que se conseguiu para as Universidades em comparação com os Politécnicos. Embora considere que os docentes do Politécnico estão numa situação pior porque têm que fazer concurso para entrarem, alguns com anos de casa podem não assegurar o seu lugar, houve no entanto ganhos consideráveis no topo da carreira, com a introdução duma nova categoria o Professor Adjunto Principal. Durante o debate sobre este assunto, especulou-se que teria sido devido á pressão junto do Ministro do CSISP, Conselho Superior do Ensino Superior Politécnico, que junto com os presidentes de Câmara das várias cidades onde se situam os Politécnicos, terão pressionado o Ministro nesse sentido. Como esse lugar de Professor Coordenador Principal tem a mesma remuneração que o de Professor Catedrático, então podemos dizer que isso significa uma desvalorização da carreira Universitária, questão que também foi realçada por um dos organizadores do debate, o colega Fernando Castro, que questionou se a desvalorização de carreira duma maneira geral não vai significar que teremos menos candidatos de mérito aos lugares da Universidade que poderão optar como alternativa ao Politécnico? Pedro Oliveira frisou que a carreira do Politécnico na exige que o docente publique papers, nem outras formas de apresentação de resultados de I&D, pelo que não compreende como é que o topo da carreira Politécnica é equiparada á da Universidade, onde as exigências em termos de progressão é muito superior. Manuela Carlos Silva adiantou que há muitos Professores Coordenadores sem sequer terem doutoramento. Embora o Ministro exija que o lugar exija o grau de doutor, houve quem dissesse da assistência que até isso seria agora mais acessível, com doutoramentos conseguidos lá fora sabe-se lá como u até que o novo esquema do programa doutoral também facilitava a obtenção do grau, graças a Bolonha.
Enfim, está tudo feito para mais uma vez se desvalorizar a carreira docente Universitária sem a tornar mais segura em relação á estabilidade de emprego.
Não se percebe é porquê que os Reitores, tal como os seus colegas do CSISP não defenderam os interesses das Universidades. Talvez tivessem barafustado em relação ao Financiamento há uns meses atrás, mas em relação aos seus colegas...nada.
É lamentável como alguém disse da assistência, a situação de deslize que desde que o topo da carreira universitária perdeu em relação aos juízes, se tem vindo a verificar agora mais uma vez com este novo ECDU.

sexta-feira, junho 26, 2009

As Reformas no Superior levadas ao extremo

Imaginem uma conjugação de factores que este Ministro engendrou:

1-Um curso com menos de 10 alunos
2- um corte no financiamento das Universidades
3-O novo ECDU e o RJIES introduzidos pelo Ministro, já a funcionar

Agora imaginem que o Departamento responsável pelo curso tem um excesso de Professores. Vejamos uma conjugação possível de acontecimentos:
1º-O Reitor tem um orçamento apertado para gerir
2º-O RJIES refere que o Conselho Geral tem competência para extinguir Departamentos
3º-O ECDU estipula que os Professores sem "tenure" podem ser dispensados se houver restruturação de serviços

Será tudo isto não passa de uma grande coincidência?

domingo, junho 21, 2009

Avaliação e Competência

Avaliação e Competência: Alguém tem dúvidas que estão relacionadas?
Então porquê tanta contestação daqueles que são os formadores dos futuros engenheiros, médicos, professores, etc? Começando pelos Professores do Ensino Secundário que depois de terem "tirado" a sua licenciatura nunca mais foram avaliados. Estarão eles habilitados a ensinar as futuras gerações deste País? Sabemos como nos anos 80-90 formaram-se Professores aos milhares porque o número de alunos estava a crescer e nasceram cursos de Formação de Professores e Instituições de Ensino desses cursos, Públicas e Privadas, como cogumelos. Qual a certeza que esse processo de formação foi adequado? Não sendo um conhecedor dessa área, não me posso pronunciar com 100% de certeza, mas quando se trata de uma questão de atraso de séculos é sempre de desconfiar quando se tenta recuperar esse atraso numa dúzia de anos...Claro que sendo simultaneamente um bom negócio, nomeadamente para as Instituições privadas, que certeza temos que o negócio não se sobrepôs ao interesse superior da Educação?
Aliás o facilitismo começou logo á entrada. Muitos dos actuais Professores entraram para essas Instituições e mesmo para as do Ensino Público com nota negativa. É evidente que muitos, tenham entrado com nota negativa ou não, tornaram-se bons professores. Mas esses teriam muito a ganhar com uma avaliação e se o processo de avaliação implementado pela ministra é complicado e burocrático, porquê que os sindicatos não apresentam outro? è evidente para muitos que o que os sindicatos querem é uma vitória política e o que muitos professores querem quando contestam e se recusam a cumprir os mínimos duma avaliação Simplex, portanto já supostamente sem a burocracia e a complicação das propostas iniciais, parece ter só um objectivo: não querer qualquer avaliação!
Isto é como aparenta ser a intenção desses professores para quem está de fora. Se não é essa a intenção, então deviam explicar melhor os seus motivos e que avaliação querem, porque senão ficamos sem saber o que pensar.
Por outro lado, temos os exames, feitos por professores, que resultam cada vez mais em notas mais altas. Porquê? Será para concluirmos que afinal temos bons professores independentemente de não serem avaliados? Ou será uma forma de passar o problema da fraca formação dos alunos para o patamar seguinte, as Universidades e os Politécnicos? É que os Professores do Ensino Superior Universitário já se queixam que os alunos entram nas Universidades cada vez mais mal preparados...
Parece-me que a irresponsabilidade tem limites e é altura de todos serem avaliados como deve ser, os alunos e os Professores, sob pena de não termos no País recursos humanos para enfrentarmos o desafio da tão propalada sociedade do Conhecimento.
Aliás com a implementação do processo de Bolonha da forma como o foi, a avaliação pode-se adiar novamente para o segundo ciclo, uma vez que a avaliação contínua tende a ser feita em grupo, e não individualmente.
Oxalá me engane. Mas também já muito se disse que Bolonha não está a ser aplicada como se pretendia, mas antes a ser adaptada aos interesses de cada um.
E não será só em Portugal, mas isso não nos devia confortar porque já não competimos só com a Europa, mas como se gosta de afirmar repetidamente quando se fala em economia e globalização, competimos com todo o mundo.

