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sexta-feira, setembro 05, 2014

Mais um golpe numa classe profissional aparentemente indiferente

Ontem em entrevista num canal de televisão o Presidente do Sindicato Nacional do Ensino superior, António Vicente, disse que nos últimos 3 anos os cortes foram de 31%. . Perante a questão de que este ano são só de 1,5% o que seria um pequeno sacrifício perante os sacrifícios dos restantes setores do Estado e do país, o entrevistado disse que era grave este corte porque não havia mais margem de manobra devido aos cortes anteriores. Não sei se esta foi uma boa resposta, uma vez que quem acomoda 31% também acomoda 1,5%, dirá alguém menos atento. A questão é que o que o entrevistado não disse como resposta, embora o tenha referido anteriormente mas sem convição, é que a este corte acresce ainda os cortes nas bolsas de investigação e nos cortes baseados numa avaliação dos centros de I&D que poupará à FCT outro tanto sobrecarregando as Universidades, mais que aos politécnicos, com verbas desviadas para os centros que necessitem de honrar os seus compromissos. Há ainda a considerar os aumentos dos funcionários públicos, incluindo os professores, nos meses pós-chumbo da troika nos cortes dos salários. Penso que o grande problema dos professores do ensino superior perante o governo, é não terem nem um sindicato à altura de os defender, e já agora, nem um conselho de reitores à altura. Os reitores também não convencem que estão determinados quando ora dizem que não podem apresentar orçamentos com estes cortes, ora dizem que o farão após um fim de semana supostamente de telefonemas do ministro a insistir na aceitação deste corte.
Os próprios professores não estão à altura de se defenderem, uma vez que para além de não estrem unidos, são pessoas que não pensam em reivindicar seja o que for, e aguardam serenamente que venha o ordenado ao fim do mês. Só se escandalizam quando o seu centro não foi selecionado para financiamento ou um seu aluno não tem bolsa. São de facto muito altruístas ou pura e simplesmente indiferentes.

domingo, maio 25, 2014

Eleições hoje e amanhã

Mais uma eleição europeia em que a abstenção foi quem ganhou e em que os partidos tiraram as ilações que lhes convinha. A Aliança PSD/CDS não obteve sequer 30%, mas fala mais da expressão menor do que se esperava para o PS. O PS por sua vez fica satisfeito com os resultados que se situam abaixo dos 40% . Infelizmente para o País ninguém tira as ilações que devia. O governo saíu derrotado e o PS dececionou. O que seria de esperar era que o governo do PSD/CDS se demitisse e o PS mudasse de líder, isto sem qualquer animosidade em relação a José Seguro. Mas isto seria o que se esperaria e o que afirmarão amanhã ou nos dias seguintes os comentadores mais esclarecidos.
Amanhã serão as eleições "europeias" da UM, ou seja as eleições para o Senado. A abstenção será tão grande ou maior que nas eleições europeias; o Senado tal como o Parlamento Europeu é um órgão sem poder, um órgão consultivo. Esperemos que no fim os vencedores e vencidos não tirem as ilações que lhes convém, tal como as eleições europeias, mas que tirem as ilações mais lógicas e consequentes.
Há uma diferença, é que os candidatos nestas eleições para o Senado, não vão ter um emprego bem pago e com viagens em primeira classe. Terão, isso sim, um período da sua vida académica, em que fazem menos investigação ou outras atividades que teriam interesse para o se currículo, um período de discussões estéreis, frustrações (aqueles que levam o cargo a sério), e porventura até afetará as suas vidas privadas. Oxalá me engane.

domingo, maio 11, 2014

Assim vai o reino da..Cratogracia

O estatuto da UM, derivado do RJIES. prevê um órgão consultivo, O Senado, que não se sabe ao certo quais as competências reais. No entanto há umas almas que se candidatam com as melhores das intenções, uma vez que pensam fazer a diferença. Boa sorte é o que lhes desejo, embora desconfio que vão acabar frustrados pelo tempo perdido. Oxalá me engane, já que se esforçaram tanto e tantas expetativas criaram. Em vez do ministro andar a tentar cortar mais com a fusão de cursos de Universidades consideradas próximas geograficamente, faria melhor em reformular o RJIES e dar mais força ao Senado ou a um Conselho Académico que tratasse das questões pedagógicas, que tanta falta faz...
Para já, podia por o ECDU a funcionar, já que foi reformulado mas não foi posto a funcionar naquilo que seria o mais relevante para a tão propalada ligação Universidade-empresa: a possibilidade dos professores passarem um tempo nas empresas sem por essa razão serem penalizados na progressão da carreira.
Este ministro será que tem um plano ou estratégia? Ou estará preso pelas suas próprias contradições? É um rol de falsos arranques, tanto no secundário, com o inglês no primeiro ciclo e os exames aos professores, como no superior com os milhões que cortou e que diz que serão repostos e não o são. Agora diz que se vai avaliar os cursos segundo noções vagas de orientação, preferindo os cursos "técnicos" aos outros. Não se sabe bem o que quer mas não há um documento que guie as universidades neste ou naquele caminho. Ou se há, deve estar bem escondido.
Entretanto, nas Universidades reina a confusão, com o novo ano letivo já à porta.
Típico deste ministério e deste governo. Navegação à vista, como um comentador político definiu a sua atuação no outro dia numa análise pós anúncio da reforma do setor público, leia-se: dos cortes e impostos que vamos sofrer no setor público, desde o IRS à ADSE.

sábado, abril 12, 2014

Consórcio de Universidades a norte

As universidades do norte vão formar um consórcio para terem massa crítica nas canndidaturas a programas europeus, segundo notícias vindas a público esta semana. Na verdade a união devia ser mais ampla, mas já é um começo. Por exemplo na otimização de recursos, com a utilização de equipamentos nas áreas das ciências e das engenharias. mas o que se adivinha é que com os alunos a deixarem de garantir a existência de todos os cursos, seria útil escolher os melhores cursos e encaminhar os alunos para esses cursos. Só assim temos verdadeiramente um nivelamento das Universidades, porque de outra maneira haverá sempre cursos duplicados e o das Universidades do Minho e ainda mais os da Universidade de Trás os Montes ficarão sempre para segunda escolha em relação aos da Universidade do Porto. Não porque os da Universidade do Porto são melhores, mas devido à sua localização privilegiada, junto à costa e geograficamente mais perto de uma maior população estudantil mais preparada para entrar na Universidade. Por estas razões é pouco provável que a Universidade do Porto vá mais longe do que aquilo a que se propõe, otimizar as suas candidaturas a projetos europeus, aumentando a massa crítica. Por isso, não se entusiasmem demasiado com consórcios, porque as Universidades competem umas com as outras na captação de alunos e tudo o resto é folclore. E infelizmente para a UM, não será o Vira.

quarta-feira, fevereiro 26, 2014

UM 40 anos- tolerância de ponto

Temos na Universidade três corpos: os docentes, os não-docentes e os alunos. Havia um equilíbrio na sua representação na eleição do reitor, o órgão máximo da Universidade. Pois com o ministro Mariano Gago tudo isso mudou, No Conselho Geral de 25 membros, há um único funcionário. O que tinha o Mariano Gago contra os funcionários? Nada , pura e simplesmente esqueceu-os. Aproveitando a deixa, os reitores esquecem também os funcionários, as suas aspirações e o seu trabalho na Universidade. É raro ouvir um reitor nos órgãos de comunicação ou mesmo nas suas intervenções na Universidade, falar nos funcionários. É como se não existissem. Mas na nossa instituição, que conhecemos melhor, temos o caso recente de no dia da comemoração dos 40 nos da Universidade do Minho não se ter dado tolerância de ponto aos funcionários para poderem comemorar este dia simbólico. Cada um comemora à sua maneira e mesmo não indo ao desfile, seria uma forma de se lembrar o passado e de respeitar a instituição. Parece que só os docentes que participam no desfile é que são membros de corpo inteiro da universidade e os outros corpos, como os não-docentes, podem ser dispensados dessa manifestação de pertença a algo, neste caso a universidade, e dispensados de comungarem do mesmo sentimento de orgulho. Devo confessar que nunca fui muito de comemorações, mas respeito os que o fazem e sei que muitos gostariam de comemorar esse dia dessa forma... ou de outra. Não o puderam fazer, fruto de um estatuto elitista e de uma universidade que neste dia se mostrou a indiferente aos que a mantêm a funcionar no dia a dia..

sexta-feira, janeiro 31, 2014

A inevitablidade das praxes no atual contexto das universidades

As praxes entraram no quotidiano estudantil há anos com todos os abusos conhecidos que se praticam em seu nome. Já quase tudo foi dito nos últimos dias sobra a praxe. Esvaziou muito do que se poderia dizer nesta altura, muito por causa da tragédia ocorrida a praia do Meco recentemente. Não havendo mortes, não havia discussão. Mas mesmo assim nota-se um silêncio ensurdecedor por parte das associações de estudantes e das reitorias das universidades. Não há tomadas de posição enérgicas como se esperaria que houvesse.Talvez porque se sentem impotentes ou no caso dos reitores talvez porque são demasiado respeitadores da autonomia dos estudantes. Que relação existe e que acordos existem entre a administração das universidades, reitor e conselho geral, e as comissões de praxes? Algum acordo deve haver para a organização das praxes uma vez que elas ocorrem dentro dos campi. No entanto esses acordos não são conhecidos.
Para um aluno que entra numa Universidade e é confrontado com grupos organizados de alunos mais velhos, estando ele sozinho, que pode ele fazer senão submeter-se às ordens desses grupos, autodenominados comissões de praxe, subcomissões, sub-subcomissões e por aí fora, desde o 5º ano até ao segundo ano?
Para acabar com as praxes teria que haver uma proibição total de praxes no campus para começar. Em segundo lugar não deve haver receção aos alunos por alunos mais velhos, porque esse é uma forma de passar ao passo seguinte que será o encaminhamento dos alunos para as práticasdas praxes por infiltração nessas receções dos praxantes. É um pouco como a infiltração de grupos nazis nas claques de futebol. São ambos parasitas que aproveitam o momento para atuarem.
Os professores que tanto gostam destas receções são eles também, ingenuamente, ou não, veículos da transmissão de um sentido de impunidade dos alunos mais velhos. No caso da UM, muitos dos lugares chave da Universidade que lidam com os alunos, nos SASUM etc, são ocupados por ex-alunos que foram eles próprios líderes de comissões do género no âmbito das suas atividades na Associação Académica. São estes muitas vezes a face da autoridade da Universidade, envolvidos há anos em atividades estudantis com os mesmos que dominam as praxes. Como vai um aluno recém chegado reagir perante tal rede organizada e interligada por interesses do mais variado tipo: desportos, festas, subsídios, alojamento (residências), transportes, internet, farmácias, parques, etc. Por sua vez, existe uma presença elevada dos alunos da Associação Académica, ou quem eles lá colocam através de eleições pouco concorridas, no Conselho Geral que por sua vez elege o reitor.
As Associações Académicas, que por muito que digam que não têm nada a ver com as praxes e com as comissões das praxes quase ninguém acredita, porque não teriam a força que têm se não houvesse promiscuidade entre ambas, têm um poder exagerado nos órgãos da universidade e essa é uma das razões porque as praxes não acabam tão cedo.
As outras razões já foram discutidas: é uma forma de protagonismo coletivo dos mais velhos, que por terem uma capa ostentam-na como se um tecido preto significasse alguma coisa. Não a ganharam, compraram-na. Os professores para usarem uma coisa semelhante, o traje, tiveram que prestar provas. Os alunos não. No entanto parece da forma como a ostentam em frente dos caloiros, que ela foi ganha. Só se foi ganha por terem já sido praxados! Nesse caso, se é essa a perceção dos vários intervenientes, os caloiros aspiram a no ano seguinte poderem também a vestir, para também eles poderem ter esse estatuto que eles sentem como poder absoluto (e sentem-no na pele!).
Estamos perante um fenómeno muito parecido com aquilo que se passa em colégios internos, que têm uma hierarquia entre estudantes. Mas as praxes agravam esta hierarquia com pequenas malvadezes que só diferem de bullying por serem perpetradas em grupos de estudantes e não individualmente. O bullying pelo menos psicológico, vem a seguir, sobre aqueles que não integram as praxes. Por isso penso não ser possível permitir praxes de brincadeira e só proibir as violentas e humilhantes, como tem sido sugerido por algumas Associações e alguns reitores, incluindo o da UM,  ao quererem fazer algo para minimizar os danos. Não é possível distingui-las objetivamente, a meu ver. Que as reitorias façam o seu dever e proíbam no campus quaisquer praxes e se os estudantes querem divertir-se que o façam sem a tutela dos mais velhos, porque está visto que os mais velhos se aproveitam da fragilidade psicológica que estes alunos se encontram quando entram na Universidade pelo facto de estarem num meio que desconhecem e não têm aliados. Aqueles que deveriam ser os seus aliados, os que ocupam cargos de relevo na instituição para os proteger não o são objetivamente. Para começar, o procurador do aluno deve ser extinto por não os proteger ou não ter a capacidade de os proteger. Para substitui-lo, cada aluno do primeiro ano poderia ter um tutor escolhido entre os professores do seu departamento. Seria alguém a quem o aluno pudesse recorrer. Lá fora, pelo menos na Universidade onde estudei, existe esse sistema. Uma coisa é certa, muitos de nós professores também nos sentimos impotentes por não atuarmos. Poderia ser desta forma ou de outra. Não podemos é desistir e deixar estes alunos indefesos. Para bem da nossa memória coletiva e do futuro desses alunos, praxados e expraxados/praxantes, como pessoas de mente sã.