quinta-feira, junho 18, 2009

Sindicatos do Ensino Superior Politécnico?

Os professores do Ensino Superior Universitário têm vindo a perceber que a luta dos sindicatos, nomeadamente do SNESUP, tem sido centrada no Ensino Superior Politécnico.
Pelo que percebi, o Ministro quer que a entrada de todos os docentes para o Politécnico seja por concurso, o que despoletou a viva contestação do SNESUP (ver por exemplo a discussão em redor deste assunto em Cassandra, disponibilizada pelo blogue Universidade Alternativa. )
Nas Universidades já é assim desde sempre, por isso não se entende muito bem este dispêndio de energia gasto nesta contestação. Por outro lado, o Ministro equiparou os Professores Coordenadores dos Politécnicos aos Professores Catedráticos das Universidades, nomeadamente no que respeita aos salários. Houve alguna contestação por parte dos Sindicatos a reclamar que devia haver uma actualização de salário dos Professores do Ensino Superior Universitário? Que eu saiba não.
Quando se formou o SNESUP, lembro-me que o argumento era que a FENPROF não servia os interesses os Professores do Ensino Superior, pois concentravam todas as suas energias na defesa dos Professores do Ensino Secundário. Será que agora também é necessário fazer um sindicato só para os Professores do Ensino Superior Universitário?
Todos sabemos os problemas de precariedade de emprego dos leitores. Mas no entanto não se ouviu na Assembleia da República esta semana, os deputados, que presume-se puseram as questões ao Ministro que os Sindicatos lhes entregaram, a pôr questões ao Ministro sobre os leitores ou outros docentes das Universidades da mesma forma e intensidade que o fizeram para os do Politécnico.
Nem a questão da tenure dos Professores Auxiliares mereceu destaque.
Infelizmente neste País quem "berra" mais é quem consegue alguma coisa, e ninguém está a "berrar" pelos leitores nem pelos Professores Auxiliares nem quaisquer outros do Ensino Superior Universitário. É a triste conclusão a que se chega com esta trapalhada toda das negociações entre Ministro e Sindicatos.
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domingo, junho 14, 2009

UNIVERSIDADES consideram insuficientes resultados da revisão dos estatutos de carreira?

A Fenprof divulgou uma nota no seu site, com o título FENPROF considera insuficientes resultados da revisão dos estatutos de carreira e solicita negociação suplementar.
Lidos os resultados alcançados, e considerando a posição do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) veículada pelo Público (mais uma vez) no dia 9 deste mês, pergunta-se: E as Universidades, o CRUP; porque não se pronuncia sobre a sua satisfação com os resultados da negociação?

domingo, junho 07, 2009

O Ministro da Ciência e as experiências com o Ensino Superior

Muitos se lembram quando o actual Ministro era Ministro da Investigação Científica e o do Ensino Superior era outro. Dizem que ele não queria ser também Ministro do Ensino Superior. Agora percebe-se porquê. Não tinha jeito.
Na Investigação Científica o investimento soma e segue. No ensino, desce e emagrece.
O Ensino Superior mais parece que é para o Ministro uma experiência científica da sua área, a Física: estica, estica para verficar a elasticidade e a resistência da estrutura Universitária e dos Politécnicos, e a dos próprios professores.
O resultado não se sabe ainda, mas poderá até acontecer que o próprio investigador, o Ministro, consiga uma publicação numa revista da especialidade. Mas o problema é que a matéria prima remanescente (os próprios professores) pode escassear para futuras experiências..