quarta-feira, janeiro 01, 2014

Mensagens de ano novo

Já nos habituámos a receber mensagens de Natal e Ano Novo em formato eletrónico, e-mail ou telemóvel, e de muito mais gente do que acontecia há uns anos atrás, devido à facilidade que as novas tecnologias permitem que isso aconteça. Recebemos na UM-net mensagens até de pessoas que não conhecemos, por essas mensagens serem enviadas para listas, do género todos@. Quando se trata de um diretor de departamento ou Escola ou da reitoria, é natural. Pensamos que os que estão nesses lugares querem nos dar algum conforto sobre o ano que se adivinha. Quando são colegas do mesmo departamento aceita-se que esses votos são sinceros, por convivermos com eles no dia a dia. Mas quando são colegas de outros departamentos que mal conhecemos seja pelo nome ou pessoalmente? Mas quando são colegas que não detêm qualquer posto de gestão no momento em que envia a mensagem? Que dizer de mensagens que não só são universais, dirigindo-se a todos, mas que divulgam nomes de colegas que o autor da mensagem acha que merecem particularmente ser mencionados, pelo que têm alcançado em I&D, desejando-lhes a eles em particular mais sucessos no futuro ano? Que dizer se essas mensagens são de alguém que não detém um cargo de gestão mas que já a ocupou e que escolheu o momento depois de o deixar em vez de o ter feito durante? É conhecida a atitude de alguns envolvidos na gestão ou em equipas de investigação, o seu pudor compreensivo, quando não querem particularizar ninguém de um grupo, sob pena de ser injusto e deixar alguém de fora. Ora, parece que esse pudor desapareceu. Parece que não existe etiqueta ou boas maneiras neste capítulo. Nestes casos, percebe-se a falta de homens com um sentido de Estado, sentido do dever, mesmo que o "estado" seja só uma parcela desse estado, como por exemplo uma universidade, e só transmite para o exterior uma imagem de uma instituição de província que não consegue preencher esses lugares do topo com gente com o sentido do dever e da contenção, mas que só o consegue com gente com o instinto do que pode lucrar pessoalmente por via da sua posição no topo da hierarquia académica. Muitas vezes esses cargos de gestão, tal como cargos políticos, permitem os detentores desses cargos de conseguirem contactos que mais tarde lhes serão úteis para ocuparem cargos muitas vezes designados por "tachos". E esse trabalho de autopromoção pode continuar mesmo depois de deixar o "governo", entrando pelo novo ano adentro, com mensagens que muitos de nós dispensaríamos. Eu falo por mim e espero que esses auto-convencidos "opinion makers" me tirem da lista quando as enviarem para todos@ !

domingo, novembro 24, 2013

Coincidências

O reitor tomou posse do seu segundo mandato. Uma cosia curiosa, é a de ser mais um engenheiro para a reitoria que entra no seu segundo mandato. Será que isto tem algum significado? Aliás que me lembre só houve dois reitores que não eram engenheiros, o Chainho Pereira e o Lúcio Craveiro. Também foram os que estiveram lá menos tempo. Será que a apetência apara o cargo é maior por parte dos engenheiros? A Escola de Engenharia é a maior Escola mas isso já não explica tudo uma vez que é o Conselho Geral quem vota e os engenheiros nem são maioritários nesse Conselho. Regra geral também todos eles foram Presidentes da Escola de Engenharia.Terá a ver com o lobbying, mais eficaz por parte dos Presidentes da Escola de Engenharia junto das outras Escolas? O que é certo é que as coincidências são muitas e não serão só coincidências.
Falando de coincidências mas noutra nota completamente diferente; agora que se comemora os cinquenta anos da morte de John Fitzgerald Kennedy, JFK, recomendo o livro de Don De Lillo intitulado LIBRA. Dá uma visão dos factos que dá que pensar e acreditar na versão do complot.

segunda-feira, novembro 04, 2013

Qual estratégia?

As Universidades tiveram os maiores cortes de sempre. Estão em risco empregos de professores, começando mais uma vez pelos mais fracos, os convidados e os leitores. É muitas vezes dito pelos responsáveis da instituição que os salários cobrem 90% do orçamento. Sendo assim, como é possível continuarem com a abertura de concursos para os funcionários como tem vindo anunciado no DR nos últimos anos? O que é mais importante, abrir concursos para lugares de topo (técnicos superiores, chefes de divisão..) da função pública que se continuam a fazer que oneram a instituição para os próximos anos, numa altura de cortes orçamentais, caso se tenham esquecido, ou manter os professores convidados que trazem prestígio à instituição ou leitores que trazem conhecimento em línguas e culturas e enriquecem o ensino universitário? Sei que é difícil escolher, porque os funcionários também merecem um reconhecimento pelo seu trabalho. Mas precisamente porque não estamos em ano de vacas gordas, essa promoção deve ser feita criteriosamente e com parcimónia, sem portanto por em causa o bom funcionamento do ensino e a qualidade do ensino com despedimento de professores.
Outra consequência dos cortes é a degradação dos equipamentos da Universidade, que põem em causa o ensino experimental e a investigação, precisamente a pedra chave do programa de candidatura do reitor. Como conciliar tudo isto? Com a vinda de estudantes estrangeiros? Temos os de expressão portuguesa, a começar pelos brasileiros. Qual o resultado dos últimos anos no que respeita a estes alunos? Alguém fez uma avaliação séria? Só depois de uma avaliação do seu desempenho e da mais valia que trazem ara a Universidade é que se pode insistir nessa opção.
Não seria demais fazer também uma avaliação aos cursos e à sua empregabilidade senão a Universidade passa a ser um lugar para os jovens passarem uns anos entretidos, o que agrada aos pais, e depois logo se vê. E assim o desemprego jovem já ultrapassa os 40% para este jovens, e muitos empregados estão em profissões em muitos casos provisórias, e que não têm nada a ver com a sua área de formação.
Claro que o emprego também depende de medidas governamentais, e estas são no sentido de cortar nos consumo, ao cortar nos salários e pensões, e isto tem como todos sabem consequências nas empresas e consequentemente no trabalho. A Função Pública em vez de promover deveria empregar mais jovens, e a Universidade não seria uma exceção, não fosse o congelamento das novas contratações. Mesmo isto está mal contado, porque a Universidade tem-no feito a conta-gotas supostamente devido à autonomia universitária. Mas tem-no feito in extremis, enquanto que as promoções tem-no aparentemente feito sem complexos. Só que isto, como já referido, tem custos. É  a tal anedota de puxa ao lençol, destapa os pés.

sexta-feira, outubro 18, 2013

A repetição de mais um mandato

O reitor foi eleito pelo Conselho Geral por 13 votos a favor e 9 em branco. Foi uma votação em branco que vai para além das fações da "oposição" que compõem o Conselho Geral, o que pode significar um certo desgaste da sua imagem. Não deixa de ser uma vitória, mas que não cria grandes expetativas. O mandato anterior, passou sem grandes sobressaltos, não sem algumas pequenas ações derivado dos cortes orçamentais, como o despedimento dos professores convidados que ainda restavam e de leitores, nas humanidades.  A implementação de um curso de Design do produto surgiu no início do seu mandato, sendo algo de novo que pode vir a dar frutos e que potencia as relações entre a UM e a Câmara de Guimarães, o que é positivo. Mas para quem está fora dos órgãos que acompanham o que se passa nas Escolas, já que é aí que ocorrem estas e outras ações,  não se apercebe das mudanças que vão tendo lugar aos poucos nas estruturas e nas cúpulas nas Escolas e que influência isso tem tido no dia a dia dos Professores. Quanto à I&D, sem financiamento também não há milagres, mas espera-se sempre que quando há uma mudança que haja novidades. Na Escola de Engenharia, por exemplo, houve uma mudança de Presidente e espera-se para ver que novidades surgirão. Na reitoria, não tendo havido mudança de reitor, não se esperam grandes mudanças. Aliás a equipa reitoral quase se manteve inalterável, o que já indica alguma coisa. Talvez a maior novidade tenha sido a entrada de Rui Reis, que dará uma esperança aos que anseiam por um apoio à componente de I&D da UM. Mais uma vez, digo, não se fazem omeletes sem ovos, e sem recursos, é provável que não haja resultados. Não queria deixar de referir como positivo que no Conselho Geral estará (?) o António Murta, um homem formado na UM e que já demonstrou como é possível a alguém que, mostrou como se pode ter influencia para além das fronteiras restritas do Minho, com base no conhecimento, na força de vontade e sobretudo pragmatismo, algo que talvez precisemos para suportar o marketing de imagem da UM que tem sido um dos vértices da política do último mandato do reitor.

domingo, setembro 08, 2013

O desaparecimento forçado dos cursos têxteis e as responsabilidades do CG na sua remodelação

Mais um ano de muito poucos alunos nesta primeira fase de colocações no curso de Engenharia Têxtil. Nada de extraordinário nisto, a não ser o facto de ser agora um curso diurno, que se pensava seria a solução ou parte dela, para aumentar o número de alunos significativamente. Penso que é altura de definitivamente pensar no fim do curso, por muito que nos custe a todos que ensinaram durante anos neste curso. Não é só inviável do ponto de vista económico mas também não é eficiente. Outros alunos entrarão por outras vias, alguns na segunda fase, outros vindos dos cursos tecnológicos com entrada direta, como tem acontecido nos últimos anos, mas o facto é que mesmo assim não serão suficientes e muitos destes alunos trabalham e prefeririam o curso pós-laboral que em princípio não funcionará por ter tido zero alunos nesta primeira fase. Há outras alternativas para o ensino de engenharia têxtil e particularmente para o ensino de química têxtil, uma área de extrema importância para a indústria de acabamentos, a que tem mais valor acrescentado no sector. Já existe um Mestrado em Química Têxtil. Poderia haver também um Mestrado em Engenharia Têxtil, vocacionado mais para a engenharia mecânica e de gestão industrial, podendo ser uma especialização para os alunos saídos destes cursos e engenharia que se interessavam ou conseguissem emprego na indústria têxtil, que se encontra neste momento de boa saúde, muito devido ao aumento das exportações.
O problema da indústria têxtil foi precisamente o seu divórcio das outras indústrias a montante, a de metalomecânica e a de produtos químicos têxteis. Assim acontece no ensino da UM entre os cursos correspondentes, o de metalomecânica e o de química. Num passado recente havia um curso de química têxtil que o departamento de química fechou. Embora os números rondassem os 10 a 15 alunos. Todos os alunos do último ano em que este curso funcionou encontraram emprego. Nos anos anteriores, embora não tendo dados sobre o emprego, tenho a noção que também não tiveram grandes problemas em arranjar emprego uma vez que me cruzo com ex-alunos desse curso em visitas a empresas de acabamentos e em redes sociais .  A componente de química junto com a de têxtil assegura a sua competência para lugares chave nas empresas de acabamentos têxteis. Há atitudes de departamentos, que por razões de interesses próprios, prejudicam o serviço que a UM deveria ter para com a sociedade e neste caso em particular para com a indústria preponderante envolvendo o pólo de Azurém, Guimarães, e Barcelos, que é a indústria têxtil. Não se entende como a autonomia dos departamentos, como o de Química neste caso, e a autonomia da Escolas, a de Ciências, chegue a este ponto, sem que a Reitoria tenha atuado para defender o interesse da região e do País. Haverá outros casos em que cursos desaparecem, ou desaparecerão, com a crise de alunos a intensificar-se sem que a Universidade possa impedir. Segundo o RJIES, criar cursos depende agora do Conselho Geral e do reitor. E encerrar cursos ou alterá-los de forma a que para todos os efeitos desapareçam, como aconteceu com o curso de Química-opção materiais têxteis? Também ! Afinal com a extinção do Conselho Académico pelo RJIES não será o Conselho Geral senão que deve analisar a extinção ou alteração de cursos? E não deve criar comissões para sugerir alternativas como neste caso do curso de Engenharia Têxtil ou de Química Têxtil em que vários departamentos e Escolas terão que estar forçosamente envolvidas? Há ainda o curso de Design e Marketing Têxtil, o doutoramento, que funciona há anos sem a colaboração da Escola de Economia na componente de Marketing. Como foi isto possível? O resultado tem sido o de doutorados com teses que não têm a chancela de verdadeiros especialistas nessa área e talvez também por isso, já causaram dissabores à UM em casos mediáticos de plágio.
Alterações que descaracterizam os cursos devem ser cuidadosamente avaliadas e ramos ou opções devem ser escolhas logo de início para não haver descaracterização !Truncar o ramo têxtil e empurrando a sua escolha para o meio do curso, quando antes era obrigatório escolher o ramo têxtil,(ou polímeros) no ato de inscrição, deu aos professores de química a possibilidade de de desviar os alunos para um opção introduzida de química científica (?). O resultado foram zero alunos nos últimos anos nas opções têxteis. O que fizeram os responsáveis do departamento na altura? Aceitaram estas condições e concentraram-se no curso de Design têxtil, como se este curso compensasse esta perda em química têxtil. Parece que há agora uma tentativa tímida de recuperar algumas opções têxteis no remodelado curso de química, uma vez que o curso não teve o sucesso que o departamento esperava. Esperemos que esta tentativa não seja mais um "embuste", palavra que tem sido usada ultimamente para quem nos quer atirar poeira para os olhos, e que o Conselho Geral faça o seu trabalho na defesa dos interesses duma indústria tão importante para a região e para o País.

domingo, março 31, 2013

A ciência, a gestão e as aulas

Vemos todos os dias nas Universidades alguns exemplos de atitudes entre os professores, que são de louvar. Vemos também exemplos de pessoas que se acomodam e que nos desiludem. Realçar os que são de louvar? Não há uma resposta fácil. Há a ideia que os casos de sucesso são um incentivo para os outros, mas serão? O problema é que nas Universidades há dois mundos: o da ciência e o da gestão. O primeiro é importante para os docentes subirem na carreira e o segundo é importante para a instituição e há quem defenda que serve também para se subir na carreira sem necessidade do primeiro (ciência). Aliás não há tempo para se cumprir os objectivos de um e de outro ao mesmo tempo. Mas os dois dão trabalho e se forem feitos com dedicação e derem resultados, são ambos recomendáveis. Quais destes casos são exemplos a seguir pelos mais novos?
Será para mim sempre um mistério que pessoas competentes em ciência se metem na gestão e que pessoas assumem muitas vezes cargos para os quais não têm o mínimo jeito ou afinidade. Pior ainda, quando pessoas que nem têm uma coisa nem outra, ou seja, que nunca fizeram ciência na vida e não têm jeito para a gestão, organizam a vida dos outros que fazem ciência.
Será que sou só eu que vejo a Universidade assim ou há por aí outros, têm uma visão diferente? Esses serão eventualmente aqueles que dão as suas aulas, não fazendo nem ciência nem gestão, e a sua atitude é a do comodismo, que resulta numa atitude amorfa sem pretensões nem em subir na carreira nem em gerir seja o que for. Dão as suas aulas e convencem-se que estão a cumprir o seu dever. Quais professores do secundário, dão as suas aulas, e o que fazem durante o resto do seu tempo, é um mistério. São esses, a maioria, que não põem os pés na Universidade em tempo de férias letivas, como foi patente nestas férias da Páscoa, o que não é sequer notado, ou é notado mas não é censurado nem controlado pelos seus superiores. Mas como a estratégia da UM centra-se à volta dos alunos, da burocracia em redor das aulas, com tudo e mais alguma coisa a ser preenchido pelos professores nas várias plataformas, esta faixa de professores "profissionais" entretêm-se com estas obrigações a atestar a sua dedicação, mas quanto a serem avaliados "no terreno" por outros mais experientes , isso não existe, podendo chegar ao ponto de tudo o que preenchem ser fictício. Ainda os professores do secundário vão ser avaliados primeiro na sala de aula que os Universitários, apesar de terem protestado tanto contra essa avaliação !

sábado, março 16, 2013

As contradições do sistema eleitoral das Universidades


As eleições para o Conselho Geral já foram e ficou tudo como dantes. A Universidade não se renova, continua. Não porque a maioria esteja satisfeita com a equipa atual, mas talvez porque não há alternativas que tivessem sido reconhecidas como tal. Há que reconhecê-lo. Um empate técnico no corpo dos professores e investigadores é disso um sintoma. Tanto assim é que nenhuma das listas alternativas tinha um nome para reitor. Embora não tenha sido esse o objetivo das eleições, será esse o corolário principal do resultado das eleições, ou não fosse o reitor com a maioria do CG do seu lado, o absoluto senhor das suas decisões. Uma minoria no Conselho Geral não será impedimento de qualquer decisão por parte do reitor, será mais uma voz, só isso. Penso que isso é claro para todos. O mais caricato é que a maioria é decidida pelos estudantes. Devia haver no regulamento uma norma que impedisse isso de acontecer. Afinal não são os Professores e os Investigadores aqueles que decidem sobre o ensino e a investigação, os pilares da instituição universitária? Os alunos, devem ter um dizer nestes assuntos mas não deviam ser o fiel da balança como estão de novo a ser (já o foram nas últimas eleições). Para além do facto de a votação ter tido mais de 90% de abstenção entre os estudantes, não sendo por isso representativa desse corpo, á ainda a questão da própria Associação estar por detrás da lista vencedora. Pode-se dizer que houve uma intenção concertada por parte da Associação em ter uma posição importante no CG e daí tirar dividendos. Por outro lado teremos os cooptados também com um peso importante nas decisões, talvez demasiado importante para quem tem outras prioridades na sua vida profissional.

Mas o pior não será esta situação de continuidade no topo. O pior é a continuidade nas Escolas e nas sub-unidades orgânicas, Centros e Departamentos, duma política de imobilidade, e isso não se resolve com eleições, uma vez que os protagonistas estão demasiado próximo de eleitores, havendo um jogo de interesses contínuo entre eleitores e eleitos.

domingo, fevereiro 17, 2013

Fund-raising


Com a crise e cortes no orçamento das universidades vem o reitor sugerir em entrevista à televisão o "fund-raising", ou seja a angariação de financiamento junto de mecenas. É uma prática que se faz lá fora, nomeadamente os EUA e Reino Unido segundo o reitor. É uma verdade que existem laboratórios inteiros, bibliotecas e salas de operações financiadas por mecenas desses países. Normalmente os mecenas fazem parte do "board", uma espécie de Conselho Geral das universidades portuguesas, talvez com um poder semelhante. A questão põe-se então, se não seria de angariar membros co-optáveis para o Conselho Geral com base nas suas contribuições financeiras para a Universidade, ou pelo menos sendo esse um dos critérios de seleção? Afinal esses membros externos vêm maioritariamente de empresas e bancos, e alguns foram alunos da UM. Pode-se argumentar que a Universidade estaria a pôr nas mãos de empresários o seu futuro, o que subverte o princípio do ensino público. No entanto, os membros externos, mesmo sem qualquer contribuição para a Universidade, a não ser a sua "experiência", já fazem parte do Conselho Geral e embora em minoria, juntos com os Professores que os co-optaram e seguindo as suas orientações, já influenciam bastante as decisões tomadas por este órgão que define a estratégia da UM. Talvez se tivessem contribuído financeiramente, e fosse esse o critério de co-optação e não o facto de serem conhecidos e porventura "acquaintances" dos professores que os co-optaram, seriam mais independentes quando na tomada de posição sobre a instituição para a qual contribuiram de alguma forma, fosse muito ou pouco. De outra forma, sentem-se agradecidos pela honra de terem sido convidados, e, sem qualquer força de alavancagem ("leverage" - mais um anglicismo !), não se opõem àqueles que os convidaram e que lhes permite passearem o seu cartão de membros do Conselho Geral nas suas múltiplas funções sociais. Se o reitor quer imitar os sistemas capitalistas que refere, ao menos que o faça como deve ser, oferecendo algo em troca, e não uma coisa tão vaga como "missão" da Universidade, porque isso não tem valor para um investidor, por muito "mecenas" que seja.

 

sábado, fevereiro 09, 2013

Eleições para o Conselho Geral, para que servem?

As eleições para o Conselho Geral estão aí à porta. Há já 3 listas, sendo uma delas afeta à reitoria, como se percebe pelos elementos que a constituem, e as outras são as mesmas que já se candidataram nas últimas eleições. A campanha vai começar e ficamos com a sensação que há uma outra realidade paralela que não esta e que preocupa mais os potenciais eleitores. São os cortes que já se fizeram, na FCT e nas bolsas dos alunos, e serão agora os cortes gerais de 900 milhões no ensino  que serão em grande parte no ensino superior. Mas estas questões que obviamente preocupam os eleitores não deveriam estar totalmente desligadas das eleições para o Conselho Geral, uma vez que tudo conta. Se tivermos no Conselho Geral um conjunto de pessoas que lutam contra este estado de coisas já ajuda. Se este grupo de pessoas for maioritário e eleger um reitor que também tem o sentido de defesa dos superiores interesses da instituição, também ajudará. Mas o que mais ajudaria seria haver uma maioria para eleger um reitor que trouxesse à instituição uma atitude de humildade perante a Academia, e os ouvisse constantemente, ouvisse os seus receios, as injustiças de que se queixam, e depois se empenhasse num sistema justo de avalição tanto e funcionários como de professores. Sem incentivos económicos, ao menos que haja incentivos no reconhecimento do mérito daqueles que mais se esforçam.

sábado, dezembro 29, 2012

A estratégia da UM: 2-contribuir para a economia e industrialização do País


O ano que passou, como já tinha constatado anteriormente, até que não foi muito mau para o ensino superior, nomeadamente para a UM, por haver uma entrada de alunos sensivelmente igual aos anos anteriores e segundo o seu plano os alunos poderão até aumentar. Como já referi anteriormente, quantidade não tem nada a ver com qualidade e no que refere à qualificação dos alunos na sua vertente prática, por exemplo, o problema já vem de trás. Há anos que o orçamento para verbas de capital, por exemplo, são tão exíguas que os laboratórios dos departamentos de base tecnológica, os da Engenharia e os das Ciências por exemplo, não têm renovação e muitos nem sequer têm manutenção. Há um outro aspeto que corre paralelo a este, que é o das aulas experimentais (práticas) terem diminuído muito por opção dos departamentos que não querem desperdiçar professores com esse tipo de aulas desde que o regulamento não autoriza o desdobramento de turmas e portanto a contabilização de horas. Há ainda a bolonhização do ensino nas engenharias que privilegia os trabalhos teóricos em grupo, através dos projetos integrados sem exigir a componente experimental desses trabalhos. Assim, temos os alunos a saírem dos cursos de Ciências e Tecnologia com cada vez menos capacidade (skills) de atuar na prática e muito mais de teoria. Será que é também analisado como se gastou o dinheiro nos anos anteriores quando se faz uma retrospetiva necessária a qualquer plano estratégico, no nosso caso, um plano estratégico para a UM? No passado foi um esbanjar de recursos que vão ainda por cima constituir custos fixos para sempre, como por exemplo ordenados de diretores promovidos através de dotações para os Serviços, como aconteceu por exemplo nos Serviços Sociais, cujos pesados orçamentos transitaram do anterior reitor para o atual, a formação de divisões com uma ou duas pessoas só com o intuito de promover alguém a chefe de Divisão, o recurso constante pelos Serviços Técnicos à subcontratação quando têm pessoal que então não se sabe para que serve. O dinheiro vem todo do mesmo bolo e penso que tendo a Universidade Autonomia tanto pode gastá-la desta forma como em verbas de capital ou de manutenção. Mas mesmo que não pudesse, e se estivessem só s a considerar salários, já houve a necessidade da Universidade despedir professores convidados ou reduzir-lhes o salário para 60 ou mesmo 30%. Alguns desses professores lecionavam precisamente as aulas práticas, fosse das Ciências ou Engenharias ou mesmo das humanidades, dado que são muitas vezes profissionais com experiência profissional que lhes permite transmitir essa componente melhor do que colegas seus que nunca tiveram essa experiência. Por todas estas razões, os alunos da UM saem com menos valências do que seria desejável para enfrentarem os desafios que se colocam quando integrarem o mundo real das empresas. A estratégia do reitor para a UM deveria contemplar um correção deste caminho se quiser melhor contribuir para o tecido industrial, quando afirma que o País e a Europa deveria contribuir para a economia apostando na industrialização.

 


 

sábado, dezembro 22, 2012

Estratégia da UM: 1- aumento de alunos

Agora que estamos a chegar ao fim do ano, olhamos para trás e vemos que o ano até não foi tão mau como se esperava para o ensino superior. Os cortes foram minimizados à última hora, fruto da pressão que os reitores fizeram junto do ministro Crato, e o número de alunos e a nota de entrada manteve-se. A Universidade do Minho entretanto pela mão do reitor apresenta um plano estratégico otimista, em que um dos pontos fortes é o do que número de alunos que aumenta. Como? Principalmente com alunos estrangeiros do segundo e terceiro ciclo, referindo-se como prioridade os alunos dos países de língua portuguesa. Já é aliás uma realidade a presença de alunos provenientes dos países de países da CPLP, Brasil com o maior número. Os alunos que cá vêm, de várias origens académicas, têm como objetivo obter um diploma que lhes vai valer bastante no país de origem, sendo certo que têm a noção que isso é quase garantido. Quem lhes confere essa noção não sei. Talvez seja do que já ouviram de colegas que já obtiveram o diploma ou se são os professores que lhes transmitem esse facilitismo. Penso que será um risco para a imagem da Universidade transmitir essa mensagem de facilitismo, porque a mensagem a médio prazo para o exterior, seja no país de origem ou seja no estrangeiro em geral, vai mais tarde provocar danos no recrutamento demais aluno desses países, por os futuros alunos e as instituições que os subsidiam não considerarem o nosso ensino suficientemente exigente. Nós próprios que também não tinhamos condições na altura para fazer cá o doutoramento, quando procurávamos locais para doutoramento no estrangeiro, procurávamos as melhores instituições, conscientes que o seu nome iria ficar colado para sempre ao nosso currículo.
Concluindo, quando se fala em quantidade, neste caso de alunos estrangeiros mas que se aplica também aos alunos nacionais, fico sempre preocupado com a qualidade.

domingo, dezembro 16, 2012

O RJIES para profissionais de eleições

Estamos no meio ou fim de eleições para os Conselhos das Escolas e a caminho das eleições para o Conselho Geral da UM. Por muito democráticas que sejam as eleições para estes órgãos, o que de facto está a acontecer são movimentações para a eleição dos futuros líderes, sejam os das Escolas ou, no caso do Conselho Geral, o próprio reitor.  Assim, o RJIES, tira à Academia a possibilidade de votar diretamente para estes lugares de topo. O Universo dos eleitores da Universidade seria demasiado amplo para poder haver este tipo de jogo, sendo por isso muito menos permeável a pressões e angariações de apoiantes do que com o regime atual de eleição de colégio eleitoral. Na perpetuação dos lugares pelos mesmos de sempre, o RJIES serve-lhes às mil maravilhas. uma vez que têm ao longo dos tempos juntado grupos de apoiantes em lugares chave, que lhes são dedicados, e que trabalham nos bastidores para conservar os seus privilégios através da angariação de votos de subordinados, demasiado vulneráveis para não alinharem.  Outros, que não estão no poder mas querem lá chegar, socorrem-se muitas vezes de argumentos populistas, muitas vezes conotados com um certo facilitismo para a carreira dos Professores, como seja o processo de avaliação. Nem num caso nem noutro a democracia fica bem servida.  O que se passa com as listas é uma extrapolação do que se passa nos departamentos, em que por serem unidades mais pequenas a totalidade dos eleitores do departamento é também angariada por estes profissionais de política, para alcançarem o seu objetivo. E quem são estes profissionais? São normalmente professores como nós. Têm no entanto uma agenda diferente que a maioria dos professores. São ambiciosos e querem os lugares de topo para se vangloriarem perante os demais mortais com o seu ego e assim provarem a si próprios e aos outros que têm uma missão, que é demasiado importante para se entregar a outros, sendo os outros todos nós.

sábado, dezembro 08, 2012

O reitor da UP no seu melhor desmistifica funções e eleições para o Conselho Geral


Fez o reitor da Universidade do Porto mais uma demonstração de não gostar das eventuais limitações do seu cargo, que quanto a ele devia-lhe conceder poder absoluto. Primeiro foi uma tentativa de eliminar as eleições das faculdades, para ser ele a mandar diretamente. Agora quer interferir com o ECDU, o Estatuto da Carreira Docente Universitária, nomeadamente nos concursos para os lugares de Professores Catedrático e Associado. Afirma que os avaliadores que são escolhidos segundo o seu currículo, e com uma categoria superior ao do candidato, nunca podem avaliar tão bem como o senhor reitor que foi quem delineou a estratégia para a Universidade.  Pode-se ser no blogue empreender de Vasco Eiriz o relato:Tal como está, vem um júri de sete pessoas, a maioria de fora, e a gente acredita que o júri vai escolher a pessoa mais adequada, mas o júri não conhece a estratégia da universidade. Apesar disso, o júri diz ‘Pá, é este’ E com base em que aspeto da estratégia é que o sr. reitor escolhe o candidato? Só pode ser com base na excelência científica e pedagógica ou não é assim? Nesse caso não serão os Professores da mesma área científica como o ECDU impõe que estarão em melhor posição deavaliar os candidatos que o sr reitor? Ou a avaliação tem outros contornos como sendo uma sintonia com uma estratégia do reitor? Se isto não é deturpação de todos os princípios de objetividade, então que se explique melhor o sr reitor da U.P.! Agora que já não tem mais nenhum mandato a cumprir, as tentativas desesperadas de controlo absoluto são umas atrás das outras! Como pode um Conselho Geral pactuar com tais atitudes? Ou será que ele tem maioria no Conselho Geral uma vez que foi eleito por esse órgão? Aí estão as contradições do RJIES no que respeita ao Conselho Geral, nas suas supostas funções, que são fiscalizar as ações do reitor, o que manifestamente não pode fazer uma vez que o elegeu. Na Universidade do Porto ou noutra qualquer. Este é um exemplo do pior do RJIES que se refletirá nas eleições para este órgão na U.M. uma vez que os eleitores têm essa percepção, que a eleição para o Conselho Geral só serve para eleger o reitor.

domingo, outubro 21, 2012

Reitor da Universidade do Porto afronta faculdades


Nem tudo vai bem nas novas universidades-fundação. Na Universidade do Porto o reitor Marques dos Santos tenta controlar as faculdades através da introdução de alterações ao estatuto da universidade a que preside, como noticia o jornal Público, com a introdução de uma nova regra que lhe permite nomear os diretores das faculdades que até agora são eleitos pelos Conselhos de Escola. Para tal, tem o Conselho Geral a apoiá-lo mas tem quase todos os diretores das faculdades, contra. Argumentam que a medida é um retrocesso na democracia da instituição, argumento que não haverá muita gente que conteste. O que deu no reitor para seguir o caminho da confrontação? Os resultados das faculdades têm sido fracos? Pelos vistos não. Então porquê? É óbvio: porque não quer autonomia das faculdades para poder ser ele a mandar através de "yes-men" que nomearia para a direção das faculdades. Mas um reitor tem que reger a sua Universidade pelo consenso não pela força e isso ele não percebe. A democracia tem muitas vezes o condão de favorecer o despotismo, por via da astúcia dos seus utilizadores, como ao longo da história exemplos como os Bórgias o demonstraram. Neste caso é óbvio que o reitor esperou pelo seu segundo mandato para implementar estas medidas não se sujeitando a um novo escrutínio. Mas também tem a virtude de deixar alternativas aos eleitores entre eleições, ou seja, a possibilidade de se manifestarem nem que seja pela contestação geral e contínua a estas medidas